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TEMPO PASCAL. TERCEIRA SEMANA.

TERÇA-FEIRA

63. RECTIDÃO DE INTENÇÃO


– Pureza de intenção e presença de Deus.

– Vigilantes perante os louvores e elogios. “Para Deus toda a glória”. Rectificar.

– Examinar os motivos que nos levam a agir. Omissões no apostolado por falta de rectidão de
intenção.

I. A VIDA DOS PRIMEIROS FIÉIS e o seu testemunho no mundo dão-nos


a conhecer a sua têmpera e valentia. Nunca tiveram por norma de conduta o
mais fácil, o mais cómodo ou o mais popular, mas o cumprimento cabal da
vontade de Deus. “Não se importavam com os perigos de morte [...], nem com
o reduzido número de fiéis, nem com a multidão dos adversários, nem com o
poder, força e sabedoria dos seus inimigos; porque tinham forças maiores que
todas essas: o poder d’Aquele que tinha morrido na Cruz e ressuscitado”1.
Não procuravam a sua glória pessoal nem o aplauso dos seus concidadãos,
mas tinham o olhar posto no seu Senhor. Foi isto que permitiu a Santo
Estêvão dizer no momento do martírio: Senhor, não lhes leves em conta este
pecado2, como lemos na Missa de hoje.

A intenção é recta quando Cristo é o fim e o motivo de todas as nossas


acções. “A pureza de intenções não é senão presença de Deus: Deus Nosso
Senhor presente em todas as nossas intenções. Como sentiremos livre o
nosso coração de qualquer impedimento da terra, como teremos um olhar
límpido, como será sobrenatural todo o nosso agir, quando Jesus Cristo reinar
verdadeiramente no mundo da nossa intimidade e presidir a cada uma das
nossas intenções!”3

Pelo contrário, quem procura a aprovação alheia e o aplauso dos outros


pode chegar a deformar a sua consciência: pode passar a ter como critério de
conduta “o que os outros pensarão” e não a vontade de Deus. E essa
preocupação pela opinião alheia pode transformar-se em medo ao ambiente e
chegar a esterilizar o ímpeto apostólico dos cristãos.

Nas nossa actuações, devemos procurar em primeiro lugar agradar a


Cristo. Se ainda quisesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo 4, diz
São Paulo. E replicava assim a alguns fiéis de Corinto que criticavam o seu
apostolado: Quanto a mim, pouco se me dá ser julgado por vós ou por
qualquer tribunal humano. Pois eu nem a mim mesmo me julgo... Quem me
julga é o Senhor5.

Os juízos humanos são frequentemente errados e pouco confiáveis.


Somente Deus pode julgar as nossas acções, bem como as nossas
intenções. “Entre as surpresas que nos esperam no dia do Juízo Final, a
menor não será o silêncio do Senhor sobre algumas das acções que nos
valeram aplausos dos nossos semelhantes [...]. Em contrapartida, é possível
que Ele inscreva no nosso activo algumas acções que nos atraíram críticas,
censuras ou condenações [...]. O nosso juiz é o Senhor. É a Ele que temos de
agradar”6. Perguntemo-nos muitas vezes ao dia: faço neste momento o que
devo fazer? Procuro a glória de Deus ou antes a minha vaidade, o desejo de
ficar bem? Se formos sinceros em examinar-nos, teremos luz para rectificar a
intenção, caso seja necessário, e dirigi-la ao Senhor.

II. UMA MÁ INTENÇÃO destrói as melhores acções; a obra pode estar bem
feita e até ser benéfica, mas, por estar corrompida na sua fonte, perde o seu
valor aos olhos de Deus. A vaidade pode destruir, às vezes totalmente, o que
poderia ter sido uma obra santa. Sem rectidão de intenção, erramos de
caminho.

Há ocasiões em que um pequeno elogio que recebemos é sinal de


amizade e pode ajudar-nos a prosseguir no caminho do bem; mas devemos
dirigi-lo com simplicidade ao Senhor. Além disso, uma coisa é receber um
elogio e outra procurá-lo. De qualquer modo, devemos estar sempre atentos e
vigilantes em relação aos louvores, pois “muitas vezes a nossa débil alma,
quando recebe pelas suas boas acções o afago dos aplausos humanos,
acaba por desviar-se [...], encontrando assim maior prazer em ser chamada
feliz do que em sê-lo realmente [...]. E aquilo que poderia ser para ela motivo
de louvor a Deus, converte-se em causa de separação”7.

O Senhor indica em diversas ocasiões qual é a retribuição reservada às


boas obras feitas sem rectidão de intenção: já receberam a sua recompensa,
diz, referindo-se aos fariseus que andavam à busca de louvores e
considerações. Obtivemos aquilo que procurávamos: um olhar de aprovação,
uma admiração, uma palavra elogiosa. E, de tudo isso, só restará em breve
um pouco de fumaça: nada para a eternidade. Que grande fracasso termos
perdido tanto por tão pouco! Deus acolhe as nossas acções – mesmo que
sejam pequenas –, se as realizamos com intenção pura: Fazei tudo para a
glória de Deus8, aconselha São Paulo.

O Senhor contempla a nossa vida e está todos os dias de mão estendida


para ver o que lhe oferecemos: aceita tudo o que verdadeiramente fizermos
por Ele. As duas pequenas moedas que a pobre viúva lançou nos cofres do
templo9 converteram-se num grande tesouro no Céu. Quanto ao resto, já
recebemos a nossa triste recompensa aqui na terra.

“Pureza de intenção. – As sugestões da soberba e os ímpetos da carne,


logo os conheces..., e lutas, e, com a graça, vences.

“Mas os motivos que te levam a agir, mesmo nas acções mais santas, não
te parecem claros... e sentes uma voz lá dentro que te faz ver intuitos
humanos..., com tal subtileza que se infiltra na tua alma a intranquilidade de
pensar que não estás trabalhando como deves – por puro Amor, única e
exclusivamente para dar a Deus toda a sua glória.
“Reage logo, de cada vez, e diz: «Senhor, para mim nada quero. – Tudo
para a tua glória e por Amor»”10.

Que boa jaculatória para que a repitamos muitas vezes: “Senhor, para mim
nada quero. – Tudo para a tua glória e por Amor”. Ajudar-nos-á a desprender-
nos de muitas coisas e a rectificar a intenção em inúmeras ocasiões.

III. PARA SERMOS PESSOAS de intenção recta, é conveniente


examinarmos os motivos que nos levam a agir: considerar na presença de
Deus o que nos induz a comportar-nos de uma maneira ou de outra, o que
nos leva a reagir deste modo ou daquele, se existem omissões no nosso
apostolado por falsos respeitos humanos, etc. À luz da fé, poderemos
descobrir os pontos de covardia ou vanglória que podem existir na nossa
conduta.

O Senhor oferece-nos uma norma clara: Quando deres esmola, não toques
a trombeta diante de ti11. Não devemos publicar o que fazemos nem ficar
contemplando aquilo que parece que fizemos bem; nem no momento de fazê-
lo nem depois: Que a tua mão esquerda não saiba o que faz a direita. Como
também não devemos deixar de fazer aquilo que temos obrigação de fazer.

Temos uma testemunha excepcional. Nenhum dos nossos actos passa


inadvertido aos olhos do nosso Pai-Deus, nada lhe é indiferente. E isto já é
recompensa suficiente, e um grande motivo para rectificarmos a intenção no
trabalho e nas obras de apostolado. “Uma preocupação impaciente e
desordenada por subir profissionalmente pode disfarçar o amor próprio sob o
pretexto de «servir as almas». Com falsidade – não tiro uma letra –, forjamos
a justificativa de que não devemos desaproveitar certas conjunturas, certas
circunstâncias favoráveis...

“Volta os teus olhos para Jesus: Ele é «o Caminho». Também durante os


seus anos escondidos surgiram conjunturas e circunstâncias «muito
favoráveis» para antecipar a sua vida pública. Aos doze anos, por exemplo,
quando os doutores da lei se admiravam das suas perguntas e das suas
respostas... Mas Jesus Cristo cumpre a Vontade de seu Pai, e espera:
obedece!

“Sem perderes essa santa ambição de levar o mundo inteiro a Deus,


quando se insinuarem essas iniciativas – quem sabe, ânsias de deserção –,
lembra-te de que também te toca a ti obedecer e ocupar-te dessa tarefa
obscura, pouco brilhante, enquanto o Senhor não te pedir outra coisa: Ele tem
os seus tempos e as suas sendas”12.

O Senhor pede-nos vigilância, porque, se nos descuidarmos, procuraremos


a recompensa aqui na terra, e, por covardia, por respeitos humanos, por
medo à opinião alheia, deixaremos de fazer o bem. Que não nos aconteça
como ao navio que “realizou muitas viagens e escapou de muitas
tempestades, mas no porto de chegada choca-se contra uma rocha e caem
pela borda todos os tesouros que carregava; assim, todo aquele que, depois
de muitos trabalhos, não repele o desejo de louvores, naufraga no próprio
porto”13.

Quando fazemos as coisas somente por Deus, somos mais livres: não
ficamos subordinados ao “que podem dizer” nem à gratidão humana, que é
sempre frágil. A rectidão de intenção mostra-nos o caminho da liberdade
interior.

(1) São João Crisóstomo, Homilia sobre São Mateus, 4; (2) At 7, 59; (3) S. Canals, Reflexões
espirituais, pág. 112; (4) Gal 1, 10; (5) 1 Cor 4, 3-4; (6) G. Chevrot, Em segredo, pág. 24; (7)
São Gregório Magno, Moralia, 10, 47-48; (8) 1 Cor 10, 31; (9) Mc 12, 42; (10) São Josemaría
Escrivá, Caminho, n. 788; (11) Mt 6, 2-4; (12) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 701; (13) São
João Crisóstomo, Homilia de perect. Evan.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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