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Guernica
O horror e a arte
"A Arte não é a verdade. A Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a verdade".
Pablo Picasso
São Paulo
2009
Índice:
Identificação da obra
Titulo: Guernica – P. Picasso – retrata o ataque a Guernica, Espanha, o berço Basco.
Tela Guernica
Dados do autor: Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios
Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso.
Nasceu em Málaga, 25 de outubro de 1881 ― Faleceu em Mougins, 8 de abril de 1973, reconhecido como um dos
mestres da Arte do século XX. Considerado um dos artistas mais famosos e versáteis de todo o mundo, criou
milhares de trabalhos: pinturas, esculturas e cerâmica, usando, enfim, todos os tipos de materiais. Ele também é
conhecido como um co-fundador do Cubismo, junto com Georges Braque (Wikipedia).
Filho de professor de desenho e pintura, famoso e ainda jovem era admirado e solicitado pelos célebres e
poderosos, notoriamente um espanhol simples, saudável e generoso, transbordava uma formidável capacidade de
trabalho, gostava do bem viver: boêmio em de Paris, do sol do Mediterrâneo, dos toros, da gente simples e das
mulheres formosas, viveu bem. Faleceu com 92 anos, quando jovem, em Barcelona, estudou Belas-Artes e pintou
seus primeiros quadros de tendência acadêmica, ressaltando-se Ciência e Caridade (1897).
Iniciando o século XX, 1904 (com 23 anos), foi para Paris, recebeu a influência de Gauguin e Toulouse-Lautrec
passou pelo período azul, com obras de tema
popular, e período rosa, focando o mundo do
circo.
Na primavera de 1907, pintou As Senhoritas de
Avignon, rompendo com a profundidade espacial,
representando as figuras em simultaneidade de
planos, iniciando assim seu período cubista.
Destaque para as partes representando os jornais da época, da impressão que o autor embrulhou parte das
maquetes com jornais e as colou na tela. Com formas geométricas, representação do cubismo (ver abaixo).
http://historia.abril.com.br/guerra/bombardeio-guernica-chuva-fogo-435298.shtml
Sua composição retrata as figuras através de um enquadramento triangular. A obra é cheia de simbolismos, figuras
que pela sua imagem passam a mensagem com significado outro, mostrando: a força do povo; a dor; a não
segurança...
Dramáticas e violentas, são palavras que definem bem as figuras apresentadas na tela, a mãe chorando a morte do
filho e o ameaçador touro de cabeça humana, a luz do centro, o "olho" luminoso do candeeiro que derrama uma
luz inóspita, a mulher com a lâmpada na mão lembra-nos a Estátua da Liberdade, o homem desesperado levanta
os braços ao céu, o braço mutilado, empunhando a espada partida, um emblema da resistência heróica e o cavalo
ferido.
O cavalo tem a semelhança do touro, uma figura saída da mitologia espanhola; representa o povo que sofre,
através do opressor touro, símbolo da brutalidade, das forças do mal.
No lado direito, inferior, a personagem caminhando, mostra uma postura inferior, cansada, triste, sofrida, lembra
Jesus carregando a cruz.
No centro, boquiaberto, vemos uma figura com semblante de surpresa, olhando para a mistura de cavalo e touro.
O Cavalo, com a ferida aberta pela lança em seu peito, expressa toda sua dor e sofrimento.
Finalizando, o grande destaque, a mãe carregando a criança morta. A expressão da mãe, sua postura, ela tem um
olhar descentralizado, perdido, direcionado para o céu, ao mesmo tempo em que parece pedir socorro, nos indica
estar catatônica, algo que adiciona horror a tela, faz parecer que desistiu.
Guernica, uma cidade antiga de especial significado para o povo basco, traz uma história de conquistas políticas,
refletindo na união deste povo, impacto direto na sua moral.
Um destaque do julgamento de Nuremberg foi o comandante da Luftwaffe: Hermann Goering, revelou que o
ataque foi um laboratório para ensaiar “sistemas de bombardeios com projéteis explosivos e incendiários”.Veja
abaixo o item “A Manchete - 'o ataque a Guernica'”, detalhe do texto: Publicado na Folha da Manhã, sexta-feira,
30 de abril de 1937.
Bombardeio em Guernica: fogo, bomba, destruição, morte, horror: Há 70 anos, a cidade basca de Guernica foi
vítima do primeiro grande bombardeio moderno. Os
nazistas demonstraram o que seria a Segunda Guerra.
Era uma segunda-feira, 26 de abril de 1937, dez
minutos antes de o ataque aéreo começar, os cidadãos
de Guernica estavam numa feira livre, a cidade foi
destruída, queimada, o mundo conheceu o poder dos
ataques aéreos, assistiu a engenharia humana para a
destruição.
http://historia.abril.com.br/guerra/bombardeio-guernica-chuva-fogo-435298.shtml
Por que a tela tem o estilo que tem? Devido ao horror, o sangue, a queima, a
destruição, o autor fez uma tela branco e preto (com escala de cinza), a óleo, no estilo cubismo, com
enquadramento triangular. Assim, pelos olhos do autor, podemos ver a mensagem de banalidade que foi tal
massacre, quanta dor, ódio, tristeza, força negativa, de modo simples, com figuras simples e homogêneas.
Que efeitos pretendeu produzir no público? Picasso buscava mostrar que foi
um grande engano o ataque, valorizou os seres humanos, seus valores, sua moral, seus objetivos, a vida. Mistura
mitologia e realidade, ressalta os maiores valores do homem e mostra seus medos. Entendo como um pedido que
tal fato nunca mais se repita, que o homem se entenda.
Güernica poderia ter sido um simples quadro ou uma tela a mais em qualquer museu do mundo ou enfeitando a
parede de um palácio ou casa de qualquer afortunado, caso ele não fosse criado em uma ocasião específica e em
um momento peculiar para a Humanidade.
O quadro foi encarregado para decorar o pavilhão espanhol da Exposição Internacional de Paris em 1937, a
pedido de um governo legítimo, para ser utilizado como meio de propaganda política em prol da democracia e
liberdade.
A diferença entre esta obra e qualquer outra, está justamente nas circunstâncias dos acontecimentos que o quadro
relata.
O fato é, que a tragédia espanhola adquiriu imediatamente uma dimensão internacional. A Humanidade ao saber
da hecatombe provocada pelo bombardeamento experimental-científico nazista, onde quer que estivessem,
sentiram-se ameaçados.
Infelizmente as guerras não terminaram com o final da 2ª Guerra Mundial, sendo a população civil sempre a mais
afetada em qualquer confronto bélico devido justamente estar desarmada e despreparada.
Fatos como: animais treinados para o ataque, crianças mortas, homens torturados ou mulheres violadas em meio
de conflitos, eram tidos como algo “normal” em meio de tanta aberração do ser humano, mas, que também já
fazem parte de um passado histórico de guerras.
Hoje, a desumanidade vai além do imaginário no século XX onde crianças e mulheres viraram soldados e os
soldados se converteram em muitos casos, em homens-bombas.
A problemática do País Vasco hodierna, continua seu curso atual, com setores mais radicais que seguem exigindo
por meio de ações políticas e armadas o seu desmembramento do Estado espanhol e a proclama de sua soberania.
Euskadi ou País Vasco é um povo suigeneris no norte da Espanha que causa estranheza por sua hospitalidade e
acolhimento aos que ali chegam. O homem vasco ou “Euskaldun” será sempre onde quer que esteja e transmite de
forma consangüínea o “espírito vasco” aos seus filhos e netos, de forma que, sabendo desta condição de Pablo
Picasso ser filho de um vasco, possivelmente houve uma grande coincidência ou uma deliberação por parte do
governo espanhol para que essa obra fosse realizada por um semelhante.
Guernica, até hoje é motivo de espanto pelo seu poder social que causou e causa à sociedade espanhola.
Há alguns anos, o governo vasco solicitou ao Ministério da Cultura da Espanha o empréstimo do quadro, com o
objetivo de expô-lo no museu Guggenheim em Bilbao(Viscaya - Pais Vasco) durante a cerimônia dos 70 anos do
bombardeio, completados em abril de 2007. Assim que soube do pedido, a ministra espanhola da Cultura,
Carmen Calvo, avisou que o quadro não sairia do museu Rainha Sofía, em Madri.
“Eu não faço política com peças do patrimônio público espanhol”, defendeu a ministra.
Revoltada, a porta-voz do governo vasco, Miren Azkarate, afirmou não entender por que uma obra que já viajara
meio mundo não poderia fazer um curto traslado de ida e volta.
A maioria das obras de arte se engaja no cotidiano de uma sociedade marcada por tendências, porém, somente se
destacam as que marcam uma mudança no rumo das tendências.
Guernica é uma dessas obras que transformam a sociedade da época, e ainda sendo um quadro que relata os
horrores da guerra, não leva insígnia de ideologia alguma.
Subscrevo o discurso efetuado pelo então ministro brasileiro Cristovam Buarque em uma conferência em Nova
York sobre a internacionalização da Amazônia, entendendo que o Güernica deveria ser também considerado não
somente patrimônio público do povo espanhol, senão como Patrimônio da Humanidade.
“O que você acredita que é um artista? Um imbecil que só tem olhos se for pintor, ouvidos se for músico, ou uma
lira em todos os andares do coração se for poeta? Muito pelo contrário, ele é ao mesmo tempo um ser estético,
constantemente em alerta diante dos dilacerantes, ardentes ou doces acontecimentos do mundo, refletindo-os na
forma como realiza sua obra. Como seria possível desinteressar-se dos outros homens? Graças a qual indolência,
dissociar-se de uma vida que eles lhe trazem de modo tão abundante? Não, a pintura não é feita para decorar
apartamentos. É um instrumento de guerra ofensivo e defensivo contra o inimigo”.
Pablo Picasso
A vanguarda das tropas do general Molla encontra-se a treze milhas de Bilbáo - Oficialmente confirmada a quéda
de Durango e Lequeitio - Grande baixa dos valores nos mercados de Londres e Paris - Coberto em menos de sete
horas o emprestimo para a defesa nacional britannica
A antiga capital da Biscaya foi completamente incendiada - A vanguarda nacionalista encontra-se a treze milhas
de Bilbáo - Officialmente confirmada a quéda de Durango e Lequeitio
Fronteira Franco-Hespanhola, 29 - As tropas do general Emilio Molla entraram esta noite em Guernica, a cidade
sagrada dos bascos, derrubando, assim, as ultimas defesas de Bilbao e abrindo caminho para a occupação
completa da costa de Biscaya.
A vanguarda nacionalista encontra-se agora a 13 milhas da capital basca - aliás, completamente cercada. O
general Molla, de accordo com certas noticias, teria baixado ordens no sentido de que a occupação da cidade se
realizasse no proximo domingo - 63o aniversario do cerco da cidade na guerra carlista - outrora dia de jubilo para
seiscentos mil bascos, orgulhosos de sua semi-autonomia. Hoje milhares de carlistas, ou "resuettes", de boinas
vermelhas e camisas azues, obedecem ás ordens do general Molla, anciosos por vingar a derrota de 1874. Durante
as proximas 24 horas varios grandes contingentes nacionalistas - entre os quaes figuram diversos batalhões
italianos, marcharão pelos valles do Cantabrico, sobre Bilbao, preparando o caminho para o ataque final do grosso
das forças do general Molla.
A occupação de Guernica pode considerar-se como o trágico epilogo de uma das peores phases da mais terrivel
guerra civil que a historia recorda. A queda da cidade que outrora foi a séde da cultura e de todas as tradições
bascas, foi naturalmente recebida no quartel-general de Salamanca, com grandes manifestações de regozijo.
Lisboa, 29 - O governo de Bilbao intimou a população civil de Guernica a retirar-se da cidade, segundo diz a
estação de radio de S. Sebastião.
Em continuação, a mesma estação diz: "Os bombardeiros de Vitoria, de Pamplona e desta cidade continuam
combatendo os incendios em Eibar. O fogo é tão forte que resiste os esforços dos bombeiros. Parece que se
conseguiu salvar a cathedral, que foi construida no seculo XVI.
Apezar dos esforços, os primeiros incendios suffocados ameaçam ainda voltar a queimar. Grande parte dos
machinismos das fabricas foi destruida e o restante das instalações foi levado pelo inimigo. O calor do incendio
propaga-se a grande distancia. Os incendios foram provocados com o emprego de benzina, petroleo, bombas
incendiarias e dynamites".
Frente de Biscaya, 29 - As tropas nacionalistas occuparam depois do meio dia a Vila de Guernica. A guarnição
governamental que alli se achava, retirou-se, abandonando grande quantidade de fuzis. A cidade foi
completamente incendiada, antes da evacuação das tropas governamentaes. Entre os prisioneiros feitos pelos
nacionalistas, encontra-se um coronel de um batalhão de Santander - Georges Botto.
Salamanca, 29 - O Quartel General Nacionalista affirma que é falsa a declaração do presidente da Republica
Euzkardi de que Guernica tenha sido bombardeada e incendiada pelos partidarios do general Franco.
A aviação tomou photographias afim de comprovar o incendio e a destruição e convidou os correspondentes
extrangeiros a acompanhar as tropas até Guernica - Romero.
A tomada de Banosubernaga
Lisboa, 29 - A estação de radio de Sevilha informou o seguinte: - "Os nacionalistas ocuparam Banosubergana, a 4
kilometros de Marquina."
Calcula-se em varios milhões de pesetas o valor das joias e titulos retirados dos bancos de Madrid, e pertencentes
a particulares.
Durango, 29 - Os nacionalistas aprisionaram mais de mil soldados do governo na tomada de Durango, a qual foi
completada às 19 horas de hontem, tendo sido mortos ou aprisionados todos os legalistas que se deixaram ficar na
cidade.
Bilbáo, 29 - Embora as primeiras noticias sobre a ocupação de Durango pelos rebeldes fossem prematuras, sabe-se
agora que elles entraram naquella cidade, que encontraram em ruinas. Os legalistas, ao reorganizarem suas linhas,
foram forçados a promover ao posto de tenente alguns cadetes recentemente sahidos das academias militares.
Amorebieta atacada por navios rebeldes
Bayonne, 29 - Comunicam de Bilbáo que navios nacionalistas bombardearam Amorebieta, causando poucas
vitimas.
“Um dos quadros que melhor transmite todo o desespero advindo da guerra é o intemporal Guernica de Pablo
Picasso, fazendo plena justiça à expressão "uma imagem vale por mil palavras". No início de mais um ano, quase
no fim do milénio, aqui neste cantinho do Mundo Ocidental, é tempo de pensar no outro Mundo, cujos povos
vivem em palco de guerra, e para os quais nada resta senão esperar por dias de paz.
Picasso não tinha sido muito afectado pela I Guerra Mundial e só com a Guerra Civil Espanhola se interessou por
política, tornando-se vivamente solidário com os republicanos. As fotografias que aparecem na imprensa no início
de Maio de 1937 relativas ao bombardeamento de Guernica (antiga capital do País Basco) em 36 de Abril tocam-
no profundamente. Passado pouco mais de um mês e após 45 estudos preliminares, sai do seu atelier de Paris o
painel Guernica (3.50x7.82 m) para ser colocado na frontaria do pavilhão espanhol da Exposição de Paris de 1937
dedicada ao progresso e à paz.
Rapidamente o painel se transforma num objeto de protesto e denúncia contra a violência, à guerra e a barbárie:
"O quadro converte-se numa manifestação da cultura na luta política, ou melhor dizendo, no símbolo da cultura
que se opõe à violência: Picasso opõe a criação do artista à destruição da guerra"(1).
Donde vem a genial monumentalidade que faz de Guernica uma obra tão singular? Na minha opinião, o seu poder
advém da carga emotiva que possui. Efectivamente, o painél não representa o próprio acontecimento, o
bombardeamento de Guernica, mas "evoca, por uma série de poderosas imagens, a agonia da guerra total"(2),
chegando a constituir uma visão profética da desgraça da guerra que nos ameaça hoje e que nos ameaçará no
próximo século que segundo S. Huntington "se caracterizará por muitos conflitos de pequenas dimensões"(3),
devido em grande parte à existência, na actualidade, de mais de meia centena de estados fragéis e desintegrados.
De facto, a destruição de Guernica foi a primeira demonstração da técnica de bombardeamentos de saturação,
mais tarde empregue na II Guerra. Picasso já em fase pós-cubista, consegue aqui tornar o acto pictórico na
narração objectiva da ideia que formou perante o acontecimento e da emoção que sentiu. Com ele,"a pintura
carrega consigo o seu património de experiências emocionais" deixando de ser "um ideal abstracto de beleza
formal ou de representação lírica da aparência vísivel"2. Citando o artista: "Quando alguém deseja exprimir a
guerra, pode achar que é mais elegante e literário representá-la por um arco e uma flecha, que de facto, são
estéticamente mais belos, mas quanto a mim (...) utilizaria uma metralhadora"(4).
Tecnicamente tudo em Guernica contribui para a transmissão de emoções avassaladoras a começar pelo uso da
técnica de "collage" de que Picasso e Braque tinham sido pioneiros em 1911-12 e que o primeiro aqui retoma, já
não "colando" objectos na superfície do quadro mas pintando como se fizesse colagens; com este Cubismo de
Colagens cria-se um conceito de espaço pictórico radicalmente novo não criado por nenhum artifício ilusionista
mas pela sobreposição dos "recortes" planos, neste caso especifíco em tons de preto e cinzento atravessados por
claridades brancas e amareladas, numa total ausência da cor, inexoravelmente evocativa da morte.
A par disso, Picasso recorre a formas dramáticas, violentas, a fragmentações e metamorfoses anatómicas que se
por um lado criam figuras que não aderem a nenhum modelo "real", por outro exprimem toda a realidade e agonia
da dor insuportável. A comprovar isso atente-se nas várias figuras que o pintor representa neste quadro que
aparentemente livre, obedece contudo a um rigoroso esquema em termos de construção (imagine-se a tela dividida
em 4 rectângulos, com um triângulo cujo vértice corresponde ao eixo vertical que a divide em duas partes iguais):
a mãe chorando a morte do filho (descendentes da Pietà...) e o ameaçador touro de cabeça humana, no 1º
rectângulo, o "olho" luminoso do candeeiro que derrama uma luz inóspita (no 2º), a mulher com a lâmpada na
mão recordando-nos a Estátua da Liberdade
(no 3º) e o homem que em desespero levanta os braços ao céu (no 4º). Repare-se ainda no cadáver empunhando a
espada partida (um emblema da resistência heróica) e o cavalo ferido que aparecem no referido triângulo. O
cavalo é à semelhança do touro uma figura saída da mitologia espanhola; representa o povo que agoniza sob o
jugo opressor do touro, símbolo da brutalidade, das forças do mal.
Hoje, olhar para Guernica é partilhar o horror que Picasso sentiu há 59 anos perante as imagens da destruição da
povoação. Por isso, aqui vai um desejo para o novo ano: que em 1996 tratados como os de Dayton não fiquem
pelo papel e que haja sempre um pensamento na mente dos homens: GUERNICA NUNCA MAIS!
(1) in "Entender a Pintura", suplemento nº 2 da revista "Artes & Leilões", tradução de Margarida Viegas.
(continuar)
(2) H. W. JANSON: "História de Arte", 4ª Edição, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 1989. (continuar)
(3) CARDOSO,José: "O Terror Supremo", REVISTA do Expresso, 23 de Dezembro de 1995. (continuar)
(4) SECKLER, J.:"New Masses", 3 de Julho de 1945, citado em "Entender a Pintura", suplemento nº 2 da revista
"Artes & Leilões", tradução de Margarida Viegas. (continuar)
------------------ << http://www.isa.utl.pt/campus/6_pablo.htm#2a
"A obra de um artista é uma espécie de diário. Quando o pintor, por ocasião de uma mostra, vê algumas de suas
telas antigas novamente, é como se ele estivesse reencontrando filhos pródigos - só que vestidos com túnica de
ouro."
Pablo Picasso
"A Arte não é a verdade. A Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a verdade". Pablo Picasso
Georges Braque - (1882-1963, 81 anos) Foi um pintor e escultor francês que juntamente com Pablo Picasso
inventaram o Cubismo. Braque iniciou a sua ligação as cores, na empresa de pintura decorativa de seu pai. A
maior parte da sua adolescência foi passada em Le Havre, mas no ano de 1889, mudou-se para Paris onde, em
1906, no Salão dos Independentes, expôs as suas primeiras obras no estilo de formas simples e cores puras
(fovismo). No Outono de 1907, conheceu Picasso com quem se deu quase diariamente até que em 1914 devido a
Grande Guerra se separaram. Braque foi mobilizado e ferido na cabeça em 1915, tendo sido agraciado com a Cruz
de Guerra e da Legião de Honra. Durante dois anos, devido ao ferimento esteve afastado da pintura.
www.historiadaarte.com.br