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NOME DO CURSO
DISCURSO:
Uma reflexão social, lingüística e pedagógica
SÉRGIO ALVES DE AMORIM
DISCURSO:
Uma reflexão social, lingüística e pedagógica
Goiânia
2010
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como
requisito parcial para a obtenção do título de licenciado
em Letras.
Goiânia
2010
Dedico este trabalho aos futuros professores
que necessitarão do necessário para instruir a
favor da competência discursiva.
RESUMO
Comunicar foi, é e será uma necessidade básica dos seres vivos desde
o seu nascimento e desde o princípio da civilização até o momento que este
indivíduo existir socialmente, já que, não somos uma espécie que vive só, mas
em comunidade, também pela importância de transmitir algo nosso a alguém.
Este ato de troca de informações, experiência e até sentimentos precisa
ser aprimorado no decorrer da vida, para que, o enunciado seja eficaz e
completo, entre interlocutores pela fala, escrita, visão audição, ou qualquer
outro meio de comunicação, como por exemplo, a linguagem.
A linguagem, gestual, oral ou escrita, é um meio de transmitir as idéias,
os conhecimentos acumulados, os hábitos práticos, a experiência de vida de
uma geração para outra e promover a educação das novas gerações. A
linguagem exprime-se por um conjunto de sinais que permite uma
comunicação que interage socialmente, ou seja, um discurso.
Discurso é qualquer forma de linguagem concretizada num ato de
comunicação oral ou escrita. São inúmeras as possibilidades da tipologia do
discurso, podemos falar de discurso político, literário, teatral, filosófico,
cinematográfico, etc. É a prática social de produção de falas ou de textos. Veja
bem, social e não individual, pois, são elementos relacionados em redes
sociais e determinados socialmente por regras e padrões, bem como
modificáveis na medida em que lidam permanentemente com outros textos ou
contextos. Por isso, esse meio de comunicação precisa de orientação
pedagógica aos educandos para uma aprendizagem prática desse recurso
comunicativo que é o discurso e assim, estarem aptos a usar a apalavra, ler e
produzir em qualquer contexto, ou diversos gêneros.
É de responsabilidade da escola e do processo pedagógico que a
envolve facilitar para que, os alunos desenvolvam sua competência discursiva.
Mas como?
Este trabalho tem a finalidade de conhecer o discurso e apresentar a sua
importância para o processo pedagógico, para que, o educador facilite a
aprendizagem da análise e produção discursiva gerando leitores, produtores,
ou seja, comunicadores precisos socialmente em todos os contextos sociais.
Quero dizer, um discurso pedagógico, que media a competência discursiva dos
educandos.
Dessa forma, temos por objetivo: Facilitar o como ensinar o aluno a
utilizar a linguagem na fala, na leitura, na produção de textos.
Capacitar para a avaliação dos diferentes tipos de discursos.
Ensinar a valorizar as diferentes variedades do português presentes em
vários estilos discursivos quer orais ou escritos, combatendo assim, o
preconceito lingüístico.
Apresentar estratégias para ensinar-aprender a produzir e analisar
criticamente os vários gêneros do discursivos presentes na sociedade.
Assim, para que isso aconteça trataremos da seguinte forma:
No primeiro capítulo conheceremos melhor a sociedade atual, para se
aproximar dela.
No segundo capítulo, conceituaremos e estabeleceremos a diferença
entre, signo, linguagem e discurso tanto teorias e práticas.
Terceiro capítulo,apresentaremos a importância do discurso no processo
ensino aprendizagem.
Quarto capítulo, discorreremos sobre o discurso e os seus meios de
ensino e produção.
Faremos um levantamento com diversos teóricos respeitados da área,
pela internet, livros específicos, pesquisas em revistas, jornais e até mesmo no
campo de trabalho. Para consolidar um trabalho digno de pesquisa e auxílio ao
educador e educando na prática
1 - Discurso e a Sociedade
O Conceito
4
É um antropólogo inglês,considerado o pai do conceito moderno de cultura, Tylor
filia-se à escola evolucionista. Sua principal obra é Primitive Culture (1871).
Cabe a escola criar um espaço de socialização e de inclusão cultural,
onde professores e alunos estabelecem um compromisso que se interagem
para transformar o diferente em igual, princípios de socialização e de inclusão,
integrados aos conteúdos de cada disciplina, para respeitar cada cultura.
Apesar da grande diferença cultural brasileira, pode ser usada como
benefício para uma aprendizagem sócio-histórica intermediada pela palavra,
pois, “O sentido da palavra é totalmente determinado por seu contexto.”
Bakhtin (1997, p. 91), isso significa que a diferença cultural será expressa no
diálogo, e para que haja construção do sujeito é preciso interagir com a
diferença. Por isso, cabe as instituições procurar conciliar culturas em confronto
e identidades sociais diferentes, para que haja, apelo à aceitação da cultura do
outro.
No entanto, qual o caminho para a escola fazer essa aproximação do
outro, uma vez que, "a experiência histórica da sociedade brasileira é
marcada pela realidade brutal da violência, do autoritarismo, da
dominação, da injustiça, da discriminação, da exclusão, enfim, da falta de
direitos" (Severino, 1998 p. 59), com uma economia mal distribuída, somando-
se a um governo que não agencia os interesses coletivos e muito menos os
interesses dos segmentos mais fracos da população que constituiu sua
sociedade civil?(p. 59-60).
Portanto, para construir sujeitos capazes de assumir uma cidadania de
uma sociedade extremamente desigual, é preciso concentrar-se numa
linguagem que aproxima e constrói os saberes da fala, escrita e leitura, ou seja,
o discurso.
2 – DÍSCURSO, LÍNGUA E LINGUAGEM.
A linguagem é uma expressão da língua, que por sua vez, usa sinais ou
signos para expressar e comunicar na sociedade atual que se organiza em
torno de um intenso e complexo sistema de signos. Neste sentido, é
perceptível o estado absoluto em que se portam a linguagem humana e seus
signos, tão observados em sua complexidade e grandeza em nosso espaço e
tempo, segundo Barthes (1991).
O Signo foi inicialmente chamado por Ferdinand Saussure, em seu
Curso de Lingüística Geral ( pg 80), como, “uma entidade psíquica de duas
faces”, ou seja, o significado que representa uma combinação de um conceito,
valor, sentido ou conteúdo semântico de um signo lingüístico. E o significante,
uma imagem sonora, aquilo que significa Imagem acústica ou manifestação
fônica do signo lingüístico.
Dessa forma, toda palavra que possui um sentido e uma imagem é
considerado um signo lingüístico, como por exemplo, a palavra Violão. Ao
observar este signo, percebemos que nela contem uma união de som,
conceito, imagem, ou seja, significante e significado. Esse significado duplo,
representa o dualismo de Soussure que procurou levar os estudos lingüísticos
ao que considera essencial, ou seja, a língua.
A língua segundo Saussure é um conjunto de signos ainda que abstratos
regidos por códigos padronizados e por regras, com o fim de, se estabelecer ou
facilitar um discurso ou uma comunicação partindo de sinais com natureza
social e psíquica.
Essa foi uma geração que não se preocuparam com o discurso. Eles
seguiam as proposições da lingüística, eliminando todas as questões
relacionadas à subjetividade e à história do sujeito e dos estudos e usos da
linguagem. Criaram trabalhos baseados na comunicação não-verbal, limitando-
se a uma análise imanente dos enunciados, portanto, descontextualizado do
sujeito.
Isso significa que, o discurso era estabelecido por um emissor e um
receptor que conheciam e dominavam o código, utilizado de maneira
preestabelecida e convencionada para que haja o entendimento. Como nos
esclarece Saussure, é como se fosse “uma soma de sinais depositados em
cada cérebro, mais ou menos como um dicionário cujos exemplares, todos
idênticos, fossem repartidos entre os indivíduos”5 , isso significa, que a língua,
é um sistema abstrato, homogêneo, arbitrário, um fato social, geral, virtual. Ao
mesmo tempo, ela é considerada uma realidade psíquica e uma instituição
social que é “exterior ao indivíduo, que por si só, não pode nem criá-la nem
modificá-la ” (Saussure, p. 22).
E, justamente por ser um elemento homogêneo que exprime idéias (pg
23) para organizar uma comunicação social, importa assim, a necessidade de
um estudo sistemático, onde desconsidera o processo pelo qual as línguas se
5
CARVALHO, Castelar de. Para compreender Saussure. 12ª ed. Petrópolis: Vozes, 2003, pg 27
modificam (diacrônica), bem como, a linguagem ou a fala, que para Soussure,
constitui de atos individuais e não social. Então, ele se concentra em saber o
modo como a língua funciona, num dado momento, a partir da análise de sua
estrutura e configuração formal, para que assim, possa compreender e atingir o
processo de comunicação social.
Já, o signo para Hjelmslev, “é de definição realista e imprecisa”, para
ele, o signo que se define por uma função é um signo que se opõe a um não-
signo, ou seja, é um signo que funciona, que designa e que significa, é, acima
de tudo, “um signo portador de uma significação” (Hjelmslev, 1975, p. 49). Para
ele, as palavras deixam-se analisar em partes que são igualmente portadoras
de significações, ou seja, signo que nasce de um contexto, quer de situação ou
explícito.
Para, Roland Barthes, signo é composto de um significante e de um
significado, conforme prenunciou Saussure, no entanto ele acrescenta que “o
plano dos significantes constitui o plano de expressão e o dos significados o
plano de conteúdo” (BARTHES, 1991, p. 43). Por isso, pode ser lido e
interpretado de várias maneiras, conforme as diferenças culturais de um dado
leitor.
Para Borba, O signo lingüístico constitui de um significante que é
material, perceptível e sensível e um significado, o imaterial, inteligível e não
sensível. (BORBA, 1998, p. 19). Ele concorda com Saussure, Nesta questão da
arbitrariedade do signo, mas acredita na indissolubilidade das formas
lingüísticas, uma vez que “o significante sem o significado é apenas um objeto,
que existe, mas não significa e o significante sem o significado é indizível,
impensável e inexistente”. (BORBA, 1998, p. 19) Ou seja, o signo não é um
elemento em si mesmo como trata Saussure sem apresentar suas
características discursivas. Para ele, nenhuma palavra em “estado de
dicionário” apresenta valor discursivo.
Em Peirce , “Um signo, ou representâmen, é aquilo que, sob certo modo,
representa algo para alguém.”( Peirce , 2000, p. 46). Ele traz uma inovação de
tudo o quanto já foi discutido e teorizado em relação ao signo. A idéia do signo
pelo signo e o significante com significado fica obsoleta, quando Peirce analisa
o signo segundo as suas relações triádicas: o representâmen, o objeto e
o interpretante.
Já para Vigotsky, o signo representa som e significado, que para ele é
uma palavra. Assim, fazia uma decodificação do espírito humano, pois a
palavra retrata o conteúdo sócio-cultural do falante. Para ele, compreender
uma palavra, não é estudá-la em sua estrutura, mas ver a imagem que ela
transmitia da vivência do sujeito. Assim, ele esclarece: “A chave para a
compreensão das propriedades da água são as suas moléculas e seu
comportamento, e não seus elementos químicos” (Vigotsky, 2000, p. 5).
Segundo Vygotsky, é na interação com outros sujeitos que formas de
pensar são construídas mediante a comunidade em que está inserido. Assim,
há uma medição para que ocorra essa interação, e estes elementos de
mediação são os signos e os instrumentos.
Já em Bakhtin, o signo é um elemento ideológico por natureza, que quer
dizer, algo com significado e que remete para fora de si a ponto de interagir e
socializar pois, Nenhum signo isolado possui valor em si mesmo, mas sim,
quando este está contextualizado a uma característica social. Signo ortanto, é
uma ideologia emanada pelo contexto a que pertença: “Todo fenômeno que
funciona como signo ideológico tem uma encarnação material, seja como som,
como massa física, como cor, como movimento do corpo ou como outra coisa
qualquer”. (Bakhtin, 2002, 31 e 33). Ou seja, cada signo ideológico, não é só
um reflexo, ou uma sobra da realidade, mas também, um fragmento dessa
realidade.
Portanto, o signo é para o homem a mola propulsora que o induz às
transformações sócio-culturais, tendo em vista a sua natureza
ideológica( Bakhtin 2002).
A linguagem e a diferença da língua: Conceito
Variações lingüísticas
Segundo Possenti (1996) “Os grupos que falam uma língua ou dialeto
em geral julgam a fala dos outros a partir da sua e acabam considerando que a
diferença é um defeito ou um erro” (Por que (não) ensinar gramática na escola,
São Paulo, Mercado de Letras, p.29).
Este preconceito vem desde a divulgação da língua como, homogênea,
virtual e padrão, e a fala como heterogênea, real e flexível jamais saiu da
marginalidade por Saussure.
A lingüística definida por Saussure desempenhou ao longo dos anos de
1950 e 1960 o papel de ciência piloto que teve tanto o método como o
programa, assimilados pelas ciências como Filosofia (Merleau-Ponty), a
Antropologia (Lévi-Strauss) e a Psicanálise (Jacques Lacan), ou seja, as
principais ciências com influência social não só adotaram como passaram a
disseminar uma língua padrão e arbitrária. A partir daí, o que se ouvia fora do
padrão, era e ainda é, incorreto, errado, senão “feio”, ou seja, tratado de modo
preconceituoso e anticientífico. Marcos Bagno em seu livro Preconceito
Lingüístico, afirma que esse preconceito não desaparece rapidamente, pois
para a sociedade existir precisa da discriminação de tudo que é diferente e da
exclusão da maioria em benefício de uma minoria, para ele não há diretamente
um preconceito lingüístico, mas social ( Bagno, 2003, pg 16).
No entanto, com a interação entre sujeitos em diferentes acontecimentos
discursivos sociais, quando não há o preconceito, estabelece a relação
dialógica e polifônica em contextos não imunes às variações e às diferenças
existentes nas situações concretas do uso da linguagem que não é fechada, ou
homogênea, mas inacabada e evolutiva. Então, aparece a heterogeneidade de
vozes que não reproduzem simplesmente a palavra dita por aquele padrão,
mas, a palavra do próprio sujeito, quero dizer uma variação lingüística.
Então, Segundo Labov (1983), essa variação existe em todas as línguas
naturais humanas, inerente ao sistema lingüístico, ocorre na fala de uma
comunidade e, inclusive, na fala de uma mesma pessoa. Isto significa que a
variação sempre existiu e sempre existirá independente de qualquer ação
normativa.
Por essa razão, é necessário compreender a língua como um
organismo, passível de variação e mudança, que sofre influência de vários
fatores lingüísticos e não lingüísticos, uma língua que não está pronta,
encontra-se em permanente processo de variação, que expressa à diversidade
dos grupos sociais que falam. Conhecer uma língua é conhecer as suas variedades
para o manejo social (Fiorin, 2001).
Então, quando se encontra uma linguagem diferente da norma culta a
chamada padrão, não expressa “erro”, incapacidade ou inadequação, nem
superior, nem inferior a nenhuma outra variedade; é apenas diferente.
Diferença que varia de contextos. No Brasil, por exemplo, como vimos
no primeiro capítulo, é um país com muitas diversidades, econômicas, políticas
e culturais. E por isso, quando falamos a Língua Portuguesa imediatamente
retra-se uma variedade lingüística.
Uma nova linguagem
A aprendizagem tradicional
BECHARA,1999, 19).
.
Assumindo a palavra em qualquer contexto - A fala
Desigualdade Social
http://www.sfiec.org.br/publicacoes/licoes_prog_desenv_br/desigualdade_social
-texto.htm, acesso em 21.04.2010.
PRETI, Dino. Estudos de língua oral e escrita. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingüística geral. 30. ed. São Paulo:
Cultrix. 2001.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingüística geral. 30. ed. São Paulo:
Cultrix. 2001