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Neste contexto, as lesões causadas por acidentes estão em quinto lugar como causa de
óbito em pessoas idosas, sendo que as quedas representam cerca de dois terços desses
acidentes, tornando-se um dos principais previsores de morbimortalidade entre essa
população(4), apesar de sua grande maioria ser evitável.
A segurança dos idosos deve ser motivo de preocupação para a sociedade, pois, para
essas pessoas, as quedas podem ter repercussões desastrosas, uma vez que idosos com
traumas têm perda na sua autonomia e aumento da sua dependência, refletindo em
acréscimo de trabalho e estresse para o cuidador e familiares. Para se prevenirem
desses acontecimentos, cuidadores e familiares devem se mobilizar em torno de
cuidados especiais, adaptando o ambiente em que o idoso vive e tendo o cuidado de
observar alguns itens de segurança, como o uso de calçados adequados, tapetes
antiderrapantes e disposição da mobília em casa.
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A enfermeira deve procurar na sua prática com idosos identificar os fatores que
influenciam na sua mobilidade, quer sejam eles físicos, psicológicos, sócio-culturais ou
ambientais, a fim de que possam realizar suas atividades diárias sem riscos de sofrerem
lesões por quedas. Prevenção de quedas é uma situação que envolve cuidadores,
familiares e profissionais de saúde. Em relação à enfermagem, considera-se que o Risco
para quedas representa um diagnóstico de enfermagem, isto é, uma situação que
demanda intervenções de enfermagem. A partir da identificação da clientela sujeita aos
riscos para quedas, a enfermeira deve programar ações visando a diminuição ou mesmo
supressão da ocorrência do fenômeno.
Com o aumento da idade, alguns fatores biológicos, doenças e mesmo outras causas
externas podem influenciar a fase de envelhecimento. A queda é uma dentre outras
causas externas que trazem mais problemas aos idosos.
DEFINIÇÃO
Existem muitas definições para o evento queda. (Carvalhaes et al). Consideram queda
como um evento não-intencional, que tem como resultado a mudança de posição do
indivíduo para um nível mais baixo em relação à sua posição inicial. Pereira et al.
Dizem que queda é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior a
sua posição inicial, com a incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por
circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade postural. Para Cunha &
Guimarães7 (1989), a queda se dá em decorrência da perda total do equilíbrio postural,
podendo estar relacionada à insuficiência súbita dos mecanismos neurais e
osteoarticulares envolvidos na manutenção da postura. Alguns autores referem-se à
queda como uma síndrome geriátrica por ser considerada um evento multifatorial e
heterogêneo.
Pessoas de todas as idades apresentam risco de sofrer queda. Porém, para os idosos,
elas possuem um significado muito relevante, pois podem levá-lo à incapacidade,
injúria e morte. Seu custo social é imenso e torna-se maior quando o idoso tem
diminuição da autonomia e da independência ou passa a necessitar de
institucionalização.
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RISCO DE QUEDAS
Medidas de prevenção de quedas podem ser viáveis, dentre elas destaca-se, presença de
corrimão, leitos apropriados, boa iluminação e, pisos antiderrapantes. Essas promovem
uma dignidade e promoção da incapacidade e dependência de terceiros para sua
locomoção.
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CLASSIFICAÇÃO DE QUEDAS
A queda pode ainda ser dividia de acordo com a presença ou não de lesões. As quedas
com lesões graves são consideradas aquelas cuja conseqüência é uma fratura, trauma
crânio-encefálico ou luxação. Abrasões, cortes, escoriações e hematomas são
considerados lesões leves.
Hoje, busca-se não só identificar o perfil dos idosos mais vulneráveis a cair, como
também se procura distinguir quais terão maior suscetibilidade a sofrerem uma lesão
grave decorrente deste evento ou que têm uma maior propensão a experimentarem
quedas recorrentes o que aumenta a probabilidade de perda de capacidade funcional,
seja ela decorrente de um único evento grave ou da perda de confiança e do senso de
auto-eficácia o que com o tempo acaba por provocar uma restrição de atividades e um
declínio na mobilidade, expondo este idoso a um maior risco de tornar-se frágil.
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incluem alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, doenças e
medicamentos que acarretam risco de queda para os idosos. As causas extrínsecas
incluem perigos ambientais, como chãos escorregadios e áreas pouco iluminadas. E pela
análise e interpretação de cada queda isoladamente pode - se chegar a um plano de
tratamento.
Causas intrínsecas:
• Patologias específicas:
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Tratamento Medicamentoso:
Ansiolíticos, hipnóticos e anti-psicóticos;
Antidepressivos;
Anti-hipertensivos;
Anticolinérgicos;
Diuréticos;
Anti-arritmicos;
Hipoglicemiantes;
Antiinflamatórios não-hormonais;
Polifarmárcia (uso de 5 ou mais drogas associadas).
Deve-se considerar como de alto risco para quedas, aqueles pacientes do sexo feminino,
com 80 anos ou mais, equilíbrio diminuído, marcha lenta com passos curtos, baixa
aptidão física, fraqueza muscular dos membros inferiores, deficiência cognitiva, uso de
sedativos e/ou polifarmácia.
Causas extrínsecas
Mais de 70% das quedas ocorrem em casa, sendo que as pessoas que vivem só
apresentam risco aumentado. Fatores ambientais podem ter um papel importante em até
metade de todas as quedas.
Iluminação inadequada;
Superfícies escorregadias;
Tapetes soltos ou com dobras;
Degraus altos ou estreitos;
Obstáculos no caminho (móveis baixos, pequenos objetos, fios);
Ausência de corrimãos em corredores e banheiros;
Prateleiras excessivamente baixas ou elevadas;
Calçados inadequados e/ou patologias dos pés;
Maus-tratos;
Roupas excessivamente comprida;
Via pública mal conservada com buracos ou irregularidades.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
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• Anamnese específica
Onde caiu?
O que fazia no momento da queda?
Alguém presenciou a queda?
Faz uso de benzodiazepinicos, neurolépticos, antidepressivos, anticolinérgicos,
ipoglicemiantes, medicação cardiológica ou polifarmácia (5 ou mais medicamentos
diários)?
Houve introdução de alguma droga nova ou alteração das dosagens?
Faz uso de bebida alcoólica?
Houve convulsão ou perda de consciência?
Houve outras quedas nos últimos 3 meses? Em caso positivo, permaneceu caído mais de
5 minutos sem conseguir levantar-se sozinho?
Houve mudança recente no estado mental?
Fez avaliação oftalmológica no ano anterior?
Há fatores de risco ambientais?
Há problemas sociais complexos ou evidências de maus-tratos?
Há problemas nos pés ou calçados inadequados?
Os idosos que apresentam fatores de risco conhecidos para quedas devem ser
questionados, periodicamente e de forma incisiva, pois devido ao temor de serem
institucionalizados, freqüentemente, omitem a ocorrência desses acidentes10(D).
• Exame físico
Sinais vitais;
Orientação (data, local); sinais de localização neurológica;
Estado de hidratação, sinais de anemia, estado nutricional;
Exame cardiorrespiratório;
Situação dos pés;
Sinais de trauma oculto (cabeça, coluna, costelas, extremidades, pelve, quadris);
Atenção para apresentações atípicas das doenças;
Avaliação do equilíbrio e marcha:
Instabilidade ao ficar de pé;
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Instabilidade ao ser puxado ou empurrado com uma leve pressão no esterno;
Instabilidade ao fechar os olhos em posição de pé;
Instabilidade com extensão do pescoço ou ao virar para os lados;
Instabilidade ao mudar de direção;
Dificuldade de sentar-se e levantar-se;
Diminuição da altura e comprimento dos passos;
Teste “get-up and go” (levante-se e ande): o paciente sentado em uma cadeira sem
braços deverá levantar-se e caminhar três metros até uma parede, virar-se sem tocá-la,
retornar à cadeira e sentar-se novamente, à medida que o médico observa eventuais
problemas de marcha e/ou equilíbrio
REPERCUSSÕES
Para uma pessoa idosa, a queda pode assumir significados de decadência e fracasso
gerados pela percepção da perda de capacidades do corpo potencializando sentimentos
de vulnerabilidade, ameaça humilhação e culpa. A resposta depressiva subseqüente é
um resultado esperado.
Aqueles que sofrem quedas apresentam um grande declínio funcional nas atividades de
vida diária e nas atividades sociais, com aumento do risco de institucionalização. A fim
de evitar a síndrome da imobilidade, por medo de andar é mister a intervenção
psicológica. Esta pressupõe estudo atento e percepção compreensiva da realidade em
questão, que devem orientar a organização de procedimentos técnicos articulados que,
no seu conjunto, implique num planejamento realista que leve em conta as
possibilidades e os limites gerados pela situação. A ruptura com o cotidiano e a
estranheza da nova situação de cuidados pode radicalizar a dissolução da identidade,
desencadeando ou agravando alterações mentais.
Quedas são a causa mais comum de fraturas. A freqüência de queda entre os idoso é
devido, em parte, a uma incidência elevada de condições clínicas de base, já citadas
acima.
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• Fratura de colles
• Fraturas do fêmur
• Fratura do colo do fêmur
• Fratura intertrocantérica
• Fratura de vértebra
• Síndrome do imobilismo
PREVENÇÃO / TRATAMENTO
A gravidade potencial das quedas nos idosos confere à prevenção um lugar privilegiado.
Seguem as diretrizes a serem tomadas:
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orientando, informando e instrumentalizando o idoso para o seu autocuidado e também
os familiares e/ou cuidadores.
10. Denunciar suspeita de maus-tratos.
11. Correção de fatores de risco ambientais (por exemplo: instalação de barra de apoio
no banheiro e colocação de piso antiderrapante).
12. Medidas gerais de promoção de saúde: prevenção e tratamento da osteoporose:
cálcio, vitamina D e agentes anti-reabsortivos; imunização contra pneumonia e gripe;
orientação para evitar atividades de maior risco (descer escadas, por exemplo) em
idosos frágeis desacompanhados.
É consenso que a queda é um evento de causa multifatorial de alta complexidade
terapêutica e de difícil prevenção, exigindo dessa forma uma abordagem
multidisciplinar. O objetivo é manter a capacidade funcional da pessoa, entendendo esse
novo conceito de saúde particularmente relevante para os idosos como a manutenção
plena das habilidades físicas e mentais, prosseguindo com uma vida independente e
autônoma.
Muitas vezes as quedas não são relatadas espontaneamente, devendo ser interrogadas
na anamnese geriátrica. São diversas as causas, intrínsecas ou extrínsecas (ambientais),
geralmente de etiologia multifatorial, sobretudo nos muito idosos. O equilíbrio postural
depende do perfeito funcionamento e da integração do sistema nervoso central, do
sistema sensorial, do estado hemodinâmico e do sistema osteoarticular. Dentro deste
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conceito, o "cair" pode ser a manifestação de problemas nestes sistemas ou estar
relacionado a fatores extrínsecos.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Dentro de casa
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• As escadas devem ter corrimãos, boa iluminação e faixa colorida e
antiderrapante na borda dos degraus;
• Substitua ou conserte móveis instáveis;
• Evite cadeiras muito baixas e camas muito altas (deve ter a altura do joelho do
idoso);
• Evite o uso de chinelos, salto alto e sapatos de sola lisa;
• Não deixe o idoso andar de meias;
• Guarde itens pessoais e objetos mais usados ao nível do olhar ou um pouco mais
embaixo.
No banheiro
Fora de casa
• Evite que ele se levante rapidamente após acordar: esperar alguns minutos antes
de sentar e de caminhar;
• Atravesse a rua sempre nas faixas de segurança;
• Dar medicamentos somente sob orientação médica; cuidado especial para os
diuréticos, remédios para pressão e calmantes;
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• Estimule o idoso à prática de atividades de coordenação e concentração como
dança artesanato, palavras cruzadas e jogos.
CONCLUSÃO
Vale ressaltar que, em comunidades de baixa renda, como é o caso da área de moradia
dos idosos deste estudo, a urbanização desses espaços públicos seria um importante
passo para reduzir os riscos com que os idosos convivem em suas atividades diárias.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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