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humano afetado. Tal condio de ser afetado estimula os movimentos do corpo, assim
como a atividade mental.
Percebe-se, portanto, que as concepes que fundamentam o PCN, apesar de no
darem ateno especial ao trabalho corporal, destacam que sua finalidade a tomada
de conscincia do corpo, enfatizando, neste processo, o papel das funes cognitivas e
lgicas, ainda que se busque este objetivo por meio de atividades ldicas. O professor
tem o papel de incentivador, aquele que interpreta os movimentos expressos pela
criana e cria atividades e trabalhos adequados ao perodo de desenvolvimento no qual a
criana se encontra. A boa atividade seria aquela que favorece o desenvolvimento das
estruturas e esquemas j virtualmente presentes de forma inata e universal na criana.
A proposta de trabalho corporal com crianas que se pretende construir, luz da
psicanlise, vem para subverter esta idia de criana universal com caractersticas inatas
a serem desenvolvidas. Ao invs de visar o desenvolvimento de algo j prestabelecido, porque determinado por estruturas inatas, o objetivo aqui priorizar o
corpo/linguagem, ou o corpo pulsional. Freud (1915/2006) define pulso como sendo
um conceito situado na fronteira entre o mental e o somtico (FREUD, 1915/2006, p.
127). A pulso tem caractersticas especficas como: presso, que sempre constante;
objetivo ou finalidade que, no caso, sempre a satisfao; o objeto, que a
caracterstica mais varivel na pulso, podendo ser qualquer um (at mesmo o prprio
corpo) e a fonte que vem do prprio corpo (FREUD, 1915/2006). Nota-se, portanto,
quo prximos esto os conceitos de pulso e corpo. O corpo pulsional aquele que se
expressa de modo imprevisvel. Expressa, inclusive pelos gestos, quilo que no pode
ser dito em palavras. Gesto movido pelas pulses, e no movimentos intencionais,
conscientes, com padres pr-fixados, delimitados por padres universais e ideais a
serem atingidos, conforme preconiza a didtica sugerida pelo PCN.
BIBLIOGRAFIA
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FREUD, S. As pulses e suas vicissitudes In: Edio Standard Brasileira das obras
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VYGTOSKY, L. A formao social da mente. So Paulo: Martins Fontes, 1991
WALLON, H. Do ato ao pensamento. Lisboa: Portuglia, 1966
SOBRE O AUTOR
Nathalia Leite Gatto. Licenciada em Educao Fsica (UFRJ), Professora de Ballet,
Especialista em Psicomotricidade (IBMR) e Mestranda em Psicanlise, Sade e
Sociedade (UVA RJ).