PESQUISA PRODUÇÃO DE BEBIDA Processo Fermentativo para Produção de Bebida Alcoólica de Pupunha (Bactris gasipaes Kunth)
Resumo amplo consumo regional (Clement,
2000). A pupunha é um fruto rico em A viabilidade técnica de produzir de minerais e pró-vitamina A e, dependen- bebida alcoólica a partir de pupunha do da raça, em carboidratos ou lipídios (Bactris gasipaes Kunth), fruto amilá- (Arkoll & Aguiar, 1984). ceo da Região Amazônica, foi investi- A partir da pupunha é preparada a gada por fermentação semi-sólida. A caiçuma, bebida consumida pelos índi- polpa do fruto foi caracterizada quimi- os em datas comemorativas. É feita camente, sendo exibido alto conteúdo artesanalmente de diferentes modos, amiláceo (44,3%, em base úmida). Após de acordo com a etnia. Algumas tribos a hidrólise enzimática prévia do amido, mastigam a pupunha e a deixam fer- com α-amilase e glucoamilase comerci- mentar, geralmente por até sete dias, e, ais, o meio foi inoculado com células de dessa forma, a ptialina contida na saliva Saccharomyces cerevisiae (levedura de panificação) e o processo fermentativo monitorado em intervalos de 24 horas, para acompanhar a viabilidade celular, o consumo de substrato, a produção de etanol, a acidez total e o teor de caro- tenóides totais. O alto rendimento em Lílian Pantoja de Oliveira polpa amilácea (71,2%), as elevadas Bióloga, MSc Laboratório de conversões de hidrólise (90%) e efici- Bioquímica e Fisiologia Pós-colheita/ CPTA/INPA ência de fermentação (93,5%), assim como a boa aceitabilidade do produto Roberto Maeda (80%), sugerem a aplicação da pupu- Engenheiro Agrônomo Laboratório de Bioquímica e Fisiologia Pós-colheita/ nha na produção de bebida alcoólica CPTA/INPA fermentada, gerando oportunidades para novos desenvolvimentos econô- Jerusa de Souza Andrade Engenheira Agrônoma, DSc micos na região amazônica. Laboratório de Bioquímica e Fisiologia Palavras chave: pupunha, compo- Pós-colheita/CPTA/INPA sição química, α-amilase, glucoamila- Nei Pereira Junior se, fermentação, Saccharomyces cere- nei@eq.ufrj.br visiae, análise sensorial. Engenheiro Químico, PhD Laboratório de Desenvolvimento de Figura 1. Pupunheira amazônica Bioprocessos do Departamento de Introdução Foto: C. R. Clement Engenharia Bioquímica da EQ/UFRJ A pupunheira (Bactris gasipaes Kun- Sônia Maria da Silva Carvalho Farmacêutica, MSc Laboratório de th) é uma palmeira domesticada pelos é incorporada à massa, e hidrolisa o Micologia do Departamento de ameríndios desde épocas pré-colombi- amido, conseqüentemente. Parasitologia do ICB/UA. anas. Seu cultivo é feito em toda a Apesar do enorme potencial da pu- Spartaco Astolfi Filho Amazônia e constitui-se em valiosa plan- punha na Região para a produção e sastolfi@fua.com.br ta de subsistência (Figura 1). Tem am- comercialização de bebidas, esse as- Biólogo, DSc Laboratório de Genética pla distribuição, sendo encontrada por pecto tem sido pouco explorado, pois a do Centro de Apoio Multidisciplinar do ICB/UA. toda a Amazônia e América Central a maioria dos produtos oriundos daquele partir de Honduras (Figura 2). Seus fruto é processada de forma artesanal. Fotos cedidas pelos autores frutos têm grande potencial econômico O presente trabalho teve como objetivo devido à sua composição química, pro- desenvolver a tecnologia para produzir dutividade agrícola (13.500 ton/ano) e uma bebida alcoólica, por processo 50 Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento resfriamento, foram acondicionados em rente do desprendimento de CO2. As sacos plásticos de alta densidade e condições de hidrólise enzimática, elei- estocados a 10 ºC. tas como ótimas, foram empregadas Para a caracterização centesimal e o para o preparo do meio de fermentação preparo do meio de fermentação, os e o teor de açúcar inicial, corrigido com frutos foram descongelados e após des- a adição de xarope de sacarose estéril cascamento e retirada de semente, a para se obter a concentração desejada polpa foi caracterizada (em triplicata), de etanol na bebida. quanto às proteínas solúveis, pelo mé- todo de Biureto (Harris & Angal, 1994) Processo Fermentativo e carotenóides totais, por espectrofoto- metria (Higby, 1962). Os lipídios (ex- A fermentação semi-sólida foi con- tração com éter de petróleo em Soxh- duzida por batelada simples com três let), fibra total (tratamento ácido-bási- repetições, em cubas cilíndricas de acrí- co), umidade (65ºC) e cinzas (incinera- lico, geometricamente iguais, com ca- Figura 2. Distribuição geográ- ção em mufla a 550 ºC) seguiram meto- pacidade nominal de 4,5 litros, a 29oC e fica da pupunheira dologias descritas pelas Normas Analí- o processo monitorado a intervalos de ticas do Instituto Adolfo Lutz (1985). O 24 horas. De cada cuba, amostras foram amido foi extraído e hidrolisado segun- retiradas para determinações analíticas fermentativo, utilizando-se a pupunha do Ranganna (1996) e a glicose libera- (triplicatas) das variáveis de interesse como matéria-prima. da, quantificada pelo método de Somo- do processo fermentativo. gyi-Nelson (Southgate, 1976). Materiais e Métodos Determinações Analíticas Matéria-prima e caracterização Enzimas e Microrganismo Além das análises físico-químicas Foram utilizados frutos da pupunhei- A hidrólise do amido presente na para a determinação de amido e caro- ra no estádio maduro, pertencentes à pupunha foi realizada com as enzimas tenóides, empregadas na caracteriza- raça Solimões, colhidos em safra secun- comerciais αamilase e glucoamilase ção da matéria-prima, foram ainda uti- dária e adquiridos no mercado Adolpho (NOVO Nordisk S/A) e a levedura Sac- lizadas as seguintes técnicas para o Lisboa, em Manaus. Os cachos foram charomyces cerevisiae (fermento seco acompanhamento do processo fermen- pesados e, após a despenca, os frutos Fleischmann) foi empregada como foram selecionados quanto à sanidade e agente do processo fermentativo. à maturação, avaliados em relação ao Tabela 1. Composição química da número, peso, diâmetro longitudinal e Preparo do Meio pupunha (Bactris gasipaes Kunth) transversal e peso do descarte (semente de Fermentação in natura, pertencente a raça e casca) e lavados em água corrente. Solimões Os frutos foram, então, submetidos à Analogamente à caracterização da cocção por 5 minutos em tacho de aço matéria-prima, a massa de fermentação Constituintes* in natura inoxidável com capacidade para 100 foi preparada pelo descongelamento Umidade (%) 46,1 ± 0,4 litros, aquecido a vapor, com agitação dos frutos, seguido de cocção por 2,5 Proteínas (%) 1,3 ± 0,1 mecânica. Após a drenagem da água e o horas, resfriamento, despolpa, tritura- Lipídios (%) 5,9 ± 0,4 ção e esterilização em autoclave por 15 Amido (%) 44,3 ± 0,3 minutos, a 121 ºC. Fibra Total (%) 0,7 ± 0,1 Para otimização das condições de Cinza (%) 0,7 ± 0,2 hidrólise, foram realizados testes preli- Carotenóide (mg/100g) 2,5 ± 0,3 minares, com diferentes proporções de α-amilase (70ºC) e glucoamilase (55 ºC) * base úmida em banho termostatizado, por 30 minu- tos. Os graus de hidrólise foram avali- ados mediante a quantificação dos açú- Tabela 2. Análises físico-químicas cares redutores, pelo método de Somo- da bebida fermentada gyi-Nelson (Southgate, 1976). A fim de Constituintes Média* avaliar a fermentabilidade do meio hi- PH 3,9 drolisado, inoculou-se o mesmo com Acidez (g/L) 2,7 células de levedura em fermentôme- Açúcares redutores (g/L) 0,16 tros (recipiente amplamente utilizado Sólidos solúveis (Brix) 6,4 em indústria viti-vinícola para se medir Etanol (g/L) 75,1 a atividade fermentativa de linhagens de leveduras), possibilitando o acom- Carotenóides (µg/L) 7,0 panhamento do processo por meio de * Os valores representam média de triplicatas Figura 3. Pré-tratamento da pesagens sucessivas do conjunto, sen- e os desvios não ultrapassaram 1,8 % das matéria prima do a perda de peso observada, decor- medidas realizadas
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tativo: avaliação da viabilidade celu- ção como matéria prima para pro- lar, por contagem de células em dução de bebidas alcoólicas. De Câmara de Neubauer, empregando- acordo com Clement (1987), há se azul de metileno como corante uma grande variabilidade em rela- vital (Alves e Morais, 1998); teor ção à composição de pupunhas alcoólico, após destilação de amos- encontradas na região Amazônica, tras em fase aquosa e posterior havendo raças que produzem fru- medida, por densimetria (Normas tos pequenos, fibrosos, com eleva- Analíticas do Instituto Adolfo Lutz, dos teores de lipídeos e baixos 1985); pH, por potenciometria; aci- conteúdos de amido ou vice-versa. dez, por titulometria com NaOH 0,01N; sólidos solúveis, por refrato- Hidrólise do Amido metria e açúcares redutores, pelo método de Somogyi-Nelson (South- Para a hidrólise do amido, utili- gate, 1976). zaram-se as enzimas α-amilase e glucoamilase, como descrito na se- Variáveis de Resposta ção de Materiais e Métodos. Os Figura 4. Efeito das combinações de resultados estão exibidos no gráfi- Os valores de extensão da hidró- α-amilase (a) e glucoamilase (g) na co da Figura 4, onde se observa, lise enzimática do amido (EH), fator hidrólise do amido de pupunha inicialmente, a imprescindibilidade de conversão de substrato consumi- da α-amilase para uma hidrólise do em etanol (YP/S), e a produtividade características de sabor, aparência, cor mais eficiente do amido. As melhores em etanol (QP) foram calculados de e aroma, pelo método descrito por quantidades de enzimas para o proces- acordo com as seguintes expressões: Monteiro (1984). so hidrolítico foram atingidas com 10 Os resultados foram analisados es- µL e 50 µL de α-amilase e glucoamilase, EH (%) = [(Ao – Af)/Ao] x 100 tatisticamente, aplicando-se a análise respectivamente, tendo sido essa pro- YP/S = (∆P)/(-∆S) = (Pf – Po)/(So – Sf) [=] gP/gS de variância e teste de Tukey, com nível porção utilizada para o preparo do QP = (Pf – Po)/ tF [=] gP/L.h de significância de 5%. meio de fermentação. A extensão da hidrólise do amido Onde: A: amido; P: concentração de Resultados e Discussão presente na pupunha foi de, aproxima- etanol; S: concentração de subtrato; tF: Características da damente, 90 %. A alta eficiência da tempo de fermentação. Os índices o e matéria-prima hidrólise foi também confirmada em f representam as condições inicial e experimento paralelo, conduzido em final, respectivamente. Os cachos de pupunha pesavam fermentômetro, onde se observou ex- entre 0,9 a 5,0 kg e continham de 25 a pressiva evolução de CO2 (Figura 5). Preparo da Bebida e 150 frutos, com peso médio de 36 g e Apesar do curto tempo de fermentação Análises Sensoriais diâmetros longitudinal e transversal de (em torno de 4 horas), a alta concentra- 4,5 e 4 cm, respectivamente. O rendi- ção de células e as condições de anae- Após sete dias de fermentação, pro- mento em polpa, considerado elevado, robiose no fermentômetro, contribuí- cedeu-se à decantação, filtração, acon- foi de 71,2% em relação ao fruto inte- ram para que o etanol fosse produzido dicionamento em garrafas de vidro de gral. A Tabela 1 mostra a composição com apreciável fator de conversão do 1 litro, fechamento hermético, pasteu- da polpa in natura, considerando-se substrato consumido no produto (0,38 rização por imersão das garrafas em os principais componentes. O alto con- g/g), considerando-se ser esse um en- água a 85 ºC por dez minutos, resfria- teúdo de amido e o baixo teor de saio preliminar conduzido em condi- mento em banho de água com gelo, e lipídeos dos frutos indicam sua utiliza- ções de fermentação rápida (com inó- estocagem a, aproximadamente, 6 culo maciço). ºC. Ao final de 30 dias, a bebida foi avaliada quanto ao pH, açúcares Processo fermentativo redutores residuais (Somogyi-Nel- son), sólidos solúveis, grau alcoóli- O meio de fermentação submetido co e carotenóides totais (Higby, à hidrólise prévia do amido foi adicio- 1972). nado de xarope de sacarose, nas cubas Foram realizados testes prelimi- de fermentação, formando-se um siste- nares para se determinar o grau de ma semi-sólido de massa homogênea e doçura ideal na bebida. Essas for- pastosa. A formação de bolhas de gás mulações (0, 3, 6, 9 e 12% (p/v) de (CO2) no interior da massa foi observa- sacarose) foram submetidas à análi- da cerca de três horas após a inocula- se sensorial, utilizando-se escala he- ção e tornou-se menos intensa após 48 dônica (Monteiro, 1984). A bebida horas. A coloração alaranjada do meio com o grau de edulcoração eleito foi Figura 5. Evolução de CO2 na permaneceu inalterada e a consistência analisada sensorialmente por 35 pes- da massa tornou-se mais fluida. fermentação do meio soas não treinadas, avaliando-se as O teor de sólidos solúveis, compos- hidrolisado enzimaticamente 52 Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento to em sua maioria por açúcares prove- que não era a mais adequada à nientes da hidrólise do amido e da produção de etanol, tendo em vista adição do xarope, decresceu em fun- que o processo industrial para a sua ção do consumo de açúcares fermen- produção, a batelada alimentada, é táveis. A produção máxima de etanol conduzida em condições de elevada (12% v/v) foi atingida no período de aeração e baixas concentrações de 72 horas após o início da fermentação, glicídeos no meio, a fim de minimi- diminuindo ligeiramente até o final zar os clássicos fenômenos de re- do processo (Figura 6), sugerindo a pressão catabólica. Como conseqü- possibilidade de redução no tempo ência às condições impostas no pre- de fermentação, desde que essa estra- sente trabalho, que visavam a produ- tégia não interfira nas características ção de etanol por batelada simples de sabor e aroma da bebida. com elevadas concentrações de gli- Com 72 h de fermentação, o ren- cídeos em sistema não aerado, a dimento de substrato consumido em Figura 6. Perfil cinético da produção levedura apresentou bom desempe- etanol foi de 0,49 g/g, corresponden- de etanol em meio de fermentação nho no que tange à atividade fer- do a uma eficiência de fermentação com amido de pupunha hidrolisado mentativa, ainda que apresentasse de 95,5 %. A produtividade máxima elevadas taxas de mortandade, de- foi alcançada no tempo de 24 horas, correntes do efeito deletério de seu apresentando o valor de 2,6 g de próprio produto. etanol/L.h. O perfil de consumo de açúcares Características gerais redutores totais (Figura 7) coaduna- da bebida se com o de produção de etanol e com a variação de sólidos solúveis A bebida fermentada apresen- (Figura 6). Observa-se que o maior tou sabor e aroma agradáveis, as- consumo de açúcar ocorre nas pri- pecto límpido e coloração amarelo- meiras 24 horas do processo, dimi- alaranjado (Figura 10). As caracterís- nuindo, posteriormente devido às ticas físico-químicas (Tabela 2) mos- elevadas concentrações de etanol e tram que a concentração de etanol a escassez de substrato. Figura 7. Cinética do consumo de (75,11 g/L) foi superior à encontra- O decréscimo do pH e, conse- açúcares redutores totais (ART) na da (11,83 g/L) por Sotero (1996), qüentemente, o aumento da acidez fermentação alcoólica de hidrolisado estudando a produção de caiçuma do meio de fermentação (Figura 8) de pupunha por fermentação es- de pupunha estão associados à formação de áci- pontânea. dos orgânicos (ácidos succínico, lá- A maioria dos carotenóides to- tico, acético e outros), como ampla- tais presentes na massa foi removida mente reportada na literatura (Ribé- juntamente com os lipídios durante reau-Gayon & Peynaud, 1966). É o processo de filtração para obten- importante ressaltar que a evolução ção da bebida, o que seguramente da acidez durante a fermentação está atrelado às características lipos- influencia a estabilidade e a colora- solúveis desses terpenóides. ção de bebidas fermentadas (Rizzon O teor de açúcar na bebida foi et al,1998), assim como valores de bastante reduzido, decorrente do pH entre 3 e 4 dificultam contamina- consumo praticamente total durante ções bacterianas (Aquarone et al., o processo de fermentação. Consi- 1986). Os carotenóides totais manti- derando não haver um grau de edul- veram-se inalterados (4,7 mg/100g) coração definido, a escolha da pro- durante todo o curso da fermenta- Figura 8. Variação da acidez do meio na porção de açúcar efetuada através ção. fermentação alcoólica de hidrolisado de de análise sensorial mostrou que a A taxa de mortandande celular pupunha proporção de sacarose de maior aumentou com o curso da fermenta- preferência foi de 9 %, com 85,7 % ção, tornando-se mais acentuada após seqüência ocorre a liberação de meta- de aceitação. 96 horas, devido à alta concentração de bólitos importantes para o meio exter- A fim de se verificar a aceitabilidade etanol no meio fermentado (12,2% v/ no, bem como a entrada de substânci- da bebida já edulcorada, procedeu-se a v). Na fermentação alcoólica, o princi- as, através da membrana, de forma não uma nova análise sensorial cobrindo-se pal responsável pela diminuição da seletiva (Duarte et al., 1996; Jones, os requisitos aparência, aroma, sabor e viabilidade celular é o seu próprio 1988; Pereira Jr., 1999). Isso resulta na cor. Os resultados desse ensaio estão produto, cuja ação tóxica reflete-se na perda da viabilidade celular (Figura 9). apresentados na Figura 11, na qual se desorganização da membrana citoplas- É importante ressaltar que o micror- registram graus satisfatórios, superio- mática, de composição fosfolipídica, ganismo agente do processo fermenta- res a 3,5. Alguns provadores afirmaram alterando sua integridade. Como con- tivo foi uma levedura de panificação, que o aroma exalado pela bebida asse- Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento 53 de, e de um bom retorno de (1984). Peach palm (Bactris gasipaes) a investimento de capital. O pre- new source of vegetable oil from the sente trabalho demonstra ser tropics. J. Sci. Food Agric., 35, 520-526,. factível produzir bebida alco- CLEMENT, C. R. & MORA-URPI, J. E.. ólica de pupunha, fruto abun- Pejibaye Palm (Bactris gasipaes H. B. K. dante na região Amazônica e Aracaceae): Multi-use potencial for the amplamente consumido pela lowland Humid Tropics. 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