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Relatório de Política Monetária
Índice
Sumário Executivo……............................................................................................................................3
Enquadramento Externo ……………………………………................................................................................6
Economia Nacional …………..…………………...............................................................................................8
Sector Real ……………………………………………………………………………………...………………..…………………………… 8
Procura Global.……………………..………………………………………………………..……...…….……………………....8
Consumo..………………………………………………………………………………….……………………..……………………9
Investimento…………………………………………………………………………………………………………………….....11
Comércio Externo.………………………………………………………………………………………………………….…….12
Inflação………..…………………………………….....................................................................................15
Inflação Mundial….…………………….…………………………………………………………………………………..…...15
Inflação Interna ‐ Evolução Actual………………………………………..…………………….…………………….....16
Core Inflation……………………………...………………………………………………………………….………...…….…..20
Projecção da inflação.………………..………………………………………………………………………………...….….20
Sector Orçamental…………………………………………….………………..............................................................22
Sector Externo…………………….……………………........................................................................................25
Balança Corrente e de Capital………………………………………………………………………………………………25
Balança Financeira….……………...…………………………………………………………….……………….……...…..29
Sector Monetário e Financeiro……..………………….................................................................................32
Análise da Liquidez……………………………..………….………………..……………………….…………………...…...32
Taxas de Juro……………………………………………………..……………………………………………………...………..33
Evolução dos Agregados Monetários….……………………………………..…………………………..………..…..35
Avaliação Global……………………………………………………………………………………………………………………35
Meios de Pagamento …………………………………………………………………………………………………………..37
Activos Monetários………………………………………………………………………………………………………………38
Política Monetária nos Últimos 6 Meses….……………………………………..……………………..………….…38
Política Monetária para os Próximos 6 Meses…...………………………………………………………………...39
Cenário Central ….……………………………………………..……………………..…………………………...……...…...43
Anexo………………………..………………..….……………………………………………..……………………..………………...…...45
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 2
Relatório Política Monetária
Sumário Executivo
De acordo com informações avançadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), na segunda
metade do ano de 2009 assistiu‐se à retoma da produção global e do comércio internacional, evi‐
tando assim uma nova Grande Depressão. A inversão da degradação da situação económica e finan‐
ceira internacional foi conseguida graças aos estímulos das políticas monetárias e orçamentais
adoptadas pelas autoridades, permitindo restabelecer o funcionamento do sistema bancário e a
recuperação da confiança dos consumidores e das empresas.
A nível interno, as informações mais recentes sobre a economia cabo‐verdiana revelam um compor‐
tamento misto da actividade económica. O consumo, a componente principal da procura interna,
interrompeu o período de declínio registado a partir de 2007 e começa a dar mostras de recupera‐
ção. Por seu lado, as exportações, beneficiando de um enquadramento externo mais favorável
embora frágil, apresentam, no período em análise, uma evolução positiva. O investimento no
entanto, apesar de dar sinais de alguma recuperação, continua ainda em terreno negativo. Nesta
perspectiva, para o ano de 2010, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deverá situar‐se no
intervalo [4% ‐ 5%], mantendo‐se portanto, a previsão apresentada no relatório publicado em Outu‐
bro de 2009.
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 3
Relatório Política Monetária
O enquadramento externo mais favorável nos últimos meses tem tido reflexos positivos na evolu‐
ção das transacções internacionais de Cabo Verde, conforme as informações do 1º trimestre de
2010. Com efeito, a retoma da actividade económica internacional tem tido um impacto positivo
na recuperação das receitas do turismo e de fluxos direccionados para o sector da imobiliária turís‐
tica. Contudo, as projecções da balança de pagamentos para 2010 apontam para um agravamento
do défice da conta corrente de 10,8% do PIB em 2009 para 12,7% em 2010, traduzindo o crescimen‐
to do défice da balança comercial, em resultado do aumento significativo das importações de bens
de capital.
Ao nível dos preços, de acordo com as informações sobre o índice de preços no consumidor (IPC)
referentes a Março de 2010, a inflação homóloga situou‐se nos 0,8%, um aumento de 1,3 pontos
percentuais (p.p) face ao registado no mês anterior. O comportamento dos preços, traduz a evolu‐
ção dos preços a nível internacional, particularmente das “commodities”, com destaque para o
impacte do preço dos produtos petrolíferos no mercado doméstico. Para o final do ano prevê‐se um
aumento moderado nos preços, pelo que a taxa de inflação média deverá fixar‐se no intervalo
[1,5% – 2,5%].
No que tange à situação orçamental, os dados provisórios do MF, até o primeiro trimestre, revelam
um agravamento na generalidade das contas do sector público, sobretudo ao nível das receitais
orçamentais e, em particular, daquelas provenientes da cobrança de impostos. Em termos prospec‐
tivos, espera‐se, até ao final de 2010, uma ligeira recuperação das receitas públicas, em virtude
sobretudo do acréscimo ainda que moderado das receitas tributárias e do aumento dos donativos.
Contudo, os gastos deverão acusar um acréscimo significativo, sobretudo no tocante às despesas de
investimento relacionadas com obras de infra‐estruturas. Assim, para 2010, o défice público incluin‐
do donativos deverá até ao final de 2010 atingir os 9,7% do PIB, o que representa uma significativa
deterioração da posição orçamental de 3,7 p.p. face ao ano anterior.
Em termos de política monetária do Banco de Cabo Verde (BCV), ela continua orientada pelos
objectivos estabilidade de preços e defesa do regime cambial em vigor, atribuindo especial relevân‐
cia aos objectivos de política acordados com o FMI. Não obstante a quebra registada nos fluxos do
exterior, particularmente os de Investimento Directo Estrangeiro e de Receitas do Turismo, o BCV
cumpriu com uma margem relativamente confortável (+13 milhões de Euros) a meta de disponibili‐
dades líquidas sobre o exterior (DLX) acordada com o FMI. Tendo em conta também o contexto
internacional caracterizado por um nível historicamente baixo das taxas directoras, nomeadamente
na Zona Euro e nos Estados Unidos, conjugado com alguma diminuição do excesso de liquidez no
sistema bancário, o BCV optou pela redução da sua taxa directora em Dezembro de 2009, com efei‐
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 4
Relatório Política Monetária
tos a partir de Janeiro, fixando‐a em 4,25%, menos um p.p. . Para os próximos seis meses, no qua‐
dro de uma recuperação ainda lenta da economia internacional, a preocupação central será a pre‐
servação de um nível adequado de reservas externas, por exigência da manutenção das condições
de suporte ao regime de paridade fixa e do cumprimento das metas estabelecidas no programa
Polícy Support Instrument (PSI) firmado com o FMI. O apoio do Governo no esforço de esterilização
terá efeitos nas opções de política monetária do BCV, para a qual se prevê a introdução de um con‐
junto de alterações normativas no quadro operacional, nomeadamente a utilização de Bilhetes de
Tesouro na condução e execução da política monetária, no âmbito de uma maior coordenação
entre o Ministério das Finanças (MF) e o BCV, visando, entre outros, um melhor funcionamento do
mercado monetário e financeiro.
O quadro de programação monetária revisto para 2010 prevê o crescimento da massa monetária
em torno de 7,5%. Neste cenário, a criação monetária prevista é de cerca de 7,8 mil milhões de
escudos, representando um aumento da procura de moeda relativamente aos valores de 2009, com
o crescimento previsto do crédito à economia a evidenciar um ritmo inferior ao registado no ano
anterior.
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 5
Relatório Política Monetária
Enquadramento Externo da Economia Cabo‐Verdiana
Segundo informações avançadas pelo FMIl, apesar da recuperação da economia mundial ter‐se ini‐
ciado mais cedo do que o inicialmente projectado, o seu andamento não tem sido uniforme, tendo‐
se registado uma maior robustez nas economias emergentes. Com as taxas de juros mantidas
excepcionalmente baixas, a recuperação da economia estendeu‐se e solidificou‐se à maioria dos
países desenvolvidos na segunda metade do ano de 2009. Para o ano de 2010, as últimas informa‐
ções avançadas pelo último World Economic Outlook (WEO), sugerem um crescimento do PIB mun‐
dial na ordem dos 4,2%, impulsionado sobretudo pelo dinamismo da China e da Índia .
De acordo com informações avançadas pelo FMI,
na segunda metade do ano de 2009 assistiu‐se à
retoma da produção global e do comércio interna‐ Produto Interno Bruto
(taxa de variação homóloga)
cional, evitando assim uma nova Grande Depressão. 10,0
EUA
financeira internacional foi conseguida graças aos 6,0
em percentagem
4,0 Zona Euro
estímulos das políticas monetárias e orçamentais
2,0
adoptadas pelas autoridades, permitindo restabele‐
0,0
cer o funcionamento do sistema bancário e a recu‐
1º tri 03
3º tri 03
1º tri 04
3º tri 04
1º tri 05
3º tri 05
1º tri 06
3º tri 06
1º tri 07
3º tri 07
1º tri 08
3º tri 08
1º tri 09
3º tri 09
‐2,0
empresariado. ‐6,0
1,00 € 2,00 € 3,00 € 4,00 € 5,00 € 6,00 €
A retoma económica global evoluiu melhor do que
o antecipado no WEO de Janeiro, patente na revisão
em alta da previsão de crescimento para 2010, 4,2%
contra 3,9%. As economias emergentes e em desen‐
volvimento, lideradas pela China (10%), Índia (8,8%)
e Brasil (5,5%) continuam a ser as mais dinâmicas,
crescendo em média 6,3%, enquanto nas economias
desenvolvidas (2,3%) destacam‐se os Estados Uni‐
dos (3,1%) por contraponto à ténue recuperação da
Zona Euro (1%), onde pontificam a fraca evolução
do mercado de trabalho, com a taxa de desemprego
a situar‐se perto de dois dígitos, ao que se adiciona
a fragilidade dos balanços das famílias e o desequilí‐
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 6
Relatório Política Monetária
No domínio cambial é assinalável a pressão sobre o
Evolução da cotação do EUR/USD
euro em resultado, nomeadamente, dos problemas
1,60
de endividamento da Grécia e do possível contágio
1,50
a outras economias da Zona Euro, onde escasseiam
1,40
EUR/USD
soluções para os elevados défices orçamentais e 1,351
1,30
dívida pública, num contexto de uma união monetá‐
1,20
ria que tem revelado pouca disciplina face aos 1,10
Jan‐09
Mai‐09
Dez‐09
Jan‐10
Fev‐09
Mar‐09
Jul‐09
Ago‐09
Out‐09
Nov‐09
Fev‐10
Mar‐10
Abr‐09
Jun‐09
Set‐09
institucionais em contexto de crise. Espera‐se por
isso, para os próximos meses, uma depreciação do
euro face ao dólar, que a 31 de Março de 2010 atin‐
giu a cotação de 1.35 USD.
No mercado petrolífero, o preço do brent mantém a
Evolução da cotação do Brent
tendência de subida iniciada em 2009, em função
90
das pressões exercidas pelo lado da procura, tendo 82,7
80
atingindo os 81,30 USD o barril, a 31 de Março de
70
USD
2010. No entanto, tendo em conta a fraca utilização 60
próximos meses. Neste quadro, os principais bancos 30
Jan‐09
Fev‐09
Mai‐09
Nov‐09
Dez‐09
Jan‐10
Fev‐10
Mar‐09
Abr‐09
Jun‐09
Jul‐09
Ago‐09
Set‐09
Out‐09
Mar‐10
centrais, designadamente, a Reserva Federal dos
EUA (FED) e o Banco Central Europeu (BCE), opta‐
ram por manter inalteradas as suas taxas de juro
directoras (entre 0% a 0,25% e 1%, respectivamen‐
te).
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 7
Relatório Política Monetária
Economia Nacional
Beneficiando de um enquadramento externo em franca recuperação, a actividade económica nacio‐
nal começa a dar sinais, embora ténues, de alguma animação, principalmente na componente da
procura externa, onde se assiste a uma evolução positiva das exportações de bens e serviços; tam‐
bém na componente procura interna, o consumo privado inverteu o ciclo de desaceleração.
Sector Real
Procura Global
6,0
componente principal da procura interna, interrom‐
4,0
peu o período de declínio registado a partir de 2007
2,0
e começa a dar mostras de recuperação, enquanto
0,0
as exportações de bens e serviços, beneficiando de 2004 2005 2006 2007 2008 2009E 2010P
um enquadramento externo mais favorável embora
ainda frágil, apresentam no período em análise uma
evolução positiva.
Assim, para o ano de 2010, as projecções actualiza‐
das para a economia cabo‐verdiana apontam para
um crescimento do PIB no intervalo [4% ‐ 5%], man‐
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 8
Relatório Política Monetária
tendo‐se portanto a previsão apresentada no relató‐
rio publicado em Outubro de 2009. Esta evolução
incorpora a previsão do aumento das exportações
de serviços, do investimento privado, em particular
do IDE para a formação bruta de capital fixo, bem
como do consumo privado, com particular incidên‐
cia na componente de bens duradouros. Adicional‐
mente, espera‐se que o crescimento económico
venha a beneficiar, até ao final do ano, das medidas
de estímulo orçamental implementadas nos últimos
2‐3 anos, criando condições propícias e incentivos
ao investimento, nomeadamente do sector privado.
Refira‐se no entanto que, nas actuais projecções
para 2010, persiste uma elevada incerteza associada
ao enquadramento financeiro internacional, com
destaque para a Zona Euro, bem como ao real
impacto das medidas de estímulo orçamental.
O Consumo
Sinais positivos emergem na evolução do consumo,
prevendo‐se um crescimento ainda que moderado.
os indicadores quantitativos de consumo produzidos 4,0
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 9
Relatório Política Monetária
Em percentagem
5,0
do comércio a retalho, tendo o mesmo registado no
0,0
Mai‐09
Nov‐09
Dez‐09
Jan‐10
Fev‐10
Mar‐09
Abr‐09
Jun‐09
Jul‐09
Ago‐09
Set‐09
Out‐09
Mar‐10
‐5,0
primeiro trimestre uma taxa de variação de 1%
‐10,0
( 0,8% atingidos no trimestre anterior). ‐15,0
‐20,0
‐25,0
Até ao final de 2010, espera‐se um aumento do ‐30,0
Importações de Bens de Consumo
consumo privado, com um crescimento a situar‐se Importações de Bens de Consumo não Duradouros
Importações de Bens de Consumo Duradouros
entre [2,5%; 2,9%], em linha com a previsão da
redução gradual do grau de restritividade das condi‐
ções de financiamento e da melhoria das perspecti‐
vas das famílias face à evolução do seu rendimento;
Vendas no Comércio a Retalho
todavia o contexto continua ainda marcado pelas
limitações impostas pela manutenção da situação 2,5
2,0
desfavorável no mercado de trabalho. Por outro
1,5
lado, tendo em conta o orçamento geral do Estado 1,0
Em %
0,5
para 2010, o consumo público deverá manter a sua
0,0
1ºT.04
3ºT.04
1ºT.05
3ºT.05
1ºT.06
3ºT.06
1ºT.07
3ºT.07
1ºT.08
3ºT.08
1ºT.09
3ºT.09
1ºT.10
tendência ascendente, com o crescimento médio ‐0,5
‐1,0
anual, em termos reais, a situar‐se entre [6,5%; ‐1,5
9,9%]. ‐2,0
E E P
2007 2008 2009 2010
Produto Interno Bruto 8,6 6,1 4,0 [4%; 5%]
Consumo Privado 3,7 1,2 0,4 [2,5%; 2,9%]
Consumo Público 11,4 -0,5 6,3 [6,5%; 9,9%]
Formação Bruta de Capital Fixo 40,5 11,9 -9,3 [-0,5%; -3,1%]
Exportação de Bens e Serviços 14,7 8,0 -13,0 [1,7%; 3,2%]
Importação de Bens e Serviços 23,7 3,8 -13,7 [-0,5%; -3,5%]
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 10
Relatório Política Monetária
O Investimento
O investimento publico contribuirá para amortecer
a lenta evolução da FBCF do sector privado.
Em percentagem
atestar esta evolução, os indicadores das importa‐ 20,0
0,0
ções de bens de construção, bens de equipamentos
Mai‐09
Dez‐09
Mar‐09
Ago‐09
Out‐09
Nov‐09
Jan‐10
Fev‐10
Mar‐10
Abr‐09
Jun‐09
Jul‐09
Set‐09
‐20,0
e materiais de transporte, evidenciam no primeiro
‐40,0
trimestre de 2010 uma melhoria em termos homó‐ ‐60,0
Importações de Bens de Construção
logos mas com taxas de variação ainda negativas de
Importações de Bens de Equipamentos
Importações de Materiais de Transporte
37,2%, 9% e 18,3% respectivamente. Por outro lado,
o Investimento Directo Estrangeiro (IDE) e, em par‐
Carteira de Encomendas no Sector da Construção
ticular o investimento no sector imobiliário, regis‐ e Obras Públicas
tou, no primeiro trimestre deste ano, um aumento
2,5
em termos homólogos de 62,3%, fixando‐se nos 2,0
1,5
1.161 milhões de escudos, contra os 716 milhões no
1,0
período homólogo. Os inquéritos de conjuntura à 0,5
Em %
0,0
construção e obras públicas do INE, por seu turno,
1ºT.04
3ºT.04
1ºT.05
3ºT.05
1ºT.06
3ºT.06
1ºT.07
3ºT.07
1ºT.08
3ºT.08
1ºT.09
3ºT.09
1ºT.10
‐0,5
apontam para uma certa estabilização na carteira de ‐1,0
‐1,5
encomendas deste sector, não obstante a tendência ‐2,0
em geral ainda decrescente.
expressiva que a estimada para 2009, num contexto 5.000
4.000
em milhões de ECV
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 11
Relatório Política Monetária
taxa de crescimento média anual a variar entre os
Evolução do Investimento
[‐3,1%; ‐0,5%] em termos reais. O investimento do (variação anual em %)
40,0
sector público em particular, deverá registar uma
30,0
evolução bastante positiva, impulsionado pelas
20,0
obras de infra‐estruturas propostas pelo Orçamento
10,0
do Estado para 2010. Deste modo, a taxa de
0,0
crescimento média anual em termos reais do
‐10,0
investimento público, deverá situar‐se no intervalo
Jun‐05 Jun‐05 Jun‐05 Jun‐05 Jun‐05 2009E
‐20,0
[9,3%; 18,6%], podendo atingir o limite superior
deste intervalo se efectivamente se executarem em
100% os grandes projectos orçamentados, de entre Investimento Privado Vs Investimento Público (em
percentagem do PIB)
os quais, o das energias renováveis e habitação
Investimento Privado Investimento Público Total
social.
50,0
45,0
40,0
35,0
O Comércio Externo 30,0
Em %
25,0
20,0
Retoma da procura externa com uma contribuição 15,0
10,0
positiva das exportações de serviços. 5,0
0,0
Jun‐05 Jun‐05 Jun‐05 2008E 2009E 2010P
Os últimos indicadores económicos disponibilizados
apontam para a recuperação da economia global.. O
comércio mundial também tem dado indícios de
uma forte recuperação, apesar da contracção verifi‐
cada no mês de Janeiro. Os efeitos desta recupera‐
ção têm‐se repercutido positivamente na procura
externa enfrentada pela economia cabo‐verdiana,
tendo‐se registado no 1º trimestre de 2010 um Exportações Cabo‐verdianas e Actividade na Zona Euro
aumento significativo quer das exportações de bens t.v.h
90 4,00
quer dos serviços. 3,00
70
2,00
50 1,00
As exportações de bens aumentaram 54,2% em 30 0,00
-1,00
10 -2,00
termos homólogos, em resultado essencialmente do
-10 -3,00
1º tri 03
4º tri 03
3º tri 04
2º tri 05
1º tri 06
4º tri 06
3º tri 07
2º tri 08
1º tri 09
4º tri 09
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 12
Relatório Política Monetária
milhões de escudos
0
escala, as exportações de produtos tradicionais,
2007: Q1
2007: Q3
2008: Q1
2008: Q3
2009: Q1
2009: Q3
2010: Q1
nomeadamente produtos do mar, também contri‐
‐10.000
buíram para o aumento das exportações de bens no
1º trimestre de 2010, tendo duplicado em relação
‐20.000
ao mesmo período do ano anterior. Pelo contrário, Exportação de Bens Importação de Bens
as exportações de produtos transformados (calçado
e vestuário) diminuíram em cerca de 27% em ter‐
mos homólogos no período em análise.
Exportações de Mercadorias
milhões de escudos
No que se refere às importações de bens, registou‐
se no período em análise uma redução de 7,1% em
termos homólogos (valores CIF), situando‐se em
13.861,1 milhões de escudos. Por categorias de
bens, as importações de bens intermédios e bens de
capital apresentaram reduções de 19,3% e 3,9% em
termos homólogos, respectivamente, decréscimos
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 13
Relatório Política Monetária
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
A única categoria de bens que registou uma ligeira -10
evolução positiva no 1º trimestre de 2010 foi a dos
bens de consumo (1,1% em termos homólogos), o
Importações de Bens PIB Nominal
que indicia alguma recuperação da confiança dos
consumidores.
Importações de Mercadorias CIF
milhões de escudos
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 14
Relatório Política Monetária
Inflação
De acordo com as informações sobre o IPC disponibilizadas pelo INE em Abril de 2010, a inflação
homóloga situou‐se nos 0,8%, um aumento de 1,3 p. p. face ao registado no mês anterior. O com‐
portamento dos preços traduz em certa medida o aumento dos preços das” commodities” com des‐
taque para o impacte dos preços dos produtos petrolíferos no mercado doméstico As projecções
para 2010 apontam para um aumento moderado da inflação interna, tendo em conta a previsão de
crescimento dos preços a nível internacional e factores de ordem interna, nomeadamente a previsão
da retoma da procura interna combinada com um aumento moderado dos preços dos produtos
administrados e dos salários. Assumindo a materialização destes pressupostos, projecta‐se que a
taxa de inflação média deverá situar‐se no intervalo [1,5% – 2,5%].
Inflação Mundial
Inversão da tendência de redução de preços verifi‐
cada nos últimos meses de 2009
ços, quer nas economias avançadas quer nas econo‐ 0,0
Jan‐08
Mai‐08
Set‐08
Jan‐09
Mai‐09
Set‐09
Jan‐10
‐2,0
mias emergentes, os dados do primeiro trimestre de ‐4,0
Este situação é o resultado do comportamento cres‐
cente dos índices das commodities (essencialmente
dos bens energéticos e dos metais). Com efeito, o
preço internacional do petróleo regista uma trajec‐
tória de subida atingindo na primeira metade de
Abril os 86,6 USD/barril (64,5 euros/barril) um
aumento de 12,8 % face ao final de Fevereiro.
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 15
Relatório Política Monetária
Em termos prospectivos, a tendência é de manuten‐
ção do perfil ascendente dos preços ao longo de
2010. Assim, na sequência de sinais de recuperação
da actividade económica global, as últimas previ‐
sões do FMI de Abril apontam para um crescimento
moderado dos preços nas economias avançadas em
2010 e 2011 (1,5% e 1,4%), num contexto de cres‐
cimento moderado dos preços energéticos. Nos EUA
contudo, o crescimento dos preços deverá fixar‐se
acima da média dos países avançados (2,1% em
2010 e 1,7 % para 2011), em contraste com a Área
do Euro, onde a inflação deverá situar‐se em níveis
próximos de 1% em 2010 e aumentar para 1,3% em
2011. Nas economias emergentes e em desenvolvi‐
mento, a inflação deverá aumentar em 2010 para
6,2% (5,2% em 2009) e reduzir em 2011 para 4.7%.
Inflação Interna
da pelo índice de preços no consumidor (IPC), apre‐ 8,0%
6,0%
sentou uma tendência decrescente que culminou
4,0%
com o registo de uma taxa média de 1%, 5,8 p.p. 2,0%
Mai‐08
Jan‐09
Mai‐09
Jan‐10
Set‐08
Set‐09
‐2,0%
mesma tendência, a taxa de variação homóloga acu‐
‐4,0%
mulou baixas sucessivas, atingindo em Outubro de Tx var homóloga Tx var média 12 meses Tx var mensal
2009 os 3,2% negativos, o valor mais baixo dos últi‐
mos anos, tendo registado no final do ano em refe‐
rência os 0,4% negativos.
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 16
Relatório Política Monetária
tares. Esta situação poderá estar associada aos efei‐
tos desfasados da evolução dos preços a nível inter‐
nacional, quer das commodities (principalmente o
preço do petróleo e seus derivados e dos metais),
com destaque para o impacte das alterações dos
preços dos produtos petrolíferos no mercado
doméstico, por parte da Agência de Regulação Eco‐
nómica (ARE), verificadas nos últimos meses de
2008.
De Junho até Dezembro de 2009 a taxa de variação
homóloga foi sucessivamente negativa, invertendo a
tendência em Novembro. Segundo informações
mais recentes sobre o IPC, até o primeiro trimestre
de 2010 registam‐se fortes indícios para o aumento
da taxa de variação homóloga da inflação, dando
sequência às variações verificadas nos últimos
meses de 2009. Já em Abril de 2010, a inflação
homóloga situou‐se nos 0,8%, aumentando 1,3 p.p.
face ao registado no mês anterior. Por sua vez, a
inflação média atingiu uma taxa negativa de ‐0,3%,
situação que se verificou pela última vez em Agosto
de 2005 (‐0, 3%).
A evolução dos preços internos tem seguido, embo‐
ra com algum desfasamento, a trajectória verificada
nos níveis de preços internacionais, sendo visível a
diminuição do diferencial de nível de preços inter‐
nos nacionais relativamente aos da Zona Euro. De
facto, de acordo com as estimativas provisórias do
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 17
Relatório Política Monetária
Jan‐00
importância das relações comerciais, implicam que a
Jan‐00
inflação importada seja, no essencial, determinada
Jan‐00
área (principalmente Portugal). Jan‐00
Jan‐08 Mai‐08 Set‐08 Jan‐09 Mai‐09 Set‐09 Jan‐10
Evolução do Preço dos Produtos Petrolíferos Regulados pela ARE (em CVE)
Out‐07 Mar‐08 Jun‐08 Set‐08 Out‐08 Nov‐08 Mar‐09 Ago‐09 Out‐09 Dez‐09 Fev‐10 Abr‐10
Gasolina ‐ Esc/Litro 145,5 145,8 154,6 178,3 178,3 160,0 96,7 138,1 137,1 133,6 136,6 145,7
Petróleo ‐ Esc/Litro 78,6 78,6 78,6 83,5 83,5 83,5 83,5 68,7 69,1 70,8 73,0 76,7
Gasóleo ‐ Esc/Litro
Venda nos Postos de Venda 94,2 106,3 120,4 132,0 125,1 125,1 76,4 90,9 91,7 93,3 95,1 100,0
Venda para produção de 85,3 94,3 113,1 124,7 117,8 117,8 69,9 76,8 77,6 79,2 81,0 85,9
Fuel ‐ Esc/Kg
180 46,2 51,7 59,4 72,3 67,2 57,0 57,0 55,7 57,5 57,5 58,9 60,8
380 39,2 44,0 51,1 62,1 57,2 44,9 44,9 49,1 51,1 50,9 52,3 53,9
Butano
Garrafas de 3 Kg 385,0 411,0 411,0 433,0 433,0 416,0 350,0 360,0 374,0 388,0 411,0 411,0
Garrafas de 6Kg 811,0 866,0 866,0 913,0 913,0 875,0 737,0 758,0 788,0 817,0 865,0 866,0
Garrafas de 12,5 Kg 1.690,0 1.804,0 1.804,0 1.901,0 1.901,0 1.824,0 1.535,0 1.580,0 1.641,0 1.702,0 1.803,0 1.804,0
Fonte: ARE
De acordo com os dados do INE, regista‐se uma cer‐
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 18
Relatório Política Monetária
ta compensação no conjunto das observações posi‐
tivas e negativas para as variações homólogas das
diferentes classe de bens, contribuindo desta forma
para a redução da volatilidade dos preços, medida
pelo desvio padrão das classes.
Índice de Preços no Consumidor
(taxas de variação homólogas(%))
2009 2010
2008
IPC e as suas componentes 1ºT 2ºT 3ºT 4ºT Jan Fev Mar
Índice Global 6,7 4,1 0,1 ‐1,2 ‐0,4 0,1 ‐0,5 0,8
Bens 5,6 4,2 ‐0,5 ‐2,1 0,8 1,3 ‐0,2 0,3
Para a variação homóloga do IPC , os maiores contri‐ Contributo das principais componentes para a variação
homóloga do IPC (em pontos percentuais)
butos advêm das classes “rendas, gás e outros com‐
bustíveis”,”bens e serviços diversos”, em oposição Produtos alimentares e
bebidas não alcoólicas
Bens e serviços 0,5 Bebidas alcoólicas e
aos menores contributos das classes “transportes” e diversos tabaco
Hotéis, restaurantes,
0,0
“comunicação”. De um modo geral, as contribuições cafés e similares
Vestuário e calçado
‐0,5
negativas verificadas foram suplantadas pelo con‐
Rendas de
Ensino ‐1,0 habitação, água, …
junto das contribuições positivas, resultando na
Lazer, recreação e Acesórios, equipament
variação homóloga positiva observada para o IPC cultura o doméstico…
No que se refere à taxa de variação mensal, no mês
de Março registou‐ se uma variação de 0,3%, o que
traduz em larga medida os aumentos expressivos
em algumas classes tais como Hotéis, Restaurantes,
cafés e similares (4,0%), Vestuário e Calçado (0,5%)
e dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas
(0,4%).
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 19
Relatório Política Monetária
Core Inflation
6,0
A TVH, que até ao terceiro trimestre de 2009
4,0
encontrava‐se abaixo das medidas de core inflation, 2,0
aproximou‐se desta no final do ano para no primei‐ 0,0
2008‐01
2008‐05
2008‐09
2009‐01
2009‐05
2009‐09
2010‐01
‐2,0
ro trimestre de 2010 situar‐se acima. Esta evolução
‐4,0
das medidas de core inflation aponta no sentido da TVH TVH EXC. ENER.
TVH EXC. ENER. E BA. 3 Méd. móv. per. (TVH )
inversão da tendência deflacionista que se fez sen‐
tir nos últimos meses de 2009.
Projecção da Inflação
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 20
Relatório Política Monetária
Assim, esta projecção incorpora a tendência para o
aumento dos preços no mercado internacional
(bens energéticos e das matérias‐primas, principal‐
mente metais) aliada às perspectivas de manuten‐
ção ou aumento dos preços dos bens administrados,
de estabilização ou aumento dos preços dos produ‐
tos alimentares e crescimento moderado nos salá‐
rios. Com base na materialização dos pressupostos
enunciados, as projecções para a evolução do IPC
apontam claramente para um aumento moderado
do ritmo de crescimento dos preços. Neste cenário,
espera‐se que a taxa de variação média anual do IPC
se situe no intervalo [1,5% – 2,5%] em finais de
2000.
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 21
Relatório Política Monetária
Sector Orçamental
A execução orçamental, nos três primeiros meses do ano, acompanha o lento ritmo da actividade
económica assistindo‐se a uma redução quer das receitas de impostos quer das despesas, sendo de
destacar nesta última rubrica o menor ritmo de execução das despesas de investimento. Regista‐se
no período um agravamento ligeiro do deficit incluindo donativos, a que não será alheio o menor
ritmo de arrecadação fiscal.
Redução das receitas fiscais, com destaque para a
queda no IVA
Saldo Corrente
desenrolar da crise financeira internacional e a
Saldo Primário
desaceleração da actividade económica nacional. Os 10,0 Saldo Total Incl. Donativos
revelam um agravamento na generalidade das con‐ 0,0
tas do sector público, sobretudo ao nível das recei‐
‐5,0
tais orçamentais e, em particular, daquelas prove‐
‐10,0
nientes da cobrança de impostos. Assim, o défice
‐15,0
incluindo donativos atingiu nos primeiros três meses
do ano os 0,1% do PIB (contra um superávit de 0,2%
no período homólogo), o défice primário situou‐se Receitas e Despesas Públicas
(em percentagem do PIB)
nos 0,5% do PIB (face aos 0,4% em termos homólo‐
Despesas Totais
gos) e o saldo corrente registou também uma redu‐ Receitas incl. Donativos
50,0 Saldo Global incl. Donativos
ção de 0,4 p.p. relativamente ao ano anterior, fixan‐
40,0
do‐se nos 0,8% do PIB (1,2% do PIB no trimestre
30,0
homólogo). Este agravamento das contas públicas 20,0
resultou, essencialmente, da redução das receitas 10,0
públicas (‐5,5%), já que as despesas públicas regista‐ 0,0
‐20,0
homólogo (‐0,8%).
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 22
Relatório Política Monetária
sobretudo o decréscimo verificado nas receitas cor‐
rentes (‐2,9%) e, em particular, nas receitas tributá‐ Receitas Tributárias
(em percentagem do PIB)
rias (‐1%) e não tributárias (‐21%). As receitas tribu‐
30,0
tárias, em decorrência da manutenção da desacele‐ 25,0
ração da actividade, registaram uma queda na qua‐ 20,0
15,0
se generalidade das suas componentes, sendo de
10,0
destacar a redução do IVA (‐2,1%) e dos impostos 5,0
telecomunicações.
2009 25,7 36,4 33,1 4,8
virtude sobretudo do acréscimo ainda que modera‐
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 23
Relatório Política Monetária
do das receitas tributárias e do aumento dos donati‐
vos, que deverão atingir os 7.239 milhões de escu‐ Distribuição Funcional das Despesas
(Orçamento de Estado 2010)
dos, aproximadamente 85% do orçamentado. Do
Despesas Totais 35,5 28,3 27,2 8,9
lado das despesas, espera‐se um aumento dos gas‐
tas públicos, decorrente essencialmente do acrésci‐
Orçamento de
66,1 13,4 20,2
Investimento
mo significativo das despesas de investimento
(30,8%) no âmbito da execução de grandes projec‐ Orçamento de
4,8 43,3 34,3 17,5
Funcionamento
tos programados para o ano, nomeadamente no
domínio da construção de estradas e expansão de 0% 20% 40% 60% 80% 100%
Funções Económicas Funções Gerais
portos, energias renováveis e habitação social. Nes‐ Funções sociais Outras Funções
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 24
Relatório Política Monetária
Sector Externo
A evolução das transacções internacionais de Cabo Verde no 1º trimestre de 2010 reflecte um misto
de, início de recuperação da actividade económica mundial e ainda alguma fragilidade na actividade
económica nacional. Este comportamento é visível quer ao nível da conta corrente, com destaque
por um lado para a recuperação das receitas do turismo e por outro para a redução nas importações
de mercadorias, quer na conta de operações financeiras onde se verificou uma retoma dos fluxos de
receitas direccionadas para o sector da imobiliária turística. Neste período assiste‐se a uma redução,
em termos homólogos, do défice externo do pais.
Balança Corrente e de Capital
Em Março de 2010, e de acordo com as informações
Conta Corrente e Balança Comercial
(em % do PIB nominal)
recolhidas pelo Banco de Cabo Verde, as necessida‐
des liquidas de financiamento externo da economia
50
nacional, medidas pelo défice conjunto das balanças Balança
40 Comercial
corrente e de capital, apresentam uma melhoria
30
quando comparada com igual período do ano tran‐
20
Conta
sacto. Corrente
10
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
essencialmente a melhoria registada ao nível do défi‐
ce da conta corrente, traduzindo este no essencial, a
redução do défice da balança comercial, que acompa‐
nha o abrandamento no ritmo de crescimento da
procura interna e que, por representar uma parcela
bastante significativa da conta corrente, tem indicado
praticamente a tendência de evolução da conta cor‐
rente ao longo dos anos.
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 25
Relatório Política Monetária
comercial, a redução do défice da balança corrente
resultou também do aumento do excedente da
balança de serviços. Pelo contrário, o excedente da
balança de transferências correntes diminuiu
11,25% em termos homólogos no primeiro trimes‐
tre e 2010.
Balança Corrente e de Capital
(em milhões de escudos)
Por memória:
Balança de transferências correntes + balança de capital 26.371,5 25.788,8 29.627,8 6.266,7 5.569,7
Fonte: Banco de Cabo Verde
A redução do défice da balança comercial foi conse‐
quência da diminuição das importações de bens,
conjugado com o aumento das exportações de
bens. No 1º trimestre de 2010 as importações de
bens situaram‐se em 13.861,1 milhões de escudos,
o que representa uma diminuição 2,8% em termos
homólogos, continuando a reflectir o abrandamento
da actividade económica nacional. Por outro lado,
as exportações de bens registaram um aumento
significativo (55,46% em termos homólogos).
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 26
Relatório Política Monetária
Indicadores de Transporte e BP
6.000
evolução das receitas de transportes aéreos na
5.000
milhões de escudos
ordem dos 2,4% em termos homólogos.
4.000
Na balança de transferências correntes, verificou‐se 3.000
2.000
uma diminuição tanto dos donativos oficiais como
1.000
das remessas de emigrantes, o que explica a redu‐
1º tri 06
3º tri 06
1º tri 07
3º tri 07
1º tri 08
3º tri 08
1º tri 09
3º tri 09
1º tri 10
ção do seu excedente em 11,25% em termos homó‐
Remessas de emigrantes Receitas de turismo
logos. Os donativos oficiais diminuíram 17,5% em
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 27
Relatório Política Monetária
Remessas de Emigrantes por País de Origem (Divisas)
(em milhões de escudos)
As projecções da balança de pagamentos para 2010
apontam para um agravamento do défice da conta
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 28
Relatório Política Monetária
corrente, que passa de 10,8% do PIB em 2009 para
12,7% do PIB em 2010. Este agravamento do défice
da conta corrente resultará principalmente do cres‐
cimento do défice da balança comercial, em resulta‐
do do aumento significativo das importações de
bens. Estas irão aumentar cerca de 8% em termos
homólogos, reflectindo principalmente o aumento
das importações de bens de capital ligadas aos
vários projectos previstos para o sector da energia.
Para as exportações de bens a previsão é também
de aumento, mas devido ao seu peso reduzido na
balança comercial, o impacto na conta corrente será
pouco significativo.
Na balança de serviços a previsão é de um aumento
Reservas cambiais
do seu excedente, isto devido essencialmente ao
Stock em milhões de euros Meses de Importação (eixo dir.)
aumento das receitas provenientes do turismo, no 350 6
300 5
quadro da retoma da actividade económica mundial 250
4
que se prevê para 2010. 200
3
150
2
Finalmente, para a balança de transferências cor‐ 100
50 1
rentes a previsão é de um ligeiro aumento, quando 0 0
Abr‐07
Out‐07
Abr‐08
Out‐08
Abr‐09
Out‐09
Dez‐04
Dez‐06
Jun‐07
Ago‐07
Dez‐07
Jun‐08
Ago‐08
Dez‐08
Jun‐09
Ago‐09
Dez‐09
Fev‐07
Fev‐08
Fev‐09
Fev‐10E
se prevê um acréscimo pouco significativo quer dos
donativos oficiais quer das remessas de emigrantes.
Balança Financeira
Significativos fluxos de recursos direccionados para
a Imobiliária turística, associados a desembolsos
da Divida externa, contribuem para evolução posi‐
tiva da Balança Financeira no primeiro trimestre do
ano.
Apesar da ligeira redução na conta corrente ocorri‐
da no primeiro trimestre de 2010, a evolução da
Balança Financeira continua a reflectir o recurso aos
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 29
Relatório Política Monetária
Com efeito, o acréscimo registado na Balança Finan‐
ceira, ficou a dever‐se, sobretudo, ao aumento de Investimento Externo em Cabo Verde
3.000,00
fluxo de entrada do investimento imobiliário, que
2.500,00
cresceu aproximadamente 62% em termos homólo‐
2.000,00
milhões de ECV
gos, invertendo a tendência observada nos trimes‐ 1.500,00
tres anteriores. Porém, tendo em conta a ainda frá‐ 1.000,00
500,00
gil recuperação da economia mundial, registou‐se
0,00
no último trimestre, uma redução de cerca de 23%,
Jan‐07
Mar‐07
Mai‐07
Nov‐07
Jan‐08
Mar‐08
Mai‐08
Nov‐08
Jan‐09
Mar‐09
Mai‐09
Nov‐09
Jan‐10
Mar‐10
Jul‐07
Set‐07
Jul‐08
Set‐08
Jul‐09
Set‐09
em termos homólogos, do montante total de IDE
IDE em CV (Total) Inv. Imobiliário Inv. Emigrantes
realizado na economia. Esta situação resulta da
diminuição das rubricas acções e outras participa‐
ções de capital e investimento dos emigrantes,
segundo dados disponíveis. Neste contexto, as últi‐
Fluxos de Financiamento da Balança de Pagamentos
mas projecções do BCV para 2010, apontam para
2.500,00
um abrandamento do ritmo de crescimento do total 1.500,00
de IDE realizado em Cabo Verde, com o seu peso em 500,00
‐500,00
Jan‐07
Mar‐07
Mai‐07
Jan‐08
Mar‐08
Mai‐08
Jan‐09
Mar‐09
Mai‐09
Jan‐10
Mar‐10
Jul‐07
Set‐07
Nov‐07
Jul‐08
Set‐08
Nov‐08
Jul‐09
Set‐09
Nov‐09
milhões de CVE
termos do PIB a reduzir para 7,9% (8,03% do PIB em ‐1.500,00
2009). ‐2.500,00
‐3.500,00
‐4.500,00
No período, apesar do financiamento do sector pri‐ Necessidades IDE em CV (Total)
‐5.500,00 Financiamento
vado (Bancos e Outros Sectores) ter registado uma ‐6.500,00
Dívida Externa Reservas 15,00 €
Pub(GOV) Internacionais
redução de 30% em termos homólogos, reflexo da 16,00 €
permanência de condições restritivas nos mercados
de crédito internacionais, o financiamento do sector
público teve um aumento de 30%, que se traduziu
num forte acréscimo da dívida externa global em
37%.
Relativamente aos activos externos líquidos das ins‐
tituições financeiras, as projecções do BCV apontam
para a continuidade da sua diminuição, tendo em
conta o aumento verificado ao nível das responsabi‐
lidades externas existentes no sistema.
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 30
Relatório Política Monetária
Com a recuperação ainda débil do ritmo da activida‐
de económica nacional, com reflexos na evolução
do défice de conta corrente (redução em cerca de
40% em termos homólogos), assiste‐se a uma redu‐
ção significativa (50%) das necessidades de financia‐
mento da economia. Em resultado desta situação,
prevê‐se um aumento do ritmo de acumulação das
reservas internacionais líquidas do Banco de Cabo
Verdes em relação ao trimestre anterior, em aproxi‐
madamente 1.710 milhões de ECV. Deste modo, o
stock de reservas internacionais deverá se fixar nos
289,9 milhões de euros em Março de 2010, permi‐
tindo garantir mais de 4,4 meses das importações
previstas para 2010.
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 31
Relatório Política Monetária
Situação Monetária e Financeira
A evolução recente da nossa posição externa, em virtude, essencialmente da redução na entrada de
fluxos externos relacionados com o Turismo, e o IDE, tem contribuído para uma degradação da
posição externa liquida do sistema bancário. Regista‐se no período um abrandamento do credito à
economia o que associado ao menor ritmo de andamento da actividade económica poderá também
reflectir algum relativo aperto nas condições monetárias internas quando se assiste nos últimos
meses a ligeiros aumentos nas taxas de juro praticadas no mercado bancário. Em consequência da
evolução dos activos externos do sistema e da moderação no credito à economia no período regista
‐se um abrandamento no ritmo de expansão monetária.
Análise da Liquidez
Milhões ECV
18.000,0 500
dinamização do interbancário. 16.000,0 400
14.000,0
300
12.000,0
As operações de politica monetária, nomeadamente 10.000,0 200
%
8.000,0 100
as realizadas no segmento do Mercado de Opera‐
6.000,0
0
ções de Intervenção tem contribuído para um relati‐ 4.000,0
2.000,0 ‐100
vo controlo da liquidez na economia em sintonia 0,0 ‐200
Jan‐09
Mar‐09
Mai‐09
Jun‐09
Jan‐10
Fev‐09
Abr‐09
Jul‐09
Ago‐09
Set‐09
Out‐09
Nov‐09
Dez‐09
Fev‐10
com as necessidades do mercado. Contudo continua
‐se a verificar, apesar de forma assimétrica, a per‐ DMC Dep.Méd.no BCV Liquidez (TVM) eixo dto
res autónomos de liquidez, nomeadamente as rela‐ 1.200,0
1.000,0
cionadas com as operações externas do Tesouro e
800,0
as transacções cambiais entre o BCV e as Institui‐
600,0
ções Financeiras Bancárias (IFB). 400,0
200,0
O comportamento da liquidez bancária, nos últimos
0,0
meses terminados em Março, apresentou‐se irregu‐
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
lar, com registo de inversão da tendência ascenden‐
Liquidez 2008 Liquidez 2009 Liquidez 2010
te que tem caracterizado a sua evolução em Janeiro
e Fevereiro de 2010, logo retomada no último mês
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 32
Relatório Política Monetária
rio, da procura e da oferta de liquidez, consubstan‐
ciando‐se no atenuamento da discrepância entre
elas, tendo o excesso de liquidez em média dos seis
meses, totalizado os 245,4 milhões de ECV, repre‐
sentando um decréscimo de 56,54% (‐319,3 milhões
de ECV) relativamente ao período homólogo.
Taxas de Juro
Mar‐07
Jun‐07
Set‐07
Dez‐07
Mar‐08
Jun‐08
Set‐08
Dez‐08
Mar‐09
Jun‐09
Set‐09
Dez‐09
nado em Setembro de 2009.
6 ‐12 meses 1 ‐2 anos Superior a 10 anos
Este desenvolvimento poderá em parte, estar asso‐
ciado, ao efeito desfasado das medidas de aperto
das condições monetárias levadas a cabo pela pelas
autoridades monetárias em 2008, tendo em vista
reverter a tendência de redução das reservas exter‐
nas.
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 33
Relatório Política Monetária
A evolução das taxas de juro activas concorreu para
uma ligeira moderação na concessão de crédito
pelos bancos comerciais, com implicações para a
evolução do financiamento global à economia. Com
efeito, no período em análise, a variação do mon‐
tante do crédito concedido pela banca ao sector
privado ascende a 2.063,4 milhões de escudos em
Dezembro de 2009, o que compara com o valor de
3.476,4 milhões de escudos registado no período
homólogo. A repartição do credito por sectores de
actividade revela, taxas de crescimento positivas na
sua globalidade, destacando‐se o crédito à particu‐
lares que representa cerca de 54% do total concedi‐
do que apresenta um crescimento de 14% reparti‐
dos pelo credito à habitação(15%) e credito destina‐
do a outros fins /12,4%) .
Nas operações de mercado aberto, no período com‐
preendido entre Setembro de 2009 e Março de
2010, a taxa de colocação dos TIM oscilou entre os
5,375% e os 4,375% (90 e 60 dias), enquanto a dos Taxas TIM a 90 dias/TRM/Facilidades Permanentes
9,00
TRM, situou‐se entre os 4,25% e 5,25% respectiva‐ 8,00
7,00
mente. Por outro lado, o recurso às aplicações
6,00
financeiras em depósitos overnight pelas institui‐ 5,00
%
4,00
ções bancárias continuou a ser uma alternativa de 3,00
2,00
absorção de liquidez muito utilizada pelos bancos. 1,00
0,00
Com efeito, no mês de Março de 2010, os bancos
Jan‐08
Mai‐08
Nov‐08
Jan‐09
Mai‐09
Nov‐09
Jan‐10
Mar‐08
Jul‐08
Set‐08
Mar‐09
Jul‐09
Set‐09
Mar‐10
se em 1,75%, o que se compara com os 2,75% prati‐
cados até finais de 2009. No mesmo período, as
taxas aplicadas nas operações de cedência de liqui‐
dez no mercado monetário interbancário situaram‐
se em torno de 7,25% (8,25% praticado até finais de
2009).
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 34
Relatório Política Monetária
Por seu turno, no mercado da dívida pública assistiu
‐ se ao longo dos últimos três meses de 2009 até
Março de 2010, a uma estabilização das taxas de
juro dos Bilhetes do Tesouro (BT) para todos os pra‐
zos. Comparativamente a Setembro do ano passa‐
do, tanto as taxas de juro dos BT a 91 dias como as
dos BT a 182 dias acusaram um ligeiro acréscimo na
ordem dos 0.3pp e 0,2pp enquanto que a taxa dos
BT a 364 dias manteve ‐ se nos 3,63% ao longo do
período em análise..
Evolução dos Agregados Monetários
Avaliação Global
A massa monetária, continua a evoluir moderada‐
mente em virtude do comportamento de abranda‐
mento na sua componente mais liquida, M1.
Evolução da Massa Monetária
(Taxa de variação homóloga)
2008 2009 2010
Março Junho Setembro Dezembro Março Junho Setembro Dezembro Março
M1 19,5 20,3 17,1 4,5 ‐4,5 ‐4,6 ‐2,9 ‐3,1 1,2
Circulação monetária 6,6 3,6 4,9 3,7 ‐1,8 ‐1,2 ‐0,5 ‐4,0 0,4
Depósitos à ordem M/N 22,8 24,6 20,0 4,8 ‐5,1 ‐5,3 ‐3,4 ‐2,9 1,4
Passivos quase‐monetários 1,2 4,5 5,2 10,4 12,5 6,3 7,0 7,8 9,5
Depósitos a Prazo M/N 7,6 13,8 13,6 33,3 25,5 21,1 22,7 12,9 15,6
Depósitos de Emigrantes 3,8 3,7 3,7 3,4 4,1 4,2 3,9 4,1 6,6
M2 8,5 10,8 10,0 7,9 5,1 1,6 2,8 3,3 6,2
Fonte: Banco de Cabo Verde
A entrada de fundos mobilizados no âmbito da aju‐
da externa ao desenvolvimento, ocorrida no último
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 35
Relatório Política Monetária
mês de 2009, apesar de contribuir para um aumen‐
to das disponibilidades líquidas sobre o exterior do
Banco Central, não se traduziu na melhoria da posi‐
ção líquida do sistema, tendo constituído um factor
contraccionista de 0,48 p.p sobre o valor da Massa
Monetária. Estima‐se que, no primeiro trimestre de
2010, a evolução das DLX do BCV se mantenha favo‐
rável num contexto em que, a nível internacional, se
evidenciam sinais de recuperação económica ainda
que ténues.
Jun‐09
Dez‐07
Fev‐08
Abr‐08
Ago‐08
Out‐08
Dez‐08
Fev‐09
Abr‐09
Ago‐09
Out‐09
Dez‐09
O efeito conjugado da evolução das DLX do Sistema
e do Crédito à Economia, estiveram na origem do M2 Linear (M2)
bro de 2009, resultando num aumento de 2,3%.
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 36
Relatório Política Monetária
Meios de Pagamento
A evolução dos passivos monetários tem contribuí‐
do para a moderação da expansão monetária.
Principais Indicadores da Situação Monetária
(Taxa de variação homóloga)
2007 2008 2009
Dezembro Março Junho Setembro Dezembro Março Junho Setembro
Activos Externos Líquidos 22,8 19,6 6,6 ‐0,5 ‐6,3 ‐11,2 ‐16,6 ‐13,3
Crédito Interno Total 0,6 0,0 10,7 18,7 18,8 18,4 15,5 12,1
Crédito Líquido ao SPA ‐25,5 ‐31,0 ‐18,4 ‐8,3 ‐8,1 ‐5,2 1,5 3,3
Crédito à Economia 15,5 16,6 24,3 29,6 28,7 25,9 19,8 14,7
M1 12,5 19,5 20,3 17,1 4,5 ‐4,5 ‐4,6 ‐2,9
M2 9,7 8,5 10,8 10,0 7,9 5,1 1,6 2,8
Fonte: Banco de Cabo Verde
A estimativa para evolução dos meios de pagamen‐ Evolução das componentes da Massa Monetária
tos assenta na continuidade da sofisticação do siste‐ taxa de variação homóloga (em %)
25,0
ma bancário no qual as componentes mais líquidas 20,0
15,0
dos meios de pagamento (Passivos Monetários) 10,0
continuam a perder peso comparativamente à com‐ 5,0
0,0
ponente menos líquida, os Passivos quase monetá‐ ‐5,0
‐10,0
rio.
80.000
que os Passivos Monetários tenham diminuído 3,6%
60.000
de Setembro de 2009 a Março de 2010.
40.000
20.000
A evolução dos Passivos Quase Monetários continua
0
em sentido ascendente, mas o ritmo de crescimento
Mar‐05
Set‐05
Dez‐05
Mar‐06
Set‐06
Dez‐06
Mar‐07
Set‐07
Dez‐07
Mar‐08
Set‐08
Dez‐08
Mar‐09
Set‐09
Dez‐09
Jun‐05
Jun‐06
Jun‐07
Jun‐08
Jun‐09
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 37
Relatório Política Monetária
Jun‐08
Jun‐09
Dez‐07
Fev‐08
Abr‐08
Ago‐08
Out‐08
Dez‐08
Fev‐09
Abr‐09
Ago‐09
Out‐09
Dez‐09
As Reservas Internacionais Líquidas do Banco Cen‐ ‐5,0
tral crescem no período de Setembro a Março. ‐10,0
Activo Externo Líquido Crédito Líquido ao SPA
Crédito à Economia Outros Activos Líquidos
Analisando as contrapartidas do crescimento mone‐
tário estima‐se, para o período em referência, um
aumento quer dos Activos Externos Líquidos, quer
Evolução do crédito
do Crédito Interno Líquido. 80.000 40,0
70.000 30,0
O comportamento do Crédito Interno Líquido, para
60.000 20,0
milhões de escudos
40.000 0,0
%
lha o efeito de acréscimo simultâneo do Crédito à 30.000 ‐10,0
10.000 ‐30,0
Público Administrativo (2,2%). Os Depósitos do 0 ‐40,0
Fev‐07
Abr‐07
Jun‐07
Ago‐07
Out‐07
Fev‐08
Abr‐08
Jun‐08
Ago‐08
Out‐08
Fev‐09
Abr‐09
Jun‐09
Ago‐09
Out‐09
Dez‐06
Dez‐07
Dez‐08
Dez‐09
Governo Central que suportam a evolução do crédi‐
Crédito a particulares (eixo esq.) Credito a Empresas (eixo esq.)
to líquido ao SPA, poderão ter registado uma evolu‐ TVH Líquido ao SPA
TVH Crédito à economia
TVH Crédito Interno
ção positiva de 3,4% no final de Março de 2010.
3,00 15.000
ciais, as DLX terão evoluído de forma mais favorável, 10.000
2,00
no período em referência. 5.000
1,00
0
Ago‐07
Abr‐08
Ago‐08
Abr‐09
Ago‐09
Dez‐06
Fev‐07
Jun‐07
Out‐07
Dez‐07
Fev‐08
Jun‐08
Out‐08
Dez‐08
Fev‐09
Jun‐09
Out‐09
Dez‐09
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 38
Relatório Política Monetária
Não obstante a quebra registada nos fluxos do exte‐
rior, particularmente os de Investimento Directo
Estrangeiro e de Receitas do Turismo, o BCV cum‐
priu com uma margem relativamente confortável (+
13 milhões de Euros) a meta de DLX acordada com o
FMI. Tendo em conta o contexto internacional
caracterizado por um nível historicamente baixo das
taxas directoras, nomeadamente na Zona Euro e nos
Estados Unidos, conjugado com alguma diminuição
do excesso de liquidez no sistema bancário, o BCV
optou pela redução da sua taxa directora em
Dezembro de 2009, com efeitos a partir de Janeiro,
fixando‐a em 4,25%, menos um p.p., com repercus‐
sões imediatas nos instrumentos de gestão de liqui‐
dez, nomeadamente nas facilidades permanentes
de liquidez.
Política Monetária para os próximos seis meses
A recuperação económica internacional processa‐se
de forma lenta e gradual, persistindo níveis eleva‐
dos de desemprego e de endividamento das econo‐
mias, com destaque para a Zona Euro. Nos EUA, o
FED tem mantido uma política monetária acomoda‐
tícia, num contexto de redução de pressões inflacio‐
nistas. Por sua vez, e à semelhança do FED, o Conse‐
lho do BCE tem defendido, desde o eclodir da crise,
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 39
Relatório Política Monetária
Face a uma possível ameaça de deflação, o FED e o
BCE consideram que as condições de política mone‐
tária, nas respectivas economias, poderão ser alivia‐
das ainda mais, mesmo situando‐se as respectivas
taxas de referência, actualmente, a níveis muito
próximos de zero.
Os sinais de retoma da economia mundial, particu‐
larmente na zona Euro, ainda que a ritmo moderado
e frágil, configuram uma conjuntura menos desfavo‐
rável, comparativamente ao ano anterior, para a
evolução da actividade económica cabo‐verdiana.
Neste contexto, a preservação de um nível adequa‐
do de reservas externas continua a ser o foco para o
qual se direcciona a actuação da política monetária
do BCV, por exigência da manutenção das condições
de suporte ao regime de paridade fixa e de cumpri‐
mento das metas estabelecidas no programa PSI,
firmado com o FMI.
As limitações ao crescimento do Crédito Líquido ao
Governo Central, sendo o instrumento adequado
para promover a acumulação de reservas externas,
continuarão a condicionar a orientação da política
monetária ainda em 2010. Para a sua execução, o
contributo do Tesouro para a política monetária,
materializada na continuidade e estabilidade dos
depósitos no Banco Central, constitui um apoio
importante para a melhoria da posição externa, pro‐
piciando condições para a acumulação de reservas
externas e permitindo, em simultâneo, a esteriliza‐
ção da liquidez excedentária.
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 40
Relatório Política Monetária
As operações de tipo de mercado aberto (Open‐ 10.000,00 6,0
5,0
Market), materializaram‐se sobretudo na emissão 8.000,00
4,0
6.000,00
de Títulos de Regulação Monetária (TRM), a 14 dias, 3,0
%
4.000,00
2,0
porquanto tem‐se verificado uma queda expressiva
2.000,00 1,0
das emissões dos Títulos de Intervenção Monetária 0,00 0,0
(TIM) a prazo mais alargado, traduzindo um aumen‐ Stock TIM/TRM
Tx Juros TIM/TRM (eixo dto)
to da preferência dos investidores por títulos de cur‐ 15 Méd. móv. per. (Tx Juros TIM/TRM (eixo dto))
Os esforços do Banco de Cabo Verde no sentido da
estabilização da liquidez bancária, resultaram na
redução da discrepância entre a oferta e procura de
liquidez. A procura de liquidez média diária do siste‐
ma bancário cabo‐verdiano medida pelo valor da
média diária das Disponibilidades Mínimas de Caixa
atingiu os 15.781,8 milhões de ECV, representando
um aumento mínimo de 0,34%, enquanto a oferta
de liquidez média, medida pelos depósitos médios
diários dos bancos no BCV, ascendeu os +16.027,2
milhões de ECV, traduzindo um decréscimo de
1,63%, respectivamente, face ao período homólogo.
Observou‐se assim, movimentos em sentido contrá‐
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 41
Relatório Política Monetária
Programação Monetária
Cenário 2010
2009 2010 ΔAbs10/09 Δ10/09 Tx. Contr.
Fonte: Banco de Cabo Verde
O apoio do Governo ao esforço de esterilização terá
efeitos nas opções de política monetária do BCV,
que para o efeito prevê um conjunto de alterações
normativas no seu quadro operacional, no contexto
de uma maior coordenação entre as políticas orça‐
mental e monetária, nomeadamente:
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 42
Relatório Política Monetária
• As operações do MMI passam a ser colaterizadas, garantido maior segurança e melhor
gestão de risco por parte das instituições cedentes de fundos;
• A extensão do período de manutenção de reservas mínimas de caixa, permitindo melhor
gestão de liquidez por parte dos bancos;
• A introdução de Contratos ‐ Quadro nas operações do Mercado Monetário de Interven‐
ções, favorecendo a transparência e segurança nas transacções.
Cenário Central
Neste cenário, a criação monetária prevista é de cerca de 7,8 mil milhões de escudos (6 mil milhões
de escudos na programação anterior), representando um aumento da procura de moeda relativa‐
mente aos valores de 2009 e, o crescimento do crédito à economia apresentará uma desaceleração
face aos ritmos registados no ano anterior.
O contributo desta variável para a expansão monetária mantém‐se positivo, sendo corroborado
pela evolução programada para as reservas externas. Tendo em conta a projecção dos fluxos da
balança de pagamentos, prevê‐se um aumento das Reservas internacionais Líquidas do BCV que
deverão evoluir positivamente a uma taxa de crescimento de 7,8% (0,4% programação anterior).
O crédito Líquido ao Governo central deverá crescer cerca de 2 mil milhões de CVE, no pressuposto
da continuidade do endividamento interno para financiamento das despesas de investimento, con‐
forme previsto no orçamento de Estado para 2010.
Um cenário alternativo de programação monetária para 2010 pressupõe um desvio aos pressupos‐
tos assumidos no cenário central. Assim, prevê uma taxa de inflação de 2,5%, pelo que se espera
que a massa monetária cresça em linha com um PIB nominal de 7,2% (menos 3 p.p relativamente
ao cenário anterior).
A criação monetária programada é ligeiramente inferior, prevendo‐se uma variação em termos
absolutos de cerca de 7,5 mil milhões de escudos. Por sua vez, o crédito à economia, resulta resi‐
dual após a previsão do crédito bruto ao SPA em 2 mil milhões de escudos, de acordo com o orça‐
mento de Estado, crescendo a uma taxa de de 4,5%, bastante aquém dos valores programados no
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 43
Relatório Política Monetária
cenário central, no pressuposto da manutenção da rubrica Outros Activos Internos Líquidos nos
níveis registados em Dezembro do ano anterior.
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 44
Relatório Política Monetária
Anexo
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 45
Relatório Política Monetária
Balança de Pagamentos
milhões de escudos
2008 2009 E 2010 P Tx. Cres. 09/10
Balança Corrente ‐15.085,31 ‐12.332,91 ‐15.667,72 27,04
Fonte: Banco de Cabo Verde
E estimativas
P projecções
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 46
Relatório Política Monetária
Cabo Verde : Sintese Monetária
(Saldos em fim de periodo; em milhões de escudos)
Taxas de Variações
Dez‐08 Mar‐09 Jun‐09 Set‐09 Nov‐09 Dez‐09
mensal Dez‐08
1/ Inclui Empresas Mistas, Privadas e Particulares
2/Trata‐se de depósitos obrigatórios cuja movimentação está condicionada por disposição legal, bem como
importâncias cativadas por ordem de entidades oficiais e recursos consignados
Banco de Cabo Verde / Outubro 2009 47