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O ISS e os municípios de regiões metropolitanas

Ivan Veronesi de Jesus

O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), popularmente conhecido como Imposto Sobre
Serviços ou simplesmente ISS foi instituído pela EC 18/65 e apareceu pela primeira vez nos arts. 71 a 73 do
CTN (Lei 5.172/66). Logo a seguir foi revogada toda a Seção VI relativa a este imposto pelo Dec. Lei 406/68
que em seus arts. 8º a l2º passou a tratar de sua parte estrutural, todavia, mantendo no pertinente à parte
geral a aplicação das disposições contidas nos outros artigos do referido código.

Temos consciência de que a carga tributária em nosso país é pesada, não tanto por sua relação com o
Produto Interno Bruto (PIB), mas porque os mentores de nossa economia, para conseguir mais recursos
financeiros, preferem aumentar os impostos e/ou criar outros, em vez de optar pela mudança do modelo e
propor com urgência uma abrangente e definitiva Reforma Tributária.

Com as "regiões metropolitanas", ou seja, capitais ou cidades maiores tendo outras menores em forma de
"satélites" ou "dormitórios" acontecem os mesmos problemas decorrentes de um "sistema tributário" injusto e
ultrapassado. É comum encontrarmos municípios "satélites" que oferecem alíquotas do ISS que variam de
0,5% a 2%, quando as das capitais são predominantemente de 3% a 5% face a maior carga de
necessidades sociais. É a chamada "guerra fiscal", que na verdade nada mais é do que "fraude fiscal".

Embora sabendo ser ilegal e fraudulenta a guerra, o contribuinte cede à sanha de pequenos municípios
vizinhos, intentando mecanismos escusos e inconsistentes para escapar à submissão de alíquotas
maiores. Quando o contribuinte transfere a estrutura material e funcional onde realmente tem condições de
"produzir os serviços", então, sim, o novo município é o competente para tributar o ISS. É também uma
ingratidão quando um contribuinte utiliza todo o potencial da infra-estrutura de sua cidade para ir recolher o
ISS no município vizinho que não lhe oferece nada.

Esta situação só será pacificada definitivamente quando houver uma uniformização de alíquotas e
tratamento fiscal para todos os municípios do país, o que deve ficar expresso na CF com a alteração do
seu II, § 3º do art. 156. Quando isto acontecer as comunidades deverão atrair as empresas e/ou
investimentos sócio-econômicos oferecendo apenas boa infra-estrutura urbana, tais como Distritos
Industriais, Comerciais ou de Serviços dotados de arruamento asfaltado, luz, água, estrutura de lazer e vilas
de trabalhadores, via estratégica de escoamento para as rodovias estruturais.

Por outro lado, incentivos fiscais ou renúncia de receitas são hoje um pecado mortal só permitido nos
termos do art. 14 "in totum" da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000). É chegado o momento pós-
industrial: a atividade terciária (comércio e serviços) já representa de 30% a 35% do PIB das grandes
cidades. Assim sendo, este potencial de recursos jamais deve ser olvidado para a geração de uma
arrecadação saudável de tributos, o que, lamentavelmente, hoje não acontece.

Portanto, a saída atual de todos os municípios brasileiros é organizar uma competente e eficaz estrutura de
administração fazendária para arrecadar mais justa e corretamente, em especial o ISS, com o que se pode
até abrandar a carga dos outros tributos, em especial o IPTU. Este imposto (IPTU), embora muitas vezes
cobrado incorretamente, é feito através de simples lançamento com base no "Cadastro Imobiliário" e ele
alcança a maioria dos contribuintes, muitos dos quais com baixo poder aquisivo. O ISS, por sua vez, precisa
de uma eficiente e eficaz "estrutura fazendária" para constituir o crédito corretamente.

Só com estas medidas seria possível cessar esta sórdida prática de municípios vizinhos de grandes cidades
ficarem tentando "atrair" contribuintes para aumentar sua receita de forma ilícita e imoral. É importante
observar o que diz o art. 12 do Dec. Lei 406/68 a seguir:

Art. 12.: "Considera-se local da prestação do serviço: o do estabelecimento prestador ou, na falta de
estabelecimento, o do domicílio do prestador"(grifei).

O legislador, quando mencionou "estabelecimento prestador", quis atribuir à palavra "prestador" a acepção
ampla e correta do termo, isto é, sua relação de "causa e efeito", ou seja, lugar onde realmente o serviço é
produzido e não simplesmente onde o estabelecimento mantém (mesmo funcionando) sua matriz (ou sede),
por força de alteração contratual. Tanto que o decreto-lei 406/68, no seu final, revogou vários artigos (52, 53,
54, 55, 56 57, 58, 71, 72 e 73) do CTN, mas não revogou disposições importantes relativas à eleição pelo
contribuinte de seu "domicílio tributário", nas quais se define qual município é competente para tributar o
ISS (art. 127,II e § 1º). Vale ressaltar que o fisco pode recusar o domicílio eleito pelo contribuinte quando
este crie embaraços ao seu controle, como textualmente declaram os §§ 1º e 2º do mesmo artigo, que diz:

§ 1º : "Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, considerar-
se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da
ocorrência dos atos e fatos que deram origem à obrigação" (grifei).

§ 2º "A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a
arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior" (grifei).

Como se vê, não há dificuldades para se definir qual município é o competente para tributar o ISS face às
manobras de transferência de sede visando a embaraçar a autoridade administrativa competente, na
cobrança deste imposto. A grande verdade é que a justiça fiscal se faz através de uma aritmética muito
simples, qual seja: "todos devem pagar corretamente para que se possa cobrar menos de cada um".

Ivan Veronesi de Jesus


Consultor em Planejamento Fazendário Municipal
Fones: (0XX41) 362-0169, 362-3253, Fax: 324-6196, Celular 9196-2520
e-mail: iveronesi@onda.com.br

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