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Folclore e Música Folclórica: O Que os Alunos Vivenciam e Pensam
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Ebook169 pages1 hour

Folclore e Música Folclórica: O Que os Alunos Vivenciam e Pensam

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Este livro é o resultado de uma pesquisa que investigou o que vivenciam e pensam os alunos sobre folclore e música folclórica. A compreensão do campo de estudos apresenta pesquisas em educação musical, cuja crescente tendência tem sido aproximar o ensino de música das vivências cotidianas dos alunos. Integram, também, esta revisão, pesquisas sobre folclore e folclore na educação. As teorias balizadoras foram construídas a partir de três perspectivas distintas, porém complementares, incluindo os modelos de ensino escolar, a partir dos estudos de Pérez Gómez (1998a, 1998b, 1998c, 1998d, 1998e, 2001), o folclore (ALMEIDA, 1971; BENJAMIN, 2002; CÂMARA CASCUDO, 1984; GARCIA, 2000; LIMA, 1985) e propostas de inclusão do folclore na escola, tendo como base as cartas do folclore brasileiro, datadas em 1951 e 1995. Os caminhos metodológicos foram estruturados a partir do uso do survey interseccional de pequeno porte como método e da realização de entrevistas semiestruturadas como técnica para a coleta dos dados. Por meio de procedimentos de amostragem por estratos e amostragem aleatória simples, foram selecionados 11 alunos da rede municipal de ensino de Porto Alegre. Os dados oriundos das entrevistas com esses alunos configuraram o material para a análise dos dados, apresentando o que vivenciam e pensam os alunos, transversalizados às teorias balizadoras. Como resultados da pesquisa, constam as vivências de folclore e música folclórica dos alunos, o que eles pensam sobre esses assuntos e os dados sobre a educação musical existente em suas escolas. Além disso, são destacados os principais padrões encontrados nesta pesquisa, bem como as relações existentes entre as categorias de análise. Nas considerações finais, são apresentadas as contribuições deste trabalho para a educação musical, enfatizando-se a necessidade de se estabelecer uma interlocução entre o ensino escolar e o folclore, com vistas a fornecer subsídios para a construção de alternativas de inclusão do folclore no ensino escolar.
LanguagePortuguês
Release dateApr 27, 2020
ISBN9788547331931
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    Folclore e Música Folclórica - Cristina Rolim Wolffenbüttel

    cristina.jpg

    FOLCLORE E MÚSICA FOLCLÓRICA

    O QUE OS ALUNOS VIVENCIAM E PENSAM

    Cristina Rolim Wolffenbüttel

    FOLCLORE E MÚSICA FOLCLÓRICA

    O QUE OS ALUNOS VIVENCIAM E PENSAM

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO E CULTURAS

    Dedico este livro a todas as pessoas que vivem e pensam sobre o folclore. Mas, fundamentalmente, louvo a quem respeita o fato folclórico e os preceitos lançados por William John Thoms há tanto tempo, sem se intimidarem com os ataques que, de tempos em tempos, sempre surgem. Vida longa ao folclore!

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço, inicialmente, à dádiva da vida! Dou graças à oportunidade que tenho de viver e conviver com pessoas que têm me ajudado a levar avante a jornada evolutiva no cotidiano, possibilitado a realização de meus trabalhos de pesquisa e o desenvolvimento intelectual!

    Agradeço imensamente à minha família!

    Ao meu esposo amoroso, Cleufe, que, com seu amor e paciência, sempre soube compreender minhas inúmeras ausências, frutos da necessidade de destinar momentos de nossa vida em família para a realização de pesquisas e produções textuais, dentre elas a que é apresentada neste livro.

    À minha querida e amada filha, Carolina, com quem, muitas vezes, deixei de brincar, por estar envolta no trabalho intelectual!

    À minha mãe, Maria, pelo amor, compreensão, carinho e irrestrito apoio que sempre me destinou!

    Agradeço, também, mais uma vez, à querida orientadora que tive a graça de poder compartilhar muitos momentos, durante esta vida terrena, a inesquecível Prof.ª Dr.ª Rose Marie Reis Garcia, in memoriam! Importante mestra que me orientou e com quem trabalhei por cerca de 20 anos na luta em prol do resgate da cultura e do folclore!

    Meu muitíssimo obrigada aos impulsionadores de minha vida acadêmica, todos os meus orientandos, integrantes dos grupos de pesquisa que tenho a honra de liderar, Educação Musical: diferentes tempos e espaços (CNPq/Uergs) e Arte: criação, interdisciplinaridade e educação (CNPq/Uergs), e alunos, com quem sempre aprendo muito!

    Agradeço à banca de defesa de minha dissertação, a qual originou este livro, e com a qual tive a satisfação de compartilhar minha pesquisa, à época as professoras Dr.ª Jusamara Vieira Souza, Dr.ª Liane Hentschke e Dr.ª Maria Cecília de Araújo Rodrigues Torres. Do mesmo modo, agradeço a importante presença da professora Dr.ª Luciana Del Ben, pela coorientação do trabalho.

    Agradeço, e muito, à Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre e à Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, pela possibilidade de realizar esta pesquisa nas escolas e por me desafiar, no cotidiano de meu trabalho como assessora, a planejar e a implementar a inserção da música e do folclore em nossas escolas.

    Por fim, agradeço do fundo do coração à Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, muito mais que um local de trabalho, essa instituição, com todos seus integrantes, professores, funcionários, estudantes, enfim, essa grande universidade que está em meu coração e que sempre tem acolhido os projetos que, juntamente com meus queridos alunos, tenho proposto. Muito obrigada, Uergs, por seres assim como és, a Universidade dos Gaúchos!

    A todos, meu muito obrigada!

    Nenhuma ciência possui como o folclore maior espaço de pesquisa e de aproximação humana. Ciência da psicologia coletiva, cultura do geral no homem, da tradição e do milênio na atualidade, do heróico no cotidiano, é uma verdadeira História Normal do Povo.

    (Contos Tradicionais do Brasil. Cascudo, Luís da Câmara. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1967)

    PREFÁCIO

    Sinto-me honrado em fazer o prefácio desta obra tão emblemática de Cristina Rolim Wolffenbüttel, sobretudo porque tenho certa paixão por problematizações que nascem de profundas reflexões, incomodações e permanente engajamento social. Refletir sobre educação, escola, educação musical e folclore é potencializar a reflexão sobre a própria vida, a qual se revela continuamente nas diversas dimensões humanas. Não há como pensar educação a partir de métodos dissociados da vida. De igual forma, não é prudente planejar a escola e seu currículo sem escutar a vida que se manifesta de forma plural. Quando se fala sobre folclore na escola, é preciso aguçar os sentidos e perceber que o folclore sobre o qual se trata não é estanque, mas muito mais dinâmico do que se possa pensar. Por sua vez, a educação musical, que educa a sensibilidade humana, precisa ser compreendida como permanente processo inclusivo em que não há aptos e não aptos, mas seres humanos em processo contínuo de desenvolvimento da musicalidade, inerente a todas e todos.

    A autora, de forma magistral, presenteia-nos com esta obra e, ao mesmo tempo, lança-nos o desafio de ousar. Ousar no sentido de promover viradas epistemológicas, quebra de paradigmas, ressignificações conceituais e releituras permanentes do mundo. O mundo já não é mais o mesmo. Os tempos mudaram, as pessoas mudaram, a sociedade mudou. Por isso, é preciso ampliar a nossa cosmovisão enquanto educadores e oportunizar novos tempos na educação. A autora faz exatamente isto: aponta-nos novos tempos e nos revela uma realidade latente de mudanças paradigmáticas na educação. Essa realidade latente, todavia, só se tornará plenamente manifesta a partir da escuta atenta daquilo que dizem os alunos e um olhar perspicaz para aquilo que os alunos trazem dos seus contextos socioculturais. Não há como conceber uma educação centrada em teorias que são despejadas sobre os alunos sem real significado para eles.

    Ao contrário disso, Cristina deu voz aos alunos e permitiu que eles se expressassem, que relatassem o que pensavam sobre folclore musical na escola e que fossem valorizados naquilo de mais orgânico que tinham: a espontaneidade. Essa espontaneidade, por sua vez, é geradora de um protagonismo que oportuniza o entendimento de que a escola é, também, fundamentalmente, construída com a participação dos alunos. A partir da perspectiva de Paulo Freire, a educação é um ato de liberdade no qual os envolvidos participam, ativamente, do processo de transformação social. Nesse sentido, este livro não só revela caminhos possíveis para o desenvolvimento do folclore musical na escola, mas, sobretudo, aponta para uma educação engajada socialmente em que o cotidiano do aluno é valorizado e compreendido como fundamental no processo ensino-aprendizagem.

    A autora é enfática ao dizer que acredita em práticas que nascem da cultura experiencial dos alunos, bem como entende que toda essa experiência precisa romper os muros e adentrar, efetivamente, na escola e interagir com a cultura acadêmica. Essa interação é, para a autora, promotora de uma aprendizagem relevante.

    A experiência de Cristina no ensino fundamental, médio e superior, bem como seu efetivo engajamento na proposição permanente de ações inovadoras, situará o leitor sobre a posição na qual ela fala, não apresentando suas ideias apenas a partir de um conhecimento livresco, mas, com perceptível experiência prática do dia a dia da sala de aula, do envolvimento prático e afetuoso com o educando. Seja na escola, seja na universidade, Cristina problematiza suas ideias e revela pistas desencadeadoras de mudanças no contexto educacional. Uma das características mais notáveis do trabalho da autora é, precisamente, sua fina sensibilidade para uma reflexão que considere a experiência vivencial do aluno. Assim sendo, ao longo dos capítulos que se seguem poderemos perceber o cuidado de Cristina no que diz respeito a uma escuta aguçada para aquilo que os alunos dizem. Seu incessante esforço busca superar a habitual forma que se estabelece sem considerar a história de vida que o aluno traz para dentro da escola.

    O trabalho de Cristina é uma interessante e instigante viagem que nos possibilita contemplar paisagens novas e inspiradoras que, se levadas em consideração de forma plena, contribuirão para um redimensionamento da própria educação. Isso é muito claro no texto quando a autora aponta que os mundos do aluno e da escola parecem estar em constante isolamento, sendo necessária uma reaproximação entre esses com vistas a uma mudança significativa na escola.

    Esse não é, porém, o único aspecto instigante de seu trabalho. A autora nos brinda com informações privilegiadas sobre o folclore na escola e descortina para nós, educadores musicais, uma série de possibilidades de abordagens que favorecerão a compreensão sobre o folclore, não apenas como algo preso ao passado, mas vivo e manifesto no dia a dia do educando. É prazeroso e surpreendente como a autora provoca-nos uma (re)ação. Ao ler seu trabalho, o leitor pode

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