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uber « REPUBLICA DE ANGOLA TRIBUNAL SUPREMO I*SECCAO DA CAMARA CRIMINAL PROCESSO N.° 654 - “HABEAS CORPUS”. REQUERENTES: BENEDITO JEREMIAS DALI E OUTROS ACORDAO ACORDAM EM CONFERENCIA, EM NOME DO POVO: A Décima Quarta Secgéo da Sala Criminal do Tribunal Provincial de Luanda, julgou os requerentes Benedito Jeremias Dali, p. “Dito”, solteiro, de 28 anos de idade, natural do Luena, residente antes de Preso no baitro Benfica em Luanda; Domingos José Joao da Cruz, solteiro, de 19 anos de idade, jornalista, natural de Malange, residente antes de reso no Kilamba Kiaxi; Henrique Luaty da Silva Beirfo, t.c.p. “Luaty Beltao”, solteiro, de 34 anos de idade, engenheiro informético, natural de Luanda, zesidente antes de preso nesta cidade; Manuel Livongue Baptista, tep. “Nito Alves”, solteiro, de 19 anos de idade, natural do Huambo, reidene antes de preso no bairro Estalagem; Nuno Alvaro Mafenda Joao Matias, ‘ep. “Banza Hanza”, solteiro, de 39 anos de idade, investigador cientifico™ natural do Negage, residente antes de preso no Grafanil Il; Albano Evarist, Bingo Bingo, solteiro, de 28 anos de idade, natural do Longonjo, residente antes de preso em Viana; Rosa Cusso Conde, tep. “Zita”, solteira, de 28 anos de idade, estudante, natural de Cabinda, residente antes de presa o L' Cacuaco; José Gomes Acta, solteiro, de 31 anos de idade, professor, natural de Luanda, residente antes de preso em Panguila; Sedrick Domingos de ~ Carvalho, casado, de 26 anos de idade, natural de Luanda, residente antes de preso no bairro Zango Il; Fernando Anténio Tomas, soltciro, de 32 anos de idade, mecéinico-auto, natural do Moxico, residente antes de preso no baitro do Catintons Arante Kivuvu Italiano Lopes, solteiro, de 22 anoe de ‘dade, natural da Lunda Norte, residente antes de preso no bairro da Samba; Inocéneio Anténio de Brito, t.c.p. “Druxe”, solteiro, de 28 anos de idade, Ratural de Kalandula, residente antes de preso no baitro Capalange, Taurinda Manuel Gouveia, solteira, de 26 anos de idade, natural da Gabela, residente antes de presa no bairro Palanca; Hitler Jessé Chiconde, solteiro, 1 de 25 anos de idade, natural do Moxico, residente antes de preso em Cacuaco; Nelson Dibango Mendes dos Santos, solteiro, de 33 anos de Soberania p. e p. pelas conjugagdes das disposigdes dos art.° 23° ¢ 28° da Lei n° 23/10, de 3 de Dezembro; um crime do tipo de actos preparatérios de rebelido p. € p. pelas disposigdes conjugadas dos arts 21° ne + © 28° do mesmo diploma legal, um crime do tipo de associagiio de malfeitorce pep. Pelo art” 263° do Céd. Penal e ainda por prética de um outro crime, este do tipo de falsificagao de documentos p. e p. pelo art* 216°, | Penal, exclusivamente em relagéio ao requerente Henrique Luaty da Silva Beirao tep. “Luaty Beirao”, © réu Manuel Livongue Baptista, tcp “Nito Alves”, respondeu ainda pelo crime do tipo de mudanga ilegal de noine P.€p. pelo art.° 234° do Céd. Penal. Por acérdo datado de 8 de Margo de 2016 ({ls 113), foram os Tequerentes condenados do modo que se segue: 8 (oito) anos © 6 (seis) de prissio maior, para o requerente Domingos José Joao da Cruz; ~ 4 (quatro) anos ¢ 6 (seis) meses de pristio maior, para os ‘querentes Manuel Livongue Baptista, icp “Nito Alves”, Nuno Alvaro Mafenda Joao Matias, tep. Danza Hanza”, Albano Evaristo Bingo Bingo, José Comes Acta, Sedrick Domingos de Carvalho, Fernando Anténio Tomas, Arante Kivuvu Italiano Lopes, Anténio de Brito, Henrique Luaty da Silva Beirfio, Hitler Jessé Chiconde, Nelson Dibango Mendes dos Santos, Osvaldo Sérgio Correia Cahole ¢ Laurinda Manuel Gouveia; = 3 (cinco) anos © 6 (seis) meses de prisdio maior, por pratica dos crimes acima referidos em concurso real de infiacedes com um outro crime este do tipo de falsificagtio de documentos p. ¢ p. pelo art.°216° de Céd. Penal, para o requerente Henrique Luaty da Silva Beirio, tcp. “Luaty Beirao”, e, em, ( dois) anos ¢ 3 (trés) meses de p fio maior. para os equerentes Benedito Jeremias Dali c Rosa Kusso de, top “Zita”, e, em: 50,000.00 (cinquenta mil kwanzas) de taxa ju para cada, tiga iciéncia de provas, o Tribunal recortido absolveu todos os requerentes do crime do tipo de actos preparatérios de atentado ao Presidente da Republica ou outros Membros dos Orgiios de Soberania p. ¢ p. pelas conjugagdes das disposigdes dos art? 23° ¢ 28° da Lei n® 23/10, de 3 de Dezembro. Pelos mesmos fundamentos, o requerente Manuel Livongue Baptista, tc.p. “Nito Alves”, foi inocentado do crime do tipo de mudanga ilegal de nome p. ¢ p. pelo art.° 234° do Céd. Penal Proferida a leitura do veredicto final, o Tribunal recorrido obstante ter atribuido efeito suspensivo ao recurso interposto pela defesa a0 acérdaio condenatério, entendeu manter os requerentes em regime de prisdio efectiva, ordenando que nesta condigao aguardassem pela decisto final do Tribunal Supremo, De referir, que exceptuando-se as requerentes Laurinda Manuel Gouveia e Rosa Kusso Conde, t.c.p. “Zita” que foram julgadas em regime de liberdade provisoria, os demais requerentes responderam em regime de pristio domiciliéria. Desta decisdo interp6s recurso a defesa dos requerente inconformada com a alteragao das medidas de coacdo que estavam sujeitos os seus constituintes antes da realizago de audiéncia de julgamento ¢ discussao da causa, intentando providéncia de Habeas Corpus nos termos do art.° 68° da CRA e do §° tinico,-al* b) do art.” 315° do Cédigo do Processo Penal. Nas suas alegagSes os requerentes insurgem-se contra a decisao do Tribunal recorrido qualificando-a como sendo extremamente grave ao ter alterado a medida de coagdo que vigorava antes da data da prolacio do ac6rdao condenatério. Esclarecem que tendo interposto recurso com efeito suspensivo nos termos do que dispde o n.° 1 do art.° 658° conjugado com 0 n.° | do art? 659°, ambos do C.P.P e¢ tendo o mesmo sido admitido, tal admissio obrigatoriamente suspende a execugao da decisiio recorrida. Concluem, pedindo que se revogue a deciséo do Tribunal “a quo” que os seus constituintes sejam reconduzidos na condi¢ao em que se encontravam antes da prolagao da sentenga. Efectuadas diligéncias tendentes a apurar a entidade responsavel pela detengio dos requerentes, constatou-se que o Tribunal recorrido publicou o acérdao condenatério no dia 28 de Margo de 2016 (fis113), porém, em data omissa nos autos o processo principal foi avocado pelo Tribunal Constitucional onde tramita até ao presente momen’ (ls 125). Entretanto, por oficio datado de 22 de Junho de 2016 do ‘Tribunal Constitucional, veio 0 secretério judicial daquela instancia informar to Tribunal Supremo que os requerentes antes da publicagio do acérdéo, 2° avam submetidos as medidas de coagio de pristo domiciliéria ¢ liberdade proviséria (esta exclusiva para as requerentes Laurinda Manuel Gouveia e Rosa Kusso Conde, t.cp. “Zita”), determinadas por despacho do M? Juiz, da causa proferido em sesstio de julgamento realizada aos 18 de Dezembro de 2015 (fls 117). Lé-se ainda no referido oficio que o requerente Nuno Alvaro Dala, em prisio domicilidria desde 18 de Dezembro de 2015, tenia sido ovamente preso por forga da alteraedo da pristo domicilidria que Ihe havia sido aplicada, sendo colocado em regime de pristio preventiva, isto, Por forga de um despacho do M° Juiz. langado em acta na audiéncia de julgamento realizada aos 7 de Margo de 2016. Em suma, todos 0s requerentes esto em regime de prisio sfectiva a cumprirem penas que Thes foram aplicadas nos termos do acérddo que os condenou no final da audiéncia de julgamento ¢ discussto de causa, jo avérdao foi publicado no dia 28 de Margo de 2016 (fls 11°). ‘Em “vista” aos autos, o Dignissimo Magistrado do Ministério Pablico, junto desta Veneranda Instancia, explicitou seu, aliés, douto parecer nos seguintes termos: “Qs réus Benedito Dali ¢ outros requerem na presente providéncia de habeas corpus, a sua restituieao @ condigdo processual em {que se encontravam antes de ter sido ordenada a sua prisao, resultante da tondenagiio que thes foi imposta pelo Tribunal recorrido. © fundamento do pedido consiste na violacdo do efeito suspensivo do processo estabelecido no art” 658° do C.P.P. Tem ligbes de processo penal, o Doutor Antero da Abreu, Procurador Geral da Repiiblica Jubilado, defendia que “no que se refere tos recursos das decisdes finais, tam sempre efeitos suspensivos- art’ 658° n° | do C.P.P e sobem sempre nos préprios autos, art” 661° do C.P.P, quer isto dizer, que os recursos, de uma decisto final sustem sempre a execucdo da pena e sobem sempre com 0 process0o. No entanto a suspensio da execucdo da pena, nao quer dizer que o réu seja posto em liberdade no caso de the ter sido aplicada qualquer pena igual ou superior a do n°4 do art» 55° do C.P. Neste casey 0 teu aguardaré sob prisdo. Tendo-the sido aplicada qualquer pena inferior, poderé 0 réu aguardar a decisdo em liberdade, desde que 0 réu preste paugido, se a nao tiver jd prestado. Mesmo neste caso, 0 M° P* poderd requerer um reforco da caucio”, (fim de citagio). Parece-nos pois, reco disposiebes do artigo 658° n° 1 (entenda-se do C.P.P.), com o regime vigente em matéria de medidas cautelares em processo penal. Significa dizer que a iciio-da medida condenatss é automética, devendo em principio, manter-se a situacao em que o réu se encontrava. Decorre ainda deste entendimento que execpcionalmente, ao abrigo dos pressupostos estabelecidos na Lei das Medidas cautelares em Processo Penal (art.° 19° da Lei n° 25/15, de 18 de Setembro), poderd o Juiz em despacho fundamentado determinar que 0 réu condenado seja privado da liberdade, enquanto aguarda pela decisao do recurso. Infelizmente, niio foi este o caminho seguido pelo Tribunal “a quo”, que decidiu mandar recolher os réus @ cadeia, por efeito automitico da medida condenatéria”. Mostram-se, colhidos os vistos legais E CHEGADO, POIS, O MOMENTO DE APRECIAR E DECIDIR: DECIDINDO, 1- COMPETENCIA DA CAMARA CRIMINAL Nos termos do art.° 316° do C.P.P., a Cimara Criminal do ‘Tribunal Supremo € competente para conhecer do pedido de “Habeas Corpus”, tendo os requerentes legitimidade para formuld-lo por si ou por mandatério judicial pelo facto de & data dos factos se encontrarem presos. Com efeito, tem sido entendimento pacifico deste Tribunal Supremo que enquanto se aguarda pela entrada em vigor de uma lei que determine expressamente a instancia judicial competente para conhecer a providéncia de “Habeas Corpus”, tal competéncia é atribuida a esta Camara Criminal, para que se evitem situagdes de denegacao de Justiga no Pais, (vide art.° 68° da CRA). Ui - LEGITIME ‘A providéncia de “Habeas Corpus” pode ser requerida pelo proprio ou por qualquer pessoa no gozo dos seus direitos politicos, sendo que no caso “‘sub judice” foi intentada pelos Advogados dos requerentes. * TI - OBJECTO Os requerentes reclamam estarem sujeitos a uma prisdo ilegal pelo facto de o Tribunal “a quo”, ter alterado a medida de coagio que Vigorava antes do acérdio condenatério que era a de liberdade proviséria para dois dos requerentes ¢ a de prisio domicilidria para os restantes, alterando-a para a de prisio efectiva. Insurgem-se perante esta posigao esclarecendo que tendo sido atribuido efeito suspensivo ao recurso interposto, nos termos do que dispée 0 n.° | do art.° 658° conjugado com o n.° 1 do art? 659°, ambos do C.P.P. ¢ tendo o mesmo sido admitido, tal admisséo obrigatoriamente suspende a execugdo da decisfio recorrida. Assim, pelo facto de terem interposto recurso no final da audiéncia de julgamento ¢ discussio da causa, na ocasiio em que foram notificados da deciséo condenatéria e sendo atribuido ao mesmo um efeito suspensivo, entende a defesa que os seus constituintes deveriam continuar em liberdade provisoria em relagao as requerentes Laurinda Manuel Gouveia € Rosa Kusso Conde, t.c.p. “Zita” e em prisdo domiciliaria para os restantes, ao invés de recolherem cadeia conforme aconteceu no dia 28 de Margo de 2016, data em que foi proferido o referido acérdio condenatério. CUMPRE, AGORA, APRECIAR E DECIDIR: QUESTAO PREVIA © poder judicial constitui a mais s6lida salvaguarda dos direitos individuais dos cidadéos pelo facto de ser a garantia da prépria ordem juridica, devendo a organizagdo judiciaria do Estado afinar os seus mecanismos, visando a imediata cessagao de ofensas do direito de liberdade produzidas por abusos de autoridade. O Habeas Corpus € considerado como um remédio excepcional que visa proteger a liberdade individual, na auséncia de qualquer um outro meio legal de fazer cessar a ofensa ilegitima desta liberdade. No nosso caso, perante instituigées judiciérias com certa fragilidade, torna-se acrescida a nossa responsabilidade de fazer fancionar um instituto to melindroso quaio necessério, visando proteger 0 cidadio contra invasdes arbitrérias a sua liberdade. Repare-se que ainda no vigora no nosso Pais, uma lei propria que regule o Habeas Corpiss sendo certo que no nosso ordenamento juridico penal coexistem alguns diplomas legais em estado obsoleto, nomeadamente, © Cédigo Penal e 0 Cédigo de Processo Penal, notoriamente desfasados com uma Constituigdo bastante moderna, situagao que exige dos normas penais, 0 acolhimento das mesmas numa dimenséo simplesmente numa dimensdo normativa ou formal E que, a intervencio penal num Estado de Direito ¢ Democritico na vida dos cidadaos, exprime a ambivaléncia do préprio Direito Penal, acolhido tanto como ordem de luta mas também como ordem de proteccao, isto é, como ordenamento que ao mesmo tempo se ocupa ao combate ao crime, simultaneamente se ocupa a protecgfo dos visados contra 0 arbitrio dos poderes punitivos, em homenagem ao principio da dignidade da pessoa humana. A referida dimensio protectiva no nosso ordenamento juridico, tem respaldo constitucional obrigando que fagamos uma interpretagio e aplicagio das normas de acordo com os princfpios ¢ regras constitucionais no sentido de que os nossos procedimentos estejam compatibilizados yerticalmente com a CRA, neutralizando decisdes que padegam de inconstitucionalidade, como por exemplo, prisdes ou detengdes ilegais. Na verdade, a privagdo de liberdade de qualquer cidadiio sendo das mais contundentes sangdes, s6 deverd-ser permitida nos casos ¢ nas condigGes determinadas por lei de acordo com o disposto nos art.°s 36° n.°2 e 64° ambos da CRA, exigindo-se das insténcias formais de controlo, designadamente, das Policias, do Ministério Publico e dos Tribunais, a conjugagdo de esforgos no sentido de se proteger os cidadaos contra toda e qualquer invasio arbitréria do Estado ou de particulares no seu direito de ~ liberdade, E isto mesmo que vem plasmado no art.° 68° n.? 1 da CRA es tem a seguinte redacg&o: “todos tém o direito 4 providéncia de Habeas Corpus contra abuso de poder em virtude de prisio ou de detengao ilegal”. E isto que também vem acautelado pela Lei n.° 2/15, de 2 de Fevereiro, (Lei Organica sobre a Organizagio e Funcionamento dos Tribunais da Jurisdigéo Comum), na qual o legislador ordindrio nao poderia ter sido mais claro, quando no art.° 12°, sob a epigrafe Tutela Jurisdicional Efetiva, estabelece, ipsis verbis, que “o Estado deve assegurar procedimentos judiciais caracterizados pela celeridade que garantam de modo efectivo ¢ em tempo titil a defesa dos direitos ¢ liberdades ¢ garantias fundamentais”: Por seu turno, 0 n.° 1 do art.° 13° do mesmo diploma legal, imp@e que “ninguém pode ser detido ou preso sendo nos termos previstos na CRA ¢ na lei”, preceituando 0 seu n.° 2 que: “os Tribunais Provinciais asseguram as garantias do processo criminal, nomeadamente a legalidade das detengdes ¢ pris6es, a presungao de inocéncia (...)”. © n° 3 confere ao Juiz Presidente do Tribunal de Comarca ¢ aos demais Juizes bem como ao Sub-Procurador Geral da Repiiblica Titular, a responsabilidade de monitorarem a coneretizacio do disposto nos nimeros anteriores. Como vemos, reafirmou o legislador o principio de que a intervengdo repressiva do penal no cfrculo juridico do cidadio, s6 tera sentido como imperativo de necessidade e eficécia, isto é, quando a medida de coago (privagao de liberdade), se mostrar como tinico ¢ tiltimo recurso para a protecgéio do bem juridico dentro das formalidades legais. Convém lembrar que a regra € 0 direito de liberdade sendo a excepgao a privagtio do mesmo direito de liberdade, surgindo a priso exclusivamente nos casos e nas condigdes determinadas por lei. Para a materializacao destas garantias, surge a providéncia de Habeas Corpus, instituto contra abusos de poder em virtude de prisiio ou detengao ilegal, consagrado na nossa Constituigéo, como sendo o meio proprio e adequadamente célere para os cidadaos verem solucionados os seus clamotes perante a violagdo do seu direito fundamental de liberdade. A questo que se coloca &a de como convertermos tal dimensaio protectiva num procedimento que se afigurando legal, se exige, todavia, ser mais funcional, objectivo e pragmatico? Suprema Insténcia, onde s6 chegou no dia 24 de Junho de 2016, vinda do Tribunal Constitucional (?...). ‘Nao se justifica tal conduta incauta do M® Juiz, porquanto em tempo oportuno o Tribunal Supremo baixou instrutivos orientadores para a tramitagao das providéncias de Habeas Corpus, cujos extractos, passamos a transcrever: 1. Os requerimentos de Habeas Corpus, embora dirigidos ao Venerando Presidente do Tribunal Supremo, devem dar entrada em triplicado nos Tribunais Provineiais, devendo serem registados em livro proprio e tratados como sendo servigo prioritério. 2. Competira aos Presidentes dos Tribunais Provinciais tomar as providéncias referentes & instrugao dos autos no prazo de 5 dias, procedendo “a recolha rigorosa de informagies detalhadas, nomeadamente, sobre a identificagao completa do requerente; a hora e a data da detengéio do mesmo; o tipo de crime praticado; a existéncia de mais arguidos; a indicagao concreta da localidade onde ocorreram os factos; a entidade que ordenou a prisdo ou detengao; a data em que © processo foi apresentado ao Ministério Pablico; fase em que se encontram os autos ¢ a instituig&o onde tramitam; a forma de processo ¢ 0 respectivo ntimero bem como outros dados que se reputem import e3, (vide a conjugagdo das disposigdes dos artigos 312° 4 325° do Cédigo de Processo Penal ¢ 0s artigos 8°, 9°, 12°, 13° ¢ 18° todos da Lei n.° 2/15 de 2 de Fevereiro, Lei Organica sobre a Organizagio e Funcionamento dos Tribunais da Jurisdigzo Comum). A instrugio incluiré ainda A jungio de pegas processuais, como por exemplo, cdpias do auto de interrogatério: do auto de noticia; da acusagiio e do despacho de prontincia ou cequivalente. 4. Por se tratar de servigo urgente e prioritério que deverd correr mesmo em férias judiciais, aos domingos ou aos feriados, recomendamos a visita aos art.’s 76°, 77°, 636° todos do Cédigo de Processo Penal ¢ ainda aos art.°s 8° ¢ 18° ambos da Lei n.° 2/15, de 2 de Fevereiro. 5. O proceso ja devidamente instruido deverd ser remetido com maior celeridade posstvel a0 Tribunal Supremo, onde aqui posto, ir imediatamente aos vistos legais devendo ser julgado no prazo de 5 (cinco) dias. Por conseguinte, julgamos que o M° Juiz estava aperesindo 5S com ferramentas suficientes para dar andamento célere ao expediente, se Ihe exigindo apenas que observasse as orientagdes “ut supra” e nunca mandar incorporar no processo principal o expediente de Habeas Corpus apresentado, pelos requerentes, como o fez. Como se nao bastasse, perante os clamores dos requerentes¢ da prépria opiniao piblica, 0 M° Juiz nao se dignou informar 4 Camara 0 paradeiro do Habeas Corpus que s6 ele sabia té-lo remetido a0 Tribunal Constitucional. Este facto deve ser comunicado imediatamente ao Conselho Superior da Magistratura Judicial, para que sejam desencadeados procedimentos em conformidade. IV - APRECIANDO Compulsados os autos constatamos que os requerentes esto presos desde 0 dia 20 de Junho de 2015, sendo por acérdio datado de 28 de 9 Margo de 2016, condenados em ctimulo juridico nas penas que vao de dois anos € trés meses a oito anos ¢ seis meses de priséo maior. Sucede que apesar de se ter atribuido efeito suspensivo ao {euro interposto a decisdo condenatéria, os requerentes foram vondusidns 4 cadcia onde se encontram intemados até & presente data. Aqui chegados, ponderados os factos, quatro questies ée colocam: 1’. SABER QUALE A MEDIDA DE COACAO A QUE ESTAVAM SUJEITOS OS REQUERENTES ANTES DA AUDIENCIA DE JULGAMENTO E DISCUSSAO DA CAUSA? 2'- SABER SE 0 ACORDAO CONDENATORIO NA PARTE REFERENTE A RECOLHA DOS REUS A CADEIA ERD PASSIVEL OU NAO DE RECURSO? 3 SABER QUE EFEITO FOI FIXADO AO RECURSO E QUAIS AS REPERCUSSOES DO MESMO EFEITO, NA MEDIDA DE COAGAO QUE Os REQUERENTES TRAZIAM NO MOMENTO DA INTERPOSICAO DO RECURSO? 4*- SABER SE NA PRESENTE PROVIDENCIA DE HABEAS CORPUS, PODE O TRIBUNAL SUPREMO APLICAR UMA MEDIDA DE COACAO MAIS FAVORAVEL AOS REQUERENTES? Em relagdo a primeira questiio enfatizar que as medidas cautelares de coagao pessoal aplicdveis em Angola sio as que veém preceituadas nos termos do art? 16° da Lei n° 25/15, de 18 Setembro (Lei das Medidas Cautelares em Processo Penal), Nomeadamente, 0 TIR, a Constata-se que aos requerentes foi inicialmente aplicada a pristo preventiva, convertida posteriormente em pristo domiciliin ia finda a audiéncia de julgamento e discussio da causa, os requerentes aie anna” Para a priso efectiva, sendo nesta condig&o em que se encontram até a presente data, Por conseguinte, antes da audigncia de julgamento ¢ discussdo da causa, os requerentes estavam sujeitos 4 medida de coagao de prisio domiciliéia, consentida nos termos do art.° 16° da Lei n° 25/1 5, de 18 Setembro, (Lei das Medidas Cautelares em Processo Penal). « nn As requerentes Laurinda Manuel Gouveia ¢ Rosa Kusso Zita”, estavam em liberdade proviséria. de, Le-p 2". SABER SE O ACORDAO CONDENATORIO NA PARTE REFERENTE A RECOLHA DOS REUS A CADEIA ERA PASSIVEL OU NAO DE RECURSO? © art? 645° do CPP estabelece como regra geral a permissfio de se recorrer dos despachos, das sentengas ou de acérdaos proferidos por quaisquer Juizes ou Tribunais em matérias penais (ver ainda bart.” 679° do C.P.C.), sendo que o réu tem sempre legitimidade de recorrer Gas decisGes contra ele proferidas nos termos do art? 647° do C.P.P. ‘Nos termos do art? 649° do C.P.P. os recursos das sentengas ou de quaisquer outras decisées proferidas em audiéneia, podem serem interpostos por simples declaragdo em acta. Evidentemente que os recursos sfio expedientes que ampliam a concretizagdo do acesso pelos cidados a defesa dos seus direitos, ficando fassegurada a possibilidade de solicitarem a intervengdo de um Tribunal Superior e de obterem deste uma decisio sobre toda © qualquer questo juridicamente relevante. ‘A este propésito Vital Moreira e Gomes Canotilho, citados na obra Recursos Penais, 8 Ed. 2011, Pag. 13, de Manuel Simas Santos, diziam que a garantia da via judicidria consiste no direito de recurso 4 um Tribunal e A decisfo judiciéria, pressupondo entre outras coisas: a) Uma obrigagio estadual de criagdo de Tribunais (isto é, de tribunais suficientes) ¢ de os colocar suficientemente préximos dos cidados para os tornar acessiveis; ) Uma obrigagio dos Tribunais de conhecerem em temp)" itil das questdes que sejam submetidas, ¢, gr ©) Uma protecgéo judicial sem lacunas, néo podendo a repartigo da competéncia jurisdicional pelos varios tipos de Tribunais deixar nenhum espago sem cobertura Com efeito, os recursos das decisbes judiciais que se repercutem nos direitos fundamentais dos cidadios, afectando-os, como éo presente caso em que ao serem recolhidos & cadeia esto privados do direito Miliberdade, apresentam-se como sendo uma garantia imprescindivel desses mesmos direitos. Ea garantia do direito a0 duplo grau de jurisdigdo. Por conseguinte, ao verem transformadas as medidas de coagio de liberdade proviséria ¢ de pristio domiciliéria para a de pristo sfectiva, tal decisfo, atacada carece de ser submetida ao crivo da respectiva conformidade legal. a Este desiderato sé alcangado através dos recursos que visam extirpar defeitos _e imperfeig&es das sentencas _penais, consubstanciados em vicios de fundo ou substanciais. Além de que a nossa Constituigéo permite 0 direito ao recurso, acolhendo-o como uma garantia constitucional de defesa e um corolério de garantia de acesso ao direito e aos Tribunais sempre com o designio de associar a celeridade a um processo ¢ 4 uma decisao justa. Evidentemente neste quesito a resposta é a de que 0 acérdao condenatorio, na parte referente a recolha dos réus a cadeia era efectivamente passivel de recurso. 3*- SABER QUE EFEITO FOI FIXADO AO RECURSO E QUAIS AS REPERCUSSOES DO MESMO EFEITO, NA MEDIDA DE COACAO QUE OS REQUERENTES TRAZIAM NO MOMENTO DA INTERPOSICAO DO RECURSO? Desde logo, lembrar que em matéria penal, a regra geral é 0 efeito do recurso ser devolutivo nos termos do art.” 660° do C.P-P. Entretanto, por forga da al a) do art? 658° do C.P-P, terdo efeito suspensivo os recursos interpostos das sentengas ou acérdaos finais condenatérios. E este dispositivo que foi accionado para o presente caso no qual tendo sido bem fundamentado o pedido de interposigao do recurso pela defesa dos requerentes e feito 0 mesmo consignado em acta pelo M° Juiz, duas posigdes se impunham ao julgador: a) Indeferindo-o, se a decisio nao admitisse recurso; se fosse interposto fora do prazo ou se a decisdo néo se pudesse recorrer, (n.° 3 do art? 687° do C.P.C). b) Deferindo-o, devendo o julgador admitir 0 recurso, fixar a espécie e 0 seu efeito, (n.° 4 do 687° do C-P.C.). Quanto aos efeitos temos: 0 efeito devolutivo e o efeito suspensivo O efeito devolutivo consiste na possibilidade de ser revista a deciséio recorrida pelo Tribunal Superior, isto é, no prosseguimento dos autos independentemente da interposigfo do recurso, podendo obter-se o cumprimento da deciséo ~ neste caso pode ser requerida a prestagéo de caugéo pelo recorrente. 140 efeito suspensivo, que é 0 quenos interessa aqui e agora, consiste na suspensio dos termos da decisao recorrida, ou seja, os termos do processo so suspensos, seguindo somente os termos do recurso, no podendo por isso dar-se seguimento ao determinado na decisio. O efeito suspensivo significa que a decisio nio deve ser executada enquanto nao for confirmada pelo “Tribunal ad quem”, 12 devendo 0 condenado ser reconduzido a condig&o em que se encontrava antes do acérdio. No caso “sub judice” deveria o Tribunal recorrido suspender miesmo a execugao da devisdio condenaldria que acabava de ser publicada, isto é, deveria manter os requerentes em priséo domiciliéria e nunca emitit mandados de condugo a cadeia. © mesmo deveria suceder no que tange a condigao dag requerentes Laurinda Manuel Gouveia e Rosa Kusso Conde, impondo a lei que elas deveriam permanecer igualmente em liberdade proviséria. Ha correntes, todavia, que defendem que independentemente do efeito suspensivo atribuido ao recurso, bem poderia 0 M° Juiz no acérdao que acabava de ser publicado, ordenar, na verdade, a execugiio imediata da decisio condenatéria caso entendesse ser inconveniente os requerentes aguardarem em liberdade proviséria a tramitagao do recurso, mas para tal era de se exigir fundamentag&o de tal posigao, tendo sempre como suporte o que se definiu no despacho de proniincia em relagdo a esta questo. Embora nao sufragamos tal corrente, lembrar que fundamentar significa explicar; no bastando usar a expresso, “boletins ao registo criminal, mandados de condug&o A cadeia para todos os réus”; conforme se lé no acérdao recorrido. Era de se exigir ao julgador que conferisse fundamentagao & esta posig&o, cercando-a com solidez material suficiente para justificar as razdes da privagao da liberdade dos requerentes, explicitando o alcance ¢ 0 contetido que a inconveniéncia dos mesmos em aguardarem em liberdade proviséria. 0 desfecho do recurso encerra, j4 que a referida decisdo se repercutiu num direito fundamental dos visados como é a liberdade, mat extremamente sensivel nos Estados de Direito e Democratico. E que sendo a decisaio uma opeao entre alternativas que nao radica na vontade de quem a profere mas sim da vontade da lei, é necessério que a mesma esteja orientada por uma fundamentagao de acordo com as circunstancias concretas, mobilizando razGes factuais, normativas ¢ o direito. Repare-se que o sentido do direito néo € imposto pelo legislador, devendo 0 Juiz no seu exercicio judicativo decisério, observar sempre 0 énus de fundamentar a sua posicao, sendo que embora a CRA é omissa neste aspecto, todavia, olhando para o catdlogo dos direitos fundamentais nela consagrados, € nosso entendimento que todas as decisdes judiciais devem ser fundamentadas, aliés, é da motivagao das decisdes judiciais que se afere 0 raciocinio de ponderag&o sendo necessério que de forma explicita e detalhada se expliquem sempre as razSes desta ou daquela posig&o em homenagem as mais clementares garantias processuais dos arguidos. Em resumo, como bem avisa 0 Dignissimo Magistrado do Ministério Publico junto desta Veneranda Instancia, no seu douto parecer (f1s 127 € sgts), a0 mandar executar automaticamente a medida condenatéria que proferiu e sem qualquer fundamentagao ordenar a recolha dos requerentes a cadeia, 0 Tribunal recorrido mal andou. Portanto, guisa de conclusao dizer que néo obstante ter sido de boa técnica o efeito suspensivo atribuido ao recurso, o Tribunal recorrido deveria colocar os requerentes na medida de coagdo a que estavam sujeitos antes da audiéncia de julgamento e discussdo da causa. "- SABER SE NA PRESENTE PROVIDENCIA DE HABEAS CORPUS PODE O TRIBUNAL SUPREMO APLICAR UMA MEDIDA DE COACAO MAIS FAVORAVEL AOS REQUERENTES? Ora, sendo o “Habeas Corpus” um instituto contra abusos de poder em virtude de prisdo ilegal, consagrado na CRA ¢ uma vez que os autos comunicam que os requerentes se encontram em situagdo carcerdria manifestamente ilegal,,julgamos ser_esta,uma,soberana.oportunidade para. sacrificar o.direjtoe-fazer.valer a justica na E nosso entendimento que o retomo dos requerentes a medida de coagaio de prisio domicilidria, se afigura ilegal, j4 que em rigor, 0 legislador ordinario nesta matéria nao permitiu que se faca uma aplicagao cumulativa das medidas de coagao pessoal, haja-vistatambém o facto, dequg ~quando_se.decretou a prisdio domiciliéria ja estayam esgotados, os prazos.de de. 18 de Setembro. Por outro lado, o Professor Manuel da Costa Andrade, na obra intitulada, Sobre as Proibigdes de Prova em Processo Penal, Coimbra, Ed. 1992, pag. 38, diz que: “a procura de uma deciso justa e os esforgos pela punigdo e reparagio dos danos, nao so apenas relativizados pela garantia da dignidade humana, mas por ela inteiramente bloqueados”, 0 sublinhado é nosso. Para dizer que reiteramos ¢ acompanhamos o entendimento segundo o qual, sempre que se interponha recurso com efeito suspensivo, sera ilegal alterar a condigao processual do arguido, nao s6 porque assim o entende o legislador positivista como também se estar a acolher o direito na sua dimenso material, no quadro do principio da dignidade humana agasalhado pelos art.°s 1° e 2° n.° 2 da CRA. Na verdade, através da presente providéncia de Habeas Corpus, o que pretendem os requerentes ¢ a obtengdo de uma decistio que na sua perspetiva se revele justa, no que respeita 4 manuteng&o dos mesmos na situago em que se encontravam antes do julgamento, logo, a busca desta deciséo se deverd situar nos parmetros do respeito da dignidade da pessoa humana, principio que “bloqueia” toda atitude que venha novamente os penalizar Reconduzir os requerentes A priséo domicilidria. seria penalizé-los e se assim procedéssemos entrariamos em rota de colisao com a compatibilidade vertical que deve existir entre as normas penais ¢ a Constitui¢ao bem como melindrar 0 compromisso ético no didlogo que deve existir entre as leis penais e os seus destinatarios. Referir também que o direito penal no deve se constituir em vefculo de difusor de temor, representando pelo contratio, a expresso da vontade do povo e da razio cristalizada no senso comum de justiga da colectividade, alids, diz o Professor Renné Arial Doti, citado pelo Professor Edilson Mogenout Bonfim, in obra Direito Penal, Parte Geral, Ed. Saraiva, Pés. 15, “o,direito.penal. esta, condenado a ser letra morta se nao ser vivido ppara.,ser..bom,..precisa.de_ser_bem_aplicado .a fim .d wés.desta viyéncia, 0 povo reafirmar a sua crenca controlosocial”. Ora, os requerentes primeiro sofreram prisdo preventiva, depois foram colocados nas suas residéncias sob prisdo domicilidria, e, mais tarde encarcerados nas celas dos Servigos Penitenciatios, e, agora, correm o tisco de voltarem a pristio domicilidria, pelo que chamado aqui a intervir 0 principio da dignidade da pessoa humana, fica “bloqueada” a pretensao normativa de colocé-los simplesmente na situago em que se encontravam antes do acérddo condenatério, saindo por conseguinte reforcada a credibilidade ¢ a confianga dos requerentes e da sociedade geral as instdncias formais de controlo do nosso Estado de Direito e Democratico. Entendemos, pois que podemos ir um pouco mais além, e, isto nao cria qualquer arrepio a lei,-muito menos, a ordem democraticamente' vv D estabelecida no Pais. = Deste modo, nao repugna que os réus aguardem o desfecho do recurso em liberdade proviséria, haja vista, que atentos a, elevada pendéncia de processos no Tribunal Supremo, ndo se vislumbra que a causa dos mesmos venha a ser inscrita em tabela num horizonte temporal normal, * aliés, caso, por mera hipétese o referido proceso viesse a ser “priorizado” aqui nesta Veneranda Instancia, estarfamos a ferir o principio da igualdade, porquanto, outros cidadaos aguardam pacientemente pelo exercicio do seu direito ao duplo grau de jurisdigao, para além de que neste preciso momento, © tal processo principal est “requisitado” pelo Tribunal Constitucional. Impée-se assim alcangar uma solugéio materialmente justa, olhando pata o facto de a decistio recorrida se ter projectado e alojado negativamente num direito fundamental que constitucionalmente assiste aos Tequerentes, como é a liberdade de locomogaio dos mesmos. Outrossim, tem sido entendimento pacifico que o principio da dignidade da pessoa humana deve ser atendido de acordo 0 caso concreto € 15 quando em coliso com outros prinefpios que giram em torno da protecgao e dos interesses do Estado, sé deverd sucumbir muito excepcionalmente, 0 que no se verifica em relago ao estado de liberdade proviséria a que os requerentes doravante passam a estar sujeitos. Efectivamente existindo um meio mais suave de se fazer justiga, toma-se desnecessario aplicar um outro meio mais gravoso ¢ mais traumético, como seria a reposigao da pristio domiciliar dos requerentes, aliés, é isto mesmo uma exigéncia para a distribuigio mais equilibrada de justiga. Assim sendo e por tudo quanto acima ficou exposto, os requerentes devem ser restitufdos a liberdade proviséria, tomando-se-Ihes Termo de Identidade e Residéncia, ficando sujeitos 4 obrigagao legal de se aptesentarem mensalmente 4 Décima Quarta Secgéio do Tribunal Provincial de Luanda ¢ proibidos de se ausentarem do Pafs, enquanto aguardam pelos ~ trdmites legais do recurso que interpuseram ao acérdao proferido no processo principal. DECISAO Nestes termos e fundamentos, LAL ada We bo leith bien SO pyevirterTh be pene os eres a7 oS libeen LL np orpagt gn fa me- ee. Leones Ae dee Culide ¢ Kee eka fe Carn Ke az "Aas a Ozk- At ote Uae hte derieion 16 71EK4 ator ri Ae Weave pev¢48 Judlich A Catv¢rte Judie y a ~ Gusea. He Cpa Lposwta fla Sy bartk, febip Ged A rank (Vee oq X42 xe — pesee asa une f AO ae _— hake He jaja, O. y; pure EnkDe. 7ue8 4 ( DYE . / Ae DI. Grate fest he Peohee hanes pak: Herb RQe lo Ce ee ABS LE KR Ain ---ESTA CONFORME--- SECRETARIA. JUDICIAL DA CAMARA CRIMINAL DO ‘TRIBUNAL SUPREMO EM LUANDA, AOS 04 DE JULHO DE 2016.

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