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Alagoas
A economia alagoana muitas vezes esteve inserida em um contexto de
desequilbrio fiscal. No governo de Fernando Collor de Mello o acordo fiscal realizado
com os usineiros debilitou por vrios anos as finanas estaduais. Esse acordo resultou
em um significativo impacto no equilbrio estrutural das contas pblicas em face de ter
refletido em uma grande reduo dos impostos pagos ao governo estadual, haja vista a
grande dependncia da arrecadao local do segmento aucareiro. Analisando dados
fornecidos pela Secretaria da Fazenda ,em 1983, o setor aucareiro respondia por cerca
de 58,02% do Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS) do Estado.
Em 1991, essa participao caiu para 1,48%. Com uma mquina de arrecadao de
impostos deficiente, sem um parque industrial diversificado ou um comrcio dinmico,
o aparelho burocrtico entrou em colapso, restando ao governo estadual recorrer ao
plano federal. Entretanto, tal recurso, corriqueiro e til no passado, teria um alto preo,
pois o Estado se comprometia a realizar diversas medidas de austeridade
(CARVALHO, 2008, p.40).
Considerando, ainda a ausncia de um processo de industrializao combinada
a uma alta concentrao de renda e principalmente salrios reduzidos, os quais refletiam
em uma baixa arrecadao do ICMS em % do PIB. A ttulo de comparao o ICMS
correspondia a 5,5% do PIB, em 1995, reflexo do baixo poder aquisitivo do alagoano.
Por outro lado, o acelerado processo de hiperinflao resultou na necessidade
de o Governo Central implantar um processo de estabilizao econmica, e, portanto a
ausncia do mecanismo de reduo valor real das despesas refletiu e resultar em uma
presso contnua sobre as contas publicas. Ressalta-se, ainda, a ampliao da receita do
ICMS e do FPE refletiu em uma presso dos servidores e desconsiderando o impacto o
governo concedeu reajustes extraordinrios, refletindo em um impacto significativo
sobre as contas pblicas. A ttulo de comparao o total da Despesa de Pessoal
correspondia a R$ 404,6 milhes (8,69% do PIB) em 1995 e passou para R$ 698,9
milhes (13,02% do PIB) em 1996.
Assim, sem condies de honrar os compromissos financeiros com os
servidores o Estado de Alagoas sofreu interveno do Governo Federal em 1997 e foi
implantadas medidas no tocante ao Programa de Demisso Voluntria (PDV), o qual
resultou na reduo da Despesa de Pessoal para R$ 500,5 milhes (8,05% do PIB).