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Nós definimos o evangelho da prosperidade como o ensino que os crentes têm o direito às
bênçãos de saúde e riqueza e que eles podem obter essas bênçãos através de confissões
positivas da fé e da semeadura "das sementes", através do pagamento fiel dos dízimos e
ofertas. Reconhecemos que o ensino da prosperidade é um fenômeno que atravessa as
barreiras denominacionais. A teologia da prosperidade pode ser encontrada em diferentes
graus no meio protestante, pentecostal, bem como nas igrejas católicas carismáticas.
Reconhecemos, ainda, que existem algumas dimensões do ensino da prosperidade que tem
raízes na Bíblia, e afirmamos a veracidade de tais elementos como veremos mais abaixo.
Nós não queremos ser apenas negativos, e reconhecemos a terrível realidade social dos
países em que tal ensino mais floresce, fornecendo uma medida de esperança aqueles que
estão em desespero. No entanto, apesar de reconhecer essas características positivas, é
nossa opinião geral de que os ensinamentos daqueles que mais vigorosamente promovem o
"evangelho da prosperidade" são falsos e são produtos de uma grave distorção da Bíblia, e
que sua prática é muitas vezes antiética e anticristã, e que o impacto sobre muitas igrejas é
pastoralmente prejudicial, espiritualmente insalubre, e não só não oferece nenhuma
esperança duradoura, mas pode até desviar as pessoas da mensagem e os meios de
salvação eterna. Em tais dimensões, pode muito bem ser descrita como um falso evangelho.
Fazemos um apelo para uma reflexão mais profunda sobre estas questões no seio da Igreja
cristã.
No entanto, nós rejeitamos como antibíblica a idéia de que o poder miraculoso de Deus pode
ser tratado como automático, ou à disposição de técnicas humanas, ou manipulado por
palavras humanas, ações ou rituais.
2. Afirmamos que existe uma visão bíblica de prosperidade terrena, e que a Bíblia inclui o
bem-estar material (saúde e riqueza) no seu ensinamento sobre a bênção de Deus.
Precisamos estudar a Bíblia inteira com o devido cuidado para ser coerente com o ensino
global de ambos os Testamentos. Nós não devemos dicotomizar o material e o espiritual.
No entanto, rejeitamos a noção bíblica de que o bem-estar espiritual pode ser medido em
termos de bem-estar material, ou que a riqueza é sempre um sinal da bênção de Deus (uma
vez que pode ser obtido pela opressão, o dolo ou a corrupção), ou que a pobreza ou a
doença ou morte, são sempre um sinal de maldição de Deus, ou a falta de fé, ou produto de
maldições humanas (já que a Bíblia nega explicitamente que seja sempre este o caso)
No entanto, não acreditamos que a Teologia da Prosperidade ofereça uma resposta útil ou
bíblica para os que vivem numa condição de pobreza, principalmente em países
extremamente pobres. E observamos que grande parte desse ensino vem de fontes norte-
americanas, onde as pessoas não são materialmente pobres da mesma maneira.
c. A Teologia da Prosperidade
tende a vitimar os pobres, fazendo-lhes sentir que a pobreza é culpa deles próprios,
consequência de sua falta de fé, (coisa que a Bíblia não faz), deixando de abordar e
denunciar aqueles cuja ganância promove a pobreza dos outros (o que a Bíblia
repetidamente denuncia).
No entanto, fazem isto de maneira desastrada e distorcida. Fazem uma leitura seletiva e
manipuladora das Escrituras Sagradas para favorecer seu ponto de vista. Apelamos para a
necessidade de uma exegese mais atenta dos textos, e uma visão mais holística da
hermenêutica bíblica, e denunciamos a maneira com que muitos textos estão sendo
interpretados de maneira distorcida, completamente fora de contexto, aplicados de modo a
contradizer muitos ensinos claros da Bíblia.
No entanto, o crescimento numérico não é sinônimo de saúde espiritual e nem sempre vem
acompanhado do verdadeiro ensino bíblico. Popularidade não é prova de verdade, e as
pessoas podem ser enganadas em grande número.
7. Observamos que muitas pessoas foram enganadas por este tipo de ensino que os levaram
a falsas expectativas, e quando estas não são satisfeitas, as pessoas desistem de Deus,
perdendo a fé por completo e, escandalizadas e frustradas, abandonam a igreja. Isto é
trágico, e deve ser muito doloroso para Deus.
8. Reconhecemos que muitos pregadores da teologia da prosperidade têm suas raízes nas
igrejas evangélicas.
Mas lamentamos a clara evidência de que muitos deles têm, na prática, afastado-se dos
princípios fundamentais da fé evangélica, incluindo a autoridade e prioridade da Bíblia como
a Palavra de Deus e a centralidade da cruz de Cristo.
9. Sabemos que Deus às vezes coloca os líderes em posições de fama pública para
produzirem influência mais significativa na sociedade.
h. Falta de pregar a palavra de Deus de uma forma que alimenta o rebanho de Cristo
j. Deixam de pregar todo o conselho de Deus, para dizer aquilo que as pessoas querem
ouvir.
Este é um resumo das observações feitas por muitos contribuintes que estão envolvidos no
congresso mundial de Evangelização que acontecerá este ano na cidade do Cabo na África
do Sul. A Statement on the Prosperity Gospel - Lausanne Theology Working Group.
(Tradução Bispo Ildo Mello)