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TEMPO PASCAL. SEGUNDA SEMANA.

SEXTA-FEIRA

59. MEIOS HUMANOS E MEIOS SOBRENATURAIS


– Fazer o que está ao nosso alcance, ainda que seja muito pouco. O Senhor dará o
incremento.

– Optimismo sobrenatural: contar com o Senhor e com o seu poder.

– Os frutos do apostolado dependem da conjunção dos meios humanos e dos sobrenaturais.


Somos instrumentos do Senhor para empreender obras que ultrapassam a nossa
capacidade.

I. NO EVANGELHO DA MISSA1 lemos que Jesus se retirou para um lugar


solitário na outra margem do lago de Tiberíades. Mas, como sabemos por
outros relatos evangélicos, quando a multidão o percebeu, foi atrás d’Ele. O
Senhor acolheu essas pessoas que o procuravam: falava-lhes do Reino de
Deus e restabelecia a saúde dos enfermos2. Jesus compadece-se da dor e da
ignorância.

O dia começava a declinar3. O Senhor falou longamente, desvendando os


mistérios do Reino dos Céus, dando paz e consolo. Inquietos porque caía a
noite e estavam num lugar isolado, os Apóstolos vêem-se na necessidade de
prevenir o Mestre: Despede as turbas, para que vão pelas aldeias e povoados
da vizinhança e procurem alimento e hospedagem, porque aqui estamos num
lugar deserto4.

O Senhor surpreende-os com a pergunta que lhes faz: Onde compraremos


pão para dar de comer a todos estes? Leva-os a tomar consciência de que
não dispõem de meios económicos: Filipe respondeu-lhe: Duzentos denários
de pão não bastariam para que cada um recebesse um pedaço5. Os
Apóstolos não deixam de fazer o que podem: encontram cinco pães e dois
peixes. Mas havia uns cinco mil homens. Muita gente para o que tinham
conseguido.

Às vezes, Jesus também nos faz ver que os problemas estão acima da
nossa capacidade, que nada ou pouco podemos fazer diante de certas
situações. E pede-nos que não olhemos muito para os recursos humanos,
porque nos levariam ao pessimismo, mas que nos apoiemos mais nos meios
sobrenaturais. Pede que sejamos sobrenaturalmente realistas; quer dizer, que
contemos com Jesus e com o seu poder.

Não obstante, naquela ocasião, o Senhor serviu-se dos únicos víveres que
os Apóstolos tinham podido conseguir. Não quis prescindir dos meios
humanos, ainda que fossem poucos. Assim faz o Senhor na nossa vida: não
quer que fiquemos de braços cruzados por serem nulos ou insuficientes os
instrumentos com que contamos. Pede-nos fé, obediência, audácia, e que
façamos sempre aquilo que está ao nosso alcance, ao mesmo tempo que nos
apoiamos nEle, conscientes de que as nossas possibilidades são sempre
muito pequenas. “Também o agricultor, quando vai sulcando o campo com o
arado ou espalhando a semente, passa frio, suporta as incomodidades da
chuva, olha para o céu e vê-o triste, e, não obstante, continua a semear. O
que receia é deter-se a considerar as tristezas da vida presente e que depois
passe o tempo e não tenha nada que ceifar. Não deixeis o trabalho para mais
tarde, semeai agora”6, ainda que pareça que o campo não vai produzir nada.
Não fiquemos na expectativa até termos nas mãos todos os meios humanos,
não esperemos que todas as dificuldades desapareçam. No plano
sobrenatural, sempre há fruto: o Senhor encarrega-se disso, o Senhor
abençoa os nossos esforços e os multiplica.

II. QUANDO JESUS ENVIA os seus discípulos pela primeira vez em


missão apostólica, diz-lhes: Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro
nos vossos cintos, nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem
sandálias, nem bastão; pois o operário merece o seu sustento 7. Insta-os a
partir sem demora. E para que desde o princípio aprendam a apoiar-se nos
meios sobrenaturais, tira-lhes toda a ajuda humana.

Os Apóstolos partem assim – sem nada –, para que compreendam que as


curas não serão deles, como também não o serão as conversões e milagres
que realizarem; que as suas qualidades humanas não são suficientes para
que as pessoas se disponham a receber o Reino de Deus. Não devem
preocupar-se por não terem bens materiais e qualidades humanas
extraordinárias; Deus proverá, na medida necessária, ao que lhes faltar.

Esta audácia santa acompanhou constantemente toda a acção apostólica


dos homens de Deus ao longo dos séculos. Quantas coisas grandes não
foram empreendidas sem que se dispusesse dos meios humanos mais
imprescindíveis! Assim agiram os santos. Tiveram plena consciência de que
“Cristo, enviado pelo Pai, é a fonte e a origem de todo o apostolado na
Igreja”8. Quando o cristão está persuadido daquilo que Deus quer, deve deter-
se apenas o mínimo necessário para passar em revista os meios humanos de
que dispõe. “Nos empreendimentos de apostolado, está certo – é um dever –
que consideres os teus meios terrenos (2 + 2 = 4).

Mas não esqueças – nunca! – que tens de contar, felizmente, com outra
parcela: Deus + 2 + 2...”9

O mesmo ensinamento podemos tirar da primeira leitura da Missa de hoje,


que nos traz as palavras de Gamaliel aos membros do Sinédrio,
aconselhando-lhes o que devem fazer com os Apóstolos. Depois de evocar
alguns exemplos de iniciativas puramente humanas – as insurreições de
Teudas e Judas o Galileu –, fracassadas com a morte dos seus promotores,
acrescenta: Agora, pois, eu vos aconselho: Não vos metais com esses
homens; deixai-os ir. Se isso é projecto ou obra de homens, hão de dispersar-
se; mas se provém de Deus, não podereis destruí-los e vos arriscareis a
entrar em luta com o próprio Deus10. A nossa segurança e optimismo ao
trabalharmos por Deus baseiam-se no fato de que Ele não nos abandona: Si
Deus pro nobis, quis contra nos?

Se Deus está connosco, quem será contra nós?11

Contar sempre com Deus em primeiro lugar é bom sinal de humildade. Os


Apóstolos aprenderam-no bem e puseram-no em prática na sua acção
evangelizadora depois da Ressurreição. Quem é Apolo? Quem é Paulo?
Simples servos por cujo intermédio abraçastes a fé [...]. Eu plantei, Apolo
regou, mas foi Deus quem deu o crescimento12, dirá São Paulo.

III. POR OCASIÃO da primeira missão apostólica, o Senhor indicou


claramente: Não leveis bolsa nem sandálias... Os Apóstolos compreenderam
então que era Jesus quem dava a eficácia: as curas, as conversões e os
milagres não se deviam às suas qualidades humanas, mas à força divina do
seu Mestre.

Mas, antes da última viagem a Jerusalém, Jesus complementa o


ensinamento daquela primeira missão. Pergunta-lhes: Quando vos mandei
sem bolsa, sem mochila e sem sandálias, faltou-vos porventura alguma
coisa? Eles responderam: nada. Mas agora, disse-lhes ele, quem tiver uma
bolsa tome-a, e quem tiver uma mochila tome-a igualmente, e aquele que não
tiver espada, venda a sua capa e compre uma13. Sendo os meios
sobrenaturais o mais importante em toda a acção apostólica, o Senhor quer,
no entanto, que mobilizemos todas as possibilidades humanas ao nosso
alcance.

A graça não prescinde da natureza, e não podemos pedir a Deus ajudas


extraordinárias quando, pelos canais ordinários, Ele nos colocou nas mãos os
instrumentos de que necessitamos. Uma pessoa “que não se esforçasse por
fazer o que está ao seu alcance, esperando todas as coisas do auxílio divino,
tentaria a Deus”14, e a graça divina deixaria de actuar nela.

Daí a importância de cultivar as virtudes humanas, sustentáculo das


sobrenaturais e meio necessário para aproximar os outros de Deus. Como
havemos de apresentar a vida cristã de modo atraente se não somos alegres,
trabalhadores, sinceros, bons amigos...? “Há alguns que, quando falam de
Deus ou do apostolado, é como se sentissem a necessidade de se defender.
Talvez porque não descobriram o valor das virtudes humanas e, pelo
contrário, sobra-lhes deformação espiritual e covardia”15.

Na nossa acção apostólica, temos que valer-nos também de meios


materiais, que são bons porque Deus os fez para que estivessem a serviço do
homem: Todas as coisas são vossas – diz-nos São Paulo –: o mundo, a vida,
a morte, o presente, o futuro16. E, ao mesmo tempo, seremos conscientes de
que nos propomos um resultado que ultrapassa infinitamente a capacidade
desses meios, pois trata-se de levar os homens a Cristo, de ajudá-los a
converter-se e a começar uma vida nova.

Por isso, não esperaremos pelo momento de ter todos os meios (talvez
nunca cheguemos a tê-los), nem deixaremos de executar certos trabalhos ou
de começar outros novos. “Começa-se como se pode”17. E o Senhor nos
abençoará, especialmente ao ver a nossa fé, a confiança que temos n’Ele e o
interesse e esforço com que trabalhamos por obter tudo o que é necessário.
Deus, se quisesse, poderia prescindir desses meios, mas conta, no entanto,
com a nossa vontade de pô-los a seu serviço.

“Viste? – Com Ele, pudeste! De que te admiras? – Convence-te: não tens


por que maravilhar-te. Confiando em Deus – confiando deveras! –, as coisas
tornam-se fáceis. E, além disso, ultrapassa-se sempre o limite do
imaginado”18.

(1) Jo 6, 1-15; (2) Lc 9, 11; (3) Lc 9, 12; (4) ib.; (5) Jo 6, 5-7; (6) Santo Agostinho, Comentário
sobre o Salmo 125, 5; PL 36, 164; (7) Mt 10, 9-10; (8) Conc. Vat. II, Decr. Apostolicam
actuositatem, 4; (9) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 471; (10) Act 5, 38-39; (11) Rom 8,
31; (12) 1 Cor 3, 5-6; (13) Lc 22, 35-36; (14) São Tomás, Suma Teológica, 2-2, q. 53, a. 4, ad.
1; (15) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 37; (16) 1 Cor 3, 22; (17) cfr. São Josemaría Escrivá,
Caminho, n. 488; (18) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 123.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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