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TEMPO PASCAL. QUARTA SEMANA.

SEXTA-FEIRA

73. LER E MEDITAR O EVANGELHO


– Como ler o Santo Evangelho com fruto.

– Contemplar nele a Santíssima Humanidade de Cristo.

– O Senhor fala-nos através dos Livros Sagrados. A palavra de Deus é sempre actual.

I. JESUS CRISTO é para cada homem Caminho, Verdade e Vida1,


anuncia-nos o Evangelho da Missa. Quem o conhece sabe da razão da sua
vida e de todas as coisas; a nossa existência é um constante caminhar para
Ele. E é no Evangelho que devemos aprender a ciência suprema de Jesus
Cristo2, o modo de imitá-lo e de seguir os seus passos. “Para aprender dEle, é
necessário conhecer a sua vida: ler o Santo Evangelho, meditar no sentido
divino do caminhar terreno de Jesus. Na verdade, temos que reproduzir em
nossa vida a vida de Cristo, conhecendo Cristo à força de ler a Sagrada
Escritura e de a meditar”3.

Queremos identificar-nos com o Senhor, que a nossa vida, no meio das


nossas tarefas, seja reflexo da sua, e “para sermos ipse Christus – o próprio
Cristo –, é preciso que nos contemplemos n’Ele. Não basta ter uma ideia
geral do espírito de Jesus, mas é preciso aprender d’Ele pormenores e
atitudes. E sobretudo é preciso contemplar a sua passagem pela terra, as
suas pisadas, para extrair daí força, luz, serenidade, paz.

“Quando amamos uma pessoa, desejamos conhecer até os menores


detalhes da sua existência, do seu carácter, para assim nos identificarmos
com ela. É por isso que temos que meditar na história de Cristo, desde o seu
nascimento num presépio até à sua morte e sua ressurreição”4.

Devemos esforçar-nos por ler o Evangelho com um grande desejo de


conhecer para amar. Não podemos folhear as páginas da Escritura Santa
como se se tratasse de um livro qualquer. “Nos livros sagrados, o Pai que
está nos céus vem carinhosamente ao encontro de seus filhos para conversar
com eles”5. A nossa leitura deve ser acompanhada de oração, pois sabemos
que Deus é o autor principal desses escritos santos. Neles, e de modo
especial no Evangelho, está “o alimento da alma, a pura e perene fonte da
vida espiritual”6. “Nós – escreve Santo Agostinho – devemos ouvir o
Evangelho como se o Senhor estivesse presente e nos falasse. Não devemos
dizer: «Felizes aqueles que puderam vê-lo». Porque muitos dos que o viram
crucificaram-no; e muitos dos que não o viram creram n’Ele. As palavras que
saíam da boca do Senhor foram escritas, guardadas e conservadas para
nós”7.

Para ler e meditar o Evangelho com fruto, devemos fazê-lo com fé,
sabendo que contém a verdade salvadora, sem erro algum, e também com
piedade e santidade de vida. A Igreja, com a assistência do Espírito Santo,
guardou íntegra e imune de todo o erro o tesouro sem preço da vida e da
doutrina do Senhor para que nós, ao meditá-las, nos aproximássemos d’Ele
com facilidade e lutássemos por ser santos. E só na medida em que
quisermos ser santos é que penetraremos na verdade íntima contida nesses
livros santos, só então é que saborearemos o fruto divino que encerram.
Damos valor a esse imenso tesouro que com tanta facilidade podemos ter nas
nossas mãos? Procuramos nele o conhecimento e o amor cada dia maiores
pela Santa Humanidade do Senhor? Pedimos ajuda ao Espírito Santo de
cada vez que lemos o Santo Evangelho?

II. SÓ SE AMA AQUILO que se conhece bem. Por isso é necessário que
tenhamos a vida de Cristo “na cabeça e no coração, de modo que, em
qualquer momento, sem necessidade de livro algum, fechando os olhos,
possamos contemplá-la como num filme; de forma que, nas mais diversas
situações da nossa existência, acudam à memória as palavras e os actos do
Senhor. Assim nos sentiremos integrados na sua vida. Porque não se trata
apenas de pensar em Jesus, de imaginar as cenas que lemos. Temos que
intervir plenamente nelas, ser protagonistas. Seguir Cristo tão de perto quanto
Santa Maria, sua Mãe; quanto os primeiros Doze, as santas mulheres e
aquelas multidões que se comprimiam ao seu redor. Se agirmos assim, se
não criarmos obstáculos, as palavras de Cristo penetrarão até o fundo da
alma e nos transformarão”8.

Aproximamo-nos do Evangelho com o grande desejo de contemplar o


Senhor tal como os seus discípulos o viram, de observar as suas reacções, a
sua maneira de comportar-se, as suas palavras...; de vê-lo cheio de
compaixão perante tantas pessoas necessitadas, cansado depois de uma
longa caminhada, maravilhado com a fé de uma mãe ou de um centurião,
paciente com os defeitos dos seus seguidores mais fiéis; contemplando-o
também no relacionamento habitual com seu Pai, na confiança com que lhe
fala, nas suas noites de oração..., no seu amor constante por todos.

Para amá-lo mais, para conhecer a sua Santíssima Humanidade, para


segui-lo de perto, devemos ler o Evangelho devagar, com amor e piedade. O
Concílio Vaticano II “recomenda insistentemente a todos os fiéis cristãos [...] a
leitura frequente da Sagrada Escritura [...] porquanto «ignorar as Escrituras é
ignorar Cristo» (São Jerónimo). Acheguem-se, pois, de boa mente ao próprio
texto sagrado, quer pela Sagrada Liturgia, repleta de palavras de Deus, quer
pela leitura piedosa...”9

Fazei que vivamos sempre de Vós, pedimos ao Senhor na Missa de hoje10.


É fácil tomar este alimento da alma que devemos procurar diariamente.
Bastam apenas três ou quatro minutos por dia, desde que haja amor. “Esses
minutos diários de leitura do Novo Testamento que te aconselhei – metendo-
te e participando no conteúdo de cada cena, como um protagonista mais –,
são para que encarnes, para que «cumpras» o Evangelho na tua vida... e
para que o «faças cumprir»”11.

III. QUÃO SABOROSAS são para mim as vossas palavras, mais doces que
o mel para a minha boca!12

São Paulo ensinava aos primeiros cristãos que a palavra de Deus é viva e
eficaz13. É sempre actual, nova para cada homem, nova cada dia, e, além
disso, palavra pessoal, porque está expressamente destinada a cada um de
nós. Ao lermos o Santo Evangelho, será fácil reconhecermo-nos num
determinado personagem de uma parábola, ou perceber que certas palavras
se dirigem a nós. Muitas vezes e de diversos modos falou Deus outrora aos
nossos pais pelos profetas. Ultimamente, nestes dias, falou-nos por seu
Filho14. Estes dias são também os nossos. Jesus Cristo continua a falar. As
suas palavras, por serem divinas e eternas, são sempre actuais. De certo
modo, tudo o que o Evangelho narra está acontecendo agora, nos nossos
dias, na nossa vida. É actual a partida e o regresso do filho pródigo, como é
actual a parábola da ovelha perdida e do pastor que saiu à sua procura, ou a
necessidade do fermento para levedar toda a massa, e da luz para iluminar a
escuridão do pecado...

O Evangelho revela-nos o que é e o que vale a nossa vida e traça-nos o


caminho que devemos seguir. O Verbo – a Palavra – é a luz que ilumina todo
o homem15. Não há homem a quem essa Palavra não se dirija. Por isso o
Evangelho deve ser fonte de jaculatórias, que alimentem o sentido da
presença de Deus durante o dia, bem como tema frequente de oração. Se o
meditarmos, encontraremos a paz. Saía dele uma força que os curava a
todos16, comenta a certa altura o evangelista. E essa força, que nos pacifica,
continua a sair de Jesus sempre que entramos em contacto com Ele e com as
suas palavras, que permanecem eternamente.

O Evangelho permite-nos penetrar em cheio no mistério de Jesus,


especialmente nos nossos dias, em que circulam tantas ideias e tão confusas
sobre o tema mais transcendente para a humanidade desde há vinte séculos:
Jesus Cristo, Filho de Deus, pedra angular, fundamento de todo o homem.
“Não vos extravieis no meio do nevoeiro, antes escutai a voz do pastor.
Retirai-vos para os montes das Santas Escrituras; ali encontrareis as delícias
do vosso coração e não achareis nada que vos possa envenenar ou fazer
mal, pois ricas são as pastagens que ali se encontram”17.

Muitas vezes, será conveniente dedicarmos à leitura quotidiana do


Evangelho os primeiros momentos do dia, procurando tirar dessa leitura um
ensinamento concreto e simples que nos ajude a viver na presença de Deus
durante o dia ou a imitar o Mestre em algum aspecto do nosso
comportamento: estar mais serenos, tratar melhor os outros, estar mais
atentos às pessoas que sofrem, oferecer a Deus o cansaço... Assim, quase
sem o percebermos, poderá cumprir-se em nós este grande desejo: “Oxalá
fossem tais o teu porte e a tua conversação, que todos pudessem dizer
quando te vissem ou te ouvissem falar: «Este lê a vida de Jesus Cristo»”18.

E isto far-nos-á um grande bem não só a nós, mas também aos que vivem,
trabalham ou passam ao nosso lado.

(1) Cfr. Jo 14, 6; (2) Fil 3, 8; (3) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 14; (4) ib., n.
107; (5) Conc. Vat. II, Const. Dei Verbum, 21; (6) ib.; (7) Santo Agostinho, Coment. ao
Evangelho de São João, 30; (8) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 107; (9) Conc.
Vat. II, Const. Dei Verbum, 25; (10) Oração colecta da Missa da sexta-feira da quarta semana
do Tempo Pascal; (11) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 672; (12) Sl 118, 103; (13) cfr. Hebr
4, 12; (14) cfr. Hebr 1, 1; (15) Jo 1, 9; (16) Lc 6, 19; (17) Santo Agostinho, Sermão 46 sobre
os pastores; (18) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 2

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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