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Criação de Imagens
Este artigo foi produzido para apresentação no VIII SIMPÓSIO DE ARTES PLÁSTICAS / XII
FESTIVAL DE ARTE CIDADE DE PORTO ALEGRE, Porto Alegre, RS, Brasil, 15/07/98, e está
publicado também nos Anais do mesmo evento com o título O Imaginário Digital: o que não há
de novo na computação gráfica.
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Arquiteta, Mestre em Comunicação e Semiótica e Ph.D. em Comunicação, atuando como
Professora convidada junto ao Departamento de Artes da Universidade de Caxias do Sul, onde
lecionou em 1998 as disciplinas Informática Aplicada à Arquitetura I e II (Curso de Arquitetura e
Urbanismo); Computação Gráfica (Curso de Ciências da Computação); Comunicação Comparada
(Curso de Relações Públicas) e Moda e Internet (Curso de Moda e Estilo).
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FRAGOSO, Suely. Limites técnico-científicos da computação gráfica
mainstream. Chronos, Caxias do Sul - RS, v. 31, n. 1, p. 64-73, 1998.
mídias.
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A modelagem digital, por outro lado, é uma atividade sem precedentes entre as
escultura.
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de registro são ‘reflexos’ das coisas sensíveis e visíveis do mundo dito real como
acontece nos espelhos” (Machado, 1988, p. 213). André Bazin enfatizou o papel
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A observação é de P. Quéau, que em Éloge de la Simulation afirma: “Comme le langage, les
mathématiques sont une création humaine, relativement arbitraire. . . . Les mathématiques sont
comme les autres activités humaines, contingentes, subjectives et éventuellement insignifiantes. . . .
les mathématiques permettent de construire des modèles très complexes et de les simuler. Il s’agit
biend e la création de “quasi-objets naturels” dotés d’une “vie propre” avec des “comportements”
imprédictibles e autonomes” (Quéau, 1986, p. 27).
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A dissertação de mestrado na qual este texto foi baseado, referida na bibliografia, aborda um
espectro mais amplo dos algoritmos de modelagem digital e analisa com maior riqueza de detalhes
as premissas nas quais os mesmos estão baseados.
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adequada ao escopo deste artigo, mas alguns exemplos representativos podem ser
elemento modelado em arame, como cor, textura, incidência de luz, etc. A relação
com a diferenciação entre duas espécies distintas de qualidades por Locke pode
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No caso de sistemas de simulação comportamental, que não serão discutidos aqui, os dados físico-
químicos desejados são também incorporados ao modelo na fase de pré-processamento.
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Segundo esta distinção, número, extensão (grandeza), forma e
movimento são qualidades primárias, enquanto cor, cheiro e
gosto são secundárias. Somente as qualidades primárias seriam
determináveis com exatidão, mensuráveis, posto que
representariam o que é ‘objetivo’ nas coisas materiais. As
qualidades secundárias, por sua vez, estariam sujeitas às
propriedades de nossos órgãos sensitivos, sendo
inapelavelmente subjetivas (Becker, 1965, p. 52).
modelo.
com um único ponto em comum, que equivale à origem de cada eixo. As infinitas
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A sistematização da perspectiva por L. B. Alberti em Da Pintura se inicia com uma conceituação
de ponto, linha e plano e uma descrição do processo de visão que não deixam dúvidas quanto a seu
embasamento na Geometria e na Óptica Euclideanas. “... começando pela opinião dos filósofos, os
quais afirmam que as superfícies são medidas por alguns raios, uma espécie de agentes da visão,
por isso mesmo chamados visuais, que levam ao sentido das formas das coisas vistas. E nós
imaginamos esses raios como se fossem fios extremamente tênues, ligados por uma cabeça de
maneira muito estreita como se fosse um feixe dentro do olho, que é a sede do sentido da vista. E
daí, como tronco de todos os raios, aquele feixe espalha vergônteas diretíssimas e tenuíssimas até a
superfície que fica em frente” (Alberti, 1989, p. 75).
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Figura 5. Modelos de Arame. `A esquerda malha poligonal (extraída de J. Foley e A. van Dam,
1984, p. 507); à direita redes bicúbicas (imagem modificada a partir de R. Rivlin, 1986, p. 205).
Os dados do modelo podem ser definidos neste espaço idealizado diretamente sob
que “poucas pessoas sejam capazes de construir modelos mentais consistentes das
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Por exemplo o bat (mouse tridimensional) e a data glove (luva de dados).
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Figura 6. Processo de geração de sólido por extrusão. Imagem capturada com PaintShopPro 4.0,
exibindo objeto extrudado com CorelDream 3D 7.0.
Outra estratégia para a entrada dos dados do modelo tridimensional, que permite
computadorizada.
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termos mais técnicos, a definição de uma rede bicúbica ao invés de uma malha
utilização.
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Figura 8. Sequência de detalhes de conjunto fractal. Imagem reproduzida a partir de F. Tamarit et
al. (1992), p. 45.
geração de montanhas7.
Alfabeto
RegraFigura
de
deConstrução
três
Gerada
formas
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Algoritmos graftais fazem uso de um alfabeto de formas ao qual é aplicada uma regra de
construção.
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O Algoritmo de Carpenter para construção de montanhas tem como base a construção de uma
figura conhecida como Triângulo de Sierpiensky. A partir do ponto médio dos catetos de um
triângulo, quatro triângulos circunscritos ao primeiro são especificados. Deslocando ligeiramente
os pontos médios dos catetos a partir de uma funçaão randômica limitada, o Algoritmo de
Carpenter permite o reposicionamento das linhas formadoras dos triângulos-base a cada geração,
ampliando a irregularidade da figura final.
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um universo matematizável.
Regra de
Construção
ciências exatas oculta o fato de que o que é modelável já está de certo modo pré-
disposição do usuário do sistema, uma vez mais dando vazão ao grande paradoxo
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... as determinações particulares, o ponto de vista específico, a
intencionalidade de cada estratégia se encontram reprimidos ou
ocultados por mecanismos de refração, de modo a permitir que
a subjetividade de uma visão particular possa permanecer como
a objetividade de um sistema de representação universal.
(Machado, 1984, p. 73).
apenas para o fato de que, como com qualquer outra ferramenta ou material de
Referências Bibliográficas
Bazin, A (1992), “The myth of total cinema” in G. Mast, M Cohen and L. Braudy (eds.),
Film Theory and Criticism (New York, Oxford University Press), pp. 34–37.
Chen, M., et al. (1988), “A Study in Interactive 3D Rotation Using 2D Control Devices”,
Comptuer Graphics 22(4), ACM Siggraph, pp. 103-111.
Couchot, E. (1988), “Synthese et simulation: l’autre image”, Hors Cadre 6, pp. 115-132.
F. Tamarit et al. (1992), “O Infinito em Cores”, Ciência Hoje 14(80), pp. 40-47.
J. Deken (1984), Computer Images: state of the art. (Londres, Thames and Hudson).
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Machado, A (1984), A Ilusão Especular. (São Paulo, Brasiliense).
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