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Liberdade sindical e normas internacionais.

Jorge Alberto Araujo, Juiz Titular da 1ª Vara do Trabalho e Diretor do Foro de São
Leopoldo, mestrando em Direito do Trabalho

É interessante observarmos o grau de adesão da classe empresarial, em especial


dos produtores rurais, com a decisão da Organização Mundial do Comércio que
permitiu que o Brasil retaliasse os EUA em alguns milhões de dólares em
decorrência dos subsídios concedidos por aquele país aos produtores de algodão
em prejuízo às exportações brasileiras.
Consoante noticia a imprensa, o subsídio agrícola fornecido pelos EUA decorre de
lei, sendo que apenas por uma complicada alteração legislativa poderá ser
suprimido.
No entanto os teóricos do Direito Internacional asseveram que, em se tratando de
relações entre nações, a existência de normas internas que contrariem tratados e
convenções são meros fatos, não oponíveis para o seu descumprimento. Neste
sentido se posicionam, para se dar um exemplo, Antônio Augusto Cançado
Trindade, Nicolas Valticos e Oscar Ermida Uriarte.
Neste quadro é sintomática a contrariedade do Estado Brasileiro ao conteúdo das
normas da Organização Internacional do Trabalho que dizem respeito à liberdade
sindical. Nossa Constituição e normas legais insistem na unicidade sindical. Isso
sem se falar que o próprio imposto sindical, que tem uma aparência positiva como
reforço orçamentário das entidades existentes, se afigura para o organismo como
uma interferência indevida, apta mais a atrofiar do que desenvolver os sindicatos
que, antes de se valer do poder público para arrecadar, devem se legitimar perante
os seus representados, obtendo de forma espontânea as suas fontes de custeio.
Observe-se, ademais, que a OIT, a contar de 1998, através da Declaração da OIT
sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento, passou
a considerar a liberdade sindical como um direito fundamental dos trabalhadores de
todas as nações, estabelecendo que os países, pelo mero fato de estarem a ela
vinculados estariam obrigados, independentemente de ratificação, a observar as
convenções relativas à liberdade sindical e negociação coletiva, dentre outras.
Assim já passa da hora de o parlamento se mobilizar para aprovar, na forma do
parágrafo 3º do art. 5º constitucional, as Convenções 87 e 98 da OIT, revogando
assim, por incompatibilidade, as disposições que as contrariam.

Não custa recordar que a Lei Maria da Penha, de invejável arrojo quanto à defesa
da mulher, e que deveria orgulhar nosso Congresso, não foi mais do que fruto da
condenação do país em uma Corte Internacional pelo desrespeito aos direitos
fundamentais. Não é desejável que isso se reproduza.

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