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O MARXISMO 7 | E AS TRADICOES | INDIGENAS | Russell Means ‘American Tndian Movement (AIM), USA ‘radu de Alba Zauar ropologia unlealie ica © nico inicio cabivel numa declara- fo deste género ¢ que eu detesto exe Yer. 0 proprio processo resume o conce to europeu de pensamento “legitimo”: 0 que & escrito tem uma importancia que é fegada ao falado. A'minha culture, s cul turalakots, tem iradigdo ora e, portanto, eu usualmente rejeito escrever. Um dos meio de que se Yale o mundo dos bran- os para destrur as eulturas de povos ndo ‘europeus é impor uma abstragao &relapa0 falada de um povo Por isso, 9 que voo8 18 aqui nto é 0 que escrevi’E o que eu disso outra pes. Sos escreveu. Permito que assim sea feito porque me parece que'a nica via do co- ‘unieaeao com o mundo dos brancos 880 48 folhas mortase secas dos livros. Naver ade, ndo me importo se minhas palavras fatingem ov no 0s brancas, Eles j& de- monstraram através de sua historia que ‘nfo conseguem ouvir, ngo conseguem Ver, que apenas conseguei ler (& claro que hd exceedes, mas as excepbes apenas confi ‘mam a regra), Eu me preocupo mals com 08 povos indigenas americans, estudan- tes ¢ outros mais que comegaram a ser absowidos pelo mundo dos brancos ata vés das uniersidades e de outras institu. 0s. Mesmo assim, esta é uma preocupa: ‘plo marginal, Nao é nada impossivel eres ‘er com cara vermelha e mente brance e, se 6 uma escolha pessoal de alguém, que asim ja, Isto 6 parts do gengctdio eu tural que os europeus comatem contra 0s povos indigenas hoje. Eu me preocupo € om. os indigenas americanos que opta- am por resistir a este genocidlo ¢ que podem estar confusos quanto @ como roceder. Nilo fornar-se europeizado exige gran- de esforco da parte de cada indio amer- ano, A energla necessria a este esforeo 56 pode vir dos meios tradicionas, dos va- lores tradicionals que nossos velhos con. servam. Ela deve vir do arco, das quatro direpdes, das relagdes. Nao pode vir nun- ge dus paginas 6 um 3 lo one mil livros. Nenhum europeu jamais poderd en- sinar um lakoto 2 ser lakoto, um hop @ ser hopi. O titulo de mastre ein “Estudos Indigenss” ou em “Educaezo” ou qual- aquet outra coisa no faz de alguém um Ser humano nem fornece canhecimento dos melos tradicionais. Faz de voot ape- nas um europeu no pensamento, uma pes- soa de fora. © autor deste discurso, embora ele proprio recuse este ttulo (mais condizen- te com nossa cultura), é um lider Sioux ‘que tem tido papel de destaque nas lutas em defesa dos direitos ind(genas norte ‘americanos. Seu nome tornouse conhect- do por ocasio das ocupagdes do territd rio de Wounded Knee em 1973, quando aps 0 final do conflito "amato, Russel Means fot processado sob a acusa- ‘lo de assassinato na repressiio policialque se seguiu. A ocupagio de Wounded Knee ‘foi a resposta @ imposigao de uma adm nistrapdo ndo desefada pelos indios, que 0 ‘governo dos Estados Unidos defendeu tso- lando a drea ¢ declarando estado de sttio. Os indios Sioux, diretamente afetados Por estas decisGes gavernamentais, ganha- rem 0 apoio de muitos outros grupos. O strio durow bastante tempo ¢ os tndios fo- ram afinal derrotados por epidemias e falta de comida ¢ a luta armada. Muitos ‘indios foram presos ¢ processados, entre (08 quais Russel Means. Em 1974 ele can- didatow-se a0 cargo de diretor tribal, mas fol derrotado aparentemente por meio de ‘fraudes pelo candidato da direita, De na- ‘da adiantou o recurso apresentado. .é for- ‘mado'0 Movimento Indigena Americano (ADM), Means esteve a frente da Long March, uma caminhada que atravestou 08 Estados Unidos até Washington e que jun- tou inioneras tribos retindtcando seus di reltos civis. Com 0 AIM eriowse também Survival Schools, asicamente uma rejei- (p20 a educapdo estatal e uma tentativa de ‘ensinar e reviver os valores culturais dos fndios, suas tradigdes ¢ suas linguas. Dat © teor marcadamente antiocidental, tra- dicional e nacionalista do artigo que ora ‘apresentamos, 0s Eaitores E preciso que eu esclarega algo aqui, pols parece haver certa confusto a esse respeito, Quando falo de europeus ou de curopeus no pensamento, nfo estou per ritindo falsas distingdes, Nao estou di zendo que, por um lado, existem os pro- utos de alguns milhares de anos de de- setvolvimento europeu genocide reacio- nro, o que é ruim, e, por outro, um no- vo desenvolvimento intelectual revolucio- niio, o que é bom. Eu aqui me refiro as teorias denominadas marxismo, anarquis: ‘mo e “esquerdismo” em geral. NBO acre dito que esas teorias possam vir a ser se- parades da tradigo itletual europa ia verdade, € tudo apenas a mesma velha est6ria, Tome 0 cristianismo como exemplo histérico. Na sua época, o cristianismo foi revoluciondrio, Mudou as relagdes de po- der na Europa para sempre, quer dizet, & rmenos’ que voce ache que 0 Império Ro- mano € ainda a forga militar dominant. ‘Mas a cultura européia, da qual o cristia: nismo tornous parte, influla na religito de modo a toma um instrumento da destruigdo de povos nfo europeus, para © bem da expansdo do poder militar econdmico europeu por todo 0 planeta, para o bem da: consolidagio das napdes estado européias, para o bem da formaga0 do sistema econdmico capitalist. A revo Iugdo ou as revolugSes cristéstiveram pa- pel importante no desenvolvimento da cultura européia em diregses previamente apontadas ¢ nada mudaram a nfo ser apressar 0 genocidio perpretado pela Eur ropa fora da Europa ou, talvez, dentro da propria Europa. moamo 6 valide para o capitalismo ¢ outras “revolugdes” europsias. Flas mu- daram um pouco as relagoes de poder dentro da Europa, mas apenas pata servir as necessidades do mundo dos brancos 3s tstas de todos os outros e de tudo mais, ‘Newton revolucionou a Fisica e as cha- rmadas cigncias naturais 20 reduzir 0 unt verso fisico « uma equagdo matematica bi neat, Descartes fez 0 mesmo com a cultu- 1a, John Locke 0 fez com a politica ¢ Adam Smith com a economia. Cada um esses “pensadores” tomou um pedago da espiritualidade da existéncia humana e a converteu mum o6digo, numa, astra Eles retomaram 0 fio onde o eristianismo © havia detxado, eles “secularizaram” a religito cristd, como gostam de dizer os 49 “acedémicos”, e a0 fez6lo tornaram a Europa mais ‘pte e pronta a agit como cultura expansionsta, Cada uma dese revolugtes intalectuais abstr ainda mais @ mentalidade européia, reticou maravilhose complexidade’¢ espritualida de do universo, substituindo-as por uma “seqizncia logica™. Foi isto que se cha mot de “eficiencia” na mentalidade euro. péia, Tudo que € mecinico é perfito, tu. do que parece funcionar no momento, quer dizer, tudo que prova que o modelo secnlco'¢ etl, pasa por cone mesmo quando ¢ clstamente Faso, B por causa disto que a “verdade” mude' to ri pido na mente europtia. As respostas que fesultam de tal proceso sdo meros tape buracos. temporirios que. precisam ser continuamente afastados em favor de no- os tapa-buracos que apoiem 03 modelos matemiticos que os mantém (0s modelos) vivo. Hegel ¢ Manx sfo os herdeires do pen- samento de Newton, Descartes, Locke @ Smith, Hegel terminou © proceiso de a calaizar a"Teologia e a eolocou nos seus préptios termos. Ele secularizou 0 pensa mento religioso através do quel » Buropa compreenderia 9 universo. Depois, Marx solocou a filosofia de Hesel em isrmos “materalstas”, 0 que quer diaée. que Marx desespirituaizon 2 obra de Hegel completamente. Também nos peéprios temmos de Mar, E é sso que se ¥e como 0 potencial reveluciondtio da Europa. Os ‘europeus podem vélo como revolucioné: +o, mas 05 indios americanos apenas 0 véem como mais uma dose do mesmo ve Iho confito europeu entre ser @ ganker. As raizesintelectbais de uma nova forma de imperilismo europeumarnista estdo nos lagos entre Mane —e entre seus segu dores — e a tradigio de Newton, Hegel ete Sec & uma proposiggo espistual. Ge nnhar & um ato material. Teadicionalmen: te, 08 indios americans seropre tentaramn set as melhores pessoas quo podiam ser. Parte deste processo espititual fol e ain: 4a 6 doar a riqueza, abrir mo da riquera 4 fim de no ganhar. O ganho material & tum indicador de falso status entre 08 po- 08 tradicionsis, enquanto que entre 0s eropeus 6 “>prova de que o sistema Fun- ciona”, Aqui existem, portanto, duas vi ses diametralmente opostas em contron- to. E omartismtoesid bem do out lao, bein efastado da visio indigena america na. Mas, consideremos uma importante conseqléncia de tudo isso, que nfo é apenas um debate intelectual ‘A tradigto européia materialist de de- sespiritualizar 0 universo é muito similar 20 processo mental contido na desuina- nizaefo de outra pessoa. E quem parece ser 0 maior perito em desumanizar pes soas? E por que? Soldados que vic mul- tos combates aprender a fazélo a0 ink igo antes de voltar 20 combate, Assos Sinos o fazem antes de sit para asasina. Guatdas da $8. 0 faziam aos intematos nos eampos de concentracto. Policais © fazem. Lideres empresariais 0 fazein aos 50 operdrios que mandam para as minas de Uurinio e as usinas de ago, Politicos 0 fa- zem a qualquer pessoa’ em volta, O que ‘catia um desses processos de desumaniza- fem comum para os grupos que jesumanizom & que shatar e destruir Ou tas pessoas tomnase aceltivel, Um dos mandamentos cristios diz. que “indo mate ris", pelo menos os seres humanos, e 0 ‘uque consists entio em converter men- falmente as vitimas.em seres nto huma- nos, Assim, pode-se proclamar uma virtu- de aviolagio do seu proprio mandamento, Em termos da desespiritualizago do universe, © processo mental funciona no sentido de tomar uma virtude a dest ‘¢f0 do planeta, Ai usa-se termos tais co- ‘mo “progresso” e “desenvolvimento” pa 12 disfargar, do mesmo modo que se Use “vitéria"” e “lberdade”” para justificar a ceamnificina no proceso de desumaniza- ‘glo. Um especulador de empreendimen- {0s imobilldtios, por exemplo, pode felar em “desenvolver” um pedago de terra abrindo uma pedreira por Id. Desenvalvi mento significa, na verdade, a destruigo total e pemmanente, 2 propria terra remo- vida. Mas 2 logica européia ganhou algu mas toneladas de cascalhio com as quais ‘mais terra poderd ser "“desenvolvida” cons- truindo-se leitos de estrada. No final das contas, 0 universo intelro esté aberto na visto européia — a esta forma de in. sinia : E 0 mais importante aqui é que os eu- ropeus ndo sentem nenhuma perda em tu- do isso. Mesmo porque, seus fil6sofosde- sespititualizaram 2 tealidade ¢ nd0 hd, portanto, nenhuma satisfaggo (para eles) em simplesmente observar a maravilha que € uma montanha, um ago ou um pc vo sendo, Nao. A satisfaeto mede-se em ganhos materials ¢ entfo a terra transfor- mase em cascalho, 0 lago transforma-se em escoadouro de uma fbrica e as pes- soas_sf0 arrebanhadas para serem indus- ttializadas nas usinas de doutrinagao que 08 europeus gostam de chamar de escola. ‘Tudo isso & muito “racional” e é para 6 bem de. todos. Nao hi, portanto, expe- ineia de nenhums porda, E 6 muito di: ficil, ou mesmo impossivei, convencer al guém de que existe alguma coisa errada com © provesso de ganhar quando the fal- ‘a a sabedoria espiritual pare sentir a per- dda do que foi destrutdo a0 longo do cam ho. Cada nova abstraeto européia nasce de uma necessidade direta. Cada vez que luma abstragdo comega ‘se gastar, cada vez que 0s custos erivoivides. tomam-se Obvios — até mesmo para alguns europeus ~ ctiase uma nova abstragio, que ada inevitével. Por algum. tempo, Newton, Locke, Descartes ¢ Smith conduziram 4 Hegel, Marx ¢ Darwin. Depois vem Eins- tein, Niels Bohr ete, Cada nova realidade abstiaida levou mais Tonge ¢ conteibuiu para continusr o sistema de cigncia/mate- Fialismo quando as velhas respostas fic ram sotas, Mas cada nova abstraga0, cada tapaburaco elevou as aposta fetas com o mmundo real. Tome 0 combustivel das rdquinas industriais como exemplo, Powe 20 mais do que dois sécalos atris, quase todo mundo usava a madeira um item na- tural e reconstituivel, como combustivel para as necessidades ‘muito hamanas de Cozinhar'e manter o calor. Mas velo a Revoluggo Industrial eo carvo tornou-se © combustivel dominante 2 medida em gue a produ tomo 0 mperatio da "uropa. A poluiego comegou 2 virar um problema nas cidades e a terra teve suas entranhas reviradas na busca do carvio, enguanto que a madeira era spenas cole: tada ou colnida som grandes prejuizos so melo ambiente. Mais tarde, 0 petrOleo tomou-s 0 comabustivel principal & mo- dida om que a tecnologia da produgio era aperfeigoada através de uma série de “To volugoes" cientificas. A poluigdo aumen- tou dramaticamente e ninguém ainda tem iia dos custos ambientals que o proces- s0 de retirar todo aquele pettoieo de den- tro da terra podera causet no futuro mais ‘istante, Agora existe uma “crise de ener ia” € o urdnio vai se tomando o combus tivel dominante — sinda em nome do mesmo sistema de valores. materialistas que provocou & crise, tanto da energia quanto do melo ambiénte. Dos capital tas pode-se esperar ao menos que conti nuatao a desenvolver 0 utinio como com- bustivel énquanto isto Ihes trouxer um bbom lucro. Esta € a ética dele talvez is 50 pague por algum terapo. Des marxis tas, por outro lado, pode-se esperar que desenvolvam 0 combustivel do urdalo #20 ‘pido quento possivel pelo simples fato de que é a produgao de combustivel mais “eficiente™ & disposiggo. Esta é a ética de- les e no vejo porque seja a preferivel. Como eu disse, 6 marxismo ¢ 0 toque cer to no Amago da tradieso europela. Ea resin velha estria. u (Os missionérios foram a ponta de lanca do esforgo curopeu em destruir os conti nentes deste hemisfério, no apenas os ovos que sio indigenas de ld, mas os prd= prios continentes. Os missiondrios ainda esto por 14, ainds estao ativos e os povos tradicionals os reconhecern como 0 inimi- go. Todavia, seus principais substitutes ‘em importéncia foram os capitalistas, cuja rissio ¢ explorar eficiontemente aquilo que os missionérios descerraram., Esta mu- danga da igreja para o capitalismo sem di- vida nenhtima provocou algumas diferen- G28 superfcias na estrutura da sociedade Guxopéia — eles até se deram 20 trabalho de “separar a Igreja do Estado” nos suas fois (para reduzir o poder da Igrja), mas questf € que esta “revolugio” apenas piorou a situaglo dos néo europeus. O Capitalismo é mais destrutivo e mais eft clente do que a versto missionéria da Eu- ropa que encontremos hi algumas cente- nas de anos atris, Existe uma soluedo prétiea que pode ser aplicada aqui, Vocé no pode julgar a verdaeira natureza de uma douttina re- volucionéria européia na bese das mudan- ‘as a serem feitas na estrutura de poder ¢ ha sociedade européias. Vocé s6 pode jul géa pelos seus efeitos sobre os povos no ‘uropeus. E isto porque cade revoluggona historia europélz serviu para reforgar as tendéncias ¢ aptiddes européias em expor- tar destruigao para outros povos, outras culturas eo proprio meio ambiente. Desa- fio quem quer que seja a me apontar um exemplo onde isto nao soja verdade Pols agora nos pedem que nds, enquan- to indigenas americanos, acreditemos que ‘uma “nova” doutrina revoluciondria euro- péia, o marxismo, inverterd as tendéncias hegativas da historia européia sobre nds. Mais uma ver as relagées de poder euro: péias tém que ser ajustedas e supoe-se que tal ste fer melhor para todos nds, 0 aque isto realmente signitice? ‘Mosmo agora, hoje, nds que vivemos na reserva de Pine Ridge, estamos no que 4 sociedade dos brancos designou como “area de secrificio nacione!”. Isto signifi ca que nos temos muitos depésitos de uranfo aqui e que a cultura Branca (ng0 1nés) precisa deste urinio por ser matéria ‘que produz energia. O mais barato, o mais aficiente meio que a industria tem de ex- trair e industrializar o uranio é jogando seus subprodutos aqui mesmo nos campos de extragdo. Aqui mesmo onde nds mora ‘mos. Este liko é radioativo e deixard toda esta regizo inabitivel para sempre. E este € um prego aceitével, para a industria © para @ Sociedade branca que criou a indus- tria, a pagar pelo desenvolvimento desta fonte de energia, Pelo camino, eles tam- ‘bém planjam drenar o lencol d’égua sob esta parte do Dakota do Sul como parte do processo industrial, deixando esta re sii0 duplamento. inabitivel. O mesno acontece abaixo, na terra dos navajos © dos hopi, acima, na terra dos cheyennes ¢ dos crow do norte, ¢ em outros lugares. Mais de sessenta por cento de todas as fontes de energia dos Estados Unidos es- ‘G0 debaixo das terras de reservas ind ige- ras ¢ nfo hé nenhum jeito de considerar tal fato uma questdo menor. Para os in- dios americanos, é uma questdo de sobre- vivéncia no sentido mais puro do termo. Para a sociedade dos brancos e sua indus tria é uma questfo de ser capaz de conti- nuar a existirna sua presente forma, 'Nés resistimos a sermos transformados numa dtea de sarifcio nacional, Nos re- Sstimos a sormos transformados num po- vo de sactficio nacional! NOs nfo acelta- ‘mos o Gaus desse processo industrial, Co- var urinio agui e érenar o lengol dua gui € assasinato. Nem mais nem merios Portanto, as razbes da nossa resistencia So sificientzmente dbvias¢ nao precisam ser ainda mais explieadas. A ninguém. Agora vamos supor que, na nossa resis. tencia.aoexteminio, nos procuremos alia dos. Vamos supor ainda mais que acted tamos nas palavras do marxismo de que pretende nada mais nada menos do que a Completa quede da ordem capitalsta eu ropéla, a qual representa esta ameaca @ nossa mera existéncia, Esta poderia pare- cer uma alianga natural para 08 povos americenos indigenas. Afinal de conta, como dizem os marisias, foram os capi talistas que’ nos colocaram na posigéo de sacrifielo nacional, E verdade até certo ponte. Porém, como tent assnalar, este “ver ade” 6 inuito enganadora, Ons abaixo da superficie do marxismo fevoluciondrio © 0 due vocé encontra? 0 compromisso de revirar 0 sistema industrial que criow a necessidade que a sociedade dos brancos tem de urdnio? Nao. 0 compromisso de {arantir 20s lakota ¢ outros povos indfee- ‘nas americanos um controle real sobre a terra e os recursos que deixaram? NSO, a nio ser que inverter o process industrial seja parte de sua doutrina. O compromis- 50 com nosios direitos, enquanto poyes, em manter nossos valores e.tradigbes? Nio, nfo enquanto necessitarem do uri- nio de nosss tertas para alimentar 0 ss tema industrial da sociedado, da cultura da qual os marxistas ainda sdo parte. © ‘marxismo tevolucionério. tem por ompromisso perpetuar ¢ aperfeigor ain dda mais 0 mesmo processo industrial que destri todos n6s. Apenas oferece “redis: tnibaie” os resultados, talvez 0 dinkito, dessa industializapia’ para uma parcela maior da populaggo. Apenas oferece tirar riqueza das nos dos capitalist ¢ pass la adiante mos, para fazer isto, o'marcis. mo precisa manter 0. sistema industria Mais uma vez as relagdes de poder dentro da sociedade européia terdo que ser alte rades, Mais uma vez, porém, 0s efeitos s0- bre os povos indigenas americanos aqui «€ sobre 08 povos nfo europeus em outros lugares permanecerio os mesmos. E quase como 0 que ocorteu quando o poder da Igteja foi redistribuido para as privadas durante a chamade " burguesa”. A sociedade europsia mudou ‘um poucd, a0 menos superficialmente, ‘mas a sua conduta diante dos povos nz ‘europeus continuou a mesma. Veja 0 que a revolugio americana de 1776 fez pelos indios norte-americanos. E a mesma ve- ha estori ‘© martismo revolucionério e toda so ciedade industrial procura “racionalizar” todos os povos em relacdo 2 industria — Indastria méxima, produgzo méxima, Bs- fa uma doutrina matevialista que des- preza a tradigio espiritual do indio ame- ricano, que despreza nossas culturas, n0s- 305 modos de vida. O proprio Mar nos chamava de “pre-capitalistas” e de “pri- mitivos”. Pré-capitalista significa, em sua pperspectiva, que nds devervamos eventual- mente descobris o capitalismo e nos tor- rnarmos capitalistas. Nos sempre fomos economicamente atrasados em termos marxistas. A tinica maneiza que os povos indigenas americanos teriam de partici- par de uma revoluego marxista seria en. trando para o sistema Industrial, tornan- dose trabathadores em fébricas ou “pro- letérios”, como Marx 0s chamava, O ho- ‘mom foi muito claro a respeito do fato de que'a revoluglo 56 poderia ocorrer atra vés da luta do proletariado, de que a exis: ‘éncia de um sistema industrial macigo é pré-condi¢o necesséria pare uma socieda de marxista bemn-sucedida. Acho que aqui existe um problema de linguagem, Cristios, capitalistas, marxis: tas, todos eles t8m sido revolucionérios ‘em suas proprias mentes, Mas nenhum de- las realmente prope a revolugdo. O que ropoem redmente¢ a eontinuapto, Els fazem o que fazem de modo a permitir ‘que a cultura européia continue a existir 2a se detenvalver de acordo com as suas recessidades, Como os germes, 2 cultura ‘européia passa por convilsées ocasionais, até mesmo divisbes dentro de si, de modo ‘ continuar vivendo e crescendo. Nao é de luma revolugZo que estamos falando, mas de um modo de continuar o que jd existe Uma ameba ainda ¢ uma ameba depois ‘que se reproguz, Mas talvez comparar cultura eucopéia com uma ameba no seja justo com a ameba, Talvez célules cance: rosas sajam uma comparagao mais precisa, pois a cultura européia tem historicamen: le destruido tudo a seu redor ¢ um dia destruiré a si mesma. Portanto, para que nds realmente jun- ‘téssemos nossas forgas com o marxismo, ngs indios terfamos que aceitar o sacrift cio nacional de nossa terra, terfamos que ros suicidar culturalmente e nos tornar- ‘mos industralizados, europeizados, talvez, sanforizados. Teriamos que nos derrotar intelramente. SO os insanos podem achar que tal possibilidade & desejavel para nds, ‘Aosta altura tenho que parar ¢ me pro: sguntar se ngo estou sendo muito duro. O manxismo tem alguma hist6ria, Seré que 31 sta histéria apéia as minhas observagoes? Eu olho para o processo de industrializa- ‘980 na Unido Soviética desde 1920 e vejo que estes marxistas fizeram © que levou liés séculos na “revolugdo industrial” in. lesa. E isso lhes tomou apenas sessenta anos. Vejo que 0 tertitdrio da URSS antes ‘continha certo numero de povos tribals © que estes povos foram esmagados para dar lugar &s fabricas, Os sovitioos se referem ‘isto como “A questo nacional”, a ques- to de se os povos tribais tinham ou no © diteito de existir enquanto povos, ¢ de- cidiram que os povos tribais eram um sa- crificio aceitivel para as necessidades in- ustriais. Eu olho para a Chine ¢ vejo ‘mesma coisa. Eu olho para o Vietnite ve- jo 08 marxistes impondo uma ordem in. ustrial, arrancando as rafzes dos povos ttibais ind igenas das montanhes. Ougo um cientista sovistico de renome dizer que quando o urinio se exaurir, ternativas serao encontradas, Vejo 0s viet- namitas ocupando uma usina nuclear abandonada pelos militares norte-ameri- canos. Sera que eles a desmantelaram & destruizam? Ngo. Eles& estdo usando. Ve- Je @ China explodir bombas nucleares, de senvolver reatores de uranio, preparar um ‘programa espacial com # findlidade de ex- plorar e colonizar os planetas do mesmo ‘modo que os europeus colonizaram e ex- plotsiam este hemisfério. E a mesma ve- a est6ria, 86 que desta vez em ritmo provavelmente mals répido, A declaragao do cientista sovigtico € muito interessante, Sera que ele sabe qual serd esta fonte alternativa de energia? Nao, ele apenas tem fé. A ciéncia encontrard um caminho. Ougo marxistas cevolucion d= ros dizer que a destruiggo do meio am- Diente, a poluigko, a radiagao, todas essas coisas’ sero controladas, B et! os vejo in- fluenciarse com suas prOpriss palavras Serd que eles sabem como todas essas coi sas sero controladas? Ni. Eles apenas tém 8, A citneia entontrard um caminho. A industrializagzo € boa e necessitia. Co- ‘mo sabem disso? Fé. A ciéncia encontré um caminho, FS deste tipo sempre se con: siderou como religizo na Europa. A cibn- cia torouse a nova religifo curopéia, tanto para os capitalistas quanto para os marxistas, Eles sfo realmente inseparaveis, Eles sfo parte integrante da mesma cultu- 1a. Portanto, seja na teoria seja na priti- 62, 0 marxismo exige que os povos ndo europeus desistam completamente de seus valores, de suas tradigdes, de sua existén- cis culiural, Numa socied ade manxista,se- zemos todos viciados em cifncla industria: lizada. UL Nio acredito que o eaptatismo ja em si real responsdvel pea sitaagao em que fomos.declarados um senifieio nacional Nio, €-a tradigzo européla, E « propria caltira européis a responsive. O mans mo € aponas¢ dltime continuaeio desta ttadiggo ¢ neo Um teméélo contra el. 32 Allar-se com o marxismo € aliar-se com a3 ‘mesmas forgas que nos declaram um “cus: 0” aceitivel Ha um outro caminko. Hé 0 caminho tradicional lakota ¢ os caminhos de ou- tros povos indigenas americans, E 0 a ‘minho que sabe que os seres humanos nao tém 0 diseito de degradar a Mae Terra, que existem forgas acima de tudo que @ mente européia J4 concebeu, quo os sores Inumanos precisam estar em harmonia com todas as relagGes ou as relagbes even tualmonte eliminario 2 desarmonia. A én- ase desproporcional dos seres humanos ‘0s seres humanos, a arrogincia européla ‘em agir como st estivessem acima da na tureza e de todas as coisas relacionadas, 0 pode resultar numa total desarmonia € jum reajustamento que reduz os seres hu- ‘manos 20s seus devidos tamanhos, que Ihes da o gosto daquela realidade que ests aiém do seu controle e alcance,e que res- taura a harmonia, Nao hé necessidade de Juma teoria revolucionéria para que isso avonteca, pois isso estd fora d6 controle hhumand.” Os povos naturais deste planeta sabem disso € entio nfo teorizam a res. peito, A teorla & ums abstragdo, nosso co: nhecimento é real Toda tradiedo’ européia, incluindo o ‘marcismo, conspira para detafiar a ordem natural das coises. Abusaram da Mae Tes- ta, abuseram dos poderes ¢ isto nfo pode ccontinuar assim. Nenhuma teoria pode a: terar este simples fato. A Mae Terra reta liard, todo 0 meio arhiente retaliard. E 0s que ‘eles abusaram sero eliminados. 0 efreulo dard toda a volta, a0 ponto em que comerou. Isto & revolucdo. E esta é profecia do meu povo, do povo hopi e de ‘outros povos corretos, Os indios americanos vém tentando cexplicat isso aos europeus hd sSculos, Mas, como cu jé disse antes, eles se mostraram incapazes de ouvir. A drdem natural ven- cerd e 05 ofensores morrergo do mesmo modo que os ceivos morrem quando fe- fem a harmonia, superpovoando uma da- da regio, E apenas uma questi de tem- po alé que o que os europeus denominam “uma catéstrofe de proporgdes globais” ‘ocorra. O papel dos povos indigenas ame- ricanos, e de todos os seres naturais, € sobreviver: Parte da sobrevivéncia € ress tir, Nos resistimos, no para fazer cair 0 governo ou para tomar 0 poder politic, mas porque € natural esistir ao extermé rio, sobreviver. Nos no queremos poder sobee as instituigdes dos brancos, nos que- remos que as instituigdes dos brancos de- saparecam. Isto érevolugzo. ‘Volto entgo aos indios americans que esto perambulando pelas universidades, pelos beirros miserdveis das cidades ¢ por ‘utras insttuigdes europeias. Se voc# es Ué Ta para aprender a resistic 20 opressor de acordo com os seas meios tradicionais, entdo que assim seja. Nao sei como oes consegte combinar os dois, mas talvez vo- 2 tenbia sucesso, Mas manienha seu senso de realidade. Cuide-se pare nfo vir a acre- Gitar que o mundo braneo oferece solu Ges a0s problemas que nés enfrentames, Cuide-se também para nfo vie a permitir que @s palavras dos povos nativos sejam deturpadas para favorecer 05 noss0s Ini igos, A Europa inventou a pritica de torcer as palavtas. Basta que voce lhe 0s tratados entre 08 povos ¢ varios go- vvernos europeus para saber que isto € vordade. Tire a sia forga do que voce é. A deturpacio das palavras continua até hoje, Nunca parou. & por isso que, quan- do falei em Genebra, na Suiga, sobre a c0- JonizaeG0 dos povos indigends deste he misféno, alguns brancos radicais me apre. sentaram erzoneamente comoum “esquer- dista”. E por isto que algumas cabecas va- 2ias_acreditam em vermelhidéo quando rotulam os militantes indigenes emerica. nos de “‘marxistasleninistas”. E por isto que certos grupos na “esquerda™ branca Tealmente acteditam que compartilham nnoss0s valores 40 mesmo tempo em que rejeitam 05 mesmos valores na prétiea, @ cada momento, A. cultura que confunde regularmente revolueZo e continuaeo na- dda tem de itl para Ihe ensinar, nada para Ihe oferecer enquanto moso de vida. Os eurogeus hd muito perderam qualquer contato com a realidade, se € que algum dia tiveram contato com ela. Tenka pena eles se for preciso, maf siniase & vonta de-com quem voeé &, um indio americano. Portanto, suponho que deveria deixar bbem claro que conduzir slguém na dire- 0 do marxismo ¢ a dltima coisa que me passa pela cabeca. O marxismo ¢ to es tranho & minha Cuitura quanto o capitalis: mo-¢ 0 ctistianismo, De fato, posso dizer que no acho que tenha que conduzir nin- uém para norhuma parte, Até certo pon- 1, tentei serum “lider” no sentido que & midia gostava de usar 0 termo quando 0 movimento indigena americano comecava 4 se organizer. Foi este o resultado de tama confusio” que azo mais faeo, Voce ‘ido pode ser tudo para todos. Nao pre- tendo ser usado deste modo pelos meus inimigos, Eu nao sou um “lider”. Bu sou uum patriota oglala lakota. E tido que ‘quero ou preciso ser. E estou muito a von- fade com quem sou...

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