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Unidade II
Demonstrações Financeiras
Demonstrações Financeiras
Segundo definição do professor Osni Moura Ribeiro, “Demonstrações Financeiras são relatórios
ou quadros técnicos que contém dados extraídos dos livros, registros e documentos que compõem o sistema
contábil de uma entidade”.
Natureza
Voluntárias são aquelas levantadas pela empresa para estudos simples ou para servir a interesses,
em geral administrativos. A empresa as elabora por iniciativa própria para conhecer sua situação. São estatutárias
aquelas previstas em Estatuto e que devem ser exibidas aos associad
associados em determinada época. As contratuais são
derivadas de obrigações fixadas em contratos. As demonstrações obrigatórias são aquelas previstas em Lei.
A Lei das Sociedades Anônimas dispõe, em seu art. 176, que ao final de cada exercício social, com
base na escrituração mercantil da companhia serão elaboradas as seguintes demonstrações financeiras:
· Balanço Patrimonial;
· Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA;
· Demonstração do Resultado do Exercício – DRE;
· Demonstração das Origens e Aplicaçõess de Recursos – DOAR
Essas demonstrações, segundo o texto legal, “deverão exprimir com clareza a situação do
patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício”. As empresas que elaboram a Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido estão dispensadas de apresentar a DLPA porque esta já estaria englobada na
DMPL.
A publicação das demonstrações deverá conter a indicação dos valores dos dois últimos
exercícios, sendo permitida a redução de algarismos nos valores, desde que, no cabeçalho sej
sejaa devidamente incluída
a expressão “em mil”, ou, ainda, “em milhões”. Tal procedimento permite a redução de espaços, o que reflete em
menores custos com a publicação e melhor visualização.
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As S.A.s deverão publicar suas demonstrações no Diário Oficial e em outro jornal de grande
circulação editado onde se situa a empresa.
Já as Ltdas não são obrigadas a publicar suas demonstrações em jornal, no entanto deverão
apresentá-las ao Fisco por ocasião da Declaração do Imposto de Renda.
Sociedades Sociedades
Anônimas Limitadas
Obrigatórios Obrigatórios
Para a Lei 6.404/76, o exercício social será de 12 meses. Não é obrigatório que o exercício social
coincida com o ano civil, que vai de 01.01 a 31.12, no entanto, para fins fiscais, a Legislação do Imposto de Renda
que o encerramento em 31.12.
A Lei 6.404/76, também chamada de “Lei das Sociedades Anônimas”, que regula todos os
procedimentos contábeis, inclusive a estruturação e apresentação das Demonstrações, passa atualmente por um
processo de alteração proposto pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários. A proposta tramita no Congresso
Nacional e propõe a mudança do título Demonstrações Financeiras para Demonstrações Contábeis.
Outra importante mudança seria a substituição da DLPA pela DMPL e da DOAR pela Demonstração
do Fluxo de Caixa – DFC e Demonstração do Valor Adicionado – DVA.
Balanço Patrimonial
A empresa deve manter uma escrituração contábil com base na legislação comercial e com
observância das Normas Brasileiras de Contabilidade. O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a
evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, o patrimônio da entidade.
Do art. 178 ao art. 184, a Lei 6.404/76 trata da classificação e dos critérios de avaliação das
contas do BP.
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MODELO
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Disponível · Fornecedores
· Caixa · Salários a Pagar
· BMC · Impostos a recolher
· Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata · Adiantamento de clientes
Créditos · Empréstimos bancários
· Clientes · Provisões
· (-) Duplicatas Descontadas
· (-) Provisão para Devedores Duvidosos EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
· Adiantamento a funcionários · Empréstimos de Diretores
· Impostos a Recuperar · Empréstimos de Coligadas
Estoques · Empréstimos de Controladas
· Mercadorias · Empréstimos bancários
· Produtos Acabados
· Produtos em Elaboração RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS
· Matéria – Prima · Receitas de exercícios futuros
Despesas Antecipadas · (-) Custos Associados a Receitas Futuras
· Prêmios de seguros a vencer
· Anuidades e assinaturas a vencer PATRIMÔNIO LÍQUIDO
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO · Capital Social
· Clientes · (-) Capital a Integralizar
· Empréstimos a Diretores · Reservas de Capital
· Empréstimos a Coligadas · Reservas de Lucros
· Empréstimos a Controladas · Reservas de Reavaliação
· Lucros ou Prejuízos Acumulados
PERMANENTE
Investimentos
· Participações societárias
· Obras de arte
Imobilizado
· Instalações
· Máquinas e equipamentos
· Móveis e utensílios
· Veículos
· (-) Depreciações Acumuladas
· Terrenos
· Marcas & Patentes
· (-) Amortizações Acumuladas
· Jazidas Minerais
· (-) Exaustão Acumulada
Diferido
· Gastos pré-operacionais
· Pesquisa & Desenvolvimento
· (-) Amortização Acumulada
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Investimentos: Participações em sociedades além de bens e direitos que não se destinem à manutenção das
atividades – fins da entidade.
Imobilizado: Bens tangíveis ou intangíveis utilizados na consecução das atividades – fins da empresa.
Diferido: Representam aplicação de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais
de um exercício social.
Passivo Circulante:Neste grupo são classificadas as contas que correspondem às obrigações de curto prazo, ou
seja, que deverão ser liquidadas até o término do exercício seguinte.
Passivo Exigível a Longo Prazo: Neste grupo são classificadas as contas que correspondem às obrigações de
longo prazo, ou seja, que deverão ser liquidadas após o término do exercício seguinte.
Resultado de Exercícios Futuros: Receitas recebidas antecipadamente, pertencentes a exercícios futuros.
Patrimônio Líquido: Neste item são classificadas as contas relativas ao capital próprio da empresa.
Reservas de Capital: São acréscimos ao PL originados de terceiros.
Reservas de Reavaliação: Contrapartida de aumentos de valor atribuídos a elementos do Ativo, em virtude de
novas avaliações.
Reservas de Lucros: São constituídas em cima do lucro da empresa: Reserva Legal, Estatutária, Contingências,
Lucros a Realizar e Retenção de Lucros.
As empresas de grande porte são obrigadas por Lei a apresentar a DRE completa, pormenorizando
cada grupo de despesa ou de custos. Em qualquer uma de suas formas, a DRE tem por objetivo fornecer aos
usuários da Contabilidade da empresa os dados básicos e indispensáveis à análise da composição do resultado
apurado no exercício.
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Modelo
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Estudo dos componentes da DRE
Receita Operacional Bruta: As vendas deverão ser contabilizadas pelo valor bruto, incluindo o valor dos impostos.
Esses impostos, assim como as devoluções e os abatimentos, serão contabilizados em contas específicas e tratadas
como redutoras de vendas.
O Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99, através do art. 280, diz que a Receita Líquida é a
Receita Bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos incondicionais e dos impostos e contribuições
incidentes sobre as vendas, excluindo-se os impostos não-cumulativos, pois, conforme orientação contida na IN-
SRF nº. 051/78, esses impostos não integram a Receita Bruta. Esse fato constitui uma oposição ao disposto na Lei
6.404/76, que especifica esses impostos não-cumulativos (IPI, ICMS) como parte da composição da Receita Bruta.
Procurando conciliar ambas as legislações, alguns autores recomendam a seguinte estrutura:
FATURAMENTO BRUTO
(-) IPI s/ faturamento
(-) ICMS s/ faturamento
(=) RECEITA OPERACIONAL BRUTA
(-) DEDUÇÕE DE VENDAS
Deduções da Receita Bruta: Neste grupo estão incluídos os fatos que alteram as vendas, reduzindo seu valor.
Custos Operacionais
CMV = EI + C – EF
CPV = EIPA + CPA – EFPA
CSP = Soma dos valores gastos em decorrência da prestação de serviços
Despesas / Receitas Operacionais: Para o Professor Sérgio de Iudícibus, “as despesas operacionais constituem-
se das despesas pagas ou incorridas para vender produtos e serviços e administrar a empresa; dentro do conceito
da Lei 6.404/76, abrangem também as despesas líquidas para a empresa financiar suas operações. Os resultados
líquidos das atividades acessórias da empresa são também consideradas operacionais”.
O art. 187 da Lei 6.404/76 estabelece que, para se chegar ao lucro operacional, serão deduzidas
as “despesas com vendas, as despesas financeiras deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e
outras despesas operacionais”. Entenda-se por Outras Receitas Operacionais, o registro de valores como receita
de aluguéis, variações monetárias ativas e demais receitas, exceto as financeiras.
Receitas / Despesas não operacionais: Segundo a legislação tributária, neste item estão as Receitas e Despesas
provenientes de transações não-incluídas nas atividades principais ou acessórias da empresa.
Provisão para Contribuição Social: Sobre o lucro apurado pelas pessoas jurídicas constitui base de cálculo dessa
contribuição. Sua alíquota é de 9%.
Provisão para Imposto de Renda: É calculada com base no Lucro Real. Lucro Real é o Lucro Líquido do Exercício
ajustado pelas adições, exclusões ou compensações. É determinado com base na escrituração que o contribuinte
deve manter, de acordo com as leis comerciais e fiscais e demonstrado no Livro de Apuração do Lucro Real –
LALUR.
Participações: Correspondem a parcelas do Resultado do Exercício destinadas aos proprietários de debêntures,
empregados, administradores ou partes beneficiárias.
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DEMONSTRAÇÃO DS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS - DOAR
1- ORIGENS DE RECURSOS
Lucro líquido do exercício 4.500
Depreciação do período 1.571
Amortização do período 1.455
Exaustão do período
(+) Perda de Equivalência Patrimonial 1.134
(-) Variação Monetária Ativa (114)
(+/-) Variação Cambial
Aumento de capital em dinheiro 3.500
Aumento do PELP 15.930
Variação do REF 2.700
Redução do ARLP
Redução de Investimentos
Redução de Imobilizado
Reavaliação do Imobilizado 6.800
Ajuste de Exercícios Anteriores Diminuindo o Lucro (360)
S 37.116
2 – APLICAÇÕES DE RECURSOS
Dividendos Propostos 1.755
Aumento do ARLP 7.536
Aquisição de Investimentos 6.804
Aquisição de Imobilizado 15.710
Aumento do Diferido 4.480
Redução do PELP
S 36.285
4 – DEMONSTRAÇÃO DO CCL:
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DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Saldo Inicial 8.000 2.800 - 220 395 208 1.400 109 2.310 15.442
Destinação do Lucro: - - - - - - - - - -
Saldo Final 18.800 - 6.400 526 460 575 2.012 170 2.579 31.522
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DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS – DLPA
Período de X2 Em $
a) Atividades Operacionais
Recebimento de Vendas 9.500
(-) Pagamento de Compras (5.000)
Caixa Bruto obtido nas Operações 4.500
(-) Despesas Operacionais Pagas
Vendas (500)
Administrativas (380) (880)
Caixa Gerado no Negócio 3.620
(-) Despesas Financeiras Pagas (500)
Caixa Gerado após as Operações Financeiras 3.120
b) Atividades de Investimentos
(-) Aquisições de Permanentes
Móveis e Utensílios (300)
Terrenos (1.000)
Ações de Outras Companhias. (2.140) (3.440)
c) Atividades de Financiamentos
Integralização de Capital 1.500
Empréstimos Bancários 470
(-) Dividendos Pagos (850) 1.120