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jogia das decisées administrativas Q assunto do presente capitulo pode ser exposto de-maneira simples. © comportamento de um tinico individuo, em condigoes de isola. mento, jamais pode apresentar um grau elevado de racionalidade, © miméro de alternativas que esse individuo deve tomar em consi. deragdo e a informagao de que necessitaria para avalid-las € tao vasta que é dificil admitir qualquer aproximagio da racionalidade objetiva. A escolha individual ocorre num ambiente de pressupostos — premissas que so aceitas pelo individuo como bases para sua escolha — e o comportamento é flexivel apenas dentro des limites fixados por esses pressupostos. Se o ambiente psicolégico da escolha — os pressupostos — fosse determinado de maneira acidental, 0 comportamento do aduito mos. traria um pouco mais de continuidade ou integracéo do que 0 com- portamento das eriangas. Nao obstante, pode-se aleangar um grau mais clevado de integragao e racionalidade, porque o proprio meio ambiente da escolha pode ser deliberadamente escolhido ¢ modifi. cado. Isso é em parte, um problema individual: 0 individuo eoloca. se numa situagdo onde certos estimulos e certas classes de informa es terdo influéncia sobre ele. Por outro lado, porém, isso constitui um assunto da maior importiincia para a organizacao. Uma das fun- ‘goes da organizagdo consiste em situar seus membros num ambiente psicolégico que condicione suas decisses aos 40, e Ihes proporcione as informag6es necessdrias para tomar corre. tamente essas decisses. . © material deste capitulo seré apresentado em trés partes. Na primeira, serio apresentadas, com detalhes, as razdes pelas quais o comportamento do individuo jamais atinge a racionalidade ideal. a2 HERBERT SIMON 5.1. Os limites da racionalidade A racionalidade objetiva, conforme foi definida no capitulo anteri sugere que o individuo atuante ajusta seu comportamento a um tema integrado por meio: a) da visdo panorimica das alterna de comportamento, antes da tomada de decisio; b) da consideracao de todo o complexo de conseqiiéncias que adviréo de cada escolha, ec) da escolha, tomando o sistema de valores como critério, de uma alternativa entre todas aquelas disponiveis. © comportamento real, mesmo quando seja ordinariamente encarado como: racional, possui muitos elementos de incongruéneia que jamais ocorrem na forma ideal acima descrita. Se estudamos 0 comporta- mento ao longo de um perfodo de tempo, aquele toma a forma de tim mossico, Cada pega do modeto se ibtegra nas demais, gragas A orientacao proporcionada por um objetivo comum; esses propositos, todavia, mudam periodicamente com as variagées do conhecimento eda 0, € Se mantém unidos, até certo ponto, por um critério global de escolha. Pode-se dizer, alids, que o comportamento revela segmentos de racionalidade; que o comportamento exibe uma orga- nizagdo racional dentro de cada segmento; mas que tals segmentos ndo Ppossuem conexdes muito fortes entre si. © comportamento real nao alcanga racionalidade objetiva, con- forme foi definida no capitulo anterior, pelo menos em trés aspectos Giferentes: 8) A racionalidade requer um conhecimento completo e antecipado das conseqiténcias resultantes de cada opgio. Na pratica, porém, 0 conhecimento dessas conseqiiéneias € sempre fragmentaria b) Considerando que essas conseqiiéncias pertencem ao futuro, a imaginagdo deve suprir a falta de experiéncia em atribuir-lhes va- lores, embora estes 86 possam ser antecipados de maneira imperfeita. ¢) A racionalidade pressupde uma opcio entre todos os possiveis comportamentos alternatives. No comportamento real, porem, ape- nas uma fragio de todas estas possiveis alternativas & levada cm consideragao, A IMPERFEIGAO pO CONHECIMENTO A primeira limitagio da racionalidade no comportamento real foi mencionada no capitulo 4. A racionalidade requer um conhecimen- to completo, ¢ inaleancavel, das consoqiiéncias exatas de cada ese. Tha. Na realidade, o ser humano possui apenas um conhecimento fragmentado das condigdes que cercam sua agao, ¢ ligeira percepcdo das regularidades dos fenémenos e das leis que lhe permitiriam gerar futuras consegtiéncias com base no conhecimento das circunstincias atuais, A fim de aplicar, por exemplo, com pleno éxito os recursos existentes para resolver 0 problema de protegio contra incéndios de certa cidade, os membros do corpo de bombeiros necessitariam saber 5 HERBERT SIMON com detalhes as probabilidades de ocorréncia de incéndios em cada parte da cidade — em cada edificio, para sermos mais precisos — € 0 efeito exato que teriam sobre os prejuizos causados pelo fogo Geterminadas mudangas no, proceso aiminstratva, ow ng edie buigho das equipes de combate a incéndios. © simples fato de apresentar 0 problema dessa maneira reforga © argumento de que a racionalidade completa ¢ limitada pela au- séncia de conhecimento. Se cada incéndio fosse comunicado a0 ér- go encarregado de combaté-lo no momento que irrompesse, os pre- juizos diminuiriam quase que por milagre. Sem dispor de tal onis- ciéncia, contudo, © corpo de bombeiros tem que devotar esforgos consideraveis no sentido de obter, tio depressa quanto possivel, por meio de sistemas especiais de alarme contra incéndios e de outros meios, informagGes relativas as situagdes em que se requer sua agio.* Tratamos desse ponto com um pouco mais de detalhe, a fim de ressaltar que representa um problema extremamente pritico de administragio: 0 de organizar 0 proceso decisério de mancira a qu forneca 0s' conhecimentos adequados nos pontos em que se tom: a decisio. O mesmo problema poderia ter sido ilustrado com refe- réncia a organizagdes comerciais, vendo, por exemplo, de que. ma- neira as suas decisdes dependem da predigao correta dos preos de mercado. Sequiosos por alcangar a racionalidade e restringidos pelo limite ae selene cms ace Be cessos de trabalho que superam, parcialmente, essa dificuldade. Esses processos baseiam-se no pressuposto de que é possivel Fealidade um problema, que contenha apenas numero limitado de varidveis e uma série limitada de conseqiiéncias. Existe a anedota do estatistico que encontrou uma alta corre- lagio entre 0 niimero de solteironas e © volume da colheita de eravo, em varios condados ingleses. Depois de muito meditar sobre tal re~ acto, descobriu uma pista para o que parecia ser, no seu entender, um encadeamento causal. As solteironas, ao que tudo indicava, cria- vam gatos, que por sua vez comiam ratos. Os ratos do campo eram inimigos dos besouros, que, por seu turno, eram os principais agen- % Com repeto 2 consideractes somelhas Saas Army Ft: Serie. Hepa pe Gree dap tticas militares, ver Unitad ‘Washington, Government Printing Otic, A picologs dow dectises adminktratieus as tes de polinizagio das flores do cravo. Sua, conclusto fo, éféeil de- rit jamais dever melro levar em consideraglo os possiveis efeitos da diminuigao’ da poptlagdo de solteronas, sobre a°colhelta de eravos. on? _ Na pritica, porém, esses raciocinios tortuosos devem ser neces- ama i, bari, am etary davam os seer tores que estio extsitamente ligados, causal © temporalmente, com a deciséo, podem ser levados em consideracio. O problema de des. cobrir que fatores sao importantes, ¢ que fatores indo 0 sf0, numa dada sitoacho, € tio essencal para a escolha acertada ‘como 0 co- eimento das leis empiricas’ que governai atores que’ sic Finalmente designados como fandamastae °° OS A exeqilibilidade da escolha racional dependeré da medida em gue 9 grup liniado de fatores, cm que se Tessie a devisto, come onda, por sua natureza, a um sistema fechado de varidveis, ha medida em gue ngo houver efe antes nos casos de decisoes de extrema importincia, € possivel utilizar recursos suficientes para tornar mais clara uma seqiiéncia de efeitos muito complicados. A utilizagéo, por exemplo, de uma grande quan- dade de recursos para uma pesquisa destinada a estudar os efeitos indiretos da politica fiseal do governo sobre o nivel da oferta de empregos na economia, seria, sé atingisse esse fim, bem feita. Por gute lado, um medion, ao tratar de faa jataals cotta a Giferenga que a morte ou o restabelecimento de fe para a comunidade, ndivetes importantes Sonnents paciente far DIFICULDADES DA ANTECIPAGKO Constitui lugar comum na experiéncia de todos 0 fato d los 0 fato de que um prazer esperado pode diferir grandemente do. prazer alcangado. A experiénela efetiva| pode sex consideravelmente mais, ou considera- Imente menos, desejvel do que o que foi ante: __ Isso no decorre, simplesmente, da impossibilidade de deter- minar as conseqiiéncias antecipadamente, Mesmo no caso em que as eonseqiiéneias de uma escolha forem descritas de forma completa, mbit Dewey, The Public and tt Problems, Nove ee io: 1 Nove Torque, Henry Holt & HERBERT SDMON a sua antecipagao dificilmente pode produzir 0 mesmo impacto sobre as emogées que a sua experitncia, Uma das rezies disto provém Go fato de que a mente humana nfo pode em nenhum momento compreender as conseqiiéncias na sua totalidade, Ao invés disso, @ Stengdo muda de um valor para outro, mudando, conseqtientemente, as preferéncias. ‘A avaliagéo & por conseguinte, limitada na sua exatidio ¢ con- sisténcia pelo poder do individuo de acompanhar os varios elementos de valor, na conseqiéncia imaginada, e dar-lhes antecipadamente @ mesma importincia que tero, para ele, na pratica. Essa constitui, provavelmente, importante influéneia no compor- taménto arriscado. Quanto mais visiveis forem as conseqiiéncias que advirdo de um fracasso num lance arriscado, quer por experiéncias fassadas, oU por quaisquer outras razoes, a hipétese de risco parece Pesice toma mendes desejavel. Isto decorre muito menos do fato de Gue a experiéncia do fracasso nos Ieve a considerar a mais provével Gcorréncia dessa perda, do que do fato de que o desejo de evitar as conseqiiéncias da perda foi intensificado. A AREA DAS POSSIBILIDADES DE COMPORTAMENTO Ai jnagdo nao & tampouco suficiente para indicar todos os tipos ‘de comportamento que o individuo pode utilizar. O nime- gue ume pesto, restringa apeacs or suss limitagdes fisicas e biolégicas, poderia fazer num periodo de tempo tio breve inimagindvel. Possui duas pernas, dois bragos, uma cabega, dois olhos, um pescogo, um tronco, dez dedos nas mios, dez dedos nos pés e diversos grupos de musculos voluntérios que os governam. Cada uma dessas partes é capaz de movimentos com- plexos, isoladamente, ou em conjunto. Dentre todos esses movimentos, apenas alguns nos vém a mente em algum momento, como alternativas de comportamento. Conside- rando que cada alternativa apresenta conseqiiéncias distintas, deduz- se que imimeros le possiveis consequéncias jamais ‘atingem © estigio da avaliagdo, j& que ndo so reconhecidos como possiveis conseqiiéncias das ‘alternativas disponiveis de comportamento. Relativamente falando, os seres humanos exploram muito mais através da agio planejada, sua capacidade fisiolégica de movimento, A pricclogia dos decides adménistraticas o do que ontros animais. O comportamento intrumental relati nto intrun relativamente simples de que sio capazes alguns macacos * de grande porte é muito elementar, s© julgado' pelos padroes humands, ‘ Em algumas éreas, encontramos meios muito engenh ; ef ngemhosos de explorar as -possibilidades de comportamento, Em fonética, exemplo, foram criados sistemas complexos destinados a i 2 servar corrigir 0+ movimento dos Mibios ¢ da lingua. Estudos de tempos ° movimentos foram feitos com o intuito de observer, ini detathes, os movimentos Gas mfos do operdrio no processo industrial, com 9 fito de melhoré-los, tomé-los “Eats flcels por melo de umd revisio desse proceso. Nessa mesma categoria poderia ser incluido, alids, tudo que se relaciona com a invengio de instrumentos e 0 trei- ae de aptiddes, Ambos envolvem observagao detathada dos ieessos de comportamento, e, conseqiientemente, apli Elternativas disponivels para a escolha, cm 5.2. © comportamento planejado do individuo Essas observagdes. pertinentes as discrepli epincias eptre 0 comporta- mento e a regra de racionalidade servem para indicar, desd ri algumas das caracteristicas do processo psipologico da escolba. Ter. navse oportuno, portanto, examinar de maneira mais sistomética essas ocmapapE Conforme foi mencionado no capitulo 4, 0 mais simples dos movi mentor, tal como dar wm pasto,Hisat of olhos om sigan ebjew por natureza, planejado e se desenvolve de maneira gradual na Grianga, a partir dos seus movimentos desconexos esporddicos. Para lcangar a integragdo de movimento, o ser humano vale-se da doci- idade, isto 6, observa as conseqiiéncias desses movimentos e os ajusta de modo a aleangar 0 propésito desejado.® , fu brindarns Tous, cule ovieteefo 6 seguida de perto neste casio, define aoc! Wade come “ageela cemctertion do comportameste’--” que’ coms wo fa de “que [A docilidade se caracteriza, portanto, por uma fase de explo rago e de pesquisa seguida de uma fase de adaptacio. Esse fato pode ser observado, aliés, tanto mo comportamento dos individuos, Romo das orgenizagoes, Um homem que esté aprendendo a operar ttm guindaste, comega por informar-se com quem sabe manejé-lo tficientemente, de que maneira se pode controli-lo, bem como’ as fangdes dos seus varios instrumentos e alavancas. A seguir, completa suas informagbes experimentando o guindaste, aprendendo gradual- mente, na pratica, que reagdes pode esperar do equipamento quando acionado de determinada maneira. Ao aleangar essa etapa, ja esté apto a usar o guindaste para realizar seus propésitos, adaptando © manejo aos fins visados. De manefra parecida, uma nova editora tem que aprender, por Experiéncia propria ou valendo-se da experiéncia de outras fir- Fras, quantas cépias de determinada obra possivelmente serio ven- Gidase que tipo de antincio dé melhores resultados para sua venda. Uma vez conhecidos os resultados que determinada técnica publici- taria produz, a organizacio pode entio ajustar de maneira inteligente suas téenicas aos objetivos especificos que esté procurando atingir. {ese Ultimo exemplo jlustra, também, o papel primordial que 0 © 0 ciloulo desempenham, ha maforia das situagGes priticas, no pro- cesso de adaptagio. CARACTERISTICAS DA DOGILIDADE, HUMANA A docilidade constitui, sem dtivida, caracteristica comum tanto ao comportamento de animais superiores, como a0 comportamento hu- fnano, Existe, nfo obstante, grande mimero de importantes diferen- as entre a docilidade dos animais e a dos homens. A aprendizagem So animal caracteriza-se por tentativas de erro e acerto. Isto é aque- le nao aprende até que tenha tido a oportunidade de observar, atra- vés da experimentagio real, as conseqiiéncias de seu comportamento- ‘© poder dos seres humanos para observar regularidades nos fen6- eum determined compertsmeoto, mm dado ambiente, +2 toma relatvaments mal suee- “ido, ito & nfo alcange 0 Hpo de chietometa procumado, 08 is de ordem geral, e para comunicar-se com outros in- luos, ajuda-o a reduzir materialmente este processo de apren- dizagem. Em primeiro lugar, uma experiéncia prévia com outras escolhas (da mesma natureza) pode permitirIhes a inferéncia de algo sobre © eardter de dada escolha com que se defronta. Do mesmo modo, podem realizar experiéncias abstratas, ao invés de comportar-se de maneira conereta: podem estabelecer mentalmente as conseqiténcias de cada alternativa de comportamento e selecionar wma delas, sem ferem que experimenté-las na pratica. Um engenheiro, por exemplo, pode imaginar mentalmente, ou no papel, varios projetos para uma rede de esgotos e é capaz de avaliar corretamente o fancionamento de cada um deles, sem testé-los na pritiea.? Emm segundo lugar, a faculdade da comunicago dé aos seres humenos una vantagem substancial sobre os animais, no que tange & aprendizagem. O engenhelro que projeta uma calgada nao apéia sua proposta inteiramente na experimentacao, ideativa ou teal, mas se utiliza de fontes de referencia e relatérios das conclusoes alean, gadas por outras pessoas, com base em pesquisas ¢ experiéncias de. moradas nesse campo, embora possa selecionar e modificar essa en. periéneia acumulada, de acordo com seu préprio sucesso ou fracasso, Ademais, em certas circunstincias, a aprendizagem depende intel. ramente da comunicagio, e nem mesmo 0 teste subseqiiente de sucesso ou fracasso pode ser feito pelo individu. Isso ocorre certamente om muitas profissdes. No campo da medicina, por exemplo, 0 mé dico, raras vezes, & capaz de determ om base no que acontece G0 seu reduzido grupo de pacientes, a eficicia de determinados tipos de tratamento, sobretudo no caso de doengas por ele raramente tra. tadas. Nesse caso, deve prescrever 0 tratamento valendo-se de dou. trinas desenvolvidas por médicos pesquisadores, que dispSem de InstalagSes especiais para a realizagao de pesquisas, sob condigSes rigorosamente controladas. A funcao da pesquisa, particularmente & de natureza experimental, consiste em adaptar 0 comportamento 20 propésito em vista, sempre que as conseqiiéncias de comporta. + Ne reatnde, a % HERBERT SIMON mento néo forem ficeis de avaliar fora das condigSes controladas do laboratério. : : ‘A possibildade do comportamento planeldo emans, por cnss- 2, da identificagao das conseqiiéncias que se sucedem a Cia ooen ie AA vantagom desfratada pelo ser humano consis no fato de que néo tem que determinar, separadamente, sas conseqiéncias em cada wma das decisbes com que se defronta, Por meio do método experimental, pela transmissio de conhecimen- tos, pela previo tedrien das conseqiiéncias, pode-se fazer com que uma experiénciareltivamente pequena sirva de base para wma am: pla variedade de decis6es. Com isso se obtém economia consi fe esforgo mental e de observagio. A MEMORIA apelida meméria no comportamento racional dispensa maiores e eee Toda vez que problema semelhante se repete, cabe ; Sneméria seter a informagao obtida, até mesmo as = que se chegou na solugto do primeiro problema, pondo-as & dispo- sigdo do individuo, sem nova investigacdo, assim que 0 préximo pi blema da mesma natureza ocorrer. : ; Conforme tem sido muitas vezes mencionado, a meméria pode ser satural, ou artificial; isto & a informagdo pode ser guar tanto na meméria, propriamente dita, como pode ser registrada por ito, de maneira a tornar-se facilmente acessivel. A meméria arti- ficial, ;e bibliotecas, arquivos e registros, constitui o tipo importante nas organizagées. a ‘A fim de que qualquer tipo de meméria, natural ou artificial, possa ser usada, 6 preciso que haji mecinismos que permitam sua utlizagfo quando for nocessiria. Umma carta fora do lugar no le juivos © a cifra esquecida na meméria sio inttei ; ouoeat ser localizadas. Por esse motivo a racionalidade Inman de- pende consderavelmente de métodos picolgiees e assoiatives, bem como de indices artificiais, capazes de tornar o material mem Scusivel sompre que for necesiro para a tomada de decisbes. A priolopte dar deciubee administrations © mhrro Outro mecanismo importante, que ajuda a conservar os com; 1eca juda a conservar os ta mentos titeis, 6 0 habito,® pois permite a conservagio do. exfor mental, pela eliminagio da drea do pensamento. conscionte daqucles aspectos da situagao que so, por Sua natureza, repetitivos. Ao aprender datilografia, 0 individuo procura prestar muita atengio aos minimos movimentos dos dedos e a relao entre a impressio no papel e a tecla na mAquina. Somente através de tenta- tivas ¢ do ajustamento gradual de seus movimentos, cle alcanca a coordenacdo indispensavel entre a visio e a mio. No momento em gue houver alcancado, por meio da pritica, certo nivel de destreza j& nfo sera necessério prestar atengao as integracdes do comporta: mento em nivel tio elementar. O simples desejo de ver a ago con- cretizar-se por meio da impressdo da letra provoca 0 ato indepen. dentemente da vontade. AO atingir-se esse estigio, o habito ou a habilidade se encarregam da integragio que foi alcangada primeira. mente pela atengdo e pelo desejo de aprender. desempenha uma fungio imprescindivel no compor- Jado, pois permite que se fage frente a cstimuled ou ires, Com Tespostas Ou reagdes similares, sem que se voltar a pensar de maneira consciente na decisao capaz de produzir a agio adequada. O hébito permite que a atengio seja dedicada aos aspectos inéditos de uma situagéo que requer uma decisio. Grande parte do treinamento dedicado & preparagio de uma equipe para um campeonato de futebol, uma tripulacao, um Ratalhgo ‘militar, ou uma Companhia de bombeiros & ‘Gedicada a0 lesenvolvimento de reagdes repetitivas que permitirio respostas ins. fantineas a situagées que mudam com rapider.* © hébito, assim como a meméria, possui um equivalente ar cial na organizagio, ¢ que foi denominado de rotina organtzativa Por Srewe.!° Na medida em que os métodos de tratar os problemas ‘contribuia com um capitulo clissico aie ate “oe ico pare a erature peiekégie obte ohn. The Publis and Ite Problems, p. 159-161 2% Srmvs, Edwin.-An Approach to « Seience of Admiaitetin, Amerisn Pe ‘Review, $4:1129 (Dez. de 1940) * ae aa oa HERBERT SIMON que se repetem passam a constituir assunto de rotina da organizagio, incorporando-se, talvez, a manuais de servigo, eles deixam de ‘ser objetos de reconsideragao quando esses assuntos surgem. E evidente, nesse caso, a relacdo estreita entre o hi A que ocorre no caso dos habitos dos de'um critério formal, poder-se-la dizer que determinado assunto toma-se parte da rotina Organizativa sempre que é solucionado com base nas préticas aceitas e aprovadas e nao pela consideragko dos méritos das suas alternativas. © hébito n&o deve ser encarado como um elemento puramente passivo do comportamento (tanto do individuo, como da organiza- $40), pois uma vez formado, a simples presenca do estimulo tende 2 ativar 0 comportamento habitual, sem outro pensamento conscien- te. Nessas circunstancias, pode ser necessiria a atengio consciente a fim de impedir que a reagio ocorra, mesmo quando a mudanga es tornaram-na inadequada. O motorista de um carro que esté habituado a usar os freios, quando em perigo, tem grande difi- culdade de abster-se dessa reagdo quando derrapa num pavimento gelado, Hsse é um ponto que tem grandes implicagées para a orge- nizagéo e deve, por conseguinte, ser amplamente ‘considerado. (© PAPEL pos ESTIMULOS PostTIVoS Se se quiser alcangar a racionalidade, toda escolha deve ser prece- dida de um perfodo de hesitagao, durante o qual devem ser objeto da atengo as alternativas de comportamento, 0 conhecimento das condicdes de ambiéncia e das conseqiiéncias, assim como os valores antecipados. Psicologicamente falando, tal hesitagéo assinala um nivel relativamente complicado de comportamento. Os sistemas de comportamento de natureza mais simples podem ser descritos como aquelas respostas aos estimulos que ocorrem, com pouca ou nenhu- ma hesitaggo, quando se apresenta o estimulo. ‘A distingéo entre o sistema de comportamento do tipo estimulo- resposta e 0 sistema de comportamento do tipo hesitagio-escolha fornece uma indicagéo quanto ao papel dos fatores racionais e no racionais, no sistema de comportamento como um todo. Consideran- do as limitagses da capacidade humana para atender aos requisitos da racionalidade, que acabamos de indicar, a hesitacao que precede a opgio pode em muitos casos ampliar-se, transformando-se em ina- A pacctonia: dae decitSce odminitroticat °8 so. © individuo, consciente de sua incapacidade para levar em consideragio todos os fatores relevantes a sua escolha, e desesperado com a impossibilidade de alcancar a racionalidade, pode vacilar de- masiado entre as alternativas disponiveis a ponto de deixar escapar © momento adequado para a acao. De fato, a escolha e 2 agio ge- talmente ocorrem muito antes que se tenha prestado atengio até mesmo Aqueles elementos da situagio que estio ao aleance do in- dividuo. Um estimulo, externo ou interno, focaliza a atengio sobre determinados aspectos da situagao, excluindo aqueles de na concorrente ¢ que podem desviar a escolha para outra diregt sistema nervoso central existem nervos condutores que permitem que os impulsos sejam convertidos em agio, deixando inalterada uma grande parte do referido sistema, A. ateng&o consciente no constitui elemento imprescindivel esse processo. O grau de consciéneia envolvido nesse sistema de alarma do comportamento, nko wusa da resposta; simplesmente & acompanha ou, como séi ocorrer em alguns casos, seguesse a ela Nao obstante, considerando que estamos preocupados primeiramente com os centros de decisdo, e com as respostas a situacbes novas, po- demos considerar em primeiro lugar o papel da atengao no processo seletivo, isto é, na canslizagio dos estimulos. Wuxtam James, completamente isento de pruridos behavioris- tas, descreveu a atengio da seguinte maneira: Todos sabem o que ¢ atengao. Consiste na posse pela mente, de maneira clara e vivida, de um dos diversos objetos pensamentos que parecem simultaneamente possive ago € @ concentragéo da consciéncia formam sua esséncia. Consiste na climinagéo de algumas coisas a fim de concentrar-se eficazments em outras, ¢ é uma condigo que se contrapée ao estado de confusio, indefinigo, dispersio, chamado distraction, em francés, e Zerstreu. theit, em alemio.2* Toxatan preferiu, com muita em contrapartida, em “resposta se A atengio refere-se, por conseguinte, ao conjunto de elementos que gntram no consciente a qualquer momento, B claro que a cons- ciénela no constitui uma precondigao necessdria & docilidade ¢ que The Principee of Peyehology, 1:409-404 %* MERBERT SIMON mesmo aqueles comportamentos que nio sio objeto da atengéo sio capazes de ajustamento deliberadd, Sem duvide, nom 0 conhseimes, to nem a atengo se acham ‘presentes nas respostas condici de tipos mais simples, como no caso, por exemplo, do desenv. to de habilidades motoras, Na maioria dos casos, porém, parece haver uma correlagéo entre as esferas da ateng&o e da racionalidade. Em outras palavras, a docilidade é limitada em grande parte pelo: a) alcance da atengao e b) pela drea dentro da qual as habi © outros comportamentos apropriados se tenham transformado em habito. E por essa razio que os limites impostos & racionalidade que foram deseritos anteriormente decorrem dos limites da area de atengio. Conforme jé ressaltamos, no momento em que uma parte do comportamento passa a ser governada pelo hébito, sai da area da atengao consciente. Na consideracio das alternativas de comporta- mento, por exemplo, a atengao nfo é normalmente la para os Possiveis movimentos dos mtisculos considerados individualmente. Ao invés disso, as alternativas de comportamento que sao realmente objeto da atengio constituem uma integragio proveniente do habito de movimentos , tals como: cal integragoes. Uma vez recebido o estimulo di jovimentos, sfio eles executados sem necessi- dade de maiores consideragées. A mesma resposta, a certos estimulos, decorrente do hébito, ocorre em niveis mais elevados de integragio. A datilégrafa que re~ cebe um texto para copiar a méquina, 0 faz quase sem necessidade de qualquer decisio consciente ou anterior. Para um operdrio na linha de montagem, a presenga, na esteira rolante que se encontra & sua frente, de um produto parcialmente terminado representa o nico estimulo de que necessita para dar inicio a toda uma_série de movimentos precisos que representam sua contribuicao a fabrica- 80 do produto. © individuo sentado & mesa de refeigbes considera a comida a sua frente 0 estimulo necessdrio para dar inicio ao com- plexo processo de comer, podendo continud-lo sem atengio cons- Giente, ao mesmo tempo em que se dedica A conversa. Disso se pode deduzir, ao que tudo indica, que no comporta- mento real, que se distingue do comportamento objetivamente ra- cional, a decisdo é desencadeada pelos estimulos que canalizam a A picologa das deciles administrations 9s atengao em direg6es definidas, e que a resposta aos estimulos é em parte deliberada, embora provenha, na sua grande parte, do habito. ‘A parte que provém do habito nao é, decerto, necesséria ou geral- mente irracfonal, ja que pode representar um ajustamento, ou adap- tagao previamente eondicionada do comportamento a seus fins. Em posigdes de chefia, que se caracterizam pela grande ativi- dade que seus ocupantes tém de desempenhar, muitos estimulos para fa decisio so de procedéncia externa. Um caso dificil é enviado a instdncia superior para revisfo; um visitante ou um membro de outra organizagio insiste em discutir 0 problema com 0 chefdo. Int- meras outras pessoas, problemas ¢ coisas séo levadas constantemente 20 seu conhecimento. Em qualquer posicio dessa natureza, as ques- t6es concretas que tém de ser decididas dependerdo em grande parte de que estimulo for por acaso apresentado. ‘Os estimulos determinam nao sé que decisées o administrador tem mais probabilidades de tomar, como também exercem conside- ravel influéncia sobre a conclusio a que chega. Explicagio impor- tante para isso pode ser encontrada no fato de que 0 estimulo que inicia a decisio dirige a atengdo também para determiinados aspectos da situagio, excluindo os demais. O comandante do corpo de bom- beiros imagina, por exemplo, uma cidade onde os prejufzos causa- dos por incéndio sio extremamente baixos, 0 que lhe parece ser muito bom. Seus conhecimentos técnicos levam-no a considerar que fa obtengao desse estado de coisas desejavel pode ser alcangado pela ‘compra de novo equipamento. De acordo com os requisitos da racio- nalidade, cle tera que considerar as outras fimalidades em que se poderiam gastar o dinheiro antes de decidir sobre a compra do equi- Pamento, tais como: consertos das ruas, ampliagao do hospital local, fe assim por diante. Demonstraremos em capitulos subseqiientes que essa descrigao niio se distancia muito da realidade do comportamento administra- tivo. 3 © eltor que sstiver iateressado em outros exomplos detse tipo de eitimulo-terposta Chcontrast obser fescinantes em slferentsr camper. Xin pimeiro Iugnt, pode consular as Hosp, Richard Burdon. An Autoblog abiagaphy of # Purpose, Gaien City, Doubleday, Doran & Coy 1098. Prosteguindo, so HERBERT SIMON juase todos os seres humanos tm a impressio, de quando em quando, de que exstem muito mals colsas que eles gostariam de fazer, do que tempo para fazé-las. Em otras palavras, 0 ntimero de estimulos que requerem, como resposta, comportamentos, é muito maior do que o mtimero de respostas que poderiam ser postas em Dratica se todos esses estimulos fossem subrmetides simultaneamente A atencio. A racionalidade exige que se faga uma escolha consciente entre valores competitivos, sem se deixar levar pelo capricho dos es- timulos que dirigem a atengio. DETERMINANTES DO AMBIENTE PSICOL6GICO me 0 provesso de escolha se inicia pela inci- luo de estimulos acidentais ¢ arbitrarios, poder- dade integrada do adulto é simplesmente uma lade mais sistematizada do que os movimentos ocasionais ¢ as mudangas de atengio da crianga, Os conjuntos organizados que o compéem sio maiores e mais complexos, embora como conjuntos nio estejam mais estreitamente relacionados com um sistema geral de valores do que os da crianga. O estudo do compo: to ad- ministrative como atividade racional il se no se pudesse remover essa dificuldade, pela demonstragio de que os estimulos que iniciaram 0 processo seletivo nao sio, ou pelo menos niio precisam ser, arbitrérios, 6 porque sio vistos do Angulo da orginizagio come um todo, ¢ nio do ponto de vista de um de seus membros." dizer que a ‘A conseaiéncie selecionacda, porta, eth A picologte dar deciber administrations 7 A préxima questo a ser considerada, por consegui ver oo a miueta pola qual se oF 0 processo decisério. Um individuo diante de uma estante de livros pode examinar 08 varios titulos das obras e escolher uma para ler por uma hora. Uma vez aberto o livro, desde que nao seja esse muito mondtono e que ninguém 0 interrompa, os simbolos que desfilam diante de seus olhos serio os estimulos mais importantes, talvez os tnicos, a atrai- rem sua atengao durante esse periodo. Por essa razio, a escolha do livro determina os estimulos subseqiientes. « Consideremos agora outro exemplo, algo um pouco mais pratico. Um individuo cia e hibito de olber sua agends todas as manhas a0 chegar ao escritério. Na quinta-feira recebe uma carta que deve ser respondida na terga-feira seguinte. Anota na agenda, sabendo que ela Ihe proporcionaré o estimulo para agir quando chegar a terga-feira. © terceiro exemplo diz respeito a0 desenvolvimento deliberado de uma habilidade. Trata-se do individuo que usa a maquina de escrever esporadicamente, nfo vai além do método,de catar milho porque esse é 0 caminho mais rapido que conhece para soletrar as palavras. Se calcula, porém, que precisaré de utilizar freqiientemente a maquina de escrever, empenhar-se-4 ao maximo por desenyolver hdbitos associados com’ um sistema mais técnico de datiiografia. Sé assim, os estimulos para escrever & maquina receberao resposta mais eficaz do que se ele nfo tivesse desenvolvido previamente essa ha- bilidade. Exemplo final é encontrado nas linhas de comunicagéo numa organizagao admfnistrativa. Cada _membro da organizagéo requer certo montante de informagées, a fim de poder tomar corretamente as decisies por que é responsivel. De modo a permitir que a infor- anagio necesséria chegue a cada membro, cria-se um sistema re de arquivos ¢ relatérios, que conduz automaticamente esses los para os canais apropriados. agfo com 62 contegiéacias ignoradas ou improvistas, presciade de maior importinsia fom ti meump.” Ver tambem ‘The Public end ite Problems, p. 200. Ax opiider unais re, tern que inam os estimulos que dao inicio 185 ambiente do casstha que 4 orbuaisaglo social Ihe proporcions 98 HERBERT SIMON Esses exemplos dao uma idéia dos mecanismos que promovem f@ integragaio do comportamento num sistema mais amplo. Dois gru- ot principals de mecanismes podem ser identificados: ) os que fazem com que o comportamento persista numa determinada diregaa, uma vez que tenha sido colocado naquele rumo, e b) os que dic in{cio 20 comportamento numa determinada diregio. Os primeiros sio na maioria, embora nJo totalmente, internos. Estio localizados na mente humana, e tendo em vista que sua descrigio e o funciona- mento constituem problema de psicologia, faremos dele apenas breve referencia no presente trabalh Os mecanismos iniciadores de comportamento, por outro lai sio na maioria de procedéncia externa, embora requeiram ger mente a sensibilidade, por parte do individuo, a estimulos especifi- cos. Por serem externos, podem ser isto é, podem utilizados por uma outra pessoa par: jeterminado ini viduo, desempenhando, por conseq) nizagio administr ‘Tendo em vista os propésitos que tinhamos em mé {a ter apresentado bastantes exemplos dos mecanismos Nas proximas paginas trataremos brevemente dos me persisténcia do comportamento. Isto posto, seré po: construir um esquema do comportamento racional, nismos de integracio ocupem posigio central, OS MECANISMOS DE PERSISTENCIA DO COMPORTAMENTO A atengdo © 0 comportamento, uma vex iniciados em determinada divecéo, tendem a persistir nessa diregao por um periodo consideré- vel de tempo. Isso é exato mesmo quando houver indiferenca na escolha original da atividade Jé expusemos, aliés, no capitulo 4, uma razio importante para a persisténcia do ‘comportamento. A atividade redunda, freqiiente- ou de outro que acabam por tomar vantajosa a persisténcia na mesma direga0. Um adminis. trador pode ter grandes duividas, se determinada atividade deve ser empreendida: uma vez assumida a responsabilidade, porém, pode ser mais vantajoso empreendé-la, do que perder 0 tempo ¢ 0 eslorgo J& empregados. Outra maneira’ de expressar 0 que acabamos de A picologia des declder edminictraticas 29 expor consiste em dizer que 0 normal 6 continuar as atividades até que alcancem um ponto de consumo, 0 ponto em que os valores pro- duzidos pelos custos jd incorridos sto usufrufdos. Ontra razéo para a persisténcia € que a propria atividade cria estimulos que conduzem a atengao para a continuagio e conclusio da referida atividade. Um livro, como jé tende a prender a atengao do comego ao fim. O mesmo fenémeno pode ocorrer, alias, com qualquer situagio administrativa. Um en- genheiro, ao’ chegar ao seu escritério, encontra sobre sua escriva~ Finha uma série de planos para a construgao de wna rua em que estivera trabalhando no dia anterior. Sua afengio se volta imediata- mente para esses planos e para os’ problemas envolvidos na sua Conclusko, telvez nfo precise de venhum estimulo externo. para manter-se ocupado com 0s mesmos o resto do Pode ver-se que grande parte desses estimulos ¢ interna, ¢ que segue os caminhos associativos construidos na mente do individuo. Se'o modelo de associagdes é rico, a mente age como se fosse um circuito fechado, levando repetidas vezes 0 pensamento para o assunto que o preocupa, sempre que se desviar dele. E bem sabido que a concentragio em grau elevado (isto é, a estimmulagéo interna) dimi- nuird, na pritica, a sensibilidade do i uulos exter- nos. ividuo aos est Um terceiro fator que favorece a persisténcia ¢ que esté rela- cionado estreitamente com os custos jé incorridos, é 0 que pode ser denominado custos de preparacdo, No caso de muitas tarefas repeti- tivas, 0 tempo de preparacao para ago, e 0 tempo requerido para mudar de uma tarefa para a outra, toma vantajosa a éncia_no desempenho de uma Gnica tarefa em lugar de grand 0 delas. 5.3. A Integragio do comportamento E tempo, agora, de voltar a atengio dos mecanismos que possibilitam fa integragio para os tipos de comportamento que resultam do fun- cionamento desses mecanismos. O processo envolve trés etapas fun- damentais: se rorpelto na literatura da Ven, por sxemplo, 0 ‘on eatslos sobre ‘The Steam of Thawte, —; HERBERT SIMON 2) 0 individuo (ou a organizagio) toma decisées amplas, relativas aos valores que orientardo suas atividades, aos métodos gerais que vai usar para alcancar esses valores, e aos conheciment essas decisdes. Essa atividade deciséria que acabamos de descrever pode ser chamada planejamento substantive. b) Projeta e estabelece 0s mecanismos que dirigirio sua atencdo, canalizardo a informagao e os conhecimentos, ete., de modo a permitit que as decisbes especificas didrias se conformem ao plano substan- tivo. Esse tipo de atividade deciséria pode ser chamado de planoja- merito processual, e corresponde a0 que ja foi descrito como “prepa- ragio do ambiente psicolégico da decisio e) Executa o plano através de decisies e de atividades didrias que se enquadram no arcabougo propiciado pelas etapas a) e b). Na realidade, 0 processo envolve mais do que trés etapas; en- volve uma hierarquia completa delas. As decisSes mais gerais pro- porcionam o ambiente para as decisées mais detalhadas no nivel Inferior. A integracao de comportamento no seu nivel mais elevado & conseguida pelas decisées que determinam em termos muito am- plos os valores, conhecimentos e possibilidades que se deverao levar em conta. O nivel inferior de integragio que se segue e que especi- fica ainda mais essas determinantes gerais, decorre das decisées que resolyem que atividades serdo realizadas. Outros niveis se seguem, cada um dos quais determina em maior detalhe uma subérea que se encontra no interior da area do nivel imediatamente superior. Nos niveis mais altos de integragio, somente se podem tomar em consideragio os aspectos bem gerais da situagio. A especificacao sé pode ocorrer quando a atenca for dirigida ‘para as possibilidades © conseqiiéncias mais detalhadas. Desse modo, um dos problemas mais importantes da teoria administrativa consiste em determinar de que maneira essa rede de decisoes deve ser construida, qual a di- visio de trabalho adequada entre as amplas decisées planejadoras @ as decistes executoras mais restritas. O segundo problema funda- mental diz respeito ao planejamento processual: & criagio de meca- nismos que tornem efetivo o controle das decisées executivas a partir das decisées planejadoras. A preciosa dor decisis adminis tices 101 TEPOS DE DECISGES GERAIS reais sio determi- fara comporta- mento mediato, Num sentido restrito, wma decisao pode influir. 10 futuro, apenas de duas maneii terminado por esta deciséo, pode b) as decisées Futuras podem ser pela decisio presente, & dessa possi futura por meio de decisdes presente decis6es decorre. O primeiro tipo de i © segundo requer maiores consideragies. Devemos deixar bem claro que os aconteciment nados pela escolha entre as_alternativas disponi ia de um plexo de juéncia j4 foi discutido, mas Sempre que um problema de determinada natureza se repete, € exige uma decisdo, pode levar a seguinte reflexao geral: “Que critérios poderia empregar como base para a escolha, sempre que surgir um problema dessa_natureza? Um bombeiro experimentado pergunta, por exemplo: “Existem principios fundamentais de com- ate ao fogo que podem ser aplicados aos numerosos incéndios que tenbo de enfrentar?” " : Depois que se apresenta 0 problema, se encontramos uma so- Juco para ele, tomamos uma decisio que servird de guia para todas as outras decisées sobre 0 assunto. Isso pode ser feito através da selegio de a) determinados valores que servirio como critérios para decisses posteriores, b) de determinadas classes de conhecimentos empiricos, considerados relevantes para as decisOes poster c) determinadas alternativas de comportamento que sejam as que necessitam ser estudadas para escolhas posteriores. a) A especializagio das fung6es administrativas, cada uma das quais um objetivo proprio, gui arte da organizagio uuno R'realizagio de uma" série rei ores. A aceitagio da “redugio dos prejuizos causados por incéndios”, como objetivo do corpo de bombeiros, significa 0 estabelecimento de um critério de valor que guiaré todas as decis6es do comandante da corporacao. b) Em muitas esferas tomam-se decisées gerais, relativas a fatos que deveriam ser tomados em consideragio na tomada de qualquer decisio subsidifria. O engenheiro, por exemplo, dispée de uma rotina ‘para calcular se 0 desenho de determinada ponte permite a incluso do fator de seguranga requerido para suportar as tensdes que sofrer4. ©) FE muitos campos, igualmente, em que as dectates eras de- terminam as alternativas de comportamento que devem ser conside- radas quando se tem que efetuar uma escolha especifica. Um time de futebol entra em campo com um repertério definido de jogudas ‘que poderio ser utilizadas no momento apropriado. Um policial é treinado para responder, quando a lei infringida, com a prisdo, a adverténcia, ou a dentincia, Os mecanismos psicolégicos pelos quais esses critérios gerais, moviamante egtabelodides, Fedom ber aplcados uum problewas ime: liato de escolha, ja foram explicados.'? Pela criagdo de estimulos internos e externos, essas decisbes prévias determinam a forma com que a mente deve sesponder a situagdo especifica da escolha. Essa redugéo da area da atengéo contrasta flagrantemente com 2 érea mais ampla de referéncia relativa & tomada da decisdo prévia, con- troladora, Em outras palavras, 0 conjunto de fatores que se tomam em consideragio quando se resolve que “se criaré um corpo de bombeiros, com a finalidade precfpua de diminuir os prejuizos cau- sados por ineéndios", difere 8o conjunto de fatores que levam um Dombeiro a decidir que “seria melhi polegadas de diametro a este hidrante”. jcagio de decisdes permite que cada escolha seja guiada, direta ou indiretamente, por Eonsideragées muito mais amplas de fatores racionais do que seria possivel se tivesse que ser tomada na hora sem 0 beneficio das con- sideragGes prévias. Isso nos leva ao conceito de comportamento pla- do como o meio mais adequado de manter um alto grau de racionalidade. ligar uma mangueira de 24 (© PROCESSO DE PLANEJAMENTO Os processos psicolégicos envolvidos no planejamento consistem na selegio dos critérios gerais de escolha, e, subseqtientemente, seu de~ talhimento para apliciclos a situagdes especifics.* Um ‘engenheiro projetista seleciona como seu objetivo a construgio de uma estrada de ferro, ligando as cidades A e B através de uma regiio monta- MCh MacManos, Must ¢ Ose, op. cits 9 1 A peicologa dot decttes adminiet 10a nhosa. Depois de um exame preliminar da topografia di ele seleciona duas ou trés rotas que Ihe parecem mais seguir, toma cada uma dessas rotas como 0 seu novo obj objetivo intermediério, aliés, e 0 discrimina ainda mais, usando ma- pas topogrificos mais detalhados. Seu processo mental pode ser descrito como uma série de im- plicagées hipotéticas do seguinte teor. “Para ir de A para B, as rotas 1, 28 parecem mais exeqiiiveis do que as outras; se eu seguir a rota 1, 0 plano 1a parece ser pref se seguir a rota 2, o plano 2a; se seguir a rota 8 0 plano Sa", e assim por diante, até que os minimos detalhes do desenho de dois ou trés projetos alternativos sejam traga- dos. Sus escolha final serd entre essas alternativas detalhadas. Esse processo de raciocinio pode ser contrastado com uma inica escolha entre todas as rotas possiveis. Esse. ultimo método é ditado pela légica, e 0 “nico capaz de garantir que a decisio final 6 a melhor. Por outro lado, esse método requer que todos os planos pos- siveis sejam claborados com todos os detalhes, antes de se tomar qualquer decisio. A impossibilidade pritica de tal processo & evi- dente. O processo de planejamento é sem diivida, um processo de conciliagao, no qual somente as alternativas mais plaustveis sio mi- nuciosamente descritas. ‘Vejamos outro exemplo. Imaginemos o problema envolvido na selegao do local para a construcao da barragem de um reservatério. ‘A fim de simplificar raciocinio, suponhamos que o objetivo visado seja estocar a um custo reduzido certo volume dagua e que a gua guardada acima do montante especificado nao ter nenhum valor. Normalmente 0 problema real nao é tio simples. Pode-se calcular 0 ‘custo de construgéo da barragem com a capacidade requerida para cada ponto ao longo do rio. Para se fazer uma estimativa mais acurada, porém, seriam necessArios estudos detalhados das condigses do subsolo em cada ponto, Somente apés essas providéncias é que se poderia compilar essa enorme colegao de estimativas de custos ¢ selecionar o Jocal mais barato para a construgao da barragem. Na vida real, porém, o engenheiro age de maneira diferente. Por meio do estudo de um mapa topogrifico, seleciona, de saida, meia duizia de locais plaustveis para a construgao da barragem, excluindo ‘os demais. Possuindo suficiente familiaridade com o problema dos custos de construcio, sabe, com certo gran de seguranga, que qual- quer outro local que viesse a escolher teria 0 custo de construgao terreno, 208 HEREERT SIMON —EE==E muito mais alto. Ato continuo, faz uma estimativa aproximada dos custos do reservatério para cada um dos possiveis locais, imaginando condigSes normais do subsolo. Finalmente, seleciona 0s locais mais promissores e realiza estudos cuidadosos do subsolo como base para 6s céloulos finais. Em cada paso desse proceso h4 sempre uma chance de que (© local mais desejével para a barragem seja climinado sem uma ani- ise completa. O engenheiro deve ter muita habilidade para deter- minar o grau de aproximagio tolerdvel em cada uma de suas etapas. A FUNGKO DA ORGANIZAGKO SOCIAL, Conforme ja mencionamos diversas vezes neste capitulo, os meca- nismos integradores do comportamento podem ser interpessoais. Se eoncebermos as organizagées ¢ as instituigdes sociais com de comportamento grupais, num sentido genérico, nao é di preender que a participago do individuo em tais organizagbes © instituig6es pode constituir a fonte de algumas fundamentais e de repercussio. As i pela organizagao sobre o individuo podem ser de dois tipos: 2) As organizagSes e instituighes permitem que cada individuo do grupo forme sélidas expectativas quanto ao comportamento dos de- mais membros em determinadas condigdes. Tais expectativas cons- tituem um pré-requisito indispensével para uma consideragio racio- nal'das conseqiiéncias da agio num grupo social. b) As organizagées e as instituigSes proporcionam os estimulos as diretrizes da atengio que condicionam os comportamentos dos mem- bros do grupo, e que proporcionam a esses membros os objetivos intermediérios que estimulam a ago. Claro esté que nenhum sistema de comportamento social poderia sobreviver, se nao previsse e satisfizesse, de alguma mancira, 0s esti- mulos de fome, os desejos sexuais, e a fadiga de sous membros. Além desse ponto, os tivos institucionais esto sujeitos a uma variedade infinita e dificilmente poder-se-4 dizer que de de qualquer caracteristica inata do homem, Considerando que tais ins- Ch com a diseunsio de Sree sobre 4 retina organtzetva, op. cit, p. 1129. » Ch com o liv de Dawes, The Public and Ite Problems, p. 54. A prcclogia der decinSer adminsroticas 10s tituiges determinam em grande parte os parimetros mentais dos participantes, acabam por estabelecer as condigées para o exercicio dla docilidade e, por conseguinte, da racionalidade na sociedade hu- © nivel mais alto de integragio a que chega o homem consiste em tomar um grupo de instituicdes existentes como uma alternativa © em compari-la com outros grupes. Isto é, quando um homem volta sua atengio para o ambiente institucional que, por seu lado, proporciona a estrutura dentro da qual se desenrola 0 préprio pro, esso mental, esté considerando verdadeiramente as conseqiiéncias das alternativas de comportamento no nivel mais alto de integragao. Nao tem sido comum 0 pensamento nesse nfvel compreensivo, em todas as culturas. Em nossa civilizagio ocidental, tem-se confinado ae que tudo indica: a) aos escritos dos tedricos politicos utépicos ) go pensamento e obras relacionadas com os processos legislatives modermos.# A racionalidade humana recebe, por conseguinte, seus objetives ¢ integragbes do ambiente institucional em que opera e pelo. qual € mola, legislagio constitu, na nossa cultura democritica, a jetadora e julgadora dessas instituigdes. As organizagbes trativas talvez no possam reivindicar a mesma importiveia como depositarias dos valores humanos fundamentais, que as insti. tuigdes mais tradicionais como a familia. Nao obstante, com a cres- cente interdependéncia econdmica do homem, e com sua dependén- cia cada vez maior sobre a comunidade para'a obtengio de servicos s essenciais, a organizagio formal esta assumindo rapidamen- fe Importincia que mmea antes possufra. Isto nao de ter suas vantagens, pois as organizages administrativas so, geralmente, pla- pepe ¢ modiicndas com certa independéncia ¢ liberdade em Fico rradigfo que, apesar de estar longe de ser completa, dé-Ihes grande flexibilidade para enfrentar necessidades novas ‘com novos Tecursos, institucional em su ertudo recente, Man and: Seca Reconstruction, Kegan Pasly 1940, 9p 249-158 ro8 HERBERT SIMON Os sistemas de comportamento a que chamamos de organizacao ‘so imprescinds ‘4 consecugao da racionalidade humana num sentido amplo. O individuo racional é, ¢ deve ser, uma pessoa ites severos que a eragio th que ser abolidos, 0 ito nas suas decisdes a influéncia’ do grupo organizado do qual é membro. Suas decisdes nfo devem ser apenas ‘0 produto de seus proprios processos mentais, mas refletir também consideragdes mais amples @s quais compete ao grupo organizado dar forga. MMECANISMO DE INELUENCIAGAO ORGANIZATIVA Os meios de que se utiliza a organizagéo para influenciar as decisdes de seus membros jé foram esbggados no capitulo introdutério. Tendo em vista que serio objeto de uma andlise extensa, em capitulos pos- teriores, jrequerem, neste ponto, portanto, apenas breve discussio. a) A organizagdo divide o trabalho entre seus membros e, a0 atri- buir a cada um 0 cumprimento de determinada fungao, dirige e limita ‘a atencdo do individuo exclusicamente aquela tarefa. O administra- dor de pgssoal limita-se, por exemplo, ao recrutamento, treinamento, classificagao de cargos ¢ outras fungdes afins. Nao precisa preocupar- se com a contabilidade, com a compra de material, com o planeja- mento, ou com as atividades produtivas, embora estas sejam igual- mente indispensiveis ao sucesso da organizaglo, porque sabe que Jé esto sendo cuidadas em outra parte da mesma. b) A organizacao estabelece padrées de desempenho, Ao deci de maneiza definitiva (pelo menos para um certo periodo de term que determinada tarefa deverd ser executada de determinada mai ra, a organizagio poupa o individuo que a realiza efetivamente da necessidade de determinar, a cada momento, como aquela deverd ser feita. c) A organizagdo comunica as decisées de cima para baixo (assim ome laterabmente e para. alto) través de’ seus vérios esealdes, estabelecendo sistemas de autoridade ¢ influenciagao. A forma mais familiar desse processo hierarquia da autoridade formal, embora seja de igual importncia a atribuigao a determinados individuos da fangio formal de assessorame sessoramento, a qualquer organizacao real, de um sistema i Based em pai wo sas Formal, eateeeraas sieeeas onan 4), orgenizedo proporiona canis de comunicagto que se exten: em todas as alregbes © através dos quis fluem as" informagoe para @ tomada de deises Baer carte Golo or fama eae tals. Os primeiros se basciam, em parte, sobre as Hnhas da oh ‘em parte diferem delas, enguanto, que os segundos se acham estreitamente relaci se ach te relacionados com a organizacéo social in- 2) A rsanizacto treina « endoutrina sous membros, Este pr Bode ser ‘Genominado internalizagdo das influéncias, porque tnjeta a sareon| jos membros da organizagio os eritirion de deck tdqulte conhecinestos,habiidades, Sdentficntes ou zene Ihe'permitem tomar decises, tal como u orgenteagto deseiare toe the permitem onganizagio desejaria que © PROCESSO DE COORDENAGKO. Uma das prineipats Fungo Uma das prinipats fungses dessas influéncias organizativas, clonads, alés, neste capitulo © om outro anterior, consiste a asa gurRr a coordenagio das atividades dos membros da_organizagto, Conforme foi explicado, @ eficécia. de wm individ eealieagt de suas finalidades, em qualquer situagso so potderé mae ane nas de sua propria atividade, mas também aeseaieniel se slacona com ¢ que» outros individu est fazed, Em toda erent verno federal americano é um exemplo tarefa de harmonizar as atividader de um indivthes ou _unidade com as tarefs gut unidade com. a8 tarefas de outros toma-e uma dar mais s ‘As atividades bélicas t& os reaivar dlestagies em iiieose icas tém fornecido ex- predusto de gasolina de aviao pode eu idades. O responsdvel pela do pon i Se ae rae — compli com a tarefa do respo: sch obtanghs Poe (20 responsivel pela produgto de Doracha ‘A obtenen de, ago pra a marinha merce pode competir com obteneso de je guerra ou para tangues, A execugto de una HERBERT SIMON io militar em larga escala pode exigir a coordenagio nim see allo tempo, de uma grande lista de atividades preparatd- serene ilustragdes, como vemos, poderiam ser multiplicadas inde- finidamente. Vista do angulo do individuo que coordenagao envolve diversos element: Roce fnalidades intermedidrias com os de outras partes da orga- oe agao; a avaliagio, por ele, das alternativas que esto a0 seu ales: nizagie) gleance dos outros membros do grupo; @ suas expectativas quanto aos cursos de agio que os outros seguirdo, "sutocoordenacdo — Nas situagbes simples, 9 individuo pode coordenis suas atjwidades com as atividades dos demais através da sooo ebservagio do que estao fazendo. Num grupo de trés ou quatro Dintores que trabalham em conjunto, cada um deles pode realizar Bite do trabalho e o grupo inteiro pode trabalhar como uma. ed Bojocando-se cada um onde acredita que seus esforsos serao mai SRouees e interferirdo menos com os esforgos dos demais. Ocasional: 2 maior parte dos ajustes tence & organizagéo, 9 Pe gelagio dos objetivos © mente, uma prdem pode ser dada, mas ‘Scorrem silenciosamente ¢ sem discussio. ‘Quem quer que tenha observado como age um grupo desorsa nizado de pessoas numa situaglo de emergéncia, jé viu © comport: carat onganizado desse tipo. Certamente, se o grupo foi organizade previamento para 0 caso de mergencia, ou se um ou mais membros 0 grupo sic aceitos como Iideres, o mecanismo de coordena¢to Po- oc ErNP? muito mais complicado e envolveria ordens verbais. Na matoria das situagées, 0 realizagio acortada de, uma tarefa dua grupo de pessoas requer um grau mais elevado de coordeta- aa Eee oc Pocrio, por exemplo, que tots apliquem, simul ae ponte, seus esforgos na realizagio da tarefa. Mesmo sob tais cir: seam entias, a coordenagao pode nio ser deliberada nem envolver Shdens explicitas. Os varios membros do grupo podem meramerte crac s exe deles como 0 lider, ajustando os seus movimentos ao dele: see Store, por exemplo, com um grupo de pessoas que transportam uma pesada carga. ftuagées, em que & possfvel a autocoordenagio, re- capaz de observar os comportamentos a fim de ajustar-se a eles. Onde quer possivel, como séi ocorrer na “A pilectogia dat deciaSor administratieas 109 maioria das situagées relativamente complexas, a prépria organizagao deve proporcfonar a coordenagao. Alternativas Grupais versus Alternaticas Indiciduais. O individuo considera que a realizacio dos seus objetivos depende da linha de comportamento especial que ele segue. Para cada um dos cursos de ‘agio que se Ihe oferecem existe um grupo distinto de conseqiiéncias ou resultados. A escolha racional, conforme foi explicado, consiste na selegio e obtengio do resultado escolhido entre aqueles conside~ rados vidveis. Quando a escolha tem Ingar num grupo, as conseqiiéncias de um curso de agio passam a depender nao somente da selegio de uma alternativa especifica feita pelo individuo, mas também das selegées efetuadas pelos outros membros do grupo. Somente quando se tomam os comportamentos dos outros como constantes, isto é, de~ pois que surgem expectativas com respeito aos seus comportamentos, € que o problema da escolha assume uma forma precisa. Quando se formam tais expectativas, a vinica varidvel independente que perdura & a prépria escolha do individuo, e 0 problema da decisio se reduz a0 primeiro caso. ser culdadosamente distinguida da série de altematives oferecidas 20 individuo. Esta ultima constitui apenas uma subsérie da primeira, correspondendo, cada subsérie, a uma série distinta de comportamen- tos dos outros membros do grupo. A alternativa que o individuo se~ leciona realmerite e adota como seu préprio comportamento, pode ser bastante diferente da alternativa que poderia selecionar se pu- desse determinar antecipadamente o comportamento dos demais membros do grupo. Se as expectativas do individuo quanto a0 comportamento dos seus companheiros forem exatas, serao certamente bem diferentes da maneira que ele gostaria que seus colegas se comportassem. J& que a sua prépria decisio, para ser racional, deve relacionar-se com suas expectativas ¢ nfo com os seus desejos, ele deve visar néo aquela alternativa que ele prefere entre todas’ as possiveis para 0 grupo, mas & alternativa que ele prefere entre todas as possiveis para ele. A distingéo entre um plano de campanha que dependa de que © adversirio faca aquilo que desejamos, e um plano que depende de que o adversirio realize 0 que & correto, constitui um principio no HERBERT SIMON res, e, na realidade, de qualquer iva. Um plano do primeiro tipo nunca dé resultados, pois o seu sucesso depende da falsa pressuposicio de que o adver Sério ird fazer aquilo que, se quer que ele faga- Na vida real, os planos cujo sucesso dependem do comportamento que s¢ desejt que Varios individuos adotem é chamado utépico, pois néo explicam de que maneira esse comportamento desejado sera, ou poderd ser, rea- lizado. ‘Agora vejamos: quando todos os membros do grupo demonstram rreferéneia pelos mesmos valores ou_pelas mesmnas conseqiiéncias Bentre todos aqueles passiveis de realizagio pelo grupo, surge uma situagio tuito especial. Todos os bombeiros que combatem um céndio esto de acordo quanto a finalidade de seu comportamento em comum: apagar o incéndio tio depressa quanto possivel. Existe, esse caso, um conjunto de comportamentes| para os membrot do ue, do ponto de vista empiricamente objetivo, é 0 mais eficaz fact taiiagho daquele fim. Or membror 80 grape podem disco. dar quanto & melhor solugio, mas qualquer discordancia nesse sen- tido € puramente factual: € uma questéo de julgamento, nao de valores. A obtengio de methor resultado pressupée que cada membro do grupo conhece seu lugar dentro do esquema e esté preparado para realizar suas tarefas, juntamente com 05 demais. Mas, a menos que as intengdes de cada membro do grupo possa ser comunicada aos outros, tal coordenagao dificilmente & possivel. Cada um deles ba- sear sou Gomportamento na sua expectativa de comportamento dos outros, sem ter certeza, porém, de que esses se ajustaro a qualquer plano preconcebido. Por falta de coordenagao formal, 0 resultado sera fortuito. A antocoordenagio, sob condigdes mais praticas, & infinitamente menos eficaz do que um esquema preestabelecido de agéo que livra cada membro do grupo da tarefa de prever 0 comportamento dos outros de modo a que sirva de base para o seu proprio comporta- mento. ‘A comunicagio é essencial, portanto, nas formas mais complexas de comportamento cooperative. O processo de coordenagdo nesses casos consiste em pelo menos trés etapas: a) 0 desenvolvimento de um plano de comportamento para todos os membros do grupo (e istrtioae a n grupo de planos individuais para cada membro); b) a commanicagto & a smembro ths pe es mals importantes es iat : ejo de todo: icipantes de permitir que seu com- portamento seje’ guiado. pelo planoy Cee __, Esse processo nao € diferente daquele pelo qual o in snc ae ef Aim dagule elo alo tn tegracio do grupo, a comunicagio preenche os claros ~ proporci nando 0 tecido nervoso por assim dizer — decorrentes da auséncia le uma conexdo orgiinica entre os individuos. © Plano do Grupo. A idéia de um plano para o cor de um grupo ago envolve nenhuina noeko mbtafises sobre eke ‘téncia de uma mente grupal. £ muito mais uma especificagio de como Se conduziré certo niimero de pessoas, do que de como ‘ums pessoa leve comportar-se. © plano existe no papel, ou na mente dot indie vidios que o criam. Esses individuos podem ser numerosos, ow edu. zidos; podem pertencer ao grupo, ou nao. Tudo o que se exige é que, antes da sua execugio, o plano seja comunicado aos. membros do grupo que vio realizé-lo. - Até 0 momento, temos presumido que um plano seré realizado somente quando os membros do grape estejam pericitamente ae acordo sobre qual dentre todas as possibilidades disponiveis gosta iam de ver concretizada. Na realidade, isto nfo é imprescieti A coordenagio grapal é possivel em muitos casos onde existe grande variedade de opinides entre os individuos acerca do que é dtimo, Tudo que se necessita é que eles estejam de acordo em aceitar um plano ao invés de uma alternativa que estaria a0 seu dispor como indictdues se no cooperassem.* a Considerando que o int a pare-o presente estudo so mutt 1nenos as razbes por que os individues cooperam do que © mecanis. mmo que forme possvel a cooperasio, poderos interromper aq o assunto do plano do grupo porque seri analisado de maneira ma fextensa no capftulo seguinte, eee me & Monn servi-se de ina fomma envema desta proposiego pera a esoieacio ocial pode mersir mesmo Je tun tado Ge bellum onium onra omsee Otiacs tececor adepton de tera cs meimete occ, sate andi, Mawnan & Coy 82 edu 1984, parclamente Lies Th ease whe Hie HERBERT SIMON Comunicagdo. Decisdes organizativas de natureza geral podem controlar 0 comportamento do individuo unicamente por meio dos ‘mecanismos psicolégicos que aplicam os valores e os conhecimentos a cada decisio individual no tempo e no momento em que esta é tomada. Existe no comportamento grupal uma necessidade semelhan- te de comunicar 0 plano do grupo para aqueles que vao realizé-lo. Isso no significa que todo o plano deve ser comunicado, mas que cada individuo deve saber 0 que tem de fazer. Nenhuma fase do proceso administrativo é geralmente mais ig- norada, ou precariamente realizada do que a tarefa de comunicar decisdes. Freqiientemente, ordena-se que, planos sejam postos em aco sem levar em conta a maneira como influem no comportamento de cada membro do grupo. Os manuais de servigo sio divulgados sem qualquer preocupagao posterior, de verificar se 0 seu contetdo guia os individuos nas suas decisbes. Os planos da organizagao sio tragados no papel, embora os membros dessa ignorem 0 plano que pretende demonstrar ou descrever suas relagées. Ocorrem falhas de comunicago sempre que se esquece que 0 comportamente dos individuos & 0 instrumento de que se vale fa organizacio para alcangar os seus propésitos. O que se deve inda- Bar com relagio a todo processo administrativo é 0 seguinte: de que maneira a comunicagio influencia as decisGes dos individuos? Se nao existe comunicagio, a resposta deve ser sempre a mesma: nfo as influencia de maneira alguma. ‘A Acéitagdo do Plano. A etapa final da coordenagao consiste na aceitacdo por parte de cada membro da organizagio de sua parte no plano do grupo. O problema de assegurar essa aceitago seré 0 tema principal dos dois préximos capitulos. 5.4. Sumirio No decorrer deste capitulo examinamos os limites e as possibilidades da racionalidade humana, Vimos que os limites da racionalidade de- correm da incapacidade da mente humana de aplicar a uma decisio todos os aspectos de valor, conhecimento © comportamento que po- deriam ter impor ‘para uma decisio. O modelo de escotha dos eres humanos € muitas vezes mais parecido com o sistema de esti- mulo-resposta do que com uma escolha entre alternativas. A racio- A prcologie dat decke adminiraioas ue nalidade humana opera, dentro dos limites de um ambiente psicolégico. Esse ambiente impde ao individuo, a guisa de pressu- ostos, uma selegdo de fatores sobre os quais deve basear suas deci- s0es, No obstante, os préprios estimulantes da decisio podem ser controlados, de modo que sirvam a finalidades mais amplas, podendo uma seqiiéncia de decisdes individuais ser integrada num plano bem concebido. © controle deliberado do ambiente da decisio permite nfo so- mente a integracio da escolha, mas também sua Socializagdo, As instituigdes sociais podem ser consideradas como a sistematizagio do comportamento dos individuos através da sujeigio de seus compor- tamentos aos sistemas de estimulos que Ikes foram socialmente im- postos. E nesses modelos ou sistemas que se deve encontrar uma compreensio do sentido ¢ da fungio da organizagio. HERBERT SIMON J 6. 0 equilibrio da organizagao No capitulo anterior descrevemos alguns mecanismos que permitem fa integragao do comportamento do individuo com o resto da orga- nizagto da qual faz parte. Nao obstante, esses mecanismos no explicam, de maneira alguma, por que motivo o individuo aquiesce ‘em participar do grupo organizado e submete seus objetivos pessoais aos objetivos estabelecidos pela organizacéo. Uma organizacio_é, afinal de contas, um conjunto de pessoas, ¢ 0 que ela faz € realizado por essas pessoas. As atividades de um grupo de pessoas tornam-se organizadas unicamente na medida em que essas permitem que suas decisdes e seu comportamento sejam influenciados pela participagio nna organizacio. 6.1, Or slicientes Oaspecto principal da participagio dos individuos na organizagio reside nos comentérios que fizemos no capitulo 1 com referéncia a0 grupo organizado como um sistema em equilibrio. Os individuos estéo. dispostos a_participar de uina organizacio sempre que suas atividades dentro dela contribuam, direta ou indiretamente, para sous prépri vos pessoais. A cor Jo é dita direta sempre que 6s objetivos da organizagio possuem um valor pessoal diseto para 0 ‘duo; exemy ico disso é a qualidade de membro de uma igreja. A contribuigio é dita indireta sempre que a organizagio ofe- rece vantagens pessoais — de natureza financeira ou de outro ti para 0 individuo comé pagamento pela sua disposigdo de contribuir com seu esforgo em prol da organizagio. O emprego numa empresa privada, por exemple, ilustra bem esse fato. Algumas vezes essas re- compensas.pessoais relacionam-se diretamente com a importincia € © equubrio da organicapio us

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