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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

GABINETE DO SECRETÁRIO

São Paulo, 26 de janeiro de 2010


Ofício GS nº 0357/2010

Ref.: Processo TC – 039.977/026/06


Secretaria de Estado da Saúde–INSTITUTO ADOLFO
LUTZ
X ESSENCIAL SISTEMA DE SEGURANÇA LTDA.
Termos de Reti-Ratificação celebrados em 20/4/2007;
02/7/2007 e 31/7/2007

Senhor Presidente,

A Secretaria de Estado da Saúde, neste ato representada pelo


Secretário de Estado da Saúde, inconformada com o teor da r. Sentença prolatada nos
autos do processo, em referência, publicado no D.O.E. de 13 de janeiro de 2010,
reputando irregulares os Termos de Reti-Ratificação celebrados, em 20/4/2007,
02/7/2007 e 30/7/2007, ao Contrato de Prestação de Serviços de Vigilância/Segurança
Patrimonial firmado, em 28/12/2006, entre o Estado de São Paulo, por intermédio desta
Secretaria da Saúde/Instituto Adolfo Lutz e a empresa Essencial Sistema de
Segurança Ltda, e, por conseqüência, determinando a aplicação dos incisos XV e
XXVII, do art. 2º da Lei Complementar estadual nº 709/93, vem, tempestivamente, com
fulcro no disposto nos artigos 56 e 57 da Lei Complementar nº 709, de 14 de janeiro de
1993, interpor R E C U R S O O R D I N Á R I O , pelos fundamentos de fato e de
direito que seguem enunciados.
Aproveita a oportunidade para externar sentimentos de elevado
respeito e distinta consideração.

LUIZ ROBERTO BARRADAS BARATA


Secretário de Estado da Saúde

A Sua Excelência o Senhor


Doutor EDGARD CAMARGO RODRIGUES
D.D. Presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo
Nesta

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GLGPC

RAZÕES DE RECURSO

I – DOS FATOS

Em apertada síntese, os fatos são os seguintes.


O Instituto Adolfo Lutz, da Coordenadoria de Controle de Doenças – CCD,
atendendo a solicitação do Instituto Clemente Ferreira, autorizou aditamento do
contrato firmado com a empresa Essencial Sistema de Segurança Ltda. para incluir 4
(quatro) novos postos de vigilância (dois diurnos e dois noturnos), com a finalidade de
atender necessidade premente daquela unidade, haja vista a rescisão do contrato
existente com a empresa Phanton Secutity Vigilância Ltda, em razão de estar, esta, em
estado pré-falimentar, sem condições de manter os compromissos assumidos perante
aquele órgão.
O aditamento representou valor que ultrapassou a porcentagem prevista
na Lei nº 8666/93 (25%), em torno da quantia de R$11.600,00 (onze mil e seiscentos
Reais).
Destarte foi, tempestivamente, justificada perante a E. Corte a
necessidade do aditamento, ressaltando-se a inocorrência de qualquer conseqüência
prejudicial ao Estado ou aos participantes, muito ao contrário, em inequívoca proteção
ao patrimônio público.
Não obstante, por intermédio do Diário Oficial do Estado de 13 de janeiro
de 2010, a Administração tomou ciência da r. Sentença proferida, em 12 de janeiro de
2010, cujos termos reputaram irregulares os Termos de Reti-Ratificação ao Contrato, e
ilegais as despesas decorrentes, determinando a aplicação dos incisos XV e XXVII, do
art. 2º da Lei Complementar estadual nº 709/93,
Feito o breve relato, passemos aos fundamentos de fato e de direito sobre
os quais se assentou a conduta da Administração, de cujo teor, com todo o respeito, se
extrai a imperiosa necessidade de reforma da r. decisão, com vistas a prevalecer a

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justiça, não apenas à Recorrente, mas, de modo especial, à legitimidade jurídica e,


mais além, ao interesse público.
I I . DO DIREITO

A Administração Pública muitas vezes enfrenta situações que trazem


insegurança quanto à conduta a ser adotada.
Buscando proteger o interesse público, afastar o risco de lesões de
graves e de difícil reparação, se vê compelida a adotar conduta não prevista em lei,
mas que acautela os interesses da coletividade e, via de conseqüência, o protege
quando posto em risco por determinada situação.
Essa legitimidade não extrapola a atual abrangência do princípio da
legalidade que vem sofrendo, efetivamente, alargamento, arrefecendo a idéia de
legalidade estrita, pela qual o Estado se submete apenas à lei em sentido puramente
formal, desconsiderando os valores inseridos, expressa ou implicitamente, na
Constituição, como bem ensina Maria Sylvia Zanella, (Direito administrativo, 20ª. ed. São
Paulo: Atlas.p.28).
Legalidade, moralidade e legitimidade passaram a ser conceitos que se
integram e se completam.
Nessa linha a conhecida decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo:

O controle jurisdicional se restringe ao exame da legalidade do ato


administrativo; mas por legalidade ou legitimidade se entende não só a conformação do ato
com a lei, como também com a moral administrativa e com o interesse público.

A falta de amparo ou a ausência de previsão legal não pode impor à


Administração atuação que exige sacrifício dos interesses públicos que estão sob sua
guarda, em descompasso com a supremacia do interesse público e a indisponibilidade
desse interesse.
Assim, medidas de cautela devem ser promovidas pela Administração,
mesmo sem previsão legal, para afastar riscos e lesões irreparáveis ao interesse
público, quando houver fundado receio dessas ocorrências.
Ademais, o poder-dever de cautela da Administração a impulsiona e
autoriza a adotar medidas que a protejam de prejuízos que possam advir da falta de
segurança de seu patrimônio, notadamente, aplicando-se à situação sob enfoque, do
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prédio do Instituto Clemente Ferreira, situado em região conhecidamente vulnerável à


ação de criminosos, como largamente divulgado pela imprensa, (Anexos II, III e IV).
Isso posto, com base nos poderes implícitos da Administração, no
princípio constitucional da eficiência, e ainda, em decorrência do alargamento do
princípio da legalidade, que submete o Estado não apenas à lei em sentido puramente
formal, mas ao Direito, abrangendo todos os valores inseridos, expressa ou
implicitamente, na Constituição, justifica-se a adoção, pelo Administrador, de solução
que preservou o interesse público, salvaguardando a Administração de riscos de
prejuízos decorrentes de danos ao patrimônio público e de lesões de difícil reparação
aos administrados.

I I I - DA LEGITIMIDADE DA CONDUTA DA ADMINISTRAÇÃO

Insta salientar que o Instituto Clemente Ferreira, assim como o Instituto


Adolfo Lutz - IAL, está vinculado à Coordenadoria de Controle de Doenças – CCD, que
é a instância da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo responsável pelo
planejamento das ações que proporcionam o conhecimento, a detecção e a prevenção
de quaisquer mudanças nos fatores determinantes do processo de saúde individual e
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle de
doenças e agravos.

O Instituto Adolfo Lutz, coordena, no Estado de São Paulo, a Rede de


Laboratórios de Saúde Pública para Tuberculose, dentre outras redes.
O Instituto Clemente Ferreira, que se caracteriza por ser um Centro de
Referência Ambulatorial, para o Estado de São Paulo, na abordagem diagnóstica, na
terapêutica e no desenvolvimento de pesquisas para o combate à tuberculose e
demais doenças pulmonares, abriga um dos mais importantes laboratórios de
tuberculose do País. Lá são realizadas análises e pesquisas com o bacilo da
tuberculose e isoladas as cepas, muitas das quais resistentes a qualquer
medicamento, que em seguida são encaminhadas ao Laboratório de Referência –
Adolfo Lutz. Tanto é que qualquer manipulação do bacilo deve ser realizada somente
em laboratórios de segurança biológica, (Anexo I).

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Esse arsenal biológico sob a guarda do Instituto Clemente Ferreira


representa, no caso de manipulação incorreta, um grave risco à saúde, podendo,
inclusive, ser utilizado como “arma biológica”.
Ocorre que o Instituto Clemente Ferreira se localiza em área Central da
Cidade de São Paulo, ao lado da Praça Roosevelt, região que constantemente abriga
manifestações populares e também incidentes de repercussão nacional, ( Anexos II e
III).
Releva ressaltar que, dias antes do aditamento do contrato em tela,
Edifícios Públicos da cidade foram invadidos por manifestantes sem teto,
inclusive um edifício localizado na região da Praça Roosevelt, (Anexo IV).
Por ocasião da solicitação da Coordenadoria de Controle de Doenças,
(Anexo V), à qual, reprise-se, tanto o Instituto Adolfo Lutz quanto o Instituto Clemente
Ferreira estão subordinados, foi avaliada a situação sob a égide do risco à saúde e da
necessidade premente de ação do Instituto Adolfo Lutz, enquanto coordenador
responsável pela Rede de Laboratórios de Tuberculose. Indubitavelmente uma invasão
às dependências do Instituto Clemente Ferreira e a manipulação indevida de pertences
daquele instituto representaria risco iminente de dano, talvez irreversível, à população
da cidade de São Paulo.
Nesse diapasão, a inclusão, no contrato do Instituto Adolfo Lutz, do
Instituto Clemente Ferreira, ambos vinculados à mesma Unidade Orçamentária,
(Coordenadoria de Controle de Doenças), não teve por escopo a fuga à lei, mas sim, a
preservação da integridade e da saúde da população e manutenção do patrimônio
público, que estava ameaçado em função da ruptura do contrato de segurança até
então vigente.
Urge destacar o risco a saúde que representava uma Instituição, como
o Clemente Ferreira, permanecer um dia sequer sem segurança.
Ademais, era cediço que a empresa que prestava serviços de
segurança, à época, ao Instituto Adolfo Lutz possuía larga experiência em ambientes
de risco biológico.
Não é exagero justificar que a decisão teve por lastro, também, a
hipótese de dispensa de licitação insculpida nos termos do artigo 24 da Lei 8.666 /93
-“é dispensável de licitação, item III – nos casos de guerra ou grave perturbação
de ordem”.

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Também carece de exagero afirmar-se que a Coordenadoria de


Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde pautou sua concordância com
o referido aditamento, não só no risco que representava a ausência de segurança no
Instituto Clemente Ferreira, mas ainda, pelo receio de perturbação de ordem, e pelo
estado de necessidade, assim entendendo, por analogia à disposição consubstanciada
nos termos do artigo 24 do Código Penal Brasileiro, “Considera-se em estado de
necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou
por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.”
Importa salientar, por fim, que imediatamente após notificada da
decisão dessa E. Corte a respeito, esta Administração declarou a nulidade do Termo
de Reti-Ratificação ao Contrato nº 12/2006, ( anexo VI), determinando a apuração de
responsabilidade.
Segue-se, do quanto até agora se considerou, que o contrato que
deu origem aos aditamentos foi considerado substancialmente inatacável. Em
decorrência, os aditivos emergiram de evento superveniente, que condicionou a
decisão adotada, norteada pela convicção de conferir segurança e preservar o
interesse público.
Nesse diapasão, a evidência de ter sido superado o percentual
prescrito em lei para o acréscimo contratual, em valor insignificante, diga-se de
passagem, diante da proporção do risco considerado, roga-se, deve ser atribuída a
simples manifestação da falibilidade humana, diante de um elemento acidental
introduzido e que, no entanto, nenhum prejuízo trouxe ao interesse público, ou ao
contrato, estritamente pautado nos requisitos legais.
O que se acentua, em suma, é que a preservação do interesse
público, da moralidade administrativa, da economicidade e dos benefícios finais dos
aditamentos não comprometeram a Administração, nem causaram prejuízo ao Estado;
muito ao contrário, evitaram danos irreversíveis à coletividade e ao patrimônio público.
A publicidade, ainda que a destempo, foi efetivada.
O contrato foi avalizado pela instância jurídica da Pasta.
Enfim, prevaleceu tudo o que a boa Administração exige de seus
agentes, que é a utilização de toda a perícia, eficiência e critérios necessários à
satisfação das suas necessidades concretas.

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Estas considerações finais estão sintetizadas no belo comentário


do Prof. Celso Antonio Bandeira de Mello, (in Discricionariedade e Controle
Jurisdicional, São Paulo, Malheiros, 1992, p.35):

“(...) a norma legal só quer a solução ótima, perfeita, adequada às


circunstâncias concretas, que, ante o caráter polifacético, multifário, dos atos da vida, se vê
compelida a outorgar ao administrador – que é quem se confronta com a realidade dos fatos
segundo seu colorido próprio – certa margem de liberdade para que este, sopesando as
circunstâncias, possa dar verdadeira satisfação à finalidade legal.”

IV – DA IMPERIOSA NECESSIDADE DE REVISÃO DO “DECISIUM”

À vista dos argumentos, ora expendidos, que espelham,


“quantum sufficit”, que a Administração agiu no estrito cumprimento do mister que lhe é
atribuído, com esmero no trato da causa pública, a Recorrente, à luz dos preceitos
normativos e dos princípios constitucionais relevantes, protetores das relações
administrativas, aguarda serenamente seja provido o presente apelo, com a reforma do
“decisium”, proferido por essa Egrégia Corte de Contas, quando então far-se-á,
destarte, justiça não apenas à Recorrente, mas à legitimidade jurídica e, mais além, ao
interesse público.

Pede e espera deferimento.

São Paulo, 27 de janeiro de 2010

LUIZ ROBERTO BARRADAS BARATA


Secretário de Estado da Saúde

GLGPC

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