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EUROPIA*
Verena Stolcke**
Trs fantasmas inquietam o imaginrio europeu neste fim
de sculo: a "invaso" imigratria proveniente do Sul, a "bomba"
demogrfica do chamado Terceiro mundo e o progressivo
envelhecimento deste nosso Velho Mundo. J em 1979, o
poltico conservador francs Michel Debr advertia: se as
francesas no assumissem o dever patritico de produzir mais
crianas, sua falta de entusiasmo procriativo conduziria uma
situao de "produtores sem mercado, aposentadorias que o
Estado j no mais ser capaz de pagar, uma legislao social
totalmente posta em questo, o perigoso isolamento de
envelhecidos europeus em um mundo superpovoado, no qual o
Terceiro Mundo joga a cartada natalidade".1 Mas esta ansiedade
reprodutiva no , de forma alguma, uma peculiaridade da
repblica francesa. Desde meados dos anos setenta,
compartilhada pela direita poltica em toda Europa. Em meados
dos anos oitenta, na antiga Repblica Federal da Alemanha, um
perito pr-natalista opinava: "ainda h um nmero importante de
mes que, se as condies fossem adequadas, ficariam felizes em
ter 4 ou 5 filhos, quer dizer, em ser mes profissionais. Ns
temos perguntado que efeito teria para a fecundidade se as mes
gozassem de segurana econmica, como se fossem funcionrias
para ter filhos...? Se fossem dotadas de subvenes importantes
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El Pas, 04/11/1989.
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