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Trabalhadores Rurais Sem Terra MST, Stimo Garibaldi foi morto em Querncia do
Norte, noroeste do Paran, em ao de cerca de 20 pistoleiros encapuzados. Com a
conivncia das autoridades locais, foi arquivado o Inqurito n. 49/98 da Delegacia de
Polcia de Loanda, Paran. Apesar dos indcios e das inmeras testemunhas que
garantiram que a autoria do fazendeiro Morival Favoreto, como mandante, e do capataz
Ailton Lobato, como executor, ningum foi denunciado.
Diante dessa omisso, a Terra de Direitos, a Justia Global, a Comisso
Pastoral da Terra (CPT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e a
Rede Nacional de Advogados Populares (RENAP) denunciaram o caso em 2003
Comisso Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que foi informada tambm do
posterior arquivamento no fundamentado do inqurito policial. Em 2007, a CIDH
submeteu o caso Corte IDH, resultando na condenao do Estado brasileiro.
REINCIDNCIA!?
No a primeira vez que o Estado brasileiro condenado na Corte
Interamericana de Direitos Humanos. Somente no Paran, h duas sentenas que se
referem a Direitos Humanos violados de trabalhadores rurais sem terra. A juza Elisabeth
Khater, magistrada ento designada para a regio, teve participao em ambas: alm de
deferir o arquivamento do Inqurito Policial sobre a morte de Stimo, tambm compactuou
com grampos ilegais de integrantes do MST, o que resultou, em agosto do ano passado,
em nova condenao do pas perante OEA.
O Estado Brasileiro foi condenado ao pagamento de danos morais e materiais
que os parentes prximos de Stimo Garibaldi sofreram. Fica claro na sentena que
busca-se a mudana de conduta do Estado com a condenao ou seja que mais do
que apenas dinheiro, busca-se a modificao de conduta e efetiva tutela dos direitos
humanos no pas.
A condenao, in casu, ocorreu no por conta de uma efetiva submisso
que s ocorreu aps o fato, mas sim pela morosidade judiciria e pela suposta conivncia
das autoridades envolvidas.