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CuLturA, COMUNICACAO E MoviMENTos Socials ‘Soure os AUTORES _ManieSodré: Professor da Universidade Federal do Rio de Ja- ‘cia, formado em Sociologia da Informagioe da Comunicagio pela Sorbonne, Favor de ¥Srog ives neste eampo ‘Maria Suzana Arrona Soares: Professora &t Universiade Re- {eral do Rio Grande do Sul Profesora do curt de especinlien- ‘io em legato e Mercosul do Cente de Estados Soca 0 teers universidade ‘Tyme Astudilo Romero: Rear de Universidade de Cusnea, 10 ‘Equador, Tabatha com Sociologia da Cultura, Enrique Goncales Manet Espcialsta em Novas Teenologias {4a Comunicao, #represenante de Cubs na UNESCO. Pebio Ramos Rivero: Cincasta cubano, Coordenador dt Red UNIAL do ICAIC. thon Jambeiro: View-Retor da Universidade Federal da Bahia «professor da Facldsde de Comnicagao da mesma univers: dade. Doutor pela University of Westminster &a Inglaterra ‘Atulment tabalha coma Regulaso das TelecomunicagSes na ‘América Latina (Cacia Cortr:Diigent do Movimento Sem-Terr, esponsivel pelo seu Sistema de Comunicagi. ‘ZoniaPalén-Tamayo:Professorade Economia atinoamericana {4a Universidad Central del Ecuador eda Pontificia Universidad Catolica del Ecuador. Disigente do Movimento Indigena Pachculi eda Federasiin de Mujeres dl Ecuador, ‘Massimo di Felice: Socislogo italiano. Doutorado da ECA-USP, ‘tualment tablhando com movimentossocaisna América La" (Cristal Mugs: Joenalista mexicano, repesentante da Frente Zapatista de LiberciSn Nacional na tis Peiro H. Oni: lornalita brasileiro, pesqutador da Frente Zapatista de Liberciéa Nacional Flanma Montezemolo:Sociloga itliana,etadiss d eultra fda comunieapo dos novos movimentot socials na Amicn Latina ‘Maria Nazareth Ferreira (ore) CULTURA, ComUNICACAO E MovimenTos Sociais Preféio de Othon Jambeiro CELACC - ECAJUSP 2007 CConyight © by Mata Narain Ferra cnugcl Een ie Lan Ame (Prof Lisi Marina Rdhgoes ‘loco (CEP 5508-020 Sto Palo ~ SP Toh (01 3081827 Proje rico Raimundo Lopes Pesca capa Mara Neca Feni Reieio Inara de Cope Matra popngndisin da FLNZ ESCOLA DE COMUNICACOES B ARTES. ‘Dirt Ear Auto Milan Feast Oma crt sa a's mnsot69 (LAC, cov steams ici Catalog caboada pola SBDECAAISP ‘ibnace Mara Les Monto da Cana “Na primeira noite eles se aproxiraam « roubam tua flor tiram nosso jardin E nao dizemos nada [Na segunda noite, j no se esconden pisam as flores, Imatam nosso cH0, «no dizemos nada ‘Ate que um dia, o mais fdgil doles ‘Entra sozinho em nossa ease, Rouba-nos a luz, Conhecendo nosso medo, ‘Arranca-nos a voz da gorganta, B ja nfo podemos dizer nada.” Emuanoo Auwis Da Cosa “No Caminho, com Makowski" Dedicamos este fivro agueles homens e mulheres que deram continuam dando suas vidas, para construir a Patria Grande sonhada por ‘Marti. AGRADBCIMENTOS Este livrotomou-serealidade a partir do apoio que 0 1 ‘Simpésio Internacional Comunicagio, Cultura ¢ Politics na ‘América Latina obleve para sua realizado de entidades como ‘OCNPG, a Pré-Reitoria de Pesquisa da USP ea Escola de Co- :municagées © Artes da USP. Para a publicagdo dos resultados daguele enconto, foi necessrio ainda o apoio da Escola de Comunicagdes e Artes. (s autores agradecer a estas insttugies ¢ a toda a ‘equine do CELACC plo esforgo conjunto cujo resultado & este teabalho coletivo Sumanio Preficio thon Jarbeiro u Introdusio| Maria Nazareth Ferret s0.s0 . 15 1, POLITICAS DE INFORMACAO, COMUNICAGAO INTEGRAGAO NA AMERICA LATINA 9 Reinventando a Cultura: do atval ao virtual ‘Muniz Suodré at Integeago Latino- Americana: o retorno a uma antiga idéia Maria Susana Arvosa Soares 29 Globatizaci e integracinculeral regional Jaime Astdillo Romero 61 Hacia una nueva forma de trabajo, educacién y cultra: nuevas teenologias de comunicacién ~ promesa y realidad de los carnbiot Enrique Gonzales-Manet 83 La Red UNIAL. Una propuesta de integracion Jatinoamericana desde la mirada del niio Pablo Ramos 101 (© Nacionalisma no Mercosul. Uma andlise da regulamen= tng da TV na Argenta, rl, Parag’ Urogua Othon Jambetr0 m1 Il, 0S _NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS E SUAS FORMAS DE COMUNICAGAO, 127 A dialética do neoliberalismo e os novos movimentos sociais Maria Nazareth Ferreira 129 ‘© Movimento Sem Tera e seus sistemas de comunicagio Cacia Cortez = 133 De movimientos sociales a movimiento politicos Zonta Paldn Tamayo — 141 ‘As armas comunicantes, 0 papel da comunicasio nos novos ‘movimentasrevolucionérios: © caso zapatsta Massimo de Felice 155 E2 Neozapatismo y su sistema de cominicacién (Cristobal Mite. 181 apatstas no Ciberespago Pedro H, Ontz 193 Etnicts © comunicazione Fiarmna Montezemoto 249 Bibliogratia : 263 PREFACIO| © que é, afinal, este conjunto de paises chamado América Latina, inicislmente colonizados por Portugal e Espanha, depois pela Inglaterra e Estados Unidos e ccontemporineamente pelo FMI, Banco Mundial e o Grupo dos Sete? Sio mais de duas dezenas de paises, que falem um ‘sem nimero de linguasindigenas c duas outs, “civilizadas", de uma mesma origem, © que desenvolveram culturas, economias e organizapBes socials minimamente semelhantes enormemente difereciadas. GGovernados durante longo periodo deste século porre- ‘imes dtatoriaiseivis ou militares, todos eles tém, desde suas origens, a marca continuada da desigualdade brotal entre pou of ricos ¢ muito pobres. A excogio de Cuba, que fez uma revolugo sociaistaa partir de 1959, ese mantém nos marcos daquela ideologia a dura penas, até 0 dia de hoje, todos 05 cutros vivem sob 0 dominio da chamada democracia liberal e da economia de mercado. Penam, pois, “livremente”, sob 0 comand de presidents epalamentos, representatives de elites aque tant Ihes garantem a liberdade, quanto Ibes alimentam 0 espirito com uma produgio simbélica que perpetua sua ominagio, ‘Assim como a maior parte do mundo, 0 cenério latino americano de hoje mostra uma crucial transformagéo, com & progressiva substituicio dos chamados valores coletivos piblicos~teadicionalmente coordenados e mediados pelo Es- {ado - por valores individuaisc empresariais. Neste context, as sociedades passaram crescentemente ter muitos dos seus aspectos regulados no mais pelo Estado, mas pelo mercado. u Pode, no entanto, 0 mereado, como organizador social, ‘expandir aprofundara democravia, desenvolver a cultura de forma ampla, das is organizapSes populares acesso& rqueza nacional a aos meios de comunicagio de massa ? (© pensamento liberal insste em responder positive mente. Para o liberalism, a natural conseqiéncia da apica- {Go de sua ideologia ~ que v8 como insepardveis os conceitos ‘edemocracia edo livre mercado ~ 6a ampliagdo da iberds- de do ser humano, tendo como corolrios : (1) o aprofunde ‘mento da democracia representativa; (2) a manutenglo do Estado de diteto; © 3) 0 aperfeigoamento da economia de mercado. 'Na drea da cultura das comunicagSes, eneetanto ~ ‘fo s6 na América Latina ~o resultado da agdo do mercado ‘Como regulador social vem sendo bastante danoso, pelo me ros do ponto de vista do sprofundamento ¢ expansio da ddemocracia 'Na verdade, por forga do esmagndore crescente dominio 4a economia de mereado em todas as aividades do homer, ‘assiste-se 0s anos 90 ~a parte os chamados sisteinas de co- Imunicapio altemativos,e outros eventuais resistenes de wma realidade anterior ers acelerada ¢intencional decomposiglo — ‘eonsolidago de uma novo tipo de relago entre 0s midis © seus piblicos Ums relagio que se caracteriza peo desequilirio entre: de un lado, o enorme poder de estuturas empresariais de comunicagio ~ erescentemente globalizadas e conglo- ‘meradas ~ cijaestratégia de desenvolvimento tem o atendi- ‘mento.e a moldagem de gostos e peferéncias como um dos seus principas objeivos; do outa, a atomizada demands privada de ftagmentadas audigncas, passveis ée controle © Imanipulagéo, através de mecanismos de mercado aplicados hnum ambiente econémico oligopolizado. Esta nova realidade revel a conseqiéncia mais visivel 1a consolidagdo do processo de expansio do capitalismo na rea da cultura e das comunicagaes, em toda a América Latina Processo que se carateriza pela conglomeragao de empresas, slobalizagio da produeo, intemacionalizago ealigopoizag 2 do mercado, crstalizagdo da logics capitalista nas relagbes fentee a gera¢io de produtos simbolicos e seus piblicos. Na ‘medida em que esta situagdo & claramente no conducente 20 ‘exercicio¢ ao aprofundamento da democraciae&redugso das {ono pericioso.. "um pci cone seria desocessiro {Tonr des pate hispssorueraner seep ire cambio ‘ne meres qo nso tim nad a trocarem ses um fo de ‘opi seep de exeriade, eet mt loge de camber ‘ie ambia esi somentes delragtes untosas qe = fm tio gesfavorivets como improicuss tu cameo da ‘erica Apesar das manifestades de simpatia entre o Norte e © Sul do continente, a Conferéncia de Washington nao, conseguiu unir os paises americanos. Grandes diferengas de desenvolvimento econémico as separavam. A grande ppotencialidade econdmica dos Estados Unidos, que des- ‘de 1889, vinha crescendo de forma desmesurada, supera- va violentamente o lento processo de desenvolvimento dda América Latina”. 35. Lamp Babi La iegracdn de Latnoomerc. Buenos Altes ‘Troquel. 1961p. 7 236. Garia Meroe APUD Barbieri, 1961, pp. 77-78 30H bem 46 ‘Teeroamerica, depois do fracsso do sonho anfitidnice de Bolivar, mostava un mapa de dvissespoltiasecompari- mento etanques no econdmico(..) os ineredmbias no sl do hemisfero eram praticamente nulos, salvo no que once signe rdlon, pofreremente tur, ie ‘eocavam ente si pare de plgesvizinos. Ndo exis, nem “rnsonanatont, ms tendescia crcl as comer ints regional Caicedo considerava impossivel 2 unidade geral das ‘duns Américas; segundo ele, os intresses nort-americanos dde expansio e intervengiio cram incompativeis com os in- tresses latino-americanas er desenvolver seus paises. (© cubano José Mart, principal ideslogo e dirigente altima revolugio americana conta a dominagio espanhola na América e da qual resltou a independéncia de Cuba, foi ‘um dos prineipais porta-vozes do anti-imperialismo co eri- dor da expressio "Nuestra América" para denominar 0s pai= ses hispano-americanas. Fle opunha-se as pretensBes nor- te-americanas de estabelecerum monopélio comercial na Amé- rica Latina “el pueblo que compra manda". No dia 2 de no= vvembro de 1889, em correspondéncia enviada a0 jomal ar- ‘enti La Nacidn, do qual eracorespondente em New York, assim referia-se ao Congresso de Washington proposto © or- ‘ganizado sob inspiragaa de Blaine: “Jamis hobo en Ameria, de a independtaca ae, asuno que requir mis sesste, niga a mds ili, pds exe ‘mur lr y mini, qe torte qo lot Entaon Unido po tents, repltor de prosetorinversibes,y dlerminador americans de menos poder, lignda por et comecio ibe y itil 38, Gui Massiflor. Comic Ineraton« Mund, Cominonte# Region Tome 1. Monteviseo:Fondacitn de Colea Unvesitiea, 1994 pos 59. ont Mart (3853895) Cob. "1 on los pblos expos para aut una igs conra Europ y ferrar tats con eres del un. De la tain de Espa apo salvar oc, despds de vercon ‘on jell lor antecedenter causes yfactores del conv, ge dec, porgre es verdad ue legado par la America tspanola hor de declarer su segunda infependenca™ No texto “Nuestra América” publicado em 1891 em seu exilio no México, Matti assim se referia ao impevalis- ‘mo norte-americano: “El desden del vecino fonnidabe, que no la cones, x4 etigro raayor de Noerra América are, porge el ia. do Ls vist {rth prixime, gue el veino I eonozea pronto, prague no I Sesdene or ignortnin leg, at Yee 4 poner en ils foci Pore! feapeto, ego qin conoiete ners de cls anes Sek ce tener feen lo mejor des hombre y dsconle deo pro de. Hay gue dar as alo mejor para qe reveley prevelezes sare lo peor Sino, lo poor peealece. Los ‘pueblos han de Tener uno picoa pra gus Tesaauza dios Inile: Yor para quien no, edie tempo a verdad Marti opunha-se criaglo da Unido Pan-americana dos Estados da América, proposta pelos Estados Unidos, por considerar que ela serviria apenas aos interesses teconémicas desse pais. No artigo “La Conferéncia Mone Ulria" de maio de 1891, Marti denunciava a intenglo impli- cita na proposta norte-americana: “Ningin pueblo hace nada contra su interés; defo que se deduce que lo que un pueblo hace es lo que esté en su interés, Si dos naciones no tienen intereses comunes, no plieden juntarse. Si se juntan, chocan'™ 40, ox Mai Politica de Nuestra Andrea, ed México: DF: Siglo XXI, 1°79, p. 152 41, “idem Idem, pp 203-204, 48 Marti classificava de desertores os stores sociais latino-americanos que aliavam-se aos Estados Unidos e que estimulavam e ajudavam a penetragio das capitais desse ina Amériea Latina, Sua colaboragdo facilitava a 130 de funcionarios, a organizaglo de empresas © politcas ad hoc, para a exploragio dos homens e das ma- térias primas na América Latina, “Estos hijos de nuestra ‘América, que a de salvarse con sus Indios, y va de menos ‘2 mis; estos desertores que piden fusil en los ejércitos de la América dei Norte, que ahoga en sangre a sus indios, y ‘va de mas a menos Outro itustre representante desta fase de combate a0 Pan-americanismo foi o uruguaio José Enrique Rodo* Ele Iangou as bases da “nacionalismo defensivo". Rodo acre= ditava que 86 o apego aos valores nacionais permitiria re sistir 4 daminagsa econdmica de paises estrangeitos. $6 através da valorizago de qualidades e valores nacionais, poderiam surgir homens idealistas, eapazes de tornarem reais sous ideais de manter a soberania das nagées latino- “Toso aquele que se consgee dfn defender na Amévea pals como en el vvecine pueblo azteca, En consonancia con sus objetivas, ie Red UNIAL se propone desarrollar una serie de acciones que tomen en Cuenta las particularidades que adoptan, on nuestros nifios Y nti, e1 uso y consuno de los productos audiovisuates y las caracteristicas de sus procesos de recepcisn, como base para instrumentar las vias m4s adecuadas para una cedueaciOn para la comunicacién audiovisual que permita ‘sui una posicién activa ante el consumo de fos productos udiovisuales contempordneos, Delo anterior se desprens {de que ia investigacion debera ser el punto central para el trazado de una estrategia coherente que comprometa Areas {ales como la capacitacién, Ia produccién, I difusin y los intereambios profesionales. Investigacion Dos objetivos socialmente significativos, estre- ‘chamente relacionados, son los que pretendemos abordar ‘con nuestro trabajo de investigacién: + Elaborar ctiterios bien fundamentados que permitan isofir, evaluar y/o asesorar planes y programas de educacién pars la comunicacién en contextos comunitarios, ya sea por vias formales y fundamental mente ~a través de vias no formales Mejorar la calidad y la effei8ncia de las emisiones y produeciones audiovisuales para niios, adolescentes y JOvencs, Hablamos de “calidad” on el sentido estético, educativoyétco, y de “eficiencia” en cuanto ala obtencion 4e fs abjetivos de dichas emisiones 0 produeciones, 106 Capacitacion El objetivo de esta actividad es la formacién de un Grupo de Trabajo de earcterinterdiseiplinario— que aspi- amos incluya a especialistas de otros paises ~, que tendri ‘como funciones: Elaborar un plan de eapacitacion en materia de edueacién ara Ia comunicacién, para educadores y multiplieadores sociales + Celebrar talleres y seminarios sobre la educacién audiovisual cu sus diferentes aspectos (psicolégicos, pe dagégicos, sociol6gicos, teenoldgicos, ec). Con ollo se da continua y sistematicidad alos Cur. 0s de Postgrado “El Nino y a Imagen” que desde 1995 la Red viene desarrllando eon participacién internacional El propésito a mediano plazo de los mismos es convertirse en un Diplomado 0 Macstria a distancia en materia de ‘educacidn para la comunicacion a nivel dela Regién. ‘Lo anterior no excluye los eursos de superacion sin requisitos académicos de postgrado, a impartir entre agentes de cambio a nivel do a familia, escuela y la ‘comunidad, Produccién y Difusion En buena medida el éxito dela labor de eapecitaciéa estard sustentado, no séio en la labor de investigacidn, sino que ha de apoyarse, en no menor medida, en recursos audiovisuales que hagan factible esa edacacién por y para la imagon. De ello se desprende una labor de produccién dde materiales de corte educativo, ~ineluida a claboracion de textos ~ euya difusién puede ser, en dependencia de los recursos con que se cuenten, de alcance masivo. Se hace necesirio contar, también, con toda una la- bor de sensibilizacién a través de los propios medios de comunieacién social, lo cual implica el diseio de una ‘campafia dirigida tanto a nifios como a adultos yal interior fe las propias instiuuciones de Jos médios (productorcs, programadores y diectivos) Intercambios Profesionales Concebimos, como espacio privilegiado para la ‘alizacion de intercambios profesionales, la continuacién de los Eneuentros “El Universo Audiovisval del Niko Latinoamerieano” Bajo el utulo general "Las otras ventana del aula”, {as temas de analisis que se proponen en esta oncena edicibn + Las nuevas tecnologias de comunicacién ¢ nformacién en una educacin para el siglo XX1 + Educaci6n para la Comunicacién: valoracién de experiencias y de sus perspectivas, + La dimensién ética de la comunicacién: los miios y sus Derechos en los medios, Gracias ala colaboracién del Instituto Goethe y The World Alliance of Televisian for Children (WATCH) ~ en- ‘idades que estuvieron presente en Ia pasada edicign-, se programara una muestra de los promios mas significativos ‘otorgados por la Fundacién Prix Jeunesse Internacional du ante Ios dltimos cinco aos, Por otra parte, se inauguracé Ia seceién Por ef Mar de las Antillas... abieria Ia presentacién de materiales audiovisuales realizados en los paises de la cxenca del Caribe y diigidos al piblico infantil y javeni los De manera paralela, esti prevista la realizacién de un taller sobre Eiducactén para la Comunicacion impaytigo por prestigiosos especialistas latinoomericanos. Fste taller tiene como destinatarios principales a maestros y personas que desarrotlen una labor formativa con mifios y jévenes. Hay margen para un cierto optimism. ‘Le Red UNIAL fue valorada en la Décima Confe- rencia Regional de Comisiones de la UNESCO para Amé rea Latina y el Caribe (1993), como una iniciativa eapaz de promover politicas audiovisuales de cardcter cultural ‘en la Region El Documento 27C/DR.42 presentado a la 27*Con- fetencia General dela UNESCO, (Paris, 1993} destaca, de entre el conjunto de valiosas experiencias desarrolladas en ‘América Latina y el Caribe en favor de un espectador acti- vo, ereativo, participative y critico ante los medios audiovisuales, la emergencia de dicha Red en su empeiio de impulsar un proyecto de alfabetizactén y educactén para Ja comunicacion fundamentado en el respeto a la creatividad y la expresividad del nifo y su identificacion con ls valores que lex son propies La existencia de la Red UNIAL no puede coneebirse ain los esfierzos que, a fo largo de toda nuestra América se han desplegado y continuan desplegandose por grupos de investigadores, maestros y artistas. Mi presencia junto a ustedes es prueba de elo. 109 O NACIONALISMO NO MERCOSUL UMA ANALISE DA REGULAMENTAGAO DA TV. NA ARGENTINA, BRASIL, PARAGUAI E URUGUAI thon Jambeiro Introdusio A indistris da TV nos paises signatirios do Mercosul — Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai—tem sido, de modo sgeral, mareada por dispositivos de cariter nacionalista. A preservagio dessa earacterlstica pode contibuir, por um Jado para o distanciamenta das principa's tendSncias mun: Giais, que sinalizam para uma economia de livre mercado; por outro, para a limitaglo do luxo de produtos cultarais ¢ de recursos humanos, representando assim um obstécalo A definitiva e completa integragio dos paises membros. Este trabalho analisa 0 modo como 0 nacionalis- mo & abordado na regulamentagdo da TV nos paises do Mercosul, buscando campreender as fatores que contrib- em para a conservagdo desta postura politica © econémica, mesmo diante das intensas presses no sentido de uma regulamentagio flexivel. Para tanto, é wagado inicialm ente 51, Por OthonTambeir (PAD, coordenador da peequite «bolsit pesquindor do CNP) «plo tobias de IniiardoCientcs do CNP ‘eisiana Sera, Gabits Ds de Siva e Mal Alia Siva 1 um breve panorams das transformages fandamentais introduzidas no contexto contemporinco pelo fendmeno da flobalizagdo, ¢ das tendéncias mundiois da regulamenta- 0 da TV nesta nova realidade. ‘A influgneia da postura nacionalista nas regulamen- tages da TV na Angentina, Brasil, Parsguai e Uruguai é mais fortc evisivel em dois aspectos: I) restrigdes relacio= nadas 4 programagio das emissoras; e 2) proibigSes relati- vas propriedade das empresas, englobando a purticipagio de estrangeiros, assim como contratos ou convénios esta- belecidos com outros pafses. E nestes dois aspectos, pois, ‘que nossa anilise se detém, "Antes, contudo, cireunsereveremas 0 contexto 10 qual as regulamentagdes se swam. Nova Ordem Mundial (0s primeios sins das profundas transformagBes que ‘caracterizam 9 nova ordem mundial foram observados logo apés a Segunda Guerra. O mundo vivencion a internacionalizagao do capital que, gradativamente, perdia seu cardter nacional, Durante os 40 anos que se seguiramn pos a guerra, a globalizago do eapitalismo aparece como tunidos fatores que conteibui para a desarticulagio do bloco sovitico, Os anos 90 se iniciaram com a humanidade ten- do ultrapassado a Guerra Fria, ¢ com a economia de merca- do © a democracia representativa virtualmente univer- salizadas, Como aponta Octivio tanni”, 2 expansio do ca- pitalismo introduziu uma nova. divisio internacional Go trabalho € a flexibilidade dos processos produtivos, favorecendo assim a criagdo e expansio das corporagies ¢ 52. Oetivs lon Torio le loblizgo Bode Tact: Civili conglomerados tansnacionais. © mundo ganhow uma nove ‘configurasio, na qual o que era apenas local, regional € nacional wansformouse tabla em global. AS antiga fron tetas culturas, ingistcas, ideologicas © eligiosas vm sendo progressivamente superadas. As priceipas instiui- ses da sociedade esto sendo mundialzadas, principios omo livee mercado, prodiividade e huerativigede vem se tomando padrées pata os mais diferentes povos espalha- dos plo planeta, ‘Acompanhando as tondéncis mondias, empresas de comunicagio, emnimero crescents eto sendo organiza- das plobaimente. Os diversos meios,reunidos em redes ‘mullmidia nacionas ¢ internacionais, desempenhar pax pel fundamental na disseminagao de interesses, valores © icologias em escala global, Gragas is inovagdes teenoldgicas ~ particulamenteo avango da informética e “Gas telecomunicagées ~ os meios de comunieagio adgui= rem maior aleance, atavessando todas as feontirs. Neste senido, Mark Péster acentun qu 0 espago € 0 tempo = ‘megam a deinarde ser empocilhos pra a troca de informa Ges, fazendo com que a alia global concebida por ‘Marshall Mctuhan se tome cada Vez mais tasnicamente realizvel ‘Ao diseminarinformagdes em eseala planeta, 0 fendmeno da globalizaio ¢ aeusado de aceerar umn pro= cesso de homogeneizagio das diferentes cultura. Ou sea, no cas0 especifieo da TV inimeros programas produzidos em centos de produ controlados por conglomeradosco- Pillists so tansmtdos diariamente,aingino indiferen- tementecistinuas comunidades, independentemente ds ‘versidades nacionas,eulturais ou lingistcas 93. Mask Pine 1996.97 3 (Como afirma Marshall Berman”, “a experiéncia da ‘modernidacde anula todas os fronteiras geogréficas e raci- Tis de classe e nacionalidade, de religido eideologia; nesse Jentido, pode-se dizer que a modernidade une a espécie Inomana: Porém, € uma unidade paradoxal uma unidade ide desunidade’ ela nos despeja a fodos num turbilkao de permanente desintegragdo e mudangc, de tuta e contradi- (40, de ambigildade e angistia ‘Maria Nazareth Ferreira! acredita que a cultura pl ntiria dos media tem sido determuinante para a perda de Teferoncial por parte das sociedades. Ressalta ainda que © femor provocado pela anieaga de desaparceimento dos sig fos culturais de identidade reforca uma volta ao passado ‘Como buses da referencia cultural perdida em decorréneia de comunicagzo globalizada ‘Com a intensificago da internacionalizagio do ¢3- pital, as eorporages que antes se concentravami nos prin~ ipais eentros econdmicos passam a desenvolver zonas de produgdo nos mais diversos paises. Muliplicam-se, assim, By corporagdes © conglomerados multinacionais ¢ fransnacionais, que estdo cada vez mais integrando alividedes e estabelecendo conteatos em virios paises. Até f ano passado metade dos prédios, maquinas = laboratri~ ts, assim como mais da metade dos funcionsrios das dez tmaiores corporayies mundiis estavam fora dos seus pat Tov de origem. As operagdes no estrangeiro rendem para asus empresas nada menos que 61% do seu faturamento, ‘Um tergo do comércio internacional refere-se a trocas en tre unidades das transnacionais™, ‘0 desenvolvimento da informética, por sua ver, tem propiciado a intensificagio © generalizagdo das Se Marah Berman 1996. 7.90 3S Mase Nianre Fever dented cultural resistnci ode ipendénia? Canpiea, COMPOS, 1993 Be tevin Ven. "A Roda Cabal” Eitorn Abril ego 1638, a0 23,98 14,3 de ail 1995, p 63 ua comunicagdes, permitinds que as empresas do setor acompanhem as novas tendéncias de conglomeragio ¢ transnacionalizagio. Os diferentes meios de comunicaao am-se em complexes industria, que passam a ope ‘ar simultaneamente enpresas de jomais,revisas,eSdios, televisio, livros, filmes, discos, video, telefonia trans- missdo de dados. Os acordes e fusBes tém provocado uma onda de concentragio jamars vista Nacional x Global Em contraposiggo # expansio das economias Clonalismos, alem de regionslismos © movimentes fundamentalists de todos o pos, 0 ato da globalzagdo representa im deste plualadeéa humanidae ssc toss sins ges sxconi oes os partcularismos, Este prec eo gndesnagonisino global. : pandeanies O nacionalismo pode ser evdeneindo nas disuse psa sot de aon. i somoniescom escent, lings ulna ereligito comins fam elt terabade ds goretce inperais ou cola she wando a ego de Exados Independents or = spars Gao dt um Esiadojéconsoldad, Exemplossereaten sto or movimerts expe, como ox dos basco © So vist trnocia ou nacinaléades den-UnitoSovistoss da ae posi To lugar da antiga dispute ideologice ene eapita- lism estan, nds esse eum cheque deci zagoes em basen de ieniddes, Simaltancamente&pro- ova de integrago, a endéaciaglbalzantsprovoca fg Ipentagdo © cia feneno fil pra o desenvalvinens Se Tundamentatsmos religiosos ne Orcnte Medio «eos finicosna Afton ena antiga lngosiva, onde ovimentos us de independéneia provocaram a guerra entre sérvis, erostas bésnios Diversos autores entre os que analisam o fendmeno de mundializagao nio aereditam que este possa provocer a ddestruigio das tradigies culturais dos diversos povos. ‘Condenam, por eonseguinte, posicionamentos radicais de texaltagdo do nacional ¢ do local em detrimenta do univer- Sal como uma mancira de resgatare preservar a identidads. ‘Argumentzin que 0 macional pode no somente conviver, nas igualmente ser estimulado quando confrontado com © flobal. Dessa forma, a globalizaclo s6 seria concebida ‘conjunto com a multiplicidade de nacionalidades, culo ‘Asin Hersovie™, explea que “a propria indica da cultura mundial implica na necesidade de manter um Mtseliminimo de diveridade one as diferentes extras Jans poder amma osiatema cm prods "novo De dim pantode vista mas gerd a manutonedo de um miino de dversdade ¢necesiria para marl a coeréncia a ttopoligie econamica-dorstema “ Partido do pressuposto de que a integasio ¢ a tomogeneizago eamnham odo lado cor a fragment tga sonvadigdo, Octivio Lani" acredita que ovastopro- {tSen da globlizato do mundo também permite conte sins at iveridades toca nacionisefeponas. Nest= esto, 8 padres, valores esis gobs somen- feo efetivaos quaedo em conta com os particularismos deeada grupo ‘dro aor defend qu o undo consinuard send ovoada por airertes tadgSes colts, ingtstias © 7. Alen Heacoic 1995 p11 Se, Oevvio nal Tories da glbatiagso, Rio de anc: Chie Brain, 1996 16 roligiosas, Estas nfo apenas permanecem, mas tm chences de expandir, Argumenta, ainda, que nas corporacdes transnacionais tudo é planejado com extremo rigor, pois 0 ‘objetivo € levar em consideragio todas as peculiaridades ¢ potencialidades dos miltiplos mereados, aca esses autores 0 nacionslismo exacerbado ¢ 0 receio de destruigao dat identidades nacionais parecem idéi as ultrapassadas, Mais cocrente seria encarar o nacionalis- ‘mo a partir de uma nova configuragdo., na qual soja possi- vel estabelecer intercimbios entre produgses cegionais, nacionais e internacionais. Como explica Stuart Hall “ao invés de pensar o global substituindo o local, seria mais euidadoso pensar numa nova articulagdo entre ‘global e local, Este ‘Local’ ndo deve ser, naturalmente, ‘onfundido:com antigasidentidades, firmementeenratzadas em localizadas demarcadas. Mais propriamente, ele opera no interior da ldgica da globalizagao. Porém, parece tm rovivel que a globalizagdo venha simplesmente destruir 1s identidades nacionais. E mais provavel que produsa, s ‘multaneamente novas identificacdes globais locais”*, ‘A partir das visbes de lanni, Herscovieie Stuart Hall pode-se concluir que of trnsitos culturais nfo eonstituem fator determinante para a homogeneizagio de um grupo, Pelo contriria,esststracas muitas vezes reforgam a8 mais diversas tradigdes e costumes, Ao serem importados, os produtos da midia global sofrem constantemente adapta- 868 © reelaboragdes locals (© Nacionalismo na Programagio © controle sobre os assuntos veiculados pelas emis soras de TV através da sua programagio didria tornou- 99, Clad po Mica, 194 p15 nt se uma pritica comum durante a fase de ditaduca nos pai- ses da América Latina, Nestocontexto, a inclusfo de detet~ rminagSes legais de conteio nacionalistarepresentou uma ddas manciras de exercer essa fiscalizaglo, obrigando as em- proses a divulgarem temas como a preservacio dos cost mes, o exercicio das objetivos nacionais ea identidade na- cional. Nos paises que compiem o Mercosul a busea da cha ‘mada “identidade nacional” foi freqlentemente confundi- ‘da.com um nacionalismo exagerado. Esse chauvinismo era liizado pelos govemos para preservar a ordem. Nesses paises o autoritarismo provocow o estabelecimento de Es- fados-aagdes eentralistas, nos quais as pluralidades eram associadas ds forgas de dispersio. ‘Submetidos ao Bstado, o“‘povo” ea “aagdo” sempre foram simbolos uilizados para defesa dos “interesses na~ cionais”. Como aponta Maria Nazareth Ferreira: "Histori- amente, a idéta de idemtidade nacional é uma consiruedo ddo Estado auloritito, respaldado pela ideologia nacional. “parte as implicagdes politicas ideolégicas que entran Como parte do Estado autortério, este utiliza a idéia de patriménio cultural, fundamentada nos registros “anqultetGnicos, nas expressées de arte erudita, nos heréis oficiais, buscando, portanto, suas raizes em uma visio elcsta de evltura®™ ‘0s prncipios de frtlecimonto do Fstado 0s conccitos acionalistas que earactzrizam os periodos de citadura podem ser observados na atul legislagSo argentina, aprovada quando ‘© pis ainda via sob o regime militar. O art, 14 da Lei 22.285 determina: "El contenido de las emisiones de radiodifusén ipropenderd al cumplimiento de los seguientes objetivos: b) Contribuir al afianzamiento de la unidad nacional » al Jortalecimiento de lafey ta esperanza en los destins de la 10, em, pa us Nacién Argentina (..):e)Promover la participacién responsable de todos los habitantes y particularmente del ‘hombre argentino, en el logro de los objetivos nacionais; os" A fiscalizagio em relagdo ainvasto de produgSes es- ‘tangeirasna programagio da TV argentina aparece de modo rmareante através do art, 8, do Decreton® 286/81, que fixa & proporgdo minima de programas de produgo nacional em 40% das emissdes didrias. Além disso, a legislagaa exige ‘que seja dada preferéncia as obras de autores nacionais e Interpretagdes de artistas argentinos™. ‘A legislagao paraguaia estabelece que 0 servige de ‘adiodifusio do Estado teré come fins_principais: 1) con- twibuir para consolidar a unidade espiritual da Nagéo, © tando as genuinas tradigdes ¢ sentimenios da Pétria; 2) di- fandit no exterior 0 aspectos sobressalontos da cultura © da vida nacional, procurando a methor compreensio dos povos!# No Brasil, forte postura nacionalista adotada pelos governos autoritérios pode ser evidenciada através das es- Utatégias usadas durante o periodo de vigéncia do Fstado Novo (1937-45). A valorizago da “genuina cultura brasi- Ieira” era utlizada para evitara interferéncia do capital es- trangeito na economia do pais. Os meios de comunicagao «do massa foram armas poderosas na dissominago da ideo- Togia nacionalista, preservapio dos valores tradicionais, © ‘consequente protegZo contra as influéncias estrangeiras. Esses argumentos nacionalistas permaneceram por muito {tempo e também estiveram presentes na Doutrina de Segu- ranga Nacional, elaborada pela PSG ~ Escola Superior de Guerra, que exaltava os chamados “Objetivos Nacionais”. ‘Onnacionalismo s6 foi amenizado a partir dos anos 60, com, 10), Ar 19 Ge Lain 22285, M02. 177 do Deseto B8920, 9 4 abertura do mereada interno ¢ invasto de filmes pro- ‘gramas de TV norte-americanos 'No que se referetransmissfo de programas em lin ‘gua estrangeita, as regulamentagées da TV nos paises do Mercosul sio rigorosa, estabelecendo expressamente que tal tipo de programaglo somente pode ir a0 ar se receber prévia autorizaglo dos Srgios repuladores de cada um da- ‘ueles paises. Na Atgentina os dispositives sio detalhados, especi- ficando no art, IS da Lei n° 22.285 que as emissces de radiodifusBo serio transmitidas em castelhano e, caso se- jim difundidas em outiaslinguas, devem ser traduzidas si rmultancamente, excelo nos soguintes casos: 1) letras de composigdes musieais; 2) programas destinadas 20 ensina de Hinguas estrangeiras; 3) programas da Radiofust0 Ar- ‘gengina a0 exterior (RAE); 4) programas de coletividaies estrangeiras e aqueles em que se usem linguas aborigenes, com prévia autorizagio do Comité Federal de Radio Fu: Slo, O mesmo artigo acrescenta que "las peliculas o series hhabiadas en Imguas extranjeras que ve difimdan por television, ern dobladas al castellano, proferentemente or profsionales argentinos” No Uruguai a programacio passe pofo mesmo tipo de fiscalizagio, segundo estabelece o at. 30 do Decreto n° 734 78: “La transmissién de programas en idioma extranjero eberd obtener la autorizacién de la Direccién Nacional de Comunicaciones y estar a sus directivas ~especifiandose si setrata de una emistin de ensendnia de la lengua, el espacio dena coletvidad dade, una expresiin cultural, informativa, ‘miscelinea o de comentirios. Se tendré a la orden la traducclén correspondente. Estos programas estarin sometidas elas mismas responsabildases de ds nacionales” [No Brasil as emissoras de ragiotiusto podem transmitr pr gramas em idioma estrangeito, desde que sejam teferentes 4 assuntos de interesse nacional. Contudo, devem antes ser 120 autorizadss pelo Ministério das Relagdes exteiores, como preve o patigrato I do art. 75 do Decreto n.” $2795/63: ‘Os programas produzidos por emissoras nacionais, emt Idioma estrangeiro, destinados 4 divulgacdo oficial de as- sunto de interesse do Brasil no exterior deveria ser previ= ‘amente aprovados pelo Ministério das Relagdes Exterio- res. O artigo seguinte do mesmo decretn que também cabe ao Ministério das RelagSes Exteviores organizar programas em idiomas estrangetos para divulgat azsuntos de interes se do Pats no exterior. A ransmissio ¢ feita pela Agencia [Nacional e emissoras oficias, (0 Pareguai possui determinago semelhante ao fixat que “Los Programas deradiofusion de alia frecuencia com destino al exterior serin realizados por el Estado; las es- taciones privadas silo podrin prestar este servido medi: ante qutortacién especial dei Organismo Oficial Compe © nacionalismo também esté presente no controle sobre a pubficidade. No Uruguai, 80% das propagandas veiculadas na televisio devem ser de produgdo nacional e exocutadas totalmente por profissionais uniguaios ou es- trangeitos radicados no pais™. Os aniincios devem ainda ser enviados mensalments para a diregio Nacional de Co- ‘municagdes especificando & nacionalidade dos locutor © autor do jingle, insteumentagdo musical © empress ora vadora ou iilmadora dos mesmos. [Na Argentina, as exigencias também 80 igorosas, como de- tmonstrao ar 23 da Lei.” 22.285: “(..) Todo amuncio debe espresarse en castellano, sin alterar el significado de los ‘ocablas ni distorsionar la entonacionfinoligiea de ls enun ciados. Las vocés extranjeras que no sean marcas 0 denominactones de uso universal deberdn er traducidas. To- ‘dos los anincios publcitirins serdn de producdén nacional”, 103, At, 179 do Dert 9992095, 106 Ax 29 sles do Deaton 25480 sta postra nacionalista das regulamentagies deTV, construida através dos tempos e consolidada elas ditadu- ‘rs e movimentos pepulistas na Argentina, Brasil, Paraguai © Uruguai, pode se constitvir num empecilho para a conetetizag8o de uma real integragdo entre os paises do Mercosul, pelo menos no aue se refere livee circulagko de produtos eultursis © recurzos humanos destes paises (© Nacionalisme no Controle de Produtividade Além das restrigBes relativas a programagio, as le- sislagSes da Argentina, Brasil, Paraguai ¢ Uruguai possu- fem dispositivos que limitam o fluxo de capitis e mto-de- fobra entre of palses. A andlise demonstra que, de modo geral, as emissoras de TV ainda nfo se adaptaram para ata” ide forma integrada. O nacionalismo pode tepresentar um entrave cireulacio de recursos hurnanos e capitis, atmando ina contramfo da tendéncia de interagio ente os paises O eardter nacionalista da regulamentagio das con- cessbes © ressaltado principalmente no que se refere a0 controle de propriedade por parte das empresas que execu- tam servigos de radiofusto, Neste sentido a regulamenta io paraguaia¢ excegto: o Decreto 14,135/96 daquele pais permite a perticipago de empresas estrangeiras no Paraguai. Textualmente: "Las empresas extranjeras, para dedicarse a prestar w operar ur servido de tecomu= htcaciones, deberdn constituir domicilio en el Paraguay ombrar a un representante legal domiciliado en el Varar (Paraguay? "Entre os palses que complem o Mercosul, o Brasil ¢ ‘0 que apresenta maior protecionismo. De acorda com 0 art 4 do Deereto 236/67, s5 poderio executar servigo de radio- difusio “as sociedades nacionais por aces nominativas ou 10S, Deseo 1413596 a 4, 2 ‘por cotas, desde que subscritas, as ages ou cotas, em sua totalidade, por brasileiros natos”. Exs seu paragrafotinico acrescenta que “nem as pessoas juridicas, excetuados os partidos politicos nacionats, nem estrangeiros, paderdo ser ‘sécios ou participar de sociedades que execulem servo de radiodifusdo, nem exercer, sobre ela, qualguer tipo de controle direto ou indireto” ‘A Constituigdo, em seu art, 222, adicfona que a pro- priedade de empresa de radiodifusio de sons © imagens ¢ privativa de brasileiros natos ou naturalizados hé mais de dezanos. O ar. 15 do Decreto $2.795/63, reforga esta exix séncia, aplicando-a como requisito para a habilitago. No Uniguai, os solicitantes dever ser uruguaios e ter domieilio permanente na localdade. Ax auséncias prolongs das fora do pais, salvo aquelas cova justifcagio adequada, podem acareta até mesmo o cancelamento das autorizagoes "Art 8. Cuando los slicltontes sean personas isicas, deberdm cumplir los repuistorsigientes: a) Ser cludadanias naturales olegales en wlerciviode a-ctudadania; b) Estar domiciliados real y pennanete en ta localidad. las ausenciasreiteradas 0 prolongadas del pafs, constituirin — salvo justifieacién fadecuada al respecto ~ presunciénde caréncia de domicilio realy pennanete en la Republica, lo que dard mértto a que ANTEL gestioneante el Poder Ejecutivo la cancelacion de las ‘auorizaciones concedidas” 'No Brasil, 0 nacionalismo esté presente no 86 em relagdo as restrigdes & propriedade, mas também nas dis- posigdes acerca da dirogio e quadro de funcionsrios das empresas. © Decteto 52.795, em seu ar. 8, determina que os diretores e gerentes das empresas de radiofusio devern ser obrigatoriamente brasileiros natos. O art, 28 do mesmo documento fixa que as concessi- ‘onfrias e permissionérias devem: “adit, como técnicos ow encarregados da operacdo de equipamentos transmis sores somente Brasileiros ou extrangeiros com residéneia 3 exclusiva no Pais, permitida, em caréter excepcional ¢ com ‘autorizagdo expressa do Ministerio das ComunicagDes, a ad- isso de especialista estrangeiros, mediante contrato” (© art. 38 da Lei 4.117/62 reforga as determinagtes do art, 8 ¢ 28 do decreto 52.795. No entanto, 0 parégrafo 3° do art. 42 permite que as emissoras piblicas prestadoras de servigos de telecomunicagses contratem funcionérios dentro ou fora do pais para exercerfungSes relativas& ins- talago ¢ uso de equipamentos especial. No Unuguai, as normas nacionalisias relativas & re- serva de mio-de-obra aparecom no art. 11 do decreto 734 aque Fixa que os diretores, gerentes e administradores de- ‘vem set uruguaios¢ residentes no pais. No art. 28 do mes smo decreto, as limitagSes se acentuam, estando ali prevista como abrigasio das emissoras a “promociény aplicacién de recursos humans nacionales: artists, profesionales, ‘enicos, culturates”. Por fim, 0 art. 38 deste documento determina que cabe aos drgios pablicas assegurara protes io ‘05 artistas nacionais. Em oposiglo d tendéncia mundial de conglomeragio, ‘ documentos Iegais do Brasil mantém dispositvas que res tringem nfo s6 0 estabelecimento de empresas estrangeirs, ‘mas também qualquer espéecie de vinculo ou contrato com Donganizagdes internacionais, As concess8es ou autorizagébes| ddecorrentes de convénio com outro pais sho passives decas- sagfo, como apontao art. 68 da Lei 4117/62: "A caducidade da concessdo ou da auortzagio sert dectarade pelo Presi- dente da Repibica, precedendo parecer do Conselho Nacio- nal de TelecomunicagBes, nor reguintes casos 8) quando a concessio ou autorizagfo decorra de convé- nio com outro pals, cuja denincia a tome inexeqhivel; ) quando expirarem os prazos de concessio ou autoriza 0, decorrente de convénio com outo pais, sendo Inviivel a prorrogagio”. 14 0 Decreto 236/67, editado pelo regime militar, prot- bbe as empresas de radiofusio de manter cantratos do assis. téncia técnica com empresas ou organizagées estrangeiras, tanto em relagio a administragao quanto no que diz respei to 8 orientagdo (arf. 7), No entanto, acrescenta que: $4 vedagdo a que se refere esse artigo nio alcanca aparte es twitamente técnica ow artistica da programagio e do apa- relhamento da empresa, nem se aplica aos casos de assis- éncla técnica com empresa ov organizagio estrangeira, do superior aseis meses e exclusivamente referente 4 fase die instalagio inicio de funclonamento de equipamentas, ‘maguinas e aparetiamentos técnicos” (Os artigos 8 do Decreto 236/67 ¢6 da Lei de Impronsa, est lima também editada pelo regime militar brasileiro, £1 xam que qualquer contrato com organizagio estrangeira deve ter autrizaySo do Ministéio das Comunieugdes, Proibe também que as empresas estrangeirastenhai participagdo nos Iucros de empresas televisivas nacionais. 4H no Uraguai as radiofusores #50 probides de rece- ‘ber douges de Govemos ou Estadas estrangeiro., ani ser ‘com autorizagdo do Executiva e em caso de material de pro- ‘gramagio: "4rt.23. Las radiofueorar no podrdn recibir donaciones 0 subvenciones de cualquier clase 0 Indole de Gobiernos 0 estados extranjeros o de otras personas 0 ent dade nacionales o extranjeras, savo auiorizaiién expresa del Poder Ejecutivo que se trate de material de programacién La violaciin a lo dispuesto en el articulo, dard lugar a la revocacén, prrevia las probacianes que efectuard a este respecto la Inspeccién General de Hacienda” Conclusto A anilise da regulamentacio da TV de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai demonstra que’ as normas de conteido nacionalista sio uma constante neste paises. A 125 proteglo das produgGes nacionais parece ser uma preocu: pagio comum diante da ameaga de possivel destruigao sgradativa das peculiaridades culturais de cada pais. Tal pos tra entra em confronto com as tendéncias mundiais con- temporfneas da economia politica das midia, baseada prin- cipalmente na oligopolizagdo das emissoras e na constitui- ga de centras de produgio transnacionais, ‘Confiontado também esté 0 espirito do Tratado do Mercosul, ue prevé continuads ¢ erescenteintegrasao, in- clusive cultural, entre os quatro paises que o subscrever. ‘Tanto as tendéncias da economia politica — que no pare- com fraquojar mas sim, fortalecor-se ~ quanto a busca da \egragdo poderdo forear a revisio de sento todas pelo menos algumas das normas nacionalistas eonstantes das re- gulamentagées da TV. Nao se tate, evidentomente, de ex- — ‘cluir todas as determinagdes deste teor, mas de adequar as Os Novos Movimentos regulamentagdes de modo a que néo prejudiquem ou impe- | eeeeeeeceeeeneeteeaE ‘gam um enriquecedor intercdmbio cultural entre Argentina, Socials E SUAS FoRMAS DE Brasil, Paraguai e Uruguai, pO ‘Alem disso, diante das novas ¢ radicals mudangas servadas no mundo, os patses jd nfo podem impor protepdes textremamente rigorosas 20s seus mereads. De acordo com as dominantes ¢ intemacionalmente acordadas caccitasre- gras de livre mercado - representadas hoje pola Organize- 40 Mundial de Coméreio -o pats que impde barreiras cor- Teo risco de ser marginalizado © excluido de muita inves- timentos, Tem também pouco acesso & novas tecnologias, produtos e processos, e consequentemente pode deixar de Ser competitiva nas relagSes de comézcio internacional ComunicacAo 126 Pl A DIALETICA DO NEOLIBERALISMO E OS NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS Moro Nazareth Ferreira ‘© Neoliberalismo modificou drasticamente os cens- ios muundiais nas mais diferentes esferas das sociedades. A smundializagfo da cultura a economia globalizada, 08 espan- tosos efeitos das tecnologias da Comnunieaglo no encurta- mento de espagos e na ergo de um novo conceto de tempo so as marcas mais sensives Enirctento, outta matea, esta dramética¢ invisivel, 0 ‘rescimento vertiginoso da pobreza, Mesmo nos grandes cen- ‘tos hegemsinicos,éimposivel nlo notaro aumtenta de indi- ‘gentes, desempregados, sub-empregados e o concomitante ‘aumento da violencia, ‘Mas, nem o Neoliberasmo eseapa as les ds diatica, Esta situagdo de aumento da pobreza tem sido acompanhada por um erescimento também significativo de um tipo novo de movimento social. Estes novos movimentos tim sido orgi- nados tanto nos espagas urbanos, como rurais ¢ 08 mais ex pressivos tm earactersticasurbano-rurais contidasneles mies- Aqueles novos movimentos de carter urbane i foram apontados por pesquisadores em outros trabalhos como Garcia Candin e Roncagiolo no veo Culwra Transnacionat € Culturas Populares, editado pelo [PAL em Lima, no ano de 1988, Sko movimentos populares que além de estarem 129 presentes na produgio como conflitos nvidemente de clas- se, estendem-se outras contradieSes sociais; so os ant ‘Bonismos antes invisiveis demtro do quadro geral da poiti- cc, como antagonismos étnicos, sexuais, regionais, urba- nos, que ocupam, agora, posigdes de destaque, Estes novos: con‘litos situam-se, aparentemente, fora ou néo apenas na pprodugio ¢ sio de dois tipos: lutas contra formas de poder, repressio e discriminagdo, preferencialmente, na vida co Lidiana, So movimentos que visam a democratizagHo inte ral da sociedade (desigualdades no trabalho entre homens mulheres, entre etnias direitos humanos), Outros tipos de novos movimentos sociais si as Iutas pela apropriag0 de bens e servigos no campo do consimo (movimentos ut- ‘bans de defesa do consumidor, ulas por moradia, contra a inflagao, por acesso a educagio, melhores condigdes de sadde, de transporte etc.) e pela democratizagéo da Comu nicagio. Entretanto, em diferentes pontos da América Latina, « possivel verificar um tipa especial de novo movimento social, embora este igados mais antigas reivindicagbes: fa posse da terra. Neste aspecto, o mais clare exemplo i: twa-se no Brasil: © MST. Este movimento ¢ hoje # mais, viva expresso de organizagio saviallutando pot melhores condigbes de vida que, pars o campo, expressa-se na posse de terra. E um movimento de caréter rural, mas que, em alguns momentos, dentifica-se comm outro movimento nove, de cardter urbuno, os “sem toto", Assim, no cenério neoliberal brasileiro, a unio des “sem terre” com os “sem teta" conforma-se como uma nova forea capa2 de abalar a seguranga do projeto neoliberal. Rasta examina a rapidez ‘com que os “culpados” dontro deste grupo sto julgados © condenadas pela, neste caso, Sg jutiga brasileira Mas o exemplo deste tipo de organizasio social Mo- resce em outsos paises do Continente, No Equador, 0 movimento Pachacuthic ~ uma organizagio de maicria 130 camponesa, agltinando também as populagies pobres dos centros urbanos num claro exemplo de unidade operat camponds ~ foi capaz de articularse e eoncorrer para a8, cleigdes presidenciais de 1996, obtendo 0 3° lugar, perden- do a participagZo no 2° turmo por apenas 200 mi votas. Os outros dois candidatos representavam elite eqaatorians, detinham @ monopélio des meios de comunicagio; © Pachacuthie apenas contava com sistemas informais de Comunicagio. Entretanto, comoa sintesehistriea deste dois oxen plos antes refers, poder-seia citar 0 vitorioso Exercito Zapatista ée Liberacion Nacional do Estado tieaicano de Chiapas. Neste caso, a uta jd dura 5 anos slo incontiveis 4s vilbrias aleangadas pelos chiupanecos. Importante & sa- lientar 0 cardter deste movimento novo no cenirio latino americano, que escapa, como de resto, ox outros dois cita dos anteriormente, ao’ modelo tradicional de movimento social, ‘Segundo Manuel Castells, estes novos movimentas se caracterizam por sua supostamente nula incidéncia no processo produtive ¢ pelo sino interesse que despertam ros partidos politicos tadicionais. E, provavelmente e por esta ra2o que estes novos ‘movimentos surgidos no consumo ¢ na vida cotidians so representados fore dos partidos politicos e dos sindicatos, ‘mas geram uma relagio no convencional entre cultura e politica, entre valores e poder, Sio estes movimentos os ‘novos indicadores do lugar onde é possivel compreender & forga das organizagies populares: a sua cultura, consti no dia a dia, na luta pola vida, na sua cotiianidade, 13 O Movimento Sim TERRA E SEUS SISTEMA DE COMUNICACAQ. ein Cortes” (0 Movimento dos Som-Terrsenende que a comsni- cagio € um dreto universal, & um patimnio da humé- nidadee, como tl deve ser utlizado, Come s gene lta pela tera gente lt ela comune, pore arelagao do mo- opolio da tea do monopolio dt comunicao so gran- desimpedimentosdaconsoldago da democracia nest conte tone, Damon forma qe teacup J na ade edeveserusada a Servigo dagucis que aba ielae temun fing sori gente entnde gue at rlagdes de ‘otic, oo meio de comuniagfo, as eenclogasem- regs pare o monopslio da emmuniaga devem extra ser ‘igo camara da popula edevem tender grads diversi- date clara, iste, deve stender A grande dversidae de ‘elages que oarem nese pais que no merece ser eng, cbalado como se fese un prods, quando caren sie renga. Ess difcengas ests divesiadesapateoom como ‘ai ou menos crcl, etratpdss. Em ca dis, ire tor dizer que «pola de comunicago do movimento em +m onferénca ministads no I Simpésio Comonicapo, Calms € Petia, no dis 08787 133 sendo construida também num processo lento, com muitas dificuldades, com muitos blogucios ¢ com muitos impasses. Mesmo porque logo cedo a gente entendeu que nfo podia| ccontar com a midia, com os meios convencionais ¢ (em bbént 08 meios regionais, porque esses sia a expressio de ‘ossos inimigos. A gente devidiu c compreendeu que se agente quisesse avancos com as nossas conquistas, com as novas organizagies ecom a nossa resisténcia, nbs terkamos. também que passar a assumir para nds, 0 nosso processo, 0 nosso processo de comunicagio dos meios de producto, mesmo que a gente nio tivesse om 83/84 jomolistas¢ pro- fissionais da deca, Nao era por n6s nfo termos meios e nem por nfo podermos té-los do nosso lado ne épaca, Os protis= sionais de comunicago no eram motivo para impedir que ‘a gente fizesse conunicagio, produzisse meios, Para nés, ‘comunicago nfo & un apéndice, uma coisa paralela,& par- te. Fla faz parte das agdes, tanto que no MST, o setor de ‘comunicagio € fo importante quanto o sctor de produgio, que c quem ajuda a pensar e organizar os assentamentos, a produgo agricola, as reivindicagbes para recursos; e tho importante para setor de educaGio, as nossas escolas, os ‘nossos educadores; é to importante para o setor de formna- ‘eho, of militantes que trabalham com « formasio € ‘capacitagdo de base; & Wo importante quanto & frente de ‘masts, que é 8 maioria das militants que fazem e organi- ‘zam as nossas ages, desde ocupacoes até caminhadas © Imanifestagdes, Essa uajetéria da lua, da organizaglo © 43 ‘consolidaeio:lo MST, nos ensinow a manejar melhor as:nes- ‘sae relagbes corn 8 midi, também as relagSes de produgao dos nossos meios ¢ também a valorizar momentos de €o- ‘municagio que esti inseridas no cotidiano da populagao do interior desse pais, principalmente, a populagto das pe- |quenas cidades © as populasSes do campo. E a gente nao tem um tragado sobre © que & essa politica. Ela esté sendo construida, mas alguma coisa d4 par afirmar, como, por 134 cexenplo, ent relapio a um carter, Agente entende que a ontunicagSo que a yenteexctee deve ser sempre informa- tiva, porque a earécia de dados, de informagio, de acesso 20 actimulo de informagio cont espeito& propria relide- de das familias camponesas, ¢fundemental. B tanibem a informogio das ages, porgue no somes um movimento de massa nacional 0 que ocoren0 Nordeste, Norte deve serimediatamenteiansmitdo para todos os estados de fre ‘ma que a gente consiga: se tem fax € por fax, se no tele- arama, tlefone do vizinho, a Internet, os meios possiveis a deve ser uma comunicagdo no sentido de formar cons- inca, de construie novasinterpetagdes, novas visdes dessa eealidade, de constai arevols, 0 ineontormisine do sléecio da informacia e da deturpa¢io dela que che- ‘gtm principalmente no interior do pais. gente vé no Nor- deste, mesmo no interior do Rio Grande do Sul as familias scconhecem, ssbem a respeito desi mesmos, muitas Vezes de forma deturpada, ataves dos nicios de comunicagto., fu através daqueles que detém as informagdes, © meio, 0 poder da palavrac poder do conheciment,e isso exba elitizandaessas elagbes. E uma comunicagae que deve ser também organizaiva, a geme entende que os meios de co- rmunicagao ea produgao de informogdo devem scr da for- ‘ma que ajude a organiza A gente nfo quer s6 0 panfleto para chamar atengio, a gente no quer $6 0 boletim para hogocta, 2 gent também quer os meios para sjadars orgs nizar, Também deve ser ‘uma comunicagio educativa, en- tendendo que edueagio nfo ests dento da sala de aula, nfo & $6 a educagio formslizada, todas as nssas relagbes¢ de comunicagdo, a constugdo de meios para ns também & lum procesto educativa educativa de quem faz, de quem reecbe, de quem consegve dar umn retort a iso, nossa re- Japto de constragfo,construir roves educadores também, 4a reforma agra, novos cidadios.E também ela tem um cardter"agitativo, qe nfo €aquela coisa que muitos véem 13s ‘como 08 agitadores discutindo aquele plano que vem c toma ec essalto as cidedes, nfo s6 as fazendas. O“agitativo” para 1nés ¢ comunicagio que salient, valoriza,enaltece0$ Valo res positivos da nossa lula, valores humanitérios, valores solidarios, a8 nossa poosies, os nossos canlos, as nosses Imisicas, os nossos “eausos", a8 nossas histrias. Essa eo ‘munieagio tem que ser agitada nesse nivel, como se balan~ casse dentro da gente uma scrie de valores que esto sendo consizuidos e outros sendo rejeitados. Fito, o boletim com ‘a misiea do pocta que ¢ semi-analfabeto e pediu que o vi= ‘inh, 0 rmio mais velho, 20 amigo para eserever para cles isso para a gente € muito importante, valorizar, expressat, ‘cantar essa poesia, cantaressa forma de expressto. Isso tam~ ‘bem & uma forma de trabalho de comunicagio no sentido “agitativa” dela, Quanto a0 insteumento, a gente tera a im- pressio, que é o jomal sem-torra que jé tem 16 anos e a [genie ouve essa citea, eu jf ouvi (eueston no jornal desde ‘que ele no era jornal, era boletim) com relagfo ao forma~ to, imagem, 4 estética do joral, ornal fei, nfo cem uma rota de redagdo, © & dificil dizer para o colegs joms (que eu também era jomalista) que aquele jeito © 0 que os agricultores consegiem conceber naquele momento, em- bora o jornal seja produzido por jornalistas também. E nfo { jomal para massa, ndo ¢ para ficar enfeitando banca, ¢ para ajudar & educar, a massifiear nossa histiria, nossa lta, mas também ajuda @ pensar, tem muitos artigos, iuita andlise que & para a diregdo e as liderangas princi= pralmente, mas ele & lido em grupo nos acampamentos € fssentamentos, Em cada acampamento ¢ cada assentamen- to-a gente tem, e procura construi ent alguns momentos, ais, outras menos dependendo muito do contexto, 0 que nds chamamos os zoladores de jomal, sio aquelas pessoas {que [Gem o jornal e comentam a noticia. F essas pessoas io também a que nos informam das noticias ¢ dos lacontecimentos — Infelizinente nfo da para por tudo e, 136 as vezes, a gente tem que administer algumas frusteagdes porque o repdrter popular que foi até Ii no campo e ackou ‘importante de repente cssa reuniio dos educadores © na :mesma semana ocorre uma ocupagio massiva ou caso Ra- ‘nha por exemplo, aia gente tem que levantar alguns crité- ros, Mas no seu Estado a noticia e divulgada, Toma a re- vista, I" edigdo, timestral, com reportagens, com cariter e revista mesmo, boletins estaduais, alguns jornais rursis no Rio Grande do Sul especialmente, panfletos, cartazes, cadernos formativos. Com relagio i rédio, esse & 0 nosso trande desafio e a nossa grande luta que vem junto coma uta pela terra. A gente jé tem umas réidios comunitérias, em Sto Paulo, « radio camponesa, Rio Grande do Norte, Piaul, Ceari recentementetivemos o encontro nacional dos eomunicadores e poetas do MST em Brasilia ea gente ins- talon por doze dias a ridio Calange, que ficou na rede dos funcionirios do Incra, ca Brasilia, €a gente consegui fa- zor um belo dislogo radiofénico com as radios camponesas ‘em Brasilia. Frifo tem a comissdo Belardo Luz, Bajé, no Rio Grande do Sul eno Pars, Recentemente a gente acessou ‘Tater e tem homepage. E também como insteumento @ gente trabalha e valoriza muito as atividades culturais, musica, poesia, festas, comemorages, as datas de ocupa- 0, 5,2,10 anos de ocupegao, ou até mesmo as familias comemoram os anos de acampamento e isso e motive de comemoracio porque é motivo de resisténcia. E normal- ‘mente nesses acampamentos tem 0 que & gente ehama de “pardas", o contador de “causo”, 0 adolescente que dese- sha, que pinta, a poesia das mulheres ¢ dos jovens, & 0 re- pente, a misiea, 0 que tem de tocador de viola no MST & Impressionante, ea gente valori2a muito, porque & através ‘dessas expresses culturais que a gente também faz 0 pro- ‘e550 de educagao e busea de animagio dessa identidade © © resgate histérieo, porque as historias das familias que permanecem acmipadas, 0 processo de exclusio que elas 137 sofreram ate chegar noacampamento,éhistéria. Entto, tem jomentos que o pessoal se refine e naturalmente saem ashistoris, stem os caus0s, sacin os relatos de dill uldades eomuns © i860 multas vezes, quase sempre, principalmente no nordeste, € motivo de tie misiea, © motivo de uma cantoria, € motivo de um desenho © a gente valoriza isco profundamente. Bom, suais si0 nossos principios, o quea gonte esti produzinde, no que a gente tem trabalhsdo? A gente enten- Ge que oF trabalhadores tom trabalhado. A gente enten te que os trabalhadores tem que ser os agentes desse procesio de construedo de comunicacto. Eles nfo sto, les tem que também ser os produtores da informagio ¢ d8 ‘omunicagéo, nfo sfo s6 fonte, a gente & tratado muito como a fonte © ai a gente tem discutido muito, assim, a ‘nidia,e af no sé midi, mas sio as autoridades oficiis, Glas vo nos assentamentos e, mesmo nos acampamentos, tiram uma coisa que 0 pestoal nfo percebe que € 0 proprio tempo, muitas vezes nos cobram nos assentamentos, acham {que a gente tem que estar sempte & disposigto daquele que vem de fora, do jornalista, & do prefeito, & do vereador,e to deputado, & do nfo sei quem, ¢ ai parece que a gente tem sempre que estar estendendo um tapete vermelho para esse pessoal Entdo, como se nfo tivéssemos mais nada, af nos tram a capacidade da fala, nos fazem interrogat rio, as entrevistas so interrogat6rios e sio interrogatorios fom perguntas induzidas, © a gente acha que tem que mus dar essa relagio, ¢dsia gente tem que entender, compreen- tere ltarque, o tabalhador rural, trabalhadora rurel tam- bém 6 capaz de produrir a sua propria comunicago, de claborar 0 seu prSprio meio, pode fugir da estética © das rormas firmadas ¢ convencionadas, mas o importante & o processo com qu isto ¢ feito, o importante a relagio que se Estabeleceniss0‘e nesta relagfo no tem interrogatrio, ness relagao nfo tem um silencioso ¢ uu falante; € que nés 138 devemos também ocupar esses espagos da midia formal © 1nés queremos tere lutamos por autonomia desses proces- 0s, © por isto, que todos os meios e nossas relages de comunicagio sio relagdes grupais, pensadas aur nivel irupal e decididas num nivel coletivo. E elas dever ser Sempre uma comunicagio soldéria, aberta = outras cate~ sgorias socais. Recentemente, a gente se solidarizou.e abriu nossos esparos para os metalirgicos, par os petroleiros, sem-teto, indios; e voltada também part a solidariedade no-americana, para as outras entidedes co-irmis, no 6 divulgi-las mas apoié-las de forma mais conereta, com ‘08 potroleiros acampando com eles, com os sem-tot0 aj Sando a pensar seu processo organizativo, nfo 636 0 dis curso, ndo € $6 panfleto, mas 6 a seo conereta Com relagdo a0 pablico nosso, pera quem a gente faz isso? Em primeiro lugar para os nossos rnlitantes e dirigentes, em primero lugar. Em segundo lugar, para nossa base so- ial, 0s tabalhadores rurss, ou os militantes e dirigentes éenguanto multiplicadores desse processo, e para os nossos amigos uma reforma ageér'a, a gente procura manter infor ‘mado do quo nds estamas Fazendo, como nos estamos fa zendo, onde nés estames fazendo, com quem, vom quanto © por qué. E gente acha que & uma tarefa nossa tanter ‘nossos amigos, os noses aliados da reforma agra, urbanos eruais, os entidadesco-irmis, organizacées de trabalhadores rurais no Brasil ¢ xa América Latina especificamente, espe- cialmente, e depois, a sociedade de um modo geral, com- preendendo dertro dessa nova concepelo, que a reforma ‘agria € uma lua de todos, mas, principalmente, nossa for- sma de conversur com a sociedade e fazendo acho, € fazen- do manifesto, 6 fazendo coisas coneretas, que a gente acha que 6a nossa forma de nos comunicar, ¢ ai nés levamos ‘nossos simbolos, nosses bandeitas, as nossas cantorias, as rosees formas de fazer uma comunicagéo mas aberta, Agora, 2 gonte tem alguns desafios que eu nio sei se vai dar tempo 139 de terminar. Um dos desafios nossos & consolidar a revista, um desafio, ns temos mantido 0 jornal hi devesseis anos, ‘agora a gente langou uma revista e 0 desafio 6 manté-la com qualidade, diminuir sua periodicidade, fazer com que cla tenhs maior penctragZo, ¢ uma estratégia de vendas in- clusive porque ela tem que se auto sustentar como wm jor nal consegue, ai em alguns momentos sim, outeos ao, Massificar as ridios comunitéria, a gente entende que nos vamos ganhar, ganhar no, mas provocar uma grande luta que vem por ai que €: todos os nossos acampamentos, o- dos os nossos assentamentos, todas as nossas cooperativas ‘comm transmissor funcionando, cai, coma agente apren- dou a resistir na terra a gente vai aprender a resistir no ar, € ai, nds estamos nos preparando para isso, € claro que de~ pende de todo um arcabougo de capacitagio inclusive de ‘pessoal, mas as ridias que nbs conseguimos mantero efei- to, areagdo que eausou nio s6 no pessoal que esti sentado ‘em casa em Promissdo, Bagé, em Quigam no Paré, tem nos dito que nds temos de continuar. Recentemente, «pol cia federal tentou em Promissio, nio leva anada, foi ch ‘mada, Ai chegaram de surpress ¢, por coincidéneia,o trans~ missor estava no conserto, mas a gente sabe hi uma resi téncia ea gente vai avangar. $6 para terminar, a gente quet fazer com que nossa presenga na laternet seja cada ver ‘maior, inclusive em todos os Estados, fazer uma rede, 10- das as nossas secretarias terem acesso a Internet e avangar para a gente ter espago nas TVs comunitéias também, pe que 0 Volume de produslo sobre 0 movimento, profissio- nis, tanto na midia, como cineastase com qualidade & muito grande. Entio, s6 se a gente reunisse o que jd tem de pro- {dupa sobre o movimento daria para passar uma TV comu: nitria, ea gente ainda & uma coisa que esté no meio em. brionério, mas a gente quer caminhar paia isso. Obrigada, 140 DE MOVIMIENTOS SOCIAT.ES A MOVIMENTOS POLITICOS Zonia Palin Tamayo Desde Ios incios de la década de los anos noventa sur- ‘geen cel Ecuador, e inferes de los movirmientos sociales por superar el imite de aquellos prineipios radicales que los ex-

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