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MESTRADO EM CIDADANIA AMBIENTAL E PARTICIPAÇÃO 2009/2010

POLUIÇÃO E RECURSOS
Fevereiro de 2010

O DISCURSO DOS LIMITES VERSUS O


DISCURSO PROMETAICO

O HOMEM E O PLANETA TERRA


Evolução da acção humana
Situação dos Ecossistemas
ECONOMIA E ECOLOGIA
Constatação do problema
Discurso dos Limites e Discurso Prometaico
Discurso dos Limites
Discurso Prometaico
CONSIDERAÇÕES FINAIS

21 de Fevereiro de 2010
Rita Rodrigues
P&R (02/2010)
O discurso dos Limites vs o Discurso Prometeico

1. O HOMEM E O PLANETA TERRA


1.1 – Evolução da acção humana
Desde há cerca de 30 000 anos atrás que existem indícios de impacte do
Homem no ambiente – a partir do momento em que a evolução cultural
humana se sobrepôs à evolução biológica, com um sistema muito mais rápido
e eficaz de adaptação ao meio ambiente. O primeiro indício desse impacto é o
desaparecimento de um grande número de mamíferos do continente
americano, ajudado pela sua caça pelo Homem. O aparecimento da agricultura
há cerca de 9 000 anos veio diversificar e intensificar os impactes na Natureza
(1), mas ainda assim a Humanidade conseguiu viver em relativo equilíbrio
ambiental até aos nossos dias. (Santos, 2008)
A grande alteração na relação da espécie humana com o ambiente deu-se já
no séc. XIX com a Revolução Industrial e a consequente alteração das
condições de vida das populações: aumento da produção, aumento da
população e consequente aumento e diversificação dos impactes sobre a
natureza. (Santos, 2008)
Na segunda metade do séc. XX começa aquilo que é designado por vários
autores como a Grande Aceleração – após a Segunda Guerra Mundial houve
aumento drástico da população mundial e o desenvolvimento de novas
estruturas económicas e políticas, acompanhados / causados pela expansão
de conhecimentos e pelo desenvolvimento científico e tecnológico. (Santos,
2008)
A partir desta Grande Aceleração o frágil equilíbrio do Homem com o Planeta
foi quebrado, havendo uma exploração constante de todos os recursos,
praticamente sem qualquer contemplação pelas possíveis consequências.

1.2 – Situação dos Ecossistemas


Segundo o Living Planet Index (WWF, 2008) os impactes provocados pelo
Homem na biosfera devem-se tanto à exploração dos recursos naturais para
satisfação das necessidades humanas (comida e bebida, energia, materiais) e

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A irrigação de terrenos para cultivo pelos Sumérios levou inadvertidamente à salinização dos solos.

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da produção dos resíduos associados a esta exploração como da alteração dos


ecossistemas naturais pela localização de cidades e infra-estruturas. A
acrescentar a estes dois aspectos está a disseminação de espécies invasoras
e de doenças, ligada à grande mobilidade actual do Homem no planeta.
Estes impactes podem agrupar-se em cinco grandes grupos: perda,
fragmentação ou alteração dos habitats; sobre-exploração das espécies;
poluição; disseminação de espécies e genes invasores; alterações climáticas.
As consequências actualmente visíveis são várias: já não há habitats naturais
(por fragmentação os conversão); os sistemas dos rios são quebrados por
barragens e pela irrigação; os ecossistemas marinhos encontram-se
degradados (pela pesca de arrasto, construção e indústria extractiva);
exploração intensiva (e acima da capacidade de regeneração) de espécies
animais e vegetais (pesca e caça, recolha de espécies, nomeadamente
madeira); declínio das espécies indígenas por introdução de invasoras;
poluição dos ecossistemas (sobretudo os aquáticos, quer por descarga de
elementos tóxicos quer por eutrofização); alterações climáticas, e todas as
consequências que isso acarreta a nível de todos os ecossistemas.

2. ECONOMIA E ECOLOGIA
2.1 – Constatação do problema
Os índicios da existência de um problema são incontestáveis (embora continue
a haver algumas correntes dissidentes que consideram não haver qualquer
problema e que tudo não passa de uma conspiração governamental contra a
liberdade individual…2) e a questão ambiental preocupa a população e os
governos mundiais – tem havido uma gradual tomada de consciência do
problema e da necessidade de o solucionar.
A necessidade de diminuir o fosso entre países ricos e países pobres e a
recente crise económica mundial vieram acender o debate sobre as teorias

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Eduardo F em http://ambio.blogspot.com/2010/01/malthus-e-as-alteracoes-climaticas.html, e alguns outros sites e
blogs algo extremistas (http://fascismoemrede.blogspot.com/2008/10/ecotretas.html;
http://viriatos.blogspot.com/search?q=aquecimento+global;
http://www.google.com/search?client=safari&rls=en&q=aquecimento+global+site:http://resistir.info/&ie=UTF-8&oe=UTF-
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económicas a seguir, e como é que elas se podem ou não enquadrar na


resolução dos problemas de sustentabilidade do planeta.

2.2 – Discurso dos Limites e Discurso Prometaico


À medida que a população mundial aumenta e que a economia cresce,
aumentam igualmente as pressões na biodiversidade. À medida que a
tecnologia e a ciência evoluem há uma melhoria na eficiência de utilização dos
recursos, e pode haver um aliviar da pressão. (WWF, 2008)
A interligação da economia e da conservação geram duas correntes de
pensamento, que podem ser definidas como (Martinez, 2006; Vale, 2009):
- A corrente que crê que o avanço da civilização já atingiu o seu limite
(ou para lá caminha), e que é necessário redesenhar a estrutura económica
para que privilegie o desenvolvimento com respeito pelos limites
ecossistémicos (Discurso dos Limites);
- A corrente que defende a manutenção da actual política económica
(com os objectivos de combate à pobreza, liberalização comercial e
crescimento económico), já que o desenvolvimento científico-tecnológico vai
responder às necessidades impostas pelo Planeta à medida que forem
surgindo (Discurso Prometaico).

2.3 – Discurso dos Limites


O Discurso dos Limites é apoiado por três factos irrefutáveis (Vale, 2009):
(i) a economia e um subsistema aberto de um sistema biofísico finito e não-
crescente; (ii) a economia cresceu e cresce numa dimensão física; (iii) as Leis
da termodinâmica aplicam-se ao sistema produtivo.
Ou seja, a economia funciona dentro de um sistema físico fechado – o planeta
Terra, que é necessariamente finito – o que a torna limitada pelas próprias
fronteiras do sistema em que existe: a produção irá necessariamente encontrar
limites na oferta dos recursos naturais (quando não o encontrou já).
A nova economia sustentável do século XXI baseia-se em três princípios (Vale,
2009):

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(i) compatibilidade entre crescimento económico e desenvolvimento


sustentável; (ii) foco nas energias renováveis, em termos de tecnologias
limpas, e nas mudanças climáticas, em termos de problema a ser
primordialmente enfrentado; (iii) aprofundamento da integração global, seja por
meio de um mercado de carbono, de transferências tecnológicas ou do
comercio de tecnologias limpas, como condição base para a implementação de
politicas de desenvolvimento sustentável.
Há que ter em conta dois aspectos essenciais: a oferta de matéria prima e a
absorção dos resíduos. (Vale, 2009)
Se há um limite para a escala da economia e este está próximo (por estarmos
a atingir o limite dos recursos do planeta) então qualquer posterior alteração da
economia só poderá basear-se na redistribuição. (o que vai de encontro aos
objectivos mundiais actuais de redistribuição da riqueza).
Sempre que há produção e consumo geram-se resíduos, que só conseguem
ser absorvidos pela natureza até um dado ponto – a partir do qual começam a
ser nocivos para o homem, quer directa quer indirectamente (através de
impactes nos ecossistemas e na biodiversidade)

2.4 –Discurso Prometaico


Esta visão da economia e da ecologia baseia-se na consideração de ausência
de limites dos ecossistemas, assim como na crença de que o progresso
tecnológico pode superar quaisquer restrições que surjam.
Segundo Vale (2009), esta teoria defende que a humanidade deverá continuar
indefinidamente o seu crescimento, e qualquer problema que surja será
resolvido pela própria expansão da economia e todo o progresso científico-
tecnológico associado ao desenvolvimento – as inovações não são apenas o
principal driver do crescimento, mas também um de seus resultados (Vale,
2009).
Pressupõe também que o aumento de escala da economia (devido ao
crescimento) esteja associados ao aumento da eficiência (maior produção com
menor matéria prima e menos resíduos). No entanto o aumento da eficiência

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costuma aumentar a procura fazendo com que não haja quer diminuição dos
produtos consumidos quer dos resíduos gerados. (Vale, 2009)

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É inegável a existência de um problema.
A importância da manutenção da integridade dos ecossistemas e da
biodiversidade não é quantificável do ponto de vista económico, mas são
inegáveis as consequências nefastas para o homem da destruição dessa
integridade.
É igualmente óbvia a necessidade de manter a qualidade de vida moderna dos
países desenvolvidos, e estende-la a todos os outros, acabando com as
assimetrias económicas.
É pois essencial não só proceder a uma utilização mais correcta e ponderada
dos recursos como também à sua redistribuição. E o desenvolvimento
científico-tecnológico deverá fornecer as ferramentas para conseguir esse
mesmo equilíbrio.
No entanto é também necessário travar a resposta do planeta às inúmeras
alterações a que tem sido sujeito – tal como sempre fez, a natureza vai-se
adaptando às circunstâncias, através de alterações nos ecossistemas, extinção
de espécies e evolução de outras espécies.
O planeta Terra vai continuar a existir, mesmo que não diminuamos a produção
de lixo, mesmo que não deixemos de causar a extinção de espécies, mesmo
com as mais drásticas alterações climáticas. A questão é se será um planeta
em que o Homem queira e possa viver.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
→ Johns, Per • Janeiro de 2006 • Dioniso crucificado [sobre Vicente Ferreira da Silva]. •
Agulha: revista de cultura # 49, Fortaleza, São Paulo, Brazil • consultado em 19-02-
2010 em http://www.revista.agulha.nom.br/ag49silva.htm

→ Martinez, Vinício Carrilho • 22/06/2006 • 2001: A odisseia humana da técnica e da


política • Directorio del Estado • consultado em 19-02-2010 em
http://www.gobiernoelectronico.org/node/4868

→ Santos, Filipe Duarte • 03-05 Julho 2008 • Riscos de Insustentabilidade - Quais os


Caminhos para um Desenvolvimento Sustentável • V Seminário Ibérico / I Seminário
Ibero-americano; Universidade de Aveiro, Portugal • consultado em 15-02-2010 em
www.ua.pt/dte/ReadObject.aspx?obj=8140

→ Vale, Petterson Molina • 2009 • A Condição Estável da Economia: Teoria e Prática


• Encontro Nacional de Economia 2009, ANPEC – Associação Nacional dos Centros
de Pós-graduação em Economia, Brasil • consultado em 19-05-2010 em
http://www.anpec.org.br/encontro2009/inscricao.on/arquivos/000-acfa0846f577c45dfaec8631e3c0b0c1.pdf

→ WWF • 2008 • Living Planet Report 2008 • WWF-World Wide Fund For Nature & ZSL
– Zoological Society of London & GFN – Global Footprint Network • consultado em 02-
2010 em http://assets.panda.org/downloads/living_planet_report_2008.pdf

→ Blanco, Carlos • Ambiente e sustentabilidade • em O País online • consultado em


15-02-2010 em http://www.opais.net/pt/opais/?det=8079&id=1792&utm_medium=refe

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