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Evolução da população portuguesa

na segunda metade do século XX


A Evolução da População portuguesa na segunda metade do
século XX
Os estudos demográficos permitem fazer uma avaliação pormenorizada dos
diferentes parâmetros da população ao longo do tempo e possibilitam verificar a
existência de alterações na evolução da população portuguesa, cujos reflexos têm
implicações aos mais diversos níveis.
Portugal, embora com algum desfasamento temporal, conheceu um processo de
transição demográfica próximo do dos países desenvolvidos, tendo-se transformado nas
últimas décadas num país envelhecido, com baixos níveis de natalidade e mortalidade
(fig. 1).

Fig. 1 – Evolução das Taxas de natalidade e de mortalidade em Portugal

Portugal, na segunda metade do século XX teve alterações significativas nos


comportamentos demográficos que influenciaram a evolução da população total, que
aumentou em cerca de dois milhões de habitantes (Fig. 2 e 3).

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No início do século XX o ritmo de crescimento era acentuado; passando por uma
quase estagnação da população entre 1911 a 1920. Até 1960, o crescimento
populacional foi muito acentuado.

• De 1961 a 1970 a população diminuiu;

• De 1971 a 1980 a população cresceu a um ritmo muito acentuado;

• De 1981 a 1990 a população voltou a estagnar;

• De 1991 a 2009 o ritmo de crescimento voltou a ser mais acentuado.

Foram vários os factores que permitiram esta evolução durante a segunda metade
do século XX e no princípio do novo século:

• Registou-se um aumento continuado da população apesar da descida da taxa de


crescimento natural, mais acentuada a partir do início dos anos 80;
• Na década de 60, ocorreu uma quebra significativa da população que se deveu,
essencialmente, ao intenso fluxo emigratório reflectido na taxa de saldo migratório
bastante negativa durante esse período;
• A taxa de saldo migratório aumentou na década de 70, atingindo o seu valor mais alto
em 1975, o que se deveu ao regresso de grande número de portugueses das ex-colónias,
na sequência do processo de independência, após a Revolução de 25 de Abril de 1974,
mas também à diminuição da emigração;
• A taxa de saldo migratório volta a ter valores negativos durante os anos 80, o que, em
conjunto com a descida da taxa de crescimento natural, explica a quase estagnação da
população nessa década;
• Na década de 90, a taxa de saldo migratório aumentou novamente, mantendo-se
positiva até ao último ano considerado, facto que se deveu ao aumento da imigração.

Esta análise poder-nos-á levar a concluir que o nosso país afinal se encontra
em franco crescimento populacional, contrariando as tendências demográficas dos
países desenvolvidos, tal facto não é verdade, este aumento deve-se em grande
parte à imigração.

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Desigualdades nos Comportamentos Demográficos a nível regional
Crescimento Natural

Em Portugal, as taxas de natalidade e de mortalidade sofreram uma redução durante o último


século. A taxa de mortalidade desceu muito na primeira metade, mantendo-se, desde 1960, em valores
próximos dos 10%0, enquanto a taxa de natalidade desceu durante todo o século, mas de forma mais
acentuada desde os anos 60. Actualmente, as duas taxas têm valores próximos, pelo que a taxa de
crescimento natural é reduzida, embora com diferenças a nível regional (Fig. 1).

A taxa de natalidade, em 2007, apresentava os valores mais altos nas duas Regiões Autónomas e na
Grande Lisboa, na Península de Setúbal e no Algarve. Os valores mais baixos ocorriam em regiões do
Interior: Alto Trás-os-Montes, Douro, Serra da Estrela, Beira Interior Norte e Sul, Cova da Beira,
Pinhal Interior Norte e Sul, Alto Alentejo, Alentejo Litoral e Central.

Aspectos favoráveis ao aumento da Taxa de natalidade

• A tradição de casamentos precoces, em algumas etnias (cigana) e em certas populações de origem


africana, contribui para uma natalidade elevada.

• Nas comunidades rurais ainda se regista a tendência para um maior número de filhos, pois estes são,
em geral, uma ajuda na actividade agrícola e um amparo para os pais na velhice.

• Nas famílias mais tradicionais e com maior disponibilidade económica é comum um número elevado
de filhos.

• Nos meios mais promíscuos e degradados, onde se desconhece qualquer prática de planeamento
familiar, ocorre, normalmente, um grande número de nascimentos.

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Aspectos desfavoráveis ao aumento da Taxa de natalidade

• Maior acesso ao planeamento familiar.

• Maior participação da mulher na vida activa.

• Prolongamento dos estudos que leva a um casamento mais tardio.

• Desejo de adquirir um crescente nível e qualidade de vida, em termos de conforto doméstico,


mobilidade, vestuário, férias e diversão, prática cultural e desportiva, etc.

• Investimento na educação dos filhos, curso superior e os estudos pós-graduação, por vezes fora de
casa.

• Prolongamento da dependência financeira enquanto os filhos não entram na vida activa.

• Stress da vida urbana acrescido do aumento dos tempos de deslocação entre casa-emprego.

• Crescentes desafios da sociedade exigindo cada vez mais


maior qualificação e dedicação profissional.

• Redução da taxa de nupcialidade e o aumento dos


divórcios.

A taxa de mortalidade, em 2007, apresentava os valores mais altos nas mesmas regiões onde a taxa
de natalidade era mais baixa. Os valores mais baixos pertenciam à Península de Setúbal e às regiões
do Norte Litoral: Cávado, Ave, Grande Porto, Tâmega e Entre Douro e Vouga.

Aspectos favoráveis à diminuição da Taxa de mortalidade

• Melhoria da dieta alimentar e das condições habitacionais;

• Intensificação dos cuidados de saúde e de assistência médica;

• Melhoria dos hábitos de higiene pessoal e das condições de trabalho (redução de horas de trabalho e
melhores condições de segurança).

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Aspectos favoráveis ao aumento da Taxa de mortalidade

• O prolongamento da esperança de vida associado a uma natalidade baixa contribui para o


envelhecimento da população e, por isso, há tendência para um acréscimo da mortalidade;

• Acidentes de trabalho e o crescente número de acidentes rodoviários contribuem também para o


aumento da mortalidade;

• O stress da vida urbana associado a hábitos alimentares incorrectos, a alimentos cada vez menos
naturais e ao consumo de álcool, tabaco e outras drogas representam uma quota-parte crescente da

A taxa de crescimento natural apresentava valores positivos apenas em 11 NUTS 111, destacando-se
pela negativa a maioria das regiões do Interior, mais despovoadas e com população mais envelhecida
e, por isso, com taxa de natalidade mais baixa e taxa de mortalidade mais alta.

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Na taxa de mortalidade, incluem-se também os valores da taxa de mortalidade infantil que desceu,
ao longo de todo o século xx, mas de forma mais acentuada a partir de 1960, situando-se, em 2007, no
valor de 3,4%0, um pouco inferior à média da União Europeia.

Evolução da Taxa de Mortalidade Infantil

Apesar da redução da taxa de mortalidade bruta, a taxa de mortalidade


infantil manteve valores bastante elevados até às últimas décadas do
século XX, tendo sofrido um acentuado decréscimo, a partir dos anos
60.

A redução da taxa de mortalidade infantil ficou a dever-se à melhoria generalizada das condições de
vida em Portugal, sobretudo, na assistência médica durante a gravidez e o parto e no primeiro ano
de vida. Outro factor importante foi a difusão de informação sobre os cuidados a dispensar às
crianças.

Apesar da taxa de mortalidade infantil continuar a baixar,


algumas regiões ainda apresentam valores superiores aos da
média nacional, embora cada vez menos contrastantes (fig. 4).

As principais causas de morte infantil são as de origem


congénita e as infecções originadas no primeiro ano de vida,
facto que denota existirem ainda algumas deficiências nas
condições de assistência infantil, em certas regiões do País.

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Saldo Migratório

As migrações caracterizam, desde há muito, o espaço português, embora tenham variado as razões e
as origens, os destinos e a intensidade dos fluxos migratórios.

A nível interno, o êxodo rural foi muito acentuado nas décadas de 60 e 70 e contribuiu
decisivamente para a actual desigualdade na repartição espacial da população. Actualmente, o êxodo
rural ainda persiste, mas direccionado, sobretudo, para as cidades de média dimensão.

A nível externo, a emigração teve a sua maior expressão na década de 60 e início de 70, sobretudo
em direcção aos países da Europa Ocidental, principalmente França e Alemanha, devido ao fraco
desenvolvimento das actividades económicas no nosso País, à falta de emprego, ao regime político
de ditadura e à guerra colonial, que levou muitos jovens a emigrar para fugirem ao serviço militar.

A partir de 1973, a emigração permanente diminuiu, devido à crise internacional associada à


subida do preço do petróleo e à modernização das actividades económicas, que fez aumentar o
desemprego. A Revolução de 25 de Abril de 1974 contribuiu também para o decréscimo da
emigração, pois permitiu a democratização da sociedade portuguesa, o fim da guerra colonial e a
abertura da economia ao exterior. Além disso, deu-se o regresso de muitos portugueses das ex-
colónias.

Durante os anos 80, continuou a tendência decrescente da emigração, verificando-se também que
esta passou a ser predominantemente temporária - por um período inferior a um ano. Na década
seguinte, a emigração aumentou novamente, mantendo-se, no entanto, em valores baixos até à
actualidade.

Em meados dos anos 90, o saldo migratório voltou a ter valores positivos, facto que se deveu ao
aumento da imigração. A integração na União Europeia, o crescimento económico e a
internacionalização da economia portuguesa tornaram Portugal um país atractivo.

CRESCIMENTO EFECTIVO

Graças ao aumento da imigração, a taxa de crescimento efectivo da população portuguesa registou


um aumento desde o início dos anos 90, invertendo essa tendência a partir de 2002, mas mantendo-
se ainda positivo em 2007. Os valores mais altos do Algarve e de Lisboa devem-se sobretudo à
imigração, mas também aos valores mais altos da taxa de crescimento natural, tal como nos Açores
e na Madeira (Fig.1).

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