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Economista explica porque a PEC 241 - #PECdoFimDoMundo - é uma maldade contra o povo brasileiro, é ruim para as políticas sociais e não ajuda, pelo contrário, nas finanças públicas.
Economista explica porque a PEC 241 - #PECdoFimDoMundo - é uma maldade contra o povo brasileiro, é ruim para as políticas sociais e não ajuda, pelo contrário, nas finanças públicas.
Economista explica porque a PEC 241 - #PECdoFimDoMundo - é uma maldade contra o povo brasileiro, é ruim para as políticas sociais e não ajuda, pelo contrário, nas finanças públicas.
Ao anunciar, na sexta-feira passada (19), sua proposta de reduo da
meta fiscal, o governo deu sinais de ter aprendido com os erros de 2015. Afinal, estabelecer uma meta incompatvel com o cenrio de frustrao de receitas no engana investidores; dificulta o planejamento da poltica econmica e expe ao constrangimento de ter de rev-la ao longo do ano. O restante do pacote fiscal anunciado indica, entretanto, que o governo continua cavando sua prpria cova. sempre bom relembrar o histrico recente da poltica fiscal no Brasil. Ao se deparar com a desacelerao econmica em seu primeiro mandato, o governo contribuiu para deteriorar a situao fiscal por meio de desoneraes e subsdios, que, por sua vez, no funcionaram para recuperar a economia ou mesmo resgatar sua popularidade junto ao setor empresarial. Diante do deficit maior e de uma crise econmica e poltica ainda mais profunda, realiza um ajuste fiscal centrado no corte de investimentos pblicos, que acelera a queda do nvel de emprego, do crescimento e da arrecadao tributria. A estratgia no obtm o apoio almejado e deteriora sua antiga base de sustentao. Agora, vendo-se obrigado a reduzir sua prpria meta fiscal, que todos j julgavam excessivamente otimista, o governo resolve compensar oferecendo uma inteno de reformar a Previdncia, com impacto fiscal previsto para daqui a duas dcadas, e uma regra para limitar o crescimento dos gastos pblicos em relao ao PIB. Em caso de descumprimento dessa regra, o pacote prev tambm uma sequncia de ajustes automticos de despesas.
Na primeira etapa, alm de no serem concedidas novas desoneraes
(ufa!), seriam interrompidos os aumentos reais de despesas de diversos tipos, incluindo salrios de servidores, novos concursos e outros itens. Caso no seja suficiente, uma segunda etapa congelaria essas despesas em termos nominais. E finalmente, em um eventual ltimo crculo de Dante, suspenderia o aumento real do salrio mnimo, entre outras medidas impopulares. A substituio de uma meta de superavit primrio baseada em receitas incertas por um limite para o crescimento real dos gastos que no fosse atrelado a um PIB igualmente incerto poderia facilitar o planejamento e a ao anticclica da poltica fiscal. O mesmo no vale para a fixao de um limite para os gastos como proporo do PIB, e em patamar abaixo do atual, como quer o governo. Se o Congresso e o conjunto de agentes econmicos fossem inteiramente compostos de economistas fiscalistas, a estratgia talvez funcionasse enquanto sada para a crise poltica e econmica. Mas, na realidade em que vivemos, essa venda casada no arrancar nenhum aplauso da oposio, servindo apenas para injetar mais desnimo na base do governo. Alm de no mencionar o aumento na taxao de grandes heranas ou o fim da iseno de Imposto de Renda da Pessoa Fsica sobre dividendos demandado por sua base progressista, a proposta no deixa claro o espao fiscal para a retomada substantiva dos investimentos pblicos e a preservao de empregos. Empregos esses que so fundamentais para a recuperao da confiana dos brasileiros, ao contrrio de uma promessa difusa de um ajuste fiscal concentrador de renda para o mdio e longo prazo. Por Laura Carvalho Publicado em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/laura-carvalho/2016/02/1743024-aficha-nao-caiu.shtml