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DISCURSO INAUGURAL DO I CONGRESSO BRASILEIRO DE MECANICA DOS SOLOS A, J. da Costa Nunes Presidente Executive de Congreso Professor da Escola Necional de Engenhoria. Engesheiro de Estacat Franki Utdo. Ha muitas ¢ importantes razdes para qae o Primeiro Congresso Brasileiro de Meednica dos Solos se reuna nesta hospitaleira cidade. Em primeiro lugar, trata-se de uma homenagem da nossa As-ocia- cdo a seu bergo espléndido. Nasceu com efeito a ABMS em Pérto Alegre. em 1949, por oca- sido do Congresso da Associago Brasileira de Norms Técnicas, tendo sido indicado para organizar a Sociedade, destinada a congregar os que em nosso pais se dedicam Mecinica dos Solos, 0 nosso operoso atual presidente da Comissio Organizadora déste Congresso, Professor Casemiro Munarski. A idéia da organizagdo da Associagio originou-se em Roterdio por ocasifio do 2.° Congresco Internacional de Mecanica dos Solos ¢ Engenharia de FundagSes, que se realizou naquela cidade holandesa em Junho de 1948. Pela primeira vez, o Brasil, eujo nome est ligado ao desenvolvi- mento inicial da Mecanica dos Solos com o trabalho de A. Ortemblad. que serviu como uma das bases da teoria do adensamento de Terzaghi, se fez representar num conclave internacional sébre geotécnica. Enviou nosso pais alguns trabalhos e varios representantes ao Con- gresso de Roterddo, sob a presidéncia do colega Odair Grillo. Nessa oportunidade, diseutiuse a eriagao da Associagio Internacional de Me- eanica dos Solos, congregando Associagdes nacionais, com 0 objetivo de incrementar 0 desenvolvimento da Mecanica dos Solos e o intercim- bio de ambito internacional entre os especialistas no ramo. Foi de tal semente. vinda como as de melhor qualidade da Ho- landa, que getminou em solo gaiicho a drvore que esperamos ainda ver frondosa e forte mas que, recente, ja tem apresentado alguns frutos para o consumo interno e, talvez, exportaveis, No Brasil, a ABMS revestiu-se de aspecto federativo. constitui do-se de nitcleos regionais que, com certa vida auténoma, participam da administragio da Associagéo Brasileira. Seu primeiro presidente, que superou as grandes dificuldades ini- ciais, foi o Professor Milton Vargas, que hoje honta nosso pais, ocupan- 2 ANAIS DO I C.B.M.S. — VOL. 1 do uma das vice-presidéncias da Associacdo Internacional, para a qual foi eleito, unénimemente, por ocasiiio do Terceiro Congresso Interna- cional de Mecanica dos Solos e Engenharia de Fundagdes, realizado em Zurigue, em Agésto do ano passado. A ésse Congresso, a nossa Associagéo constituiu delegagio brasileira, que enviou colaboracées, compareceu e participou ativamente dos trabathos. Hoje a nossa Associagao, com cérca de 400 sécios, tem no seu niicleo do Sul, com sede em Porto Alegre, um centro dos mais ricos em material humano, tanto na quantidade de seus cento e muitos sé- cios, como na qualidade dos especialistas que nele militam, razio a mais para que (ste nosso primeiro Congresso aqui se realize. O notavel desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul eria problemas da especialidade dos que aqui se congregam, dignos de apre- ciagio e de debate. Consta do Congresso uma Secgfo de Estudos Tedricos e de Mo- delos para a qual contamos com a cooperacio do Laboratério Nacional Portugués, cujo grande acérvo de realizagdes no ramo de modelos de barragens é reconhecido no moderno livro alem&o de Press, que se baseia em grande parte nos trabalhos dos ténicos portuguéses, ditigi- dos pelo nosso colega Manuel Rocha aqui presente. Ora, Pérto Alegre vem de empreender gigantesca obra de engenha- ria, a travessia do Guaiba, em que, ao par de questes geotécnicas, de engenharia de fundages, rodoviaria ¢ de engenharia estrutural, se apre- sentam problemas da maior amplitude de hidrdulica fluvial. Para solugo destes tiltimos, o Departamento Auténomo de Fstra- das de Rodagem do Estado do Rio Grande do Sul enviou a laboratério hidrolégico estrangeiro dos mais credenciados, alguns de seus técnicos, tdo bem conceituados nos meios especializados de nosso pais. Trata-se de um problema de fronteira entre a hidrologia experimental e a Me- canica dos Solos, a investigar por meio de modelos. Também, quando se estudou a questéo do efeito sbre a rocha de jusante da lamina d’agua que atravessaré o vertedor da recém inaugu- rada barragem de Ernestina em Passo Fundo, foi ao laboratério de ensaios em modelos de Neyrpic que se recorreu para verificar 0 acérto da solucéo proposta. Reveste-se, portanto, da maior oportunidade a discussio de tais assuntos em nossas reunides. E’ nossa opinido que a teoria dos modelos a andlise dimensional ainda nao foram suficientemente ouvidas para as solugdes dos proble- nias geotécnicos, e muito tém a dizer. A complexidade dos problemas a tratar, invadindo 0 campo da Reologia e da Geologia Aplicada e fugindo, muitas vézes, a uma formu. lao matematica frutuosa, as grandes responsabilidades ¢ os gastos vul- tosos envolvidos frequentemente nas solugées dos problemas de geo- técnica, levarao, com téda a probabilidade, a um desenvolvimento dos modelos a servigo da Mecanica dos Solos. BISCURSO INAUGURAL 3 Na realidade, ha muito que a Mecinica dos Solos depende de mo- delos, sem que o admita claramente. O que é por exemplo, um ensaio de adensamento, sendo um estu- do em modélo reduzido, em condigdes idealizadas, de fendmeno natu- ral complexo? No estudo de percolacio através de barragens, atualmente s6 0 mo- délo pode fornecer dados iniciais para o tracado das linhas de infiltra- gdo nos casos um pouco fora da solugao de Kozeny. Também o ensaio de penetragao estitica de barras e pontas, modelos reduzidos de esta- cas. é considerado hoje em dia como 0 mais apto ao estudo de capa- cidade de carga désse tipo de fundagdes em areia. Na Secgéo de Modelos teremos a experiéncia e a palavra abalisada sempte agradivel e mordaz de nosso professor, Deputado Mauricio Joppert da Silva, em uma das especialidades de sua enciclopédica per- sonalidade, sendo dos que mais tém trabalhado entre nés pela insta- lagdo de Laboratérios de Modelos, especialmente de problemas por- tuarios, Outra secgao do Congresso trataré de fundagies. Num Estado em que se apresentam tantos e ldo importantes pro- blemas de fundagdes, compreendendo as de grandes pontes como as da travessia Guaiba, as de Jacui, Maquiné e Cardoso, numerosos edi ficios, asilos, armazens, cais e tantas outras obras de vulto, é da maior oportunidade a discusséio de tais problemas & qual estariio presentes especialistas estrangeiros ¢ nacionais entre os quais 0 nosso professor Noronha, projetista da ponte recorde do Rio das Antas, orgulho da engenharia estrutural brasileira. Por coineidéncia, Porto Alegre é uma cidade que apresenta simul- tineamente os dois problemas tipicos dos solos brasileiros: o de al- teragio de rocha, aqui caracterizado pela extrema variedade em que © solo se evidencia numa mesma obra e o da ocorréncia de camadas importantes de argila mole, tema que presidiu a origem e ao desen- volvimento da Mecanica dos Solos. Teré o Congresso uma Secgio de Assuntos Rodovidrios, de tio grande interésse para um Estado em pujante desenvolvimento de es- tradas de rodagem. Canto Moniz, de Portugal, Bolognesi da Argentina e os competen- tes especialistas nacionais do DNER, do DAER ¢ da Aeronautica terio oportunidade de colaborar na discusséo de téo importantes problemas. em presenga do autor da lei Joppert que tao grande incremento trouxe ao desenvolvimento rodovidrio em nosso pais. Tera, finalmente, 0 Congresso uma secgdo de barragens de terra. Condigdes econdmicas e téenicas fazem com que a engenharia de harragens de terra se revista de grande e momentoso interésse brasileiro. 4 ANAIS DOT C.B.M.S. — VOL. 1 Com um enorme programa de construgdo de barragens que se impde como solugio para problemas de armazenamento d'igua. de utilizagdo hidroelétrica, de saneamento. em numerosos Estados do Bra- si] entre os quais se destaca 0 de Rio Grande do Sul. é natural que os técnicos brasileiros se decidam, em numerosos casos. pelas barragens de terra, que correspondem. frequentemente, a maior economia finan- ceira € & escassez atual de cimento e de ferro. Tecnicamente. as grandes espessuras de alteragio de rocha sébre as quais se fundam numerosas barragens em nosso pais, tornam a solugdo em terra a mais adequada em muitos muitos casos. As numerosas rupturas de barragens de terra, antigas e recentes. em muitos paises. entre os quais 0 nosso, tornam opertuno o debate do assunto. ainda soh a emocio dos acidentes de Pampulha ¢ Carizinho. Quaisquer que sejam os resultados do Congresso. éle tera tido 0 éxito de congregar numerosos e importantes patrocinadores que o in- centivaram © supriram moral ¢ materialmente. Ao Govérno do Estado do Rio Grande do Sul. Conselho Nacional de Pesquisas. Departamento Nacional de Evtradas de Rodagem. Depar- tamento Auténomo de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Sul. Fseola de Engenharia da Universidade do Rio Grande do Sul. Univer- dade do Brasil. Instituto Tecnolégico do Rio Grande do Sul. Prefei- tura Municipal de Porto Alegre. Secretaria de Obras Publicas do Fs tado do Rio Grande do Sul Instituto de Pesquisas Tecnolégicas do Fstado de Séo Paulo. a Astociagéo Bracileira de Mecinica dos Solos agradece 2 colaboracho nesta inieiativa que hoje se inaugura. Ao Professor Alvaro Magalhaes, Chefe do Departamento Cultural da Universidade do Rio Grande do Sul, a quem se deve a idéia da rea- lizacio do Congreso ¢ muito da organizacio propriamente dita. dei- Xamos expressos nostos agradecimentos. Brasil. que desde ha varios lustros ocupa posigéo de destaque na Engenharia Estrutural do Mundo. marcha para uma técnica brasi- Ivira no eampo da Mecanica dos Solos e Engenharia de Fundacdes. Numerosas fundagdes. quer por sua concepgio. quer pela eco- nomia a que se chegou pela maior solicitagie dos materiais que me- Ihores conhecimentos permitem, formam entre as realizagdes mundiais mais notaveis no género. © mesmo ocorre em outros setores da geotéenica. Por ocusiiio do Tereeiro Congreso Internacional de Mecinica dos Solos e Engenharia de Fundagées. Terzaghi referiu-se com satisfagdo as harragens de ar- gila, de Vigario, no Estado do Rio, as primeiras de seu tipo. Nossa tradicional deficiéncia em literatura técnica vem sendo par- cialmente superada no setor da Mecdnica dos Solos. sendo os artigos brasileiros de Milton Vargas, Pacheco Silva, Vitor Mello, Icarahy da Iveira ¢ outros. citados em trabalhos estrangeiro DISCURSO INAUGURAL Que 0 Congresso de Pérto Alegre. ora iniciando-se tio promissor. seja 0 comeco de um maior intercdmbio internacional de nosso pais. a fim de que. dentro em pouco. possamos pleitear a honra de ser o Brasil a sede de um dos Congressos da Associagio Internacional de Mecanica dos Solos. privilégio de que ndo nos julgamos capazes quan- do da esedlha do local do proximo Congresso em 1958. e que, cada vez mais. estreitemos os lacos téenicos e de amizade entre colegas. com as nagées irmis que hoje nos honram com o comparecimento de seus filhos. eminentes técnicos de cuja colaboragéo nos beneficiaremos mi- tuamente, FE’ com o maior prazer que, em nome da Associacio Brasileira de Mecanica do: Solos, saido os colegas de outras terras. que nos tra- gem. com o abrago das Associagées de Mecanica dos Solos de seus paises. 0 prestigio de suas presencas ¢ 0 brilho de seu saber.

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