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TEMPO COMUM. NONA SEMANA.

SÁBADO

78. O VALOR DO QUE É PEQUENO


– A esmola da viúva pobre. O importante para Deus.

– O amor dá valor ao que em si é pequeno e de pouca importância. A tibieza e o descuido do


que é pequeno.

– A santidade é um tecido de pequenas miudezas. O crescimento nas virtudes e as coisas


pequenas.

I. SÃO MARCOS RELATA no Evangelho da Missa de hoje1 que Jesus


estava sentado defronte do gazofilácio do Templo e observava as pessoas
que lançavam nele as suas esmolas. A cena tem lugar num dos átrios, na
chamada câmara do tesouro ou sala das oferendas; os dias da Paixão já
estavam próximos.

Havia muitos que lançavam grandes quantias, mas o Senhor continuava a


observá-los sem fazer o menor comentário. A certa altura, porém, viu uma
mulher que se aproximava com a vestimenta típica das viúvas e a clara
aparência de ser uma mulher pobre. Provavelmente, tinha esperado que a
aglomeração se desfizesse e, quando chegou a sua vez, deixou cair no cofre
duas pequenas moedas, as de menor valor entre as que estavam em
circulação. São Marcos esclarece para os leitores não judeus, a quem dirige
particularmente o seu Evangelho, o valor real dessas moedas; quer chamar a
atenção para a exiguidade da esmola. As duas moedas juntas perfaziam um
quadrante, ou seja, a quarta parte de um asse; um asse, por sua vez, era a
décima sexta parte de um denário, e um denário, a diária de um trabalhador
do campo. Poucas coisas se podiam, pois, comprar com um quadrante.

Se alguém se tivesse encarregado de anotar as oferendas que se iam


fazendo nesse dia no Templo, certamente teria achado que não valia a pena
tomar nota da esmola daquela mulher. E, no entanto, foi a mais importante de
todas! Foi tão grata a Deus que Jesus convocou os seus discípulos dispersos
pelo recinto para que aprendessem a lição daquela viúva. As pequenas
moedas de cobre certamente não fizeram ruído nenhum, mas Jesus percebeu
claramente o amor sem palavras de alguém que dava a Deus todas as suas
economias. Em verdade vos digo: esta pobre viúva lançou no cofre mais do
que ninguém, pois todos lançaram do que lhes sobrava, mas esta, da sua
própria indigência, lançou tudo o que tinha, tudo o que lhe restava para o seu
sustento2.

Como é diferente o que é importante para Deus daquilo que é importante


para nós, os homens! Como são diferentes as medidas! Nós costumamos
impressionar-nos com o que é grande, chamativo. Deus comove-se – o
Evangelho deixou-nos muitos outros testemunhos disso – com os pequenos
detalhes de amor. É claro que também se comove com os gestos que
costumamos considerar de grande importância, mas somente quando
realizados com o mesmo espírito de rectidão, de humildade e de amor.

Os Apóstolos, que seriam mais tarde o fundamento da Igreja, não


esqueceram a lição daquele dia. E nós também sabemos agora como
comover o coração de Deus: com a única coisa que temos normalmente ao
nosso alcance – as coisas pequenas. “Não tens reparado em que «ninharias»
está o amor humano? – Pois também em «ninharias» está o Amor divino”3.

Podemos considerar hoje na nossa oração a grande quantidade de


oportunidades que esta lição do Senhor nos abre: “Poucas vezes se
apresentam grandes ocasiões de servir a Deus, mas as pequenas,
continuamente. Pois deves compreender que quem for fiel no pouco será
constituído no muito. Fazei, pois, todas as tuas coisas para a honra de Deus,
e as farás todas bem. Quer comas, quer bebas, quer durmas, quer te divirtas,
quer estejas junto ao fogão, se souberes aproveitar essas tarefas, progredirás
muito aos olhos de Deus realizando tudo isso porque assim quer Deus que o
faças”4.

II. SÃO AS PEQUENAS COISAS que tornam perfeita uma obra e, portanto,
digna de ser oferecida ao Senhor. Não basta que aquilo que se realiza seja
bom (trabalhar, rezar...); deve, além disso, ser uma obra bem terminada. Para
que haja virtude – ensina São Tomás de Aquino –, é preciso reparar em duas
coisas: naquilo que se faz e no modo de fazê-lo 5. E quanto ao modo de fazê-
lo, a cinzelada, a pincelada, o retoque final convertem aquele trabalho numa
obra-prima. Pelo contrário, toda a obra “marretada”, feita de um modo
desleixado e defeituoso, é sinal de languidez espiritual e de tibieza: Conheço
as tuas obras, e que tens nome de vivo mas estás morto [...], pois não achei
as tuas obras perfeitas na presença do meu Deus 6. Quantas vezes os
detalhes no trabalho, no estudo, no convívio social, são o coroamento de algo
bom que, sem esse detalhe, ficaria incompleto!

O cuidado das pequenas coisas é exigido pela natureza própria da vocação


cristã; é imitar Jesus nos seus anos de Nazaré, naqueles seus longos anos de
trabalho, de vida familiar, de relacionamento amistoso com as pessoas da sua
cidade. Um pequeno detalhe isolado pode não ter importância: “O que é
pequeno, pequeno é; mas aquele que é fiel no pouco, esse é grande” 7,
porque a perfeição no detalhe exige generosidade, sacrifício e sobretudo
amor.

O amor é o que torna importantes as pequenas coisas8. Se faltasse, não


teria sentido o interesse em estarmos atentos aos detalhes: converter-se-iam
em mania ou farisaísmo; pagaríamos os dízimos da hortelã e do cominho –
como faziam os fariseus –, e correríamos o risco de abandonar os pontos
mais essenciais da lei, da justiça e da misericórdia.

Ainda que o que possamos oferecer a Deus como prova de amor por Ele
nos pareça irrelevante – como a esmola da pobre viúva –, adquire um grande
valor se o colocamos sobre o altar e o unimos ao oferecimento que o Senhor
Jesus faz de si próprio ao Pai. Então “a nossa humilde entrega – insignificante
em si, como o óleo da viúva de Sarepta ou o óbolo da pobre viúva – torna-se
aceitável aos olhos de Deus pela sua união com a oblação de Jesus”9.

Um dos sintomas mais claros de que se começa a enveredar pelo caminho


da tibieza é que se passa a menosprezar os pormenores da vida de piedade,
os detalhes no trabalho, os actos pequenos e concretos pelos quais se
consolidam as virtudes. “A desgraça é tanto mais funesta e incurável quanto
esse escorregar para o fundo mal se nota e se dá com maior lentidão [...]. É
claro para todos que, com esse estado, se assesta um golpe mortal na vida
do espírito”10. O amor de Deus, pelo contrário, leva à vibração, ao engenho e
ao esforço por encontrar em tudo ocasião de amor a Deus e de serviço aos
outros.

III. O SENHOR NÃO É INDIFERENTE a um amor que sabe esmerar-se


nos detalhes. Não lhe é indiferente, por exemplo, que o cumprimentemos em
primeiro lugar ao entrarmos numa igreja ou que o saudemos com o
pensamento ao passarmos por uma delas; não lhe é indiferente o nosso
esforço por chegarmos pontualmente (uns minutos antes) à Santa Missa; não
lhe é indiferente uma genuflexão bem feita diante d’Ele no Sacrário ou a
atitude recolhida com que estejamos na sua presença... Não é verdade que,
quando se vê alguém dobrar o joelho com devoção diante do Sacrário, é fácil
pensar: esse tem fé e ama a Deus? E esse gesto de adoração ajuda os
outros a ter mais fé e mais amor. “Talvez vos possa parecer que a Liturgia
está feita de coisas pequenas: atitudes do corpo, genuflexões, inclinações de
cabeça, movimentos do incensário, do missal, das galhetas. É então que se
devem recordar aquelas palavras de Cristo no Evangelho: Quem é fiel no
pouco sê-lo-á no muito (Lc 16, 16). Por outro lado, nada é pequeno na Santa
Liturgia, quando se pensa na grandeza d’Aquele a quem se dirige”11, diz
Paulo VI.

O espírito de sacrifício, por sua vez, concretiza-se normalmente em


pequenos pormenores de renúncia ao longo do dia: na sobriedade à hora das
refeições, em não comer nada fora delas, em comer com agradecimento o
que nos servem, na pontualidade, na guarda da vista pela rua, em levantar-se
da cama instantaneamente, em persistir numa tarefa, ainda que nos custe e
nos tenha passado o entusiasmo, em sorrir para todos e sempre...

A caridade é também um feixe de detalhes muito pequenos da vida


quotidiana, se a queremos viver de um modo delicado e heróico. “O dever da
fraternidade para com todas as almas far-te-á exercitar «o apostolado das
coisas pequenas», sem que o notem: com ânsias de serviço, de modo que o
caminho se lhes mostre amável”12. Será, por vezes, mostrarmo-nos
verdadeiramente interessados naquilo que nos contam; ou deixarmos de lado
as preocupações pessoais para pôr toda a atenção nos que estão naquele
momento connosco; ou não nos irritarmos por coisas sem importância; ou
ajudar a aliviar um peso que oprime os outros, e fazê-lo sem que o percebam;
ou evitar o menor assomo de crítica; ou sermos sempre agradecidos..., coisas
que estão ao alcance de todos... E o mesmo acontece com as demais
virtudes, uma por uma.

Se estivermos atentos ao que é pequeno, viveremos em plenitude cada um


dos nossos dias, saberemos dar a cada um dos instantes da nossa existência
o sentido de uma preparação para a eternidade. Para isso, peçamos com
muita frequência a ajuda de Maria. Digamos-lhe constantemente: Santa
Maria, Mãe de Deus, rogai por nós... agora, em cada situação pequena e
normal da nossa vida.

(1) Mc 12, 38-44; (2) Mc 12, 43-44; (3) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 824; (4) São
Francisco de Sales, Introdução à vida devota, III, 34; (5) cfr. São Tomás, Quodl., IV, a. 19; (6)
Apoc 3, 1-2; (7) Santo Agostinho, Sobre a doutrina cristã, 14, 35; (8) cfr. São Josemaría
Escrivá, op. cit., n. 814; (9) João Paulo II, Homilia em Barcelona, 7-XI-1982; (10) B. Baur, A
confissão freqüente, pág. 105; (11) Paulo VI, Alocução, 30-V-1967; (12) São Josemaría
Escrivá, Sulco, n. 737.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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