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O documento discute as definições de jogo, brinquedo e brincadeira na educação infantil. A autora questiona se jogos utilizados para ensinar conteúdos escolares são jogos ou ensino, e se brinquedos usados para aprendizagem são brinquedos ou materiais pedagógicos. Também descreve as diferentes visões sobre o papel do jogo na educação infantil e características do jogo segundo autores como Huizinga e Vygotsky.
O documento discute as definições de jogo, brinquedo e brincadeira na educação infantil. A autora questiona se jogos utilizados para ensinar conteúdos escolares são jogos ou ensino, e se brinquedos usados para aprendizagem são brinquedos ou materiais pedagógicos. Também descreve as diferentes visões sobre o papel do jogo na educação infantil e características do jogo segundo autores como Huizinga e Vygotsky.
O documento discute as definições de jogo, brinquedo e brincadeira na educação infantil. A autora questiona se jogos utilizados para ensinar conteúdos escolares são jogos ou ensino, e se brinquedos usados para aprendizagem são brinquedos ou materiais pedagógicos. Também descreve as diferentes visões sobre o papel do jogo na educação infantil e características do jogo segundo autores como Huizinga e Vygotsky.
Fala das diversas interpretaes da palavra jogo ( como esporte, poltico, adulto, infantil..) E questiona: quando se fala em utilizar jogos como a dama para ensinar clculo matemtico ou quebra- cabeas para ensinar formas geomtricas. Nesse caso, temos o jogo ou o ensino que prevalece? Um tabuleiro com pees um brinquedo quando usado para fins de brincadeira. Teria o mesmo significado quando vira recurso de ensino, destinado aprendizagem de nmeros? brinquedo ou material pedaggico? E afirma: A variedade de fenmenos considerados como jogo mostra a complexidade da tarefa de defini-lo. A dificuldade aumenta quando se percebe que um mesmo comportamento pode ser visto como jogo ou no-jogo Qual a diferena entre jogo e brinquedo? Para compreender o significado de tais termos foi indispensvel a leitura de obras como a de Brougere (Le jeu dans la Pedagogie prescolaire depois Le romautisme, 1993), Henriot (Sons couleur de joeur - La mtaphore ludique, 1989) e Wittgenstein (Investigaes Filosficas, 1975).
apontam trs nveis de diferenciaes:
O jogo pode ser visto como: 1 o resultado de um sistema lingstico que funciona dentro de um contexto social; 2 um sistema de regras e , 3 um objeto. No primeiro caso, o sentido do jogo depende da linguagem de cada contexto social. Dessa forna, enquanto fato social, o jogo assume a imagem, o sentido que cada sociedade lhe atribui. No segundo caso, um sistema de regras permite identificar, em qualquer jogo, uma estrutura sequencial que especifica sua modalidade. O terceiro sentido refere-se ao jogo enquanto objeto. Brinquedo outro termo indispensvel para compreender esse campo. Diferindo do jogo, o brinquedo supe uma relao com a criana e uma abertura, uma indeterminao quanto ao uso, ou seja, a ausncia de um sistema de regras que organizam sua utilizao.
O brinquedo representa certas realidades.
objetivos do brinquedo dar criana um substituto dos objetos reais, para que possa manipul-los. O brinquedo prope um mundo imaginrio da criana e do adulto criador do objeto ldico. No caso da criana o imaginrio varia conforme a idade. Para o pr-escolar de 3 anos, est carregado de animismo; de 5 a 6 anos, integra predominantemente elementos da realidade. Quais as imagens que o adulto introduz nos brinquedos que cria? Elas variam de acordo com a cultura do adulto. Cada cultura tem maneiras de ver a criana, de tratar e educar. O vocbulo "brinquedo" No pode ser reduzido pluralidade de sentidos do jogo, pois conota criana e tem uma dimenso material, cultural e tcnica. Enquanto objeto, sempre suporte de brincadeira. o estimulante material para fazer fluir o imaginrio infantil. E a brincadeira? a ao que a criana desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ao ldica. Pode-se dizer que o ldico em ao. Desta forma no se pode confundir jogo com brinquedo e brincadeira, os quais se relacionam diretamente com a criana. Caractersticas do jogo O prazer, o carter "no-srio", a liberdade, a separao dos fenmenos do cotidiano, as regras, o carter fictcio ou representativo e sua limitao no tempo e no espao ( Huizinga). Vygotsky afirma que nem sempre o jogo possui essa caracterstica, porque em certos casos, h esforo e desprazer na busca do objetivo da brincadeira. O carter "no-srio"apontado por Huizinga no implica que a brincadeira infantil deixe de ser sria. Quando ela brinca, no est preocupada com a aquisio de conhecimento ou desenvolvimento de qualquer habilidade mental ou fisica. A autora elabora os critrios para identificar os traos dos jogos:
1 a no-literalidade - as situaes de brincadeira caracterizam-se por um quadro no
qual a realidade interna predomina sobre a externa. 2 efeito positivo - brincar leva a criana a tornar-se mais flexvel e buscar alternativas de ao; 3. Flexibilidade - as crianas esto mais dispostas a ensaiar novas combinaes de idias e de comportamentos em situaes de brincadeira que em outras atividades norecreativas. 4 prioridade do processo de brincar - enquanto a criana brinca, sua ateno est concentrada na atividade em si e no em seus resultados ou efeitos. 5 livre escolha - o jogo infantil s pode ser jogo quando escolhido livre e espontaneamente pela criana. 6 controle interno - no jogo infantil, so os prprios jogadores que determinam o desenvolvimento dos acontecimentos. Se a atividade no for de livre escolha e seu desenvolvimento no depender da prpria criana, no se ter jogo, mas trabalho. J existem estudos no Brasil, como o de Costas (1991), que demonstram que as crianas concebem como jogo somente as atividades iniciadas e mantidas por elas. Para Fromberg (1987, p.36), o jogo infantil inclui as caractersticas: Simbolismo: representa a realidade e atitudes; significao: permite relacionar ou expressar experincias; atividade: a criana faz coisas; voluntrio ou intrinsecamente motivado: incorporar motivos e interesses; regrado: sujeito a regras implcitas ou explcitas, e episdico: metas desenvolvidas espontaneamente. As relaes entre o jogo infantil e a educao: paradigmas destacam-se trs concepes que relacionam o jogo infantil educao: 1. Recreao; 2. Uso de jogo para o jogoe a educao infantil favorecer o ensino de contedos escolares 3. Diagnstico da personalidade infantil e recurso para ajustar o ensino s necessidades infantis. Descreve poesia como jogo A poesia, em particular, deve ser aprendida pelo prazer do texto Piaget (1978, 1977) adota, em parte, o referencial escolanovista, ao dar destaque imitao, que participa de processos de acomodao, relegando o jogo infantil a plano secundrio, restrito assimilao. Na teoria piagetiana a brincadeira no aparece em si, mas serve Par revelar mecanismos cognitivos da criana. Ao colocar a brincadeira dentro do contedo da inteligncia e no na estrutura cognitiva, Piaget mostra o pouco valor que lhe atribui. Embora dotada de grande consistrocia, a teoria piagetiana no discute a brincadeira em si.
Para psiclogos, especialmente freudianos, o jogo infantil o meio de estudar a
criana e perceber seus comportamentos. Considerada situao imaginria, a brincadeira uma conduta predominante a partir de 3 anos e resulta de influncias sociais recebidas ao longo dos anos anteriores. A aprendizagem da lngua materna mais rpida quando se inscreve no campo ldico. A estreita articulao entre dois conceitos: conduta e situao. Para que exista jogo necessrio que o sujeito esteja nessa situao dispondo dos meios para perceber e imagin-la. Ou seja, preciso que o sujeito tenha conscincia de que est jogando e manifeste conduta compatvel com a situao. Como j foi visto, os paradigmas sobre o jogo infantil parecem equiparar o jogo ao "no srio", futilidade ou reivindicar o srio e associ-lo utilidade educativa, em sua grande maioria, um referencial dos tempos do Romantismo. O enraizamento de tais concepes no impede o aparecimento de novos paradigmas como os de Bruner e Vygotsky, que ampliam a base de estudo, partindo de pressupostos sociais e explicitando o papel de brinquedos e brincadeiras na educao da criana #####################################################################