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Tabela Salarial da Administração Pública anunciada pelo Governo

DECLARAÇÃO DO STAL
1. De forma metódica, o Governo tem nos últimos dias feito chegar à Comunicação
Social alguma informação avulsa sobre a nova tabela salarial da Função Pública,
procurando de forma propagandística fazer passar uma imagem «rosa» do novo
sistema retributivo. Desta forma procura esconder o efectivo lado negro do diploma de
vínculos, carreiras e remunerações e esvaziar o profundo descontentamento que
grassa entre os funcionários da Administração Pública, públicos, fruto da política
imoral e injusta que tem vindo a prosseguir, dos ataques sistemáticos aos seus
direitos e da perda continuada de poder de compra nos últimos anos, desmobilizando-
os relação das lutas já marcadas para os próximos dias.

2. A Direcção Nacional do STAL, Sindicato Nacional dos Trabalhadores da


Administração Local, reunida no dia 7 de Março de 2008, não pode deixar de repudiar
veementemente este comportamento do Governo, considerando-o: desleal, porquanto
vem através da imprensa divulgar matéria legislativa que está sujeita a negociação
sem que da mesma tenha dado qualquer conhecimento prévio aos sindicatos e aos
trabalhadores; desonesta, porque recorre à demagogia e á mentira em torno das
escalas salariais em vésperas de uma semana de luta anunciada pelos sindicatos da
Administração Pública.

3. A referência à possibilidade dos trabalhadores das carreiras Técnico-Superior, da


carreira de Assistente Técnico e da carreira de Assistente Operacional poderem
progredir mais nas respectivas carreiras em alguns escalões, bem como o anúncio da
cedência à longa luta travada pelos Sindicatos, em especial pelo Sindicato dos
Trabalhadores da Administração Local, na defesa de um salário mínimo na função
pública não inferior ao salário mínimo nacional, constituem exemplos claros das
intenções do Governo em desmobilizar os trabalhadores, não podendo o STAL deixar
de lembrar que, por exemplo, os técnicos hoje admitidos para a Administração
Pública são-no em regra como estagiários, o que para além de constituir uma
aberração impõe salários que oscilam entre os quinhentos e os setecentos euros.

4. No entanto, a grande verdade é que as progressões nas carreiras que antes


dependiam simplesmente das classificações obtidas nos anos anteriores passarão
com o novo regime de vínculos, carreiras e remunerações (Lei nº 12-A/2008 de 27 de
Fevereiro) a depender de quotas previamente definidas e das verbas orçamentadas
pelos serviços para isso, sendo os dirigentes dos serviços também eles próprios
avaliados por essa gestão.

5. Na prática o estabelecimento de quotas impede que sejam atribuídas mais de 5% de


classificações máximas, pelo que grande parte dos trabalhadores, incluindo técnicos
superiores e chefias, deixarão de poder beneficiar das progressões ou levarão muito
mais tempo para poderem progredir na carreira, o que fará com que o poder de
compra se degrade na Administração pública para a generalidade dos trabalhadores.

6. Perante tudo isto, a propaganda feita em torno da possibilidade dos trabalhadores


poderem progredir mais nas suas carreiras não passa de uma mera e falsa
expectativa, pois para a esmagadora maioria esse acesso estar-lhes-á vedado ou
levarão décadas para poderem beneficiar delas.

7. Refira-se ainda que, analisando a «nova tabela salarial única» dos funcionários
públicos divulgada pelo Governo junto da imprensa, se é verdade que com excepção
do Encarregado de Pessoal Operário o salário máximo irá ser no futuro superior ao
actual, a verdade é que se trata de um nível a que larga maioria dos trabalhadores
nunca acederá e, por outro lado, existem carreiras em que o salário será inferior no
futuro e ficará congelado por diversos anos, casos dos Chefes de Secção, dos
Coordenadores da Carreira Técnica Profissional e do Encarregado de Pessoal
Operário. Noutras carreiras ainda o salário mínimo mantém-se, como é o caso das
carreiras de assistente técnico e encarregado geral operacional.

8. Acresce que o novo sistema retributivo discrimina negativamente os trabalhadores


que no futuro venham a ingressar na administração pública, não lhes permitindo o
acesso a determinados escalões a que os actuais trabalhadores ainda conseguem
aceder. Estamos perante mais um atraso civilizacional, porquanto se até agora aos
jovens foi permitido beneficiar das conquistas obtidas pelos trabalhadores ao longo
dos anos, com este Governo verifica-se um retrocesso nessas conquistas e criam-se
conflitos de gerações no interior da Administração Pública.

9. Assim a Direcção Nacional do STAL considera que, face à informação que tem vindo
a ser difundida pela imprensa e à legislação entretanto publicada, não restam
quaisquer dúvidas de que o novo sistema retributivo da Administração Pública
prejudica gravemente os trabalhadores e visa fundamentalmente controlar a despesa
pública com pessoal, impondo a degradação dos salários no sector, seguramente
procurando criar condições para o aumento das margens lucrativas dos privados a
quem o Governo tem vindo a entregar avidamente os serviços públicos essenciais e a
generalidade dos serviços do Estado.

Lisboa, 7 de Março de 2008

A Direcção Nacional do STAL

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