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Artigos Brasil- I

ARTIGOS DO ARQUIVO DO ANTIGO SITE INTERACTIONS-ONLINE


15/02/2009

O Instituto Tapiaim - Turismo de base


comunitaria
Comentário de Hugues de Varine: Atividades de ecoturismo em Curuçá Curuçá, um
pedaço da Amazônia no litoral paraense. Contacto : Wherlleson Galvão
tapiaim.ecotur@ymail.com http://institutotapiaim.blogspot.com

Curuçá é uma cidade fascinante, onde inicia sua história no ano de 1652 com a chegada
dos padres JesuÃtas da Companhia de Jesus que vieram de Portugal para catequizarem essa
região, e guarda uma das mais ricas manifestações culturais do Pará. Suas lindas praias
e rios de águas cristalinas encantam quem vem desfrutar desse paraÃso amazônico no litoral
atlântico paraense. Mas esse paraÃso é muito frágil e precisa de pessoas que ajude na
sua conservação. Por esse motivo no ano de 2006, alguns jovens curuçaenses se
reuniram com o Sr. João Meirelles do Instituto Peabiru e discutiram idéias de se organizar
uma juventude consciente, e lhes ofereceu um curso de Monitores de Ecoturismo e de Agentes
Ambientais, realizado pelo mesmo instituto e patrocinado pela Petrobras e Governo Federal.
Depois da realização do curso, alguns desses jovens reunião-se constantemente para
discutirem, estudarem e também procuravam descobrir o que realmente queriam. E como
surpresa para o Instituto Peabiru, esses jovens, filhos de pescadores, agricultores e
educadores de Curuçá, se organizaram e criaram o Instituto Tapiaim que tem como alguns
de seus objetivos, Promover o Ecoturismo de Base Comunitária na Reserva Extrativista Mãe
de Curuçá, Resgatar a cultura, a história e a conservação do meio ambiente. O trabalho
que o Instituto Tapiaim está realizando no momento é o Ecoturismo de Base Comunitária,
com excursões para a praia da Romana, trilhas na comunidade de Murizinho, nas
comunidades de Recreio e Pedras Grandes na Ilha de Fora e outras. A Romana ficou mais
conhecida através de ações de turismo de base comunitária. Em parceria com a Casa da
Virada, projeto da ONG Instituto Peabiru, a comunidade criou roteiros de ecoturismo e
contribuiu para a fundação do Instituto Tapiaim, que organiza as trilhas e conduz os
visitantes na Reserva Extrativista Mãe Grande, mostrando as belezas e riquezas do mangue
e a cultura dos pescadores e catadores de caranguejo que vivem no local. A iniciativa é tão
pioneira que representantes do Instituto Tapiaim, todos curuçaenses, foram participar no
mês de julho de 2009, do IV Salão de Turismo Anhembi, em São Paulo. O trabalho
realizado em Curuçá atraiu o interesse de muitas pessoas e também especialistas da
área. O Instituto Tapiaim é um dos 50 projetos de turismo de base comunitária
selecionados para receber apoio do Ministério do Turismo. Com menos de um ano de
trabalho, o Instituto Tapiaim já levou para a Praia da Romana aproximadamente 100 turistas.
Cerca de 70% foram estrangeiros. O primeiro grupo foi de estudantes canadenses. Os roteiros
são comercializados por duas operadoras de ecoturismo, a Estação Gabiraba de Belém
e o Turismo Consciente de São Paulo. Os monitores do Tapiaim conduzem os visitantes nas
trilhas, preparam a hospedagem e mostram como se vive na região. Os passeios incluem
almoço de comidas regionais com a comunidade, banho de igarapé e praias, passeio pelo
mangue e parada para ver gaivotas, maçaricos e gaviões. É possÃvel conhecer
também a produção artesanal da farinha. A hospedagem é feita em casas rústicas,
mas bem preparadas para receber os turistas. É uma experiência de imersão na cultura de
pescadores, catadores de caranguejo, marisqueiras e pequenos agricultores.

09/12/2009
Clubes sociais negros no Brasil
Comentário de Hugues de Varine: CLUBES SOCIAIS NEGROS: LUGARES DE
SOCIABILIDADE DAS ELITES NEGRAS URBANAS NO Artigo publicado na Revista Mix
Idéias – Diário de Santa∗PERÍODO PÓS-ABOLIÇÃO Maria, em 8 e 09 de agosto de 2009.
Giane Vargas Escobar (*) / Júlio Ricardo Quevedo dos Santos (**) Os Clubes Sociais Negros
são espaços associativos do grupo étnico afro-brasileiro, originário da necessidade de convívio
social do grupo, voluntariamente constituído e com caráter beneficente, recreativo e cultural,
desenvolvendo atividades num espaço físico próprio. (Oliveira Silveira ∗∗(1) e Comissão
Nacional de Clubes Sociais Negros, fevereiro de 2008). * Especialista em
Museologia/UNIFRA, Mestranda em Patrimônio Cultural/UFSM, Diretora Técnica do Museu
Treze de Maio/Santa Maria/RS, representante da Comissão Nacional de Clubes Sociais
Negros/RS/SEPPIR, ativista do Movimento Docente do Departamento de∗∗∗Negro. E-mail:
giane.vargasescobar@gmail.com ** História e do Mestrado em Patrimônio Cultural da
Universidade Federal de Santa Maria; Doutor em História Social pela USP, orientador do
Projeto da acadêmica do Mestrado em Patrimônio Cultural/UFSM, Giane Vargas Escobar,
intitulado: “Clubes Sociais Negros: lugares de memória, resistência negra, patrimônio e
potencial”.

A origem dos Clubes Sociais Negros é anterior a abolição da escravatura, em 1888. Podemos
citar o “Floresta Aurora” de Porto Alegre, Clube Social Negro mais antigo do país, em atividade,
fundado em 1872. Eles surgiram como um contraponto a ordem social vigente, além de
constituírem-se num local de sociabilidade e de lazer para a população negra, que era
impedida de freqüentar os tradicionais “clubes sociais brancos”. Além disso, tinham como
objetivo angariar fundos para o pagamento da liberdade dos trabalhadores negros
escravizados, auxiliar nas despesas com funeral e na educação de seus associados, atuando
de forma incisiva na luta contra a escravidão e a discriminação racial. A maior parte destes
espaços, que se proliferaram pelo país, como um espaço demarcador de “fronteiras étnicas”
são encontrados também em Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, sendo
construídos e idealizados, em especial, no período pós-abolição. O Rio Grande do Sul é a
maior expressividade deste segmento, com 53 Clubes Sociais Negros, mapeados e
cadastrados pelo Museu Treze de Maio de Santa Maria/RS, através de pesquisa realizada no
período 2006-2009. Os grupos étnicos são vistos, segundo Barth (1998, p. 30) como uma
forma de organização social e dessa maneira definir-se enquanto pertencente a um grupo
étnico, pressupõe a característica da “auto-atribuição e atribuição por outros” a uma categoria
étnica. Nesse sentido, na medida em que as pessoas se utilizam das identidades étnicas para
se auto-identificar ou ainda identificar a outros, com objetivos de interação, eles formam grupos
étnicos organizacionais. Assim, os Clubes Sociais Negros constituíram-se enquanto “lugares”
de distinção de uma “raça”, dos negros empoderados pela mobilidade social proporcionada
pelo trabalho remunerado viabilizado, em especial, pelo advento da Ferrovia, que impulsionou
e desenvolveu o Brasil ao longo dos séculos XIX e XX, permitindo aos trabalhadores negros
também construírem os seus espaços de poder e de sociabilidade. É importante ressaltar que
“raça” no sentido biológico do termo não existe, mas ela prevalece sob o ponto de vista de uma
construção histórica, cultural e política das elites dominantes que se utilizam de um discurso
racial para manipular ideologicamente as diferenças fenotípicas entre os grupos humanos, de
maneira a legitimar a dominação das “raças” supostamente superiores sobre as “raças”
supostamente inferiores, impedido assim que determinados grupos como negros e indígenas,
tenham mobilidade social em uma sociedade que se diz pluriétincia e multicultural como a
sociedade brasileira. Estudar e refletir sobre “raça” é importante, pois não é um “dado
absoluto”. Segundo Zanini, em “Por que “raça”? (2007, p. 6) para a Antropologia, talvez, a
riqueza resida justamente nessa multivocalidade classificatória que o termo “raça” invoca em
diferentes contextos. Mas que elite negra era essa? Uma elite de um grupo discriminado? Uma
elite que não tinha acesso aos mesmos lugares que seus pares profissionais, embora tivessem
um nível econômico visivelmente superior ao da maioria dos negros da época? Talvez,
conforme afirma Giacomini, em a Alma da Festa (2006, p. 92-93), “uma elite que somente se
afirma na solidão, separada dos brancos por imposição destes, separada dos demais negros
por exigência do próprio projeto de afirmação da distinção”. OS CLUBES SOCIAIS NEGROS
DO BRASIL E A APROVAÇÃO DE DEMANDAS HISTÓRICAS NA II CONAPIR 2009 A II
Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, realizada em Brasília no período de
25 a 28 de junho de 2009, foi um marco histórico para os Clubes Sociais Negros do Brasil, pois
deu visibilidade, avalizou e respaldou as principais diretrizes e demandas construídas durante o
I Encontro Nacional de Clubes e Sociedades Negras realizado em Santa Maria, em 2006. Em
2005, por ocasião da I Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, foi deliberado
pela necessidade de ações que viessem a promover e salvaguardar os espaços dos Clubes e
Entidades Sociais Negras, tendo em vista a maior parte desses organismos revelarem
sintomas de debilidade, desestruturação, problemas de gestão e perigo de desaparecimento, a
exemplo de tantos que sucumbiram. Diante deste cenário, é que em 2006, numa iniciativa do
Governo Federal, através da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
– SEPPIR, Museu Treze de Maio e Prefeitura Municipal de Santa Maria ocorreu neste
município, o I Encontro Nacional de Clubes e Sociedades Negras. Neste Encontro foram
construídas e deliberadas as principais demandas para a preservação e salvaguarda dos
espaços dos Clubes Sociais Negros descritas na “Carta de Santa Maria” (2006); além da
constituição de uma Comissão Nacional dos Clubes Sociais Negros, que no decorrer desses
três anos vem realizando ações para o encaminhamento das demandas levantadas e descritas
nesta Carta. Durante a II CONAPIR, a delegação gaúcha - com representantes de quilombos,
clubes sociais negros, comunidades de terreiro e lideranças do movimento negro realizou uma
série de reuniões com representantes do Governo Federal e Estadual, mobilização que
garantiu uma agenda com o Ministro Edson Santos e sua posterior presença no Estado do RS
no segundo semestre de 2009. Cerca de 1500 participantes presentes na II CONAPIR 2009
aprovaram na íntegra as demandas apontadas pelos Clubes Sociais Negros, que foram para o
Relatório Final da Conferência, dentre elas destacamos: • Garantir o reconhecimento aos
Clubes Sociais Negros, como Patrimônio Histórico e Cultural Afro-Brasileiro, com
encaminhamento para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/IPHAN e
Fundação Cultural Palmares, conforme os Artigos 215 e 216 da Constituição Federal de 1988; •
Garantir aos Clubes Sociais Negros a implementação de ações afirmativas a serem
desenvolvidas nos clubes e sociedades negras, como: inclusão digital, geração de trabalho e
renda, esporte, reforço escolar, curso preparatório para concursos e pré-universitário,
contemplando a comunidade negra, em todos os níveis de ensino – alfabetização,
fundamental, médio e superior; • Garantir ao movimento Negro e aos Clubes Sociais Negros
capacitação de gestores nas áreas de administração, planejamento estratégico, de museologia
comunitária e elaboração de projetos, através de cursos específicos para captação de recursos
e o cumprimento da legislação fiscal vigente; • Criar Edital específico para mapeamento do
patrimônio material e imaterial dos Clubes Sociais Negros dentro do Programa Nacional do
Mapeamento do Patrimônio Imaterial/IPHAN, Cultura Viva - Pontos de Cultura/Ministério da
Cultura/MinC; • Criar, no Ministério da Ciência e Tecnologia, políticas de ações afirmativas nas
instituições de ensino para o Movimento Negro, Clubes Sociais Negros e que contemple os
pesquisadores negros com: inclusão digital, geração de trabalho e renda, esporte, reforço
escolar, curso preparatório para concursos e pré-universitário, em todos os níveis de ensino
alfabetização, fundamental, médio e superior. Em outubro de 2009, deverá ocorrer na cidade
de Sabará – MG, o II Encontro Nacional de Clubes Sociais Negros, que está sendo articulado
pelo Governo Federal/SEPPIR, Comissão Nacional dos Clubes Sociais Negros (2) , Prefeitura
Municipal de Sabará, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas e PUC –
Minas. Espera-se com este Encontro dar continuidade aos programas, projetos e ações
coletivas, ganhando visibilidade e força, no sentido de reafirmar-se enquanto importante
política social do Governo Federal no âmbito das relações étnico-raciais e de promoção da
igualdade, bem como vislumbrar o reconhecimento destes “lugares de memória e resistência
negra”, enquanto Patrimônio Cultural Afro-Brasileiro. (1) Poeta, escritor, ativista do Movimento
Negro, idealizador do “20 de Novembro” como Dia Nacional da Consciência Negra e
idealizador do Movimento Clubista. (2) A Comissão Nacional de Clubes Sociais Negros foi
instituída em novembro de 2006, durante o 1º Encontro Nacional de Clubes Sociais Negros,
sendo representada pelos seguintes Clubes/Estados: Sociedade Cultural Beneficente Floresta
Aurora/RS – Luis Alberto da Silva; Museu Treze de Maio/RS - Giane Vargas Escobar; Clube 28
de Setembro/SP – Kelly Cristina da Silva; Instituto Mundo Velho/MG – Kelly Cardozo; Clube 25
de Dezembro/SC – Armando Romualdo Farias e Renascença Clube/RJ – João Carlos Martins.
A representante da SEPPIR é a Técnica em Assuntos Culturais, Renata Melo Barbosa e até
1º/01/09, atuava ativamente como interlocutor junto à SEPPIR, o poeta e escritor Oliveira
Silveira, que veio a falecer nesta data. ____________________________________
Referências Bibliográficas: BARTH, Frederik. Grupos Étnicos e suas Fronteiras. IN: Teorias da
Etnicidade. POUTIGNAT, Philippe et al. São Paulo: UNESP, 1998. p. 187-227. GIACOMINI,
Sonia Maria. A Alma da Festa: família, etnicidade e projetos num clube social da Zona Norte do
Rio de Janeiro – o Renascença Clube. Belo Horizonte: Editora UFMG. Rio de Janeiro: IUPERJ,
2006. 308 p. PAIM, Lisandro. Clubes Sociais Negros aprovam demandas históricas na II
CONAPIR. Jornal de Gravataí. Rio Grande do Sul, 9 jul. 2009. p. 12. ZANINI, Maria Catarina
Chitolina, (org.). Por que “raça”?: breves reflexões sobre a questão racial, no cinema e na
antropologia. Santa Maria: Ed. UFSM, 2007. 280 p. QUEVEDO, Julio; DUTRA, Maria Rita Py
(orgs). Nas Trilhas da Negritude: consciência e afirmação. Porto Alegre: Martins Livreiro-Editor,
2007. 184 p.

17/11/2009

Travessia - Expedição 2009


Comentário de Hugues de Varine: TRAVESSIA Expedição 2009 mostra a revitalização da
bacia do Rio das Velhas e a mudança de mentalidade Marcus Vinicius Polignano, Coordenador
Geral da Expedição In Manuelzão, n°52, Julho de 2009, p. 3 (Revista da Universidade Federal
de Minas Gerais – UFMG) Cette opération dans l'un des principaux affluents du Rio São
Francisco, fleuve majeur du centre du Brésil, rappelle, par sa méthode, l'opération Expedição
São Paulo 2004 dont il a déjà été parlé sur ce site. Contact: Prof. Marcus Vinicius Polignano
Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina. av. Alfredo Balena - Sta.
Efigênia - 30130-100 - Belo Horizonte, MG - Brasil - Telefone: (031) 32489818

Guimarães Rosa escreveu que o importante não é a partida nem a chegada, mas sim a
travessia. E que travessia! Por mais que se faça um relato minucioso, ainda séria impossível
descrever a riqueza da experiência que foi a Expedição pelo Velhas 2009 - encontros de um
povo com sua bacia. A começar pela equipe de mais de 100 pessoas, de diferentes áreas do
conhecimento, que compartilharam um sentimento único de trabalho coletivo em prol da bacia
do Rio das Velhas, consolidando na prática uma ideia de transversalidade e de universalidade.
0 que dizer da participação efusiva e efetiva das comunidades da bacia, membros de núcleos e
comitês e das escolas que estiveram presentes em todos os eventos, reunindo milhares de
pessoas ao longo dos 22 pontos de parada da Expedição? Não podemos deixar de mencionar
o apoio do governo do estado, das prefeituras e das empresas. Os FestiVelhas, com a
participação voluntária e vigorosa de movimentos culturais e de artistas, celebraram a
vitalidade cultural do povo do Rio das Velhas. As miniexpedições, partindo de diferentes
localidades, foram fundamentais para consolidar os encontros de um povo com a sua bacia. Os
sinais de melhoria do Rio das Velhas e do cumprimento das etapas estabelecidas pela Meta
2010 já puderam ser constatados. A principal e mais visível comprovação foi a volta do peixe
ao Rio. Os pescadores relatavam a presença abundante de matrinxãs e dourados. As crianças
nadavam na região do médio e baixo Velhas. 0 povo estava encantado com o Rio. A Meta
2010 já é um sucesso do médio Velhas até o rio São Francisco, que também é revitalizado
recebendo águas mais límpidas. Consolidamos a ideia de que é possível revitalizar um rio e um
povo, e que as águas são capazes de avaliar os resultados das políticas públicas, das práticas
ambientais das empresas, da agropecuária e da sociedade. Reafirmamos a ideia de que com
saneamento podemos promover a qualidade de ambiente, de vida e saúde. Redefinimos um
território de ação que rompe as fronteiras políticas, administrativas e ideológicas: a bacia
hidrográfica. Mostramos que, apesar da degradação ambiental e ética, outra lógica é possível,
baseada na solidariedade humana e planetária. Estamos mudando a história de um rio e de um
povo. Estamos tirando o Velhas da categoria de esgoto e requalificando-o na catégorie de rio
para navegar, pescar e nadar. A revitalização é irreversível. Mas nos queremos mais!
Queremos nadar na Região Metropolitana de Belo Horizonte e para isso se faz necessário
melhorar a situação do Ribeiro da Onça, fazer a desinfecção das águas que saem das
Estações de Tratamento de Esgoto de Belo Horizonte e o tratamento em Sabará e Sete
Lagoas. As bandeiras da Expedição foram o Planeta Terra e a Meta 2010, representando um
compromisso sem fronteiras, que não observa os limites geográficos e envolve propostas de
ações em todo o mundo. Que os esforços relativos à revitalização da bacia do Rio das Velhas
sejam capazes de desencadear processos semelhantes em outras bacias de Minas, do Brasil e
do Planeta Terra.

03/10/2008
Reconhecer, valorizar e transmitir a cultura
Guarani
Reconnaître,valoriser et transmettre laculture guaranie

Um projeto de valorização das culturas e intercâmbio de competências criativas entre


indígenas canadenses e brasileiros segundo uma abordagem participativa e comunitária

Un projet de valorisation des cultures et d'échange d'expertises créatives entre autochtones


canadiens et brésiliens dans une approche participative et communautaire

Contact: laboiterougevif@yahoo.commailto:Elisabeth_Kaine@uqac.ca

Em parceria com as comunidades guaranis do Rio de Janeiro (Sapukai, Araponga, Rio


Pequeno, Mamanguá, Paraty-mirim), o Museu do Indio, a FUNAI, os representantes de quatro
comunidades indígenas do Quebec (Canadá) e La Boîte Rouge vif (Universidade do Quebec
em Chicoutimi)

Resumo

Esse projeto inovador, iniciado por La Boîte Rouge vif, visa criar uma oportunidade para o
intercâmbio de conhecimentos e técnicas, bem como fomentar uma inspiração entre as
culturas indígenas canadense e brasileira. Esse projeto torna possível aos Guarani do Rio de
Janeiro beneficiarem-se da expertise desenvolvida por La Boîte Rouge vif na retomada da
gestão de seu patrimônio. Bem como da expressão da identidade indígena em uma
perspectiva de valorização cultural e desenvolvimento sustentável. Através de um inventário
participativo, os membros das comunidades Guarani são convidados, na primeira etapa, a
identificar os elementos de seu patrimônio cultural que desejam perpetuar, sejam eles materiais
ou imateriais. Na segunda etapa, os Guarani valorizam esses elementos através de diferentes
métodos de conservação e divulgação (fotografia,vídeo,materiais sonoros, etc)

Texto completo do diário do evento:


http://www.uqac.ca/alliance/2008/pdf/BRv_ACDI_Bresil2008_metho.pdf

Un projet réalisé en collaboration avec les communautés guaranies de Rio de Janeiro


(Sapukai, Araponga, Rio Pequeno, Mamangua, Paraty-mirim), le Museu do Indio, la
FUNAI, des représentants de quatre communautés autochtones du Québec (Canada) et
La Boîte Rouge vif (Université du Québec à Chicoutimi)

Résumé

Ce projet novateur, initié par La Boîte Rouge vif, vise à créer une occasion d'échange
d'expertises et à favoriser une émulation entre des communautés autochtones canadiennes et
brésiliennes dans le domaine de la préservation du patrimoine culturel, de la muséologie
communautaire et de la création (design, photographie, vidéo). Ce projet vise à permettre aux
Guaranis de Rio de Janeiro de bénéficier de l'expertise développée par La Boîte Rouge vif dans
la reprise en main par les communautés autochtones de la gestion de leur patrimoine et
l'expression de leur identité dans une perspective de valorisation culturelle et de développement
durable. Par le biais d'un inventaire participatif, les membres des communautés guaranies sont
amenés, dans un premier temps, à identifier les éléments de leur patrimoine culturel, matériel et
immatériel, qu'ils désirent perpétuer et, dans un deuxième temps, à les mettre en valeur par le
biais de divers outils de conservation et de diffusion (photographie, vidéo, bande sonore, etc.)

Texte complet du journal de bord et ilustrations:


http://www.uqac.ca/alliance/2008/pdf/BRv_ACDI_Bresil2008_metho.pdf
22/08/2008

Museus através da ação comunitária


Comentário de Hugues de Varine: Angela Tereza Sperb e Sussana Maria Mallmann Werle : Na
trilha dos lírios - escola e comunidade traçam seu futuro através do passado - Ed. Picada
Café, 2004 - 247 p.

Contact: Angela Sperb - atsperb@myway.com.br

Introdução

...........Para marcar as comemorações dos 180 anos da Imigração e Colonização Alemã no Rio
Grande do Sul, e os 160 anos da chegada dos primeiros imigrantes a Picada Café, o
Município, através da sua Secretaria de Educação, Cultura, Desporto e Turismo, decidiu
incrementar as ações de caráter histórico e cultural, investindo em Educação Patrimonial1,
tendo como meta a instalação de um Museu de Rua, ensaio para a criação de um Museu
Municipal. Para tal, foi contratada uma consultora que, pautada na proposta pedagógica e na
filosofia de trabalho educacional do município, traçou um piano de ações educativas e de
implementação dos Museus.

Os desdobramentos desse piano - e a forma como foi repercutindo na comunidade


escolar - foi apontando necessidades de adaptações e mudanças conceituais. Uma dessas
mudanças diz respeito à concepção de Museu.

Nos últimos anos tem-se tornado "moda" criar e inaugurar museus em praticamente todos
os municípios do interior do Estado. Geralmente, eles nascem ocupando uma sala junto à
biblioteca ou à própria Secretaria de Educação, e reúnem uma coleção de objetos antigos da
comunidade. No conjunto, eles se parecem muito2, tanto no seu acervo como na sua
organização. Quase todos enfrentam problemas de manutenção e pessoal técnico com um
mínimo de conhecimento para gerenciá-los. A falta de pessoal não esta necessariamente
relacionada à inexistência de pessoas capazes de trabalhar num museu - em muitos municípios estão
atuando professores com licenciatura em Historia, o que tem tornado esses espaços mais
dinâmicos, interessantes e interativos - senão na falta de recursos das prefeituras em manter um
corpo profissional mais qualificado.

Essa situação tem nos levado a trabalhar com a idéia de que esses pequenos museus
podem ser ativados e dinamizados através da intervenção das escolas - ou seja, se
subsidiamos o corpo docente com técnicas e metodologias de pesquisa, princípios básicos de
museologia e museografia, eles, junto com seus alunos, e outros voluntários da comunidade,
podem tratar de manter o museu não sô organizado, mas com permanentes "novidades"
através de exposições temporárias. Assim, além do trabalho na escola ser desenvolvido com
sentido e significado, porque parte da realidade da criança, esse trabalho tem uma repercussão
imediata na comunidade através da ativação do museu local.

Portanto, quando percebemos a forma como vinham se desenrolando as atividades, sentimos


a possibilidade de propor para Picada Café a criação de um Museu Comunitário. Essa idéia não é
nova. Em 1992 - quando da instalação do Museu Casa Schmitt-Presser, em Novo Hamburgo,
sendo o imóvel tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional - o agenciamento do Museu foi feito
por técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional3, além de pessoal do
Departamento de Cultura da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, de Novo Hamburgo, e a
Associação de Amigos de Hamburgo Velho. A Diretora do Museu Imperial, Maria de Lourdes
Parreiras Horta, entusiasmada com o grupo de pessoas que participaram das reuniões preliminares e
de organização do Museu, e sabendo que o tombamento do imóvel havia sido resultado de um
longo trabalho de mobilização da comunidade, entendeu que ali estavam as condições para
criar-se, no bairro de Hamburgo Velho, o "primeiro museu comunitário do Brasil". No entanto,
imediatamente apos a inauguração, o contingente de pessoal reduziu-se significativamente e houve
sérios problemas de articulação. Na verdade, não havia uma cultura, nem gente preparada para
trabalhar com museu comunitário.

Assim, quando, em 1993, integramos o grupo de professores da Universidade do Vale do


Rio do Sinos - UNISINOS, que desenvolveu uma proposta de educação cooperativa,
alinhavamos nossas primeiras idéias nesse sentido, buscando costurá-las, embora de forma
rudimentar, com as idéias de cooperativismo e educação cooperativa4.

Pode parecer que estejamos constituindo uma concorrência ilícita com profissionais e
especialistas da área. Mas não é o caso. Como sabemos das limitações financeiras das
administrações públicas e dos poucos recursos da iniciativa privada, disponíveis nas pequenas
comunidades, estamos, antes, pensando em alternativas de trabalho para esses profissionais -
ou seja, através de consórcios de pequenos municípios, podem ser contratados profissionais e
técnicos da aérea de museus (e arquivos, se for o caso) para trabalhar como facilitadores e
consultores, garantindo, assim, a idoneidade do trabalho. Nesse sentido, estamos propondo a
reunião de esforços e recursos para tratar da guarda, manutenção e divulgação de acervos culturais
locais e, em decorrência, ampliar o campo de trabalho para especialistas. Estamos, também,
"convocando" a comunidade a assumir, de forma sistemática, voluntária e co-operativa, a
responsabilidade pela sua história e sua memória, uma vez que a base, sobre e através da qual
se faz qualquer preservação e continuidade cultural, é a comunidade5. Como escreveu Miriam
Arroyo de Kerriou,

O museu comunitário devolve a palavra àqueles que têm silenciado e que têm
tanto a dizer, cuja história tem sido escrita por outras. Neste sentido se resgatam os
testemunhos e a história oral que foram passados de boca em boca através do
tempo com os mesmos significados. Este museu é participativo e de autogestão, é
a própria comunidade que decide onde deve estar localizado, o que deve conter e
como expressá-lo. Acaba por ser muito específico porque responde a seus próprios
recursos e interesses6.

Em Picada Café, convergiram vários elementos para que, com a Secretaria de Educação,
professores e professoras, alunos e alunas, fosse possível ir construindo a idéia de um Museu
Comunitário, pois, além da preocupação com a preservaç&o da memória e cultura local, o
Município esta integrado, desde o ano de 2000, ao Programa de Educação Cooperativa, A
União Faz a Vida7. Isso significa que, há quatro anos, vem sendo trabalhado, nas escolas, o
espírito cooperativo, solidário e de ajuda mútua e isso, numa comunidade que por tradição e
história vive o cooperativismo. Esses princípios são fundamentais para se pensar um Museu
Comunitário.

No entanto, qualquer preservação histórico-cultural,, para ser viável e receber um efetivo


apoio da comunidade, precisa estar inserida numa proposta maior de desenvolvimento do
município. Quando elaboramos a proposta do Museu Comunitário, pensamos integrá-lo ao
conjunto da riqueza arquitetônica e natural de Picada Café, perfilando-o como Museu
Comunitário de Percurso; assim, a partir do Parque Histórico Municipal Jorge Kuhn, o visitante
pode percorrer diversos roteiros que mostram a história, a cultura, as tradições locais e a
natureza exuberante. Esses elementos constituem-se na "matéria prima"8 de uma proposta de
desenvolvimento auto-sustentável através do turismo.

Desde 2002, as escolas de Picada Café desenvolvem um Projeta Caminhos e Trilhas9.


Foram identificadas as potencialidades e elaborados os roteiros. Esse trabalho tem tal nível e
qualidade, que o Município tem recebido visitas de cursos de graduação na área, para conhecer
de perto o que esta sendo feito. Portanto, enlaçar com esse projeta a Educação Patrimonial
não deixa de ser uma atividade pertinente. Pensar um tipo de museu e preservação patrimonial
através da industrie limpa do turismo, encontra, já nas escolas, as primeiras sementes. Cabe,
pois, ao poder público e as lideranças locais, junto com a comunidade, através de suas
associações, pensar um piano global de desenvolvimento sócio-económico-cultural, uma vez
que as bases educacionais estão colocadas. Esse piano não pode pôr em risco os elementos
que fazem dessa comunidade e desse município um lugar único e, por isso mesmo, atraente para o
visitante: sua gente, sua cultura, sua qualidade de vida, sua paisagem. A presença massiva de
visitantes-turistas implica contato permanente com culturas - valores, costumes, mundividências -
diferentes, que atuam e interatuam com a cultura local. E como escreve Rubén Del Valle Alvarez10,

das relações entre os valores culturais manifestados pelo anfitrião e os expresses


pelos visitantes, produz-se um impacto cultural em meio ao movimento turístico,
que pode ser positive se uma e outra cultura saem fortalecidas e enriquecidas a
partir de um ordenamento adequado dessas relações.

O que segue, pois, é o relata de uma experiência de Educação Patrimonial, no ano de


2004, que buscou atar e entrelaçar varies "fios" que vinham sendo tecidos, numa comunidade de não
mais de cinco mil e trezentos habitantes. Esse relato busca dar voz ao maior número possível de
atores que participaram das ações e dos eventos. O roteiro segue, de certo modo, a ordem dos
acontecimentos, embora os depoimentos percorram, cada um a seu modo, o período de
execução do trabalho.

Iniciamos com as colocações da Secretária de Educação, Cultura, Desporto e Turismo,


que expõe as coordenadas sobre as quais esta pautado o trabalho de educação no Município e de
que modo aï se insere a questão da Educação Patrimonial.

O segundo capítulo apresenta as ações próprias da proposta de Educação Patrimonial, das


oficinas com os professores, o acompanhamento nas escolas, à culminância com a realização
das duas edições do Museu de Rua.

Seguimos com os relatos e depoimentos dos professores que fazem considerações


sobre sua ação em sala de aula, na escola e na comunidade; a repercussão e significado do
trabalho para sua vida profissional e para o Município. Ilustramos com alguns trabalhos de
alunos para assinalar, palidamente, a riqueza e diversidade de ações, o empenho com que os
alunos assumiram as tarefas.

O quarto capítulo expõe a compreensão de Museu Comunitário de Percurso e alinhava algumas


sugestões de aproveitamento de espaces, em especial o Parque Histórico Municipal Jorge Kuhn,
além de roteiros propostos pelos alunos.

O envolvimento da comunidade escolar na preparação e organização do Museu de Rua I


revelou a possibilidade de trabalhos, em "mutirão", para a limpeza, manutenção e cadastramento
de acervos. No quinto capítulo, pois, relatamos essa experiência em duas situações: na Casa
Comercial Schmitt-Wittmann e na Capela Ecumênica Nossa Senhora da Visitação.

Concluímos com o registre de uma avaliação geral do trabalho e de sua repercussão, e


apontamos perspectives futuras. Em anexo, por sua pertinência com o relatado, colocamos o
levantamento das potencialidades turísticas de Picada Café, realizado pelos alunos da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Santa Joana Francisca.

As fotografias e os trabalhos de alunos que ilustram este livro, com exceção da


reprodução da foto de casamento da família Schaab, foram produzidos em 2004.

1
Esse termo foi usado pela primeira vez, no Brasil, por Maria de Lourdes Parreiras Horta, no I Seminario sobre Uso
Educacional de Museus e Monumentos, em Petrópolis, em 1983. Ver, também: HORTA, Maria de Lourdes Parreiras;
GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane Queiroz. Guia básico de educação patrimonial. Brasília: Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, Museu Imperial, 1999. No entanto, não nos remetemos à sua metodologia, embora ela conste
em nossas indicações bibliográficas.

2
Nos seminários que realizamos no interior do Estado, pelo Programa A União Faz a Vida, entre os anos de 1996 e 2002,
sugerimos que os museus locais fossem temáticos, enfatizando o que é mais próprio de cada município; e que
regionalmente os museus fossem complementares.

3
Participaram do agenciamento do Museu, além de técnicos do 1PHAN de Porto Alegre, técnicos do Museu Imperial e do
Museu Nacional, do Rio de Janeiro.

4
Ver SPERB, Ângela Tereza; RAMOS, Eloísa Capovilla da Luz. Estudos Sociais: Memória e cotidiano. In: F1ALKOW,
Miriam Zelzer (Coord.). A união faz a vida. Educação cooperativa: subsídios para professores de 1° grau. São
Leopoldo: UNISINOS, 1995.

5
Idem, p. 146-147.

6
KERRIOU, Miriam Arroyo. Museu, patrimônio e cultura: reflexões sobre a experiência mexicana. In: SÂO PAULO
(cidade); SMC, DPH. O direito à memória: Patrimônio histórico e cidadania. São Paulo: DPH, 1992. p. 96.

7
Esse programa de Educação Cooperativa é promovido pelo Sistema de Crédito Cooperativo do Rio Grande do Sul -
SICREDI.

8
Veja-se SESSA, Alberto. Turismo e política de desenvolvimento. Porto» Alegre: UNIONTUR, 1983. p. 36 e ss.

9
O Projeta Caminhos e Trilhas objetiva uma educação voltada para o turismo.

10
ALVAREZ, Rubén del Valle. El turismo en la política cultural latinoamericana. In: ICOM. Museus, patrimonio y turismo cultural.
Paris: Franly, 2001. Tradução nossa.

02/02/2009

El Tercer Taller de Museos Comunitarios de


América
Comentário de Hugues de Varine: Museos comunitarios, luchan contra exclusión social Debido
a las grandes diferencias económicas que los países llegan a concentrar, “los museos
comunitarios arraigan en sus bases una lucha para erradicar las diferencias sociales” Vidal
PINEDA VÁSQUEZ - 01/02/2009 (Information communiquée par Oscar Navaja
onavaja@nebrija.es)

Buscar el equilibrio social y eliminar cualquier tipo de diferencia racial que llegue ha existir entre
las culturas, es uno de los objetivos principales que buscan los museos comunitarios, señaló el
representante del Ecomuseo de Santa Cruz, Río de Janeiro, Brasil, Bruno Cruz de
Almeida. ................................................. http://www.imparcialenlinea.com/?
mod=leer&id=72632&sec=cultura&titulo=Museos_comunitarios,_luchan_contra_exclusi
%C3%B3n_social

21/08/2008

O Museu Treze de Maio (Sta Maria, Brasil)


Comentário de Hugues de Varine: A idéia de criação do Museu Treze de Maio (MTM) surgiu
em 2001, quando integrantes do Movimento Social Negro da cidade de Santa Maria e alunos
da pós-graduação em Museologia do Centre Universitário Franciscano vislumbraram, no
espaço ocioso da antiga Sociedade Cultural Ferroviária Treze de Maio (SCFTM), um museu
com temática africana e afro-brasileira. Com vistas a sensibilizar a comunidade santa-mariense
e chamar a atenção para a situação precária que se encontrava o "Treze" foi elaborado em
2001 o Projeto Kizomba (em Yorubâ significa festa de integração), composto por oficinas de
dança - afro, capoeira e dança de rua. A partir deste ano, a comunidade negra interessada em
criar o museu participou de eventos e empreendeu ações com objetivo de disseminar a
proposta, entre eles a Pré-Conferência Regional da Comunidade Negra de Santa Maria, a 1a
Festa das Etnias de Santa Maria, a 13a Semana da Consciência Negra, I° Conferência Estadual
da Comunidade Negra e o 1° Encontro Nacional de Clubes e Sociedades Negras.

Contact: museutrezedemaio@yahoo.com.br

O Museu Treze de Maio tem uma concepção diferente. Inspirado na nova museologia, tem
como objetivo ser um espace para o dialogo, para o lazer, para a transformação e educação.

Assim, o Museu Treze de Maio tem por missão pesquisar, coletar, preservar e difundir o
patrimônio material e imaterial do povo negro na região central do Estado do Rio Grande do
Sul, atuando como agente de transformação e afirmação da identidade negra no sul do país. O
MTM e a AMTM promovem atividades como reuniões do movimento negro, projetos artístico-
culturais e oficinas, tais como: dança afro, capoeira, percussão, dança de rua, artesanato,
culinária afro-brasileira, viabilizando a participação da comunidade como agente ativo das
ações.

A primeira publicação do MTM foi lançada em 13 de maio de 2003. A obra "Os Problemas de ]
únior", da escritora Maria Rita Py Outra, foi feita especialmente para crianças e tem um
enfoque na negritude, tendo como referência à Lei 10.639/03, que trata do ensino da história e
cultura africana e afro-brasileira no currículo escolar.

Outras obras foram editadas com a finalidade de contribuir com o processo educativo e
conscientizar a população.

Reconhecimento

O Museu Treze de Maio é o primeiro museu da cultura afro-brasileira cadastrado no Estado,


conforme Guia de Museus do Rio Grande do Sul, lançado em 2002 pelo Sistema Estadual de
Museus [SEM/RS]. No ano de 2006, Ano Nacional dos Museus, o MTM foi inserido no
Cadastre Nacional de Museus.

Associação

Com o intuito de viabilizar a proposta de implantação do MTM, foi fundada, em 27/12/2002, a


Associação dos Amigos do Museu Treze de Maio (AAMTMJ) que, como outras instituições de
amparo a museus, tem por objetivo apoiar, difundir e auxiliar as atividades do MTM.

Tombamento

No 101° aniversário da Sociedade Treze de Maio (13/05/2004) foi realizado ato solene do
tombamento provisório do prédio do MTM, no gabinete do Prefeito Municipal Valdeci de
Oliveira. Em 21/12/2004, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul reconheceu o prédio do
MTM como bem integrante do patrimônio cultural e histórico do Estado do Rio Grande do Sul.
Neste mesmo mês, o Poder Executivo Municipal homologou o tombamento municipal do prédio
do Museu.

Equipe Técnica

No ano de 2003, tomou posse a Equipe Técnica responsável pelo Projeto Museológico,
captação de recursos, promoção, financiamento, fomenta e resgate do patrimônio histórico-
cultural da comunidade negra, promovendo a visibilidade, a valorização e fortalecimento do
Museu enquanto um lugar de memória, identidade e resistência negra.
20/05/2008

EDUCACIÓN PARA EL DESARROLLO DE


SOCIEDADES SUSTENTABLES
México – VERACRUZ 2008

Anotações a partir do II Congresso Internacional de Casos Exitosos – 5 -8 de maio /2008

“EDUCACIÓN PARA EL DESARROLLO DE SOCIEDADES SUSTENTABLES”

Em um movimento crescente, a preocupação com o desenvolvimento e com a afirmação da


potência da educação na formação de sociedades sustentáveis, levou a Academia e
organizações públicas e privadas ao II Congreso Internacional de Casos Exitosos, em
Veracruz, Boca Del Rio , de 05 a 08 de maio passado. O Congresso é a segunda edição
organizada pela Universidade Veracruzana e pelo CITRO – Centro de Investigaciones
Tropicales e foi coordenado pela Dra. Maria Del Carmen Vergara Tenório.

Aponto aqui algumas considerações a partir do que observei no encontro que levou ao México
representações de vários países de diferentes continentes, a partir também da minha
comunicação na Mesa Redonda 12 – Educación y ética para sociedades sustentables-
Ecomuseos y museos comunitários: procesos de apropiación /gestión del patrimônio para el
desarrollo local y comunidades sustentables.

Odalice Priosti

UNIRIO / Doutorado em Memória Social

ABREMC – Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários

Ecomuseu do Quarteirão Cultural do Matadouro – Rio de Janeiro

Contact: odalice@openlink.com.br

Já nas “conferencias magistrales” se percebia o tom afirmativo do congresso, revelando


experiências exitosas de largo espectro no México, Honduras, Hawai, Malásia, Sudão e
Paraguai , todas confirmando quer na área de Governabilidade Ambiental (Políticas e
Legislação ambientais e Administração Pública) ou na de processos educativos (experiências
de formação ambiental nos diferentes níveis de aprendizagem, participação cidadã, a
importância da comunicação e difusão sustentadas pelas novas tecnologias e pelas diferentes
mídias e transmissão e apropriação da ciência e tecnologia para o manejo dos recursos
naturais em busca do desenvolvimento social e econômico) as preocupações das sociedades
com o futuro sustentável do planeta, somente possível com a participação direta de sociedades
co-responsáveis .

O eixo comum na maioria das experiências apresentadas era a participação comunitária e o


desenvolvimento local a partir dela, muito embora o aspecto econômico estivesse quase
sempre em maior destaque. Programas como AGUA PARA SEMPRE e QUALI (produção de
alimentos de alta qualidade nutricional), desenvolvidos na região de Tehuacán, México
ressaltavam o conceito de empresa social , onde a educação se faz na ação, na promoção de
ações educativas em uma região indígena e a economia se dá na opção pela idéia inovadora.
São experiências de criação que se consolidaram ao longo de 18 anos, desde sua concepção,
diagnose da situação , constituição de equipes e elaboração do projeto e execução. Na
experiência com pequenos agricultores em Honduras, a criação de um programa piloto em
1993 que levasse respostas ao problema de desmatamento e degradação ambiental na
CentroAmérica levou à formação dos CIALs – Comitês de Investigação Agrícola Local, no
início com nenhuma participação das mulheres, agora envolvendo cerca de 860 pessoas em
52 equipes de agricultores, das quais 43% são mulheres, da pesquisa de novas sementes, a
intensificação de produção alimentar com a conservação do solo, deixando muitas vezes
práticas tradicionais e buscando o novo, a experimentos para a criação de variedades
crioulas e o estabelecimento de bancos de sementes. As Feiras de Biodiversidade
demonstraram o orgulho de campesinos empoderados, fundamentados cientificamente, com
uma forte consciência política e as constantes avaliações dos métodos e dos impactos do
programa sinalizaram estatisticamente nas entrevistas e histórias de vida os resultados
positivos do programa.

De outra forma , foi apresentada a experiência bem-sucedida de destruição de círculos viciosos


de pesca predatória nas Filipinas, por exemplo na ilha Apo, onde a situação–limite levava os
pescadores a ir cada vez mais longe para buscar o pescado. A partir de voluntários locais ,
foram criando santuários e voltando às práticas tradicionais , já que as leis ambientais foram
ineficazes para conter a pesca predatória. A mudança do insustentável para o sustentável com
a tomada de decisão de pescadores locais e a apropriação de uma ecotecnologia
reverteram os círculos viciosos, substituíram-nos por novos círculos positivos , e motivados,
conscientizados e organizados salvaram a própria atividade e o ecossistema marinho. Agora,
são mais de 400 santuários que, além de fortalecerem a solidariedade comunitária, trouxeram
também a recuperação do turismo nessas localidades. Agora, são mais de 400 santuários que,
além de fortalecerem a solidariedade comunitária, trouxeram também a recuperação do
turismo nessas localidades. Outro exemplo citado de casos positivos mostrou a interrupção
dos ciclos dos insetos com o manejo racional do uso de pesticidas onde se recolheram os
vírus das pragas : os insetos morrem de fome e os agricultores não precisam gastar nada. Por
outro lado , no Sudão , a criação da Ahfad University for Women credita à Educação de
mulheres uma contribuição importante no desenvolvimento sustentável, e em Santiago, Chile,
a área periférica de Pudahuel para administrar a questão da ocupação urbana, uso do solo,
entre outros, criou projetos de desenvolvimento urbano com voluntários (Proyecto Urbanya),
envolvendo a municipalidade, a comunidade, empresas e outros atores locais, partindo de
uma profunda análise para a compreensão do contexto e reunindo os stakeholders que com
métodos claros definiram os indicadores,analisaram as tendências, aproveitando os
indicadores positivos. Os obstáculos enfrentados variavam desde os financeiros, falta de
coordenação entre as organizações, falta de vontade política, estrutura comunitária pobre, falta
de um plano de implementação claro, problemas administrativos e falta de “expertise” técnica.
Tudo foi superado e em sua análise final, concluíram que o compromisso político é a base
de sustentabilidade do desenvolvimento. Quase sempre a solução estava numa
conscientização e tomada de decisão a nível local, onde a metodologia era a participação
comunitária.

As Mesas Redondas e Posters contemplaram muitos outros casos exitosos em vários países
como Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, Paraguai, Cuba, Venezuela, Honduras, Costa Rica,
Canadá, Estados Unidos, Espanha, Malásia, Índia, Nigéria, Sudão e México, que concentrava
a maior parte das comunicações, quer por iniciativas universitárias, quer por outras
organizações da sociedade civil. Com uma grande ênfase na Educação Ambiental formal e
informal , na importância das informações para criar o sujeito e para a tomada das decisões ,
das capacitações para uma participação responsável, o voluntariado como estratégia de
Educação Ambiental, a comunidade participativa (e não “participassiva”) e autônoma , sem
depender de recursos de fora, ações locais para vencer os problemas, enfrentando desafios
sociais, econômicos e ecológicos em conjunto. Enfim, conclui-se que para um mecanismo ou
experiência tornar-se exitosa são necessárias : a motivação da população envolvida, com a
participação de técnicos para a conscientização da situação, a co-adaptação do social (o
social faz parte do ambiente ) e a instituição de uma organização.

Acrescenta-se, ainda, com base no trabalho que representou a UNIRIO/Programa de Pós-


Graduação em Memória Social, a ABREMC – Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus
Comunitários e as diferentes experiências em realidades distintas, a valorização do capital
cultural (o patrimônio total) no processo da mudança. Enfatiza-se também o diferencial dos
ecomuseus e museus comunitários, onde os sujeitos coletivos se apropriam e gestionam o
patrimônio como instrumento de desenvolvimento local , processos esses que, através da
construção diferenciada de memória social, são estratégias pedagógicas na formação de
comunidades sustentáveis. Por isso, cada comunidade pode criar seu museu comunitário,
ecomuseu ou parque cultural, sem que precise se formatar em um único padrão, contribuindo
assim para a diversidade de processos, linguagens e manifestações museológicas. Afirma-se
isto com a convicção de membro ativo do Ecomuseu de Santa Cruz e como pesquisadora in
loco na região de Oaxaca, onde uma rede de 14 museus comunitários (UMCO – União de
Museus Comunitários de Oaxaca) dinamiza e capacita anualmente facilitadores de museus
comunitários para Oaxaca, para o México, para a América, quiçá para o mundo.

O II Congreso Internacional de Casos Exitosos em Veracruz proclamou na sua plenária final o


destaque à criatividade (inovação), à participação comunitária nas ações locais, à necessidade
de financiamentos para o apoio e suporte às iniciativas, à relevância da pesquisa científica, ao
papel imprescindível das lideranças, ao respeito às especificidades locais e de suas
comunidades e ao tempo para que os projetos possam frutificar, investindo-se nos processos
pela educação , pesquisa e capacitação.

Soltas ao vento e a todos os quadrantes, sejam estas experiências exitosas sementes da


sustentabilidade que tanto se busca.

21/05/2010

Um museu comunitário na Lomba do Pinheiro


(Porto Alegre)
Comentário de Hugues de Varine: Programa Lomba do Pinheiro, memória, informação e
cidadania Profa Ana Maria Dalla Zen, coordenadora Profa. Cláudia Feijó da Silva, supervisora
IPDAE http://www.ipdae.org/

Extrato da Justificativa O bairro da Lomba do Pinheiro situa-se entre os oito descritos como os
de mais alta vulnerabilidade social de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Até meados do século
XX se constituía numa área rural, voltada à produção agrícola e criação de animais. Porém
desde a década de 1950 enfrenta forte processo migratório, tendo se transformado hoje como
uma região de maior crescimento populacional da cidade. Em consequência, é um dos bairros
mais carentes da cidade, com marcado grau de exclusão social em todas as fatias etárias.
Atrelada a isso, a auto-estima e o sentido de pertença da comunidade é muito baixo: as
pessoas têm vergonha de pertencerem ao bairro e, assim que podem, trocam de endereço.
Para reverter essa situação, em 1998 foi criado o IPDAE - Instituto Popular de Arte e
Educação, voltado à construção de alternativas inclusivas para o bairro, e, com ele, nasceu o
Museu da Lomba do Pinheiro. Este, desde sua criação, realiza diferentes linhas de ação
cultural, educativa e de comunicação inerentes à sua condição de museu comunitário cujos
resultados o transformaram em espace de referência, apoio e segurança para a comunidade. A
fim de ampliar o seu raio de ação, o Museu buscou parcerias com diferentes unidades da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Entre elas, situa-se a presente proposta, de
criação do Programa Lomba do Pinheiro, memória, informação e cidadania, que reúne o Museu
ao o recém criado curso de Museologia. Trata-se de uma iniciativa que prevê, sob a forma de
um programa de extensão universitária, a aplicação, no âmbito do Museu, de atividades
práticas vinculadas a diferentes disciplinas do currículo do curso de Museologia, voltadas ao
alcance de objetivos tanto acadêmicos, quanto comunitários. Desse modo, se constitui numa
forma de operacionalização do compromisso social da universidade com o desenvolvimento e
inclusão social e cultural das periferias urbanas. Ao permitir a integração entre o ensino e a
extensão numa ação comunitária, se constitui na primeira oportunidade para que os alunos do
recém criado curso de Museologia possam estabelecer as necessárias relações...

18/03/2010

O movimento Ecomuseu de Sepetiba


Comentário de Hugues de Varine: Lors de la 1° journée de formation des écomusées et
musées communautaires, à Santa Cruz (Rio de Janeiro), le 25 octobre 2009, nous avons visité
le quartier de Sepetiba et écouté les témoignages de quelques habitants, militants de la
mobilisation communautaire du quartier. Voici des nouvelles de l'activité écopmuséologique de
ce quartier. Informations: http://odespertardesepetiba.blogspot.com/
http://ecomuseusepetiba.blogspot.com/2010/02/blog-post.html Contact: Bianca Wild,
ecomuseuatitudesepetiba@gmail.com

A criação de um Ecomuseu em Sepetiba encaixa-se perfeitamente nas necessidades da


comunidade e do meio ambiente da região, o Ecomuseu vai além da ecologia, seu conceito é
muito mais complexo, o termo está ligado a numerosos outros conceitos como o de território,
espaço como objeto de interpretação, sistema museográfico, instituição administrativa, reserva
ambiental dentre outros, lugar de memória viva. Sepetiba é rica em histórias e memórias, havia
no bairro diversos tipos de manifestações culturais, ocorriam saraus, cirandas, rodas de vários
tipos, também há indícios da existência de um folclore local, mitos e lendas que eram contados
para as crianças e que felizmente ainda perduram em alguns poucos discursos e relatos que
precisam ser documentados e transmitidos para as futuras gerações. Segundo Thompson
(1992) é por meio da história que as pessoas comuns procuram compreender as “revoluções” e
mudanças por que passam em suas próprias vidas: transformações sociais, culturais, guerras,
mudanças comportamentais, econômicas, mudanças tecnológicas, degradação ambiental etc.
Através da história local, um bairro ou uma cidade procura um sentido para sua própria
natureza em mudança, em constante transformação e assim estabelecem-se os vínculos, foi
isso o que aconteceu com muitos moradores que não são o que se pode chamar de “naturais”
de Sepetiba, mas através do conhecimento da história local, do relato de moradores antigos,
de velhos pescadores aprenderam a respeitar e a amar o bairro e resolveram então reagir
quanto a isso, publicando textos na internet, criando blogs, perfis e comunidades em sites de
relacionamento e, finalmente após o contato com os representantes do NOPH e do Ecomuseu
Quarteirão Cultural do Matadouro nós, moradores entendemos o significado de Ecomuseu e
percebemos como a criação do nosso seria primordial para que não deixemos acabar com o
pouco que ainda nos resta de nossa memória e de nossa história. Através das ações que vem
ocorrendo na região a população local foi apresentada a sua história e “tomou de volta” suas
memórias, coletando relatos dos moradores mais antigos, pesquisando em arquivos etc, e com
a realização da Roda de Lembranças viabilizada pela I Jornada de Formação em Museologia
Comunitária que nos colocou em contato direto com outras regiões do país que passaram por
problemas semelhantes aos nossos, com o Ecomuseu Quarteirão Cultural do Matadouro, o
NOPH e etc. , a nossa indignação foi transformada em ação e então partimos para a
elaboração do projeto para o reconhecimento da comunidade como processo ecomuseológico.
Do vínculo com o passado se extrai a força para a formação da identidade (Bosi, 2004), o que
ocorria em Sepetiba era um conflito identitário grave e a ausência de vínculo dos moradores
mais jovens para com seu bairro e através da orientação dada pelo Ecomuseu de Santa Cruz e
pelo NOPH essa situação vem se transformando.De acordo com Pacano (2005), a memória
enquanto reconstrução do passado no presente, ou enquanto determinações do passado sobre
o presente, pode tanto “escravizar” como “libertar”; os moradores de Sepetiba haviam até então
acomodado-se a uma visão central, à interpretação dominante da história nacional que sempre
os excluiu e os esqueceu ou (manipulou os registros) e entenderam que era preciso criar um
novo conhecimento que valorizasse seu território, seu bairro, sua “terra”, sua história e ainda
não acreditavam em sua própria força para a transformação. O Ecomuseu deve ser uma
expressão do homem e da natureza. Por isso, o objeto neste contexto não é apenas o homem
ou o meio ambiente que o cerca, mas a relação que se dá entre os dois e todas as possíveis
relações entre o homem e o Real que acontecem no território determinado.Este museu é uma
expressão do tempo, quando a interpretação remonta desde o momento da aparição do
homem dividindo-se através dos tempos pré-históricos e históricos para chegar no tempo do
homem do presente. O Ecomuseu, em sua multiplicidade comunitária constitui-se de uma
comunidade e um objetivo: o desenvolvimento desta comunidade. Devido a todo o processo de
degradação ambiental famílias inteiras viram-se desamparadas economicamente, pois viviam
da pesca, do turismo, e de todo o resto de atividades econômicas relacionadas com o meio
ambiente, com a baía de Sepetiba.Com a degradação da baía o único meio de subsistência
dessas famílias foi tirado, já não podiam viver da pesca, de seus bares e restaurantes que
vendiam o famoso peixe frito de Sepetiba, o delicioso camarão etc., toda a comunidade era
voltada para atividades relacionadas com o turismo e a pesca, conseqüentemente dependia
das temporadas de veraneio, há uma necessidade imensa de resgatarmos a auto-estima
desses homens e mulheres que se sentiram impotentes diante da drástica transformação que
ocorreu em suas vidas. O Movimento Ecomuseu Sepetiba inicia uma luta para que a auto-
estima dos moradores tão castigados com todo esse processo de degradação, com a
precariedade e a exclusão social, cultural e econômica a que foram expostos voltem a sentir
orgulho de si mesmos, de seu bairro, de sua história e de sua baía. O Ecomuseu ao labutar em
favor do desenvolvimento da comunidade, deve levar em conta os problemas e questões
colocadas em seu âmago tratando-os de maneira crítica analítica estimulando o processo de
conscientização e a criatividade da população, para isso utilizando as informações do seu
passado e presente para que ela venha a pensar o futuro de forma questionadora e
esperançosa. Nas palavras de Odalice Priosti de acordo com a sua experiência no Ecomuseu
de Santa Cruz o Ecomuseu “é um espaço de relações entre uma comunidade e seu ambiente
natural e cultural, onde se desenvolve, através das ações de iniciativa comunitária, um
processo gradativamente consciente e pedagógico de patrimonialização, apropriação e
responsabilização dessa comunidade com a transmissão, cuidado e transformação do
patrimônio comum e, conseqüentemente, com a criação do patrimônio do futuro. A partir dessa
prática, a comunidade se conscientiza do seu papel e responsabilidade com o patrimônio,
usando-o como um dos recursos para o desenvolvimento local. “Uma educação para a
libertação e não para a dominação” plantar a semente, despertar o amor, o desejo de
preservação e a conscientização dessas gerações é mister para o desenvolvimento da
comunidade. Nessa atuação pedagógico-museológica criam-se situações de pesquisa, leitura e
interpretação do espaço/ território e das mudanças que nele ocorrem em função do tempo, de
identificação e preservação de bens simbólicos coletivos, de construção de memória e
identidade, de documentação. Sepetiba está viva, tem história e aqui existe muita vontade e
amor, desejo de renovação e anseio de transformação, estamos prontos para começar essa
empreitada, obrigada Odalice Priosti , Walter Priosti, Bruno Cruz , a todos do NOPH, a Hugues
de Varine pelo apoio e orientação e estímulo que vem nos dando e a todos os moradores de
Sepetiba, esse é só o começo.

09/02/2010

Noticias do Projeto CAPPA na Quarta Colônia


(RS Brasil)
Comentário de Hugues de Varine: Nous avons reçu des nouvelles encourageantes de la
Quarta Colônia. Extraits du message de José Itaqui condesus@quartacolonia.com.br

Em abril, de 15 a 30 de maio, iremos realizar uma exposição no CAPPA e que se chama


"Dinossauros, ciência ou ficção". Esta exposição é da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do
Sul. Nos mudamos em outubro de Faxinal do Soturno para São João do Polêsine, assim
podemos cuidar o prédio construído, mas fundamentalmente trabalhar questões vinculadas a
paleontologia. Temos recebido importantes pesquisadores, a comunidade quer conhecer, nos
cobra o museu. O prédio ficou muito bonito e temos muito espaço. O grande problema e não
deixar a vegetação tomar conta e isto virara um selva. Calor excessivo e chuvas constantes a
vegetação se desenvolve numa rapidez incrível. Em dezembro, com o apoio da Universidade
Federal de Santa Maria e da Federal do Rio Grande do Sul, organizamos o encontro anual dos
paleontólogos do Rio Grande do Sul, denominado PALEORS 2009. Foi muito interessante,
tivemos a participação de estudantes, professores, pesquisadores de todas as universidades
gaúchas, do Museu Nacional, UNICAMPI e da USP. Muitos dormiram aqui no CAPPA. Na
semana passada foi realizada mais uma importante descoberta. Um dinossauro que estava
datado em 175 milhões de anos foi descoberto aqui em rochas triássicas de 220 milhões de
anos. A uns dois meses, um jovem paleontólogo, especialistas em pegadas de animais,
descobriu no sitio São Luiz, Faxinal do Soturno, num extrato bem acima de onde são
encontrados fósseis de 210/220 milhões de anos, uma pegada de 45cm. De acordo este
especialista deve ser um animal de seis a oito metros de altura. Características físicas que não
são do Triássico, mas do Jurássico. Esta parece ser a primeira descoberta deste período no
Rio Grande do Sul. O que me entristece é que estas descobertas tão significativas para o
desenvolvimento da ciência e do conhecimento ainda não se refletiram em mais apoio
econômico para o nosso projeto. O ano de 2009 foi um ano perdido. Mas estamos na luta! O
projeto do GEOPARQUE está pronto e se encontra em processo de publicação. Tão logo
tenhamos recebido a documentação final dos estudos e propostas dos Serviços Geológicos
dos Brasil, entidade vinculada ao Ministério de Minas e Energia, passaremos a trabalhar na
formatação final da proposta a UNESCO.

25/12/2009

Ecomuseu de Maranguape
Comentário de Hugues de Varine: O Ecomuseu de Maranguape tem a missão de promover
uma ação integradora através de estratégias que contemplem a identificação de elementos
culturais, a conservação desses elementos na educação cultural da comunidade e dos
visitantes do distrito de Cachoeira. Ver a presentação completa no site Contact Tel:
(85)3341.1323 E-Mail: ecomuseu@ecomuseudemaranguape.org.br

O Ecomuseu de Maranguape tem a missão de promover uma ação integradora através de


estratégias que contemplem a identificação de elementos culturais, a conservação desses
elementos na educação cultural da comunidade e dos visitantes do distrito de Cachoeira. O
projeto que abrange uma área de 100 hectares, pretende estudar e catalogar as manifestações
simbólicas do local, mapear os conteúdos dessas experiências de vida, a partir da concepção
da comunidade e seu patrimônio cultural como um museu e suas relações entre homem,
cultura e natureza. Uma vivência integrativa e interativa que convidará o visitante a percorrer o
passado desta comunidade em seu diálogo com o presente e assim promover novos territórios
de sentido. Um projeto que pretende planejar, programar e realizar programas de Educação
Ambiental e Educação Artistico-Cultural que promovam a formação e o aperfeiçoamento
profissional e humano da comunidade de Cachoeira e dos visitantes. "Nos marcos da cultura
cearense, o Ecomuseu de Museu de Maranguape encerra pioneirismos e originalidades.
Pioneirismo porque representa uma das primeiras experiências de reforma agrária no Estado
(anteriormente a ela só é conhecida a do Caldeirão do Beato José Lourenço). Pioneirismo,
ainda, e originalidade, por ser não apenas o primeiro e único ecomuseu do Ceará (até agora,
porque outros, inclusive com o estímulo do pessoal de Maranguape, estão sendo projetados),
como por ser o primeiro e único museu comunitário no Estado. Constitui-se, também, uma
iniciativa exemplar, por tratar-se de um projeto de desenvolvimento comunitário sustentável,
integrado e participativo. Neste sentido, há uma integração entre museu, comunidade e
natureza, a partir de conceitos comuns de desenvolvimento e sustentabilidade, que alcançam o
conjunto das atividades sociais, incluindo economia, cultura, educação, lazer, entretenimento
etc., ou seja, todo o corpo da vida comunal. Estas características, visíveis a todos os que
visitam o ecomuseu, constituíram-se, pouco a pouco, a partir da coletivização das terras do
Sítio Cachoeira, ainda na década de 1970, e tomaram um impulso maior com a criação do
ecomuseu em 2006." Oswald Barroso Coordenador de Patrimônio Histórico e Cultural da
Secretaria de Cultura do Estado do Ceará Ecomuseu de Maranguape Tel: (85)3341.1323 E-
Mail: ecomuseu@ecomuseudemaranguape.org.br

12/10/2009

O Museu da Maré - The Maré Museum - Rio de


Janeiro
Comentário de Hugues de Varine: We had a visit from Luis Antonio de Oliveira, director of the
Maré Museum, a community initiative launched by the CEASM, an NGO created by local
activists in this large popular and very dynamic neigbourhood of Rio de Janeiro, with a
population of over 110.000 inhabitants. He gave us a DVD presenting the origin and history of
the museum and of the neighbourhood. It can be ordered from the museum. Contacts: -
museudamare@ceasm.org.br - www.ceasm.org.br
Museu da Maré Inaugurado em maio de 2006, com o objetivo de registrar, preservar e divulgar
a história do bairro, o Museu da Maré é um marco reflexivo sobre as referências da Maré, das
suas condições e identidades, de sua diversidade cultural e territorial. Além de sua exposição
permanente organizada em "Os Tempos da Maré", o Museu desenvolve outros projetos:
Arquivo Orosina Vieira, Programa de História Oral, Contadores de Histórias, Exposições
Itinerantes, Biblioteca Elias José, Comunidade Conectada, Oficinas Culturais e Marias Maré /
mulheres artesãs. O Museu da Maré é uma das iniciativas do CEASM, Centro de estudos e
ações solidárias da Maré, instituição criada em Agosto de 1997, por um grupo de moradores e
ex-moradores de algumas das 16 comunidades da Maré. ................................. Maré Muséum
Opened in May 2006, with the objective to register, preserve and disclose the history of the
neighborhood, the Maré Museum is a reflexive landmark about the references of the Maré
urban area, its circumstances and identities, its cultural and territorial diversity, The Museum not
only has a permanent exhibition organized according to the "Times of Maré", but also develops
other projects, such as: Archive Orosina Vieira, Program on Oral History, Itinerant Exhibition,
Library Elias José, Connected Community, Cultural Workshops and Marias de Maré / women
artisans. The Maré Museum is one of the many initiatives of the CEASM, an institution that was
founded in August 1997 by a group of residents and ex-residents from some of the 16
communities in Maré.

22/05/2009

Congresso de Museologia: Sociedade e


Desenvolvimento
Comentário de Hugues de Varine: O Museu da Bacia do Paraná, vinculado a Universidade
Estadual de Maringá (UEM), está comemorando 30 anos de sua fundação. Tal efeméride será
abrilhantada com a realização do “I Congresso Internacional de Museologia: Sociedade e
Desenvolvimento" Informações detalhadas sobre o evento serão disponibilizadas no site:
http://www.mbp.uem.br/

O objetivo principal do Congresso está focado na promoção de conferências e debates sobre


questões candentes, tais como: a democratização dos museus e as funções sociais de
instituições dessa natureza. Além disso, buscará incentivar a participação da sociedade nos
processos de organização de museus e de discussões de políticas públicas e ações
relacionadas à gestão dos museus e a preservação do patrimônio cultural. O Museu concebido
como espaço de memórias se constitui um lugar privilegiado para o exercício da cidadania e a
inclusão social. O evento será realizado entre 21 e 23 de outubro de 2009, sob a da profa.
Sandra Pelegrini, no Campus Sede da UEM Av. Colombo, 5790 – Bloco C 67 – Maringá -
Paraná Contato: Museu da Bacia do Paraná Av. Colombo, 5790 – Bloco Q 02 Telefone: 55 44
3261-4554 E-mail: sec-mbp@uem.br

01/04/2009

O projeto ecomuseu da Colônia Z3 - Lagoa dos


patos - Brasil
Comentário de Hugues de Varine: DA CRISE À RENOVAÇÃO CULTURAL: UM OLHAR
SOBRE O PROJETO ECOMUSEU DA COLÔNIA Z3 / LAGOA DOS PATOS / BRASIL.
Resumo: Neste breve artigo, faremos uma análise do processo de construção do projeto
Ecomuseu da Colônia Z3, inserido no 2° Distrito do municipio de Pelotas / Lagoa dos Patos /
Brasil. Avaliaremos como problemas diversos causados pela manipulação histórica dos meios
de produção e pela problemática ecológica refletem manifestações de desemprego, baixa
estima e depressão, afetando diretamente as técnicas transmitidas e registradas nas
comunidades localizadas neste local. E, como um projeto de museu do território focado na
renovação do seu patrimônio cultural-ecológico consolida um grande movimento em prol da
revitalização sinérgica da realidade local, gerando empregabilidade e auto-estima. Quais foram
seus objetivos iniciais e quais suas atuais atividades desenvolvidas. Palavras-chave: Memória,
Patrimônio Cultural, Meio Ambiente, Ecomuseu, Turismo
www.ecomuseudacoloniaz3.blogspot.com

O trinômio: Memória, Patrimônio e Ecomuseu da Colônia Z3 Os valores culturais são os


maiores suportes da memória social das comunidades locais. Esta memória esta impressa nos
utensílios, caminhos e técnicas que os colocam em processo de continuidade cultural além da
vida, já que deixam parte de suas memórias nos objetos que utilizam e locais por onde
passam. Contudo, tais comunidades quando marcadas por altíssimos graus de deficiência
socioeconômica e carência de perspectivas sofrem perdas consideráveis desses elementos,
pela descontinuidade da tradição, das raízes e referências com uma história e território em
particular. E, assim, já não há mais sustentação das transmissões e registros particulares de
suas vidas. É justamente esta perspectiva citada que caracteriza a realidade sociocultural de
um território repleto de pequenas comunidades e ecossistemas chamado Colônia Z3, 2°
Distrito do Município de Pelotas / Lagoa dos Patos / Brasil. A Colônia Z3 é sub-dividida em
algumas localidades tais como: a Colônia de Pescadores Z3, o Ecocamping Municipal, a Ilha
da Feitoria, a Granja da Galatéia, o “Cotovelo”, o “Corrientes”, a “Mata do Totó”, a “Ilha do
Meio” e a “Lagoa Pequena”. Um território marcado pela presença de espécies raras da flora e
da fauna brasileira. Um espaço de interação profunda entre homem e natureza. Diante da
realidade destacada, diversas instituições e pesquisadores que desenvolvem atividades nas
comunidades reuniram-se na tentativa de desenvolver um projeto que articulasse a
preservação e valorização da dinâmica cultural-ecológica local, através de práticas didáticas
conscientes e criativas com a participação direta da comunidade local e de seus potenciais
visitantes. Depois de muita pesquisa e desenvolvimento técnico tais como inventários
ecológicos, socioeconômicos, geopolíticos e culturais e publicação de artigos, além da criação
de roteiros turísticos temáticos, foi desenvolvido um projeto seguindo princípios e técnicas que
se aplicam a um museu tradicional, porém com uma face descentralizada voltada diretamente
para o patrimônio etnoecológico. Com isso, com apoio de bibliografia e exemplos maiores,
criamos o projeto Ecomuseu da Colônia Z3. Um projeto onde a intimidade cotidiana da cultura
da Colônia Z3, em fase de desaparecimento renasce, abre-se e reapresenta-se como um
espelho de sua biografia em reconstrução. Onde os saberes, fazeres e crenças são
retrabalhados de modo dinâmico, numa tentativa de devolver auto-estima e sentido de
pertencimento local através da geração de empregos e renda focados no turismo cultural em
um laboratório aberto de estudos antropológicos e ambientais. 2. Aspectos conclusivos: a
sugestão, os apoios e os sub-projetos Fruto de sugestão acadêmica, apresentado à Z3,
instituições e empresários através de encontros planejados, e aprovado pelas comunidades
que participam desde o inicio das atividades, o ecomuseu desenvolve e apóia subprojetos tais
como exposições, passeios de barco, lojas de artesanato, restaurantes típicos, entre outros.
Ainda, o projeto conta com o apoio de diversas instituições públicas e privadas, locais e
internacionais, como os Cursos de Turismo e de Museologia da Universidade Federal de
Pelotas, o Museu de Arte Pré – Histórica de Mação / Portugal, bem como empresas e
instituições da Colônia Z3 e de outras regiões. Para finalizar é importante ressaltar que
pretendemos que o Ecomuseu da Colônia Z3 represente e preserve qualitativamente a
biografia sociocultural e socioambiental da Colônia Z3. E para isso estamos desenvolvendo
diversas atividades que envolvem conscientização patrimonial-ambiental, infra-estrutura,
técnica e logística na tentativa de aprofundar a participação das comunidades e de seus
visitantes na gestão do projeto. E na continuidade de suas atividades, independente de sua
descentralidade, o Ecomuseu terá como base inicial de pesquisas a Colônia de Pescadores Z3,
uma comunidade de pescadores artesanais, localizada no espaço em questão. Com isso, entre
os primeiros subprojetos criados para a mesma estão o Museu da Colônia de Pescadores Z3 e
o Roteiro Turístico Caminhos do Pescador Artesanal, ambos, também, em fase experimental
com excelente aceitação da comunidade e visitantes locais. Com o tempo serão desenvolvidos
projetos e atividades para outras comunidades. Michel Constantino Figueira - Consultor em
Turismo; Mestrando em Memória Social e Patrimônio Cultural pela Universidade Federal de
Pelotas / Brasil; Email: ecomuseudacoloniaz3@hotmail.com Cecília Piccinini Silveira -
Advogada. Especialista em Direito do Trabalho; Pós-Graduanda em Especialização em Direito
Ambiental pela Universidade Federal de Pelotas / Brasil. Email: ceciliapsilveira@hotmail.com
Sérgio Ronaldo Pinho Jr - Historiador. Especialista em História do Brasil. Email:
spinhojr@yahoo.com.br

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