Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
H
á exatamente um mês, estive em legítimas, que testemunharam todo um
Recife e presenciei a passagem de movimento e figuraram no contexto “sexo,
uns dos ícones do Hard Rock drogas e Rock and Roll”; que conviveram
mundial pela cidade, em uma exibição com lendas do calibre de Bon Scott, o
histórica, empolgante e emocionante. Mas primeiro vocalista do AC/DC, morto
não estou me referindo àquelas bandas precocemente em 1980. Na minha ótica,
que arrebatam multidões por onde estar presente nesses momentos é o ápice
passam, as chamadas “bandas de arena”, para o verdadeiro admirador do bom e
como é o caso do Megadeth; emoção velho Rock and Roll.
mesmo, só pude sentir quando Phil Mogg
(vocal), Paul Raymond (guitarra base e O show
teclados), Andy Parker (bateria), Vinnie
Moore (guitarra) e Rob De Luca (baixo) Depois de passar uma tarde
subiram ao palco do Ginásio do Sport Club agradável ao lado do meu amigo Junior
do Recife, na noite de sábado, 29 de maio Lesma (que, quando preciso, gentilmente
de 2010. me cede hospedagem), e de uma figura
Para mim, parecia surreal estar ali, conhecida no cenário do Rock de Maceió, o
com ícones legítimos do Rock and Roll dos Arnoldo, cheguei ao local do show por
anos 1970 na minha frente; figuras volta das 19h.
02 RM
Parecia cedo demais, já que o movimento ainda Phil Mogg, quando comparada ao começo de
permanecia calmo no local, mas o lugar logo foi sua carreira, está infinitamente melhor, com
ficando movimentado, com a chegada de alguns um timbre encorpado, que vez ou outra lembra
velhos fãs e de uma garotada que provavelmente o de David Coverdale, do Whitesnake. Paul
foi lá para ver o guitar hero Vinnie Moore, que Raymond consegue manter todo o clima
figura entre os melhores guitarristas dos anos setentista de canções como “Love to Love”,
1980. O clima era de festa. Do outro lado, meu “Doctor Doctor”, “This Kid's” e “Lights Out”,
amigo João “Itau”, dono da loja de Rock Flowers e clássicos absolutos. Complementando com a
fã de carteirinha do UFO, estava em êxtase, sonoridade perfeita de seus teclados, Vinnie
faltando poucas horas para o início de um dos Moore deixa claro na guitarra que escolheu o
shows mais importantes de sua vida. lugar certo para estar, ocupando a vaga
A aglomeração foi aumentando, devido à deixada pelo eterno ex-guitarrista Michael
aproximação da hora do show começar. Nada de Schenker, responsável por todos os álbuns
excepcional neste sentido, exceto um público com clássicos da banda nos anos 1970. O baterista
um número considerável de pessoas para ver uma Andy Parker, co-fundador da banda junto a
banda que é vista como “cult” no mainstream. O Mogg e ao baixista Pete Way, em 1969, ainda
número estimado de atendentes foi de 800. mantém sua pegada e não deixa o clima
O UFO subiu ao palco do Ginásio por volta esfriar. A única ausência sentida neste show
das 23h20, com um vigor musical surpreendente, talvez seja a do baixista Pete Way, que, por
já que vinham de uma série de três shows causa de sérios problemas de saúde, deixou a
consecutivos. Antes de Recife, a banda já tinha banda em 2004. Escalado para a turnê em
passado por São Paulo, Goiânia e Belo Horizonte. território brasileiro, o baixista americano Rob
Lembro de pensar comigo mesmo: “pela idade De Luca - que meses antes acompanhou
dos integrantes, a banda chegará cansada da Sebastian Bach, quando o ex-vocalista do Skid
maratona de shows”. Ledo engano. O grupo Row abriu os shows do Guns N' Roses em sua
realizou um show impecável. Exceto pelo baixista turnê mundial - deu seu recado e
convidado Rob De Luca e pelo guitarrista Vinnie desempenhou bem o papel de convidado, em
Moore, que ainda são jovens, os demais membros uma banda que mantém seu legado vivo e
já são sexagenários, mas isso não parece ser permanece caindo na estrada, fazendo história
empecilho para a realização de um show com como poucas dentro do legítimo Rock and Roll.
toda a energia puramente Rock and Roll. A voz de
03 RM
Fotos cedidas pelo blog
Boteko do Rock, que se fez
presente no show do UFO
em Recife.
04
World Metal
Notícias e Curiosidades
The 69 Eyes confirma Mötley Crüe: Vince Neil é
dois shows no Brasil em preso por dirigir embriagado
setembro
A banda finlandesa de De acordo com o site
Gothic Glam Rock The TMZ.com o vocalista do
69 Eyes está de volta Mötley Crüe, Vince Neil, foi
ao Brasil. Eles se preso em Las Vegas, 28 de
apresentam no dia 25 junho, sob suspeita de
de setembro, no Carioca Club, em São Paulo, e no dirigir alcoolizado. Ele ficou
dia seguinte, no Teatro Odisséia, no Rio de Janeiro. sob custódia na delegacia
A última vez que o quinteto esteve no Brasil foi em da comarca de County, e a fiança estipulada
2005, durante o festival Live 'N' Louder, ao lado de para sua soltura foi de US$ 2 mil.
bandas como Scorpions, Nightwish e Destruction.
Metal Hammer: melhores músicas da história 01. Cannibal Corpse - "Hammer Smashed Face"
do Death Metal 02. Arch Enemy - "We Will Rise"
03. Death - "Crystal Mountain"
04. Amon Amarth - "Pursuit Of Vikings"
Em 2009 a revista Metal Hammer alemã
05. Vader - "Carnal"
compilou uma lista das 111 melhores músicas de
06. Sepultura - "Arise"
Death Metal de todos os tempos, após uma
07. Carcass - "Heartwork"
seleção feita pelos visitantes do website Metal-
08. In Flames - "Only For The Weak"
Hammer.de. Mais de 15.000 votos foram
09. Kataklysm - "In Shadows And Dust"
contados e o ficou com "Hammer Smashed
10. Behemoth - "Christians To The Lions"
Face", do CANNIBAL CORPSE. Confia os 10 mais
do Death Metal.
K i s s : m o r re L y n y r d
empresário que Skynyrd: ex-
descobriu a backing perde
banda batalha contra o
A n t i g o câncer
cinegrafista de
TV, Bill Aucoin, O LY N Y R D
responsável SKYNYRD perdeu mais um membro da família:
pelo descobrimento da banda norte- a ex-vocalista Deborah Jo White, de 58 anos
americana de rock Kiss, morreu nesta de idade perdeu sua batalha contra o câncer.
segunda-feira (28), aos 66 anos, na Flórida, Deborah, que se apresentava como Jo Jo
EUA. Billingsley, faleceu na quinta-feira (24 de junho
Aucoin deparou-se com o Kiss em de 2010) em sua casa no Alabama.
Nova Iorque, em 1973, e ajudou a criar os Ela excursionou com a banda como
recursos cênicos adotados pela banda ao uma das backing vocals que se apresentavam
longo da carreira, como a maquiagem, além como THE HONKETTES por três anos em
de transformar o quarteto num poderoso meados da década de 70 antes de abandonar
instrumento de marketing. os hitmakers de "Sweet Home Alabama".
05 RM
World Metal
Notícias e Curiosidades
Bruce Dickinson dedica música a Dio em S h a m a n :
show imagens da
Dia 19 de junho, durante um show do versão japonesa
Iron Maiden na Califórnia, o vocalista Bruce de novo álbum
Dickinson dedicou a música "Blood Brothers" ao
falecido vocalista Ronnie James Dio."Um cara
que tristemente se foi. Em algum lugar, tomara,
Já circulam pela
ele está olhando lá de cima e tirando sarro da
i n t e r n e t
minha cara - Sr. Ronnie James Dio. Esse é um
cara para quem eu posso realmente falar imagens do novo CD do Shaman,
'Ronnie, eu realmente não sou melhor, mesmo "Origins", que tem previsão de lançamento
sendo três polegadas mais alto que você". para esse mês. As imagens divulgadas são
http://www.youtube.com/watch?v=bB_ASX67 da versão japonesa.
OAs
Pa ra t o d o s a q u e l e s q u e n ã o
conseguiram ouvir a música nova, End of
Me, o Apocalyptica disponibilizou no
MySpace oficial da banda a faixa completa
para que os fãs possam ouvir em boa
qualidade.
http://www.myspace.com/apocalyptica
06 RM
A banda pernambucana arruma as malas para se apresentar num
dos maiores eventos do heavy metal do mundo
Confira agora, com exclusividade, uma entrevista cedida a Rock Meeting pela
banda que representará o Brasil na Alemanha.
08
Primeiramente, gostaríamos de agradecer pela entrevista e parabenizá-los pela
conquista mais recente de vocês. Antes de entrar em detalhes, como foi o surgimento
da Cangaço? Por que esse nome?
A banda seguia anteriormente com o nome Vectrus e contava com Laércio Silva na bateria.
A opção pela mudança de nome foi pensada por um longo tempo, e apenas refletiu um caminho
que estávamos buscando na música: juntar o Heavy Metal com o melhor da música regional do
nordeste, possibilitando diversas combinações e riffs ainda pouco explorados no Metal nacional,
além da temática ligada ao nome Cangaço - uma mistura de rebeldia, independência, códigos de
conduta, e um passeio na linha que separa o mocinho do bandido na história. Por coincidência, na
época em que estávamos na fase de transição, Laércio precisou se ausentar da banda, dando lugar
ao nosso já conhecido Arthur Lira.
09
O sonho de toda banda é tocar em grandes festivais
de metal espalhados pelo mundo, como Wacken Open
Air. Falando nele, como vocês ficaram sabendo da
seletiva do Wacken Metal Battle Brasil? Como foi
'duelar' com as bandas em Recife?
10
Depois da vitória, quais as Próxima parada: Alemanha. E aí?
expectativas para o futuro? Vocês estão prontos?
11
Palmeira dos Índios sediou a terceira edição do FMI e
mostrou que o cenário no interior é forte
O Show
12
Êxodo do Metal
14
Em Viçosa também
teve banda tocando. Ao
som de muitos estilos,
o público foi ao delírio
Por Jonas Sutareli | Lucas Marques
Alguns amantes do rock and roll das cidades vizinhas foram para Viçosa em busca de um
bom show. O evento contou com um bom número de pessoas. As bandas correspondiam à
energia do pessoal presente e vice-versa. Foi um evento maravilhoso! Houve horas em que aquela
energia rock and roll incomparável pairava no ambiente, e isso era perceptível pela reação da
plateia.
A fim de criar um acontecimento democrático, onde todos pudessem curtir o seu estilo
favorito, a organização tratou de não fazer um espetáculo de bandas de um estilo padrão; o que
aconteceu foi um evento eclético, para agradar a gregos e troianos. A fórmula deu certo: a
agitação do público era constante, e se via claramente que a maioria estava ali para curtir o som,
sem se preocupar em julgar as bandas. Foi interessante ver covers de Sepultura e Blink 182 num
mesmo evento, sem que nenhuma das bandas sofresse algum tipo de reação negativa por parte
dos que estavam presentes.
A organização deu um apoio consistente às bandas. A Rock Meeting parabeniza Alex e sua
equipe pela organização e pela preocupação com as bandas, cedendo transporte, alimentação e
um amplo local para que os músicos pudessem ficar antes do show (uma espécie de camarim
coletivo). Outra coisa legal de destacar foi o fato de o investimento razoável de tempo e dinheiro
por parte da organização não ter refletido no valor dos ingressos, que custavam de cinco a oito
reais. Pouca coisa a se cobrar por um evento tão completo.
15
Todos os membros da organização foram
bastante atenciosos e prestativos com as bandas,
até o último minuto. Ocorreram alguns percalços
que, com a ajuda dos amigos, foram superados.
Alguns princípios de tumulto também foram
detectados, mas a segurança foi eficiente e colocou
os baderneiros para fora, sem gerar maiores
aborrecimentos à plateia.
As bandas
16
Outra banda que veio com uma garota nos
vocais, sendo relativamente conhecida em
Maceió, foi a Dia 5, tocando um Hardcore para
ninguém botar defeito. Com uma apresentação
enérgica, a banda mostrou estar bem ensaiada, e
a ligação entre os integrantes era bastante
evidente, o que deixou o show muito mais
interessante.
Raimundos e Blink 182. Não saem tanto
assim da mesma linha. Além de executar músicas
próprias, a ScreamFlame tirou a galera do chão e
fez coro com “Eu Quero Ver o Oco”, dos
Raimundos, e “All the Small Things”, do Blink 182.
Músicas bastante conhecidas que foram os
grandes destaques do show da banda.
Trazendo a velha linha do Punk/Hardcore à
tona, a banda Papel de Parede subiu no palco
cheia de energia. Já conhecida da maioria do
público presente por ser uma banda local, o
público se deixou levar fácil. A Papel de Parede
tem como um de seus integrantes o já citado
Alex, o grande organizador da festa.
Sobe no palco a penúltima banda a se
apresentar no evento. A Arcânia tinha tudo para
fazer um show muito bom para a galera presente,
porém um fato lamentável ocorreu. O baterista
passou mal e caiu desmaiado no palco.
Felizmente, sem maiores problemas depois.
Arcânia deixou o palco em meio a lágrimas de
preocupação da vocalista.
Quando pensávamos que o evento havia
terminado após o imprevisto, eis que surge uma
banda bem conhecida do público maceioense. A
Wishes veio detonando com o seu som matador,
que variava entre covers de Slipknot, Coal
Chamber, e as músicas de autoria própria. Apesar
de não haver quase mais público, a banda tocou
com todo o gás e energia. Os poucos presentes
com certeza acordaram com um belo torcicolo, no
dia seguinte.
A RM agradece o apoio que nos foi dado
pelo Viçosa Pró Rock! Esperamos que aconteçam
mais eventos desse nível no interior do estado.
17
Texto: Costábile Salzano Jr. (The Ultimate Press)
Fotos: Vivianne Drummond
P
raticamente uma semana após o show do Deathstars, outra banda sueca resolveu mostrar as
caras aos headbangers brasileiros. Desta vez, quem passou pelo palco do Carioca Club, foi o
Dark Tranquillity. A noite do Dia dos Namorados celebrou a exuberante estreia de um dos
criadores do Death Metal melódico no País.
O Dark Tranquillity é um grupo que ficou mundialmente conhecido devido a sua excelência
musical. Com temas rápidos, excêntricos e letras inteligentes, a sua sonoridade arrebatou em cheio
os fãs tanto das músicas pesadas, como os que gostam de partes mais melódicas. Após realizar
longas turnês pela Europa e pela América do Norte, Mikael Stanne (vocais), Martin Henriksson
(guitarra), Niklas Sundin (guitarra), Daniel Antonsson (baixo), Martin Brandstrom (teclados) e Anders
Jivarp (bateria) finalmente vieram desbravar a América do Sul por completo, e o Brasil foi um dos
países agraciados por esta ilustre e tão esperada visita.
Exatamente às 20h25, o Dark Tranquillity estreava no Brasil, e, logo de cara, recebia o tão
famoso calor do público brasileiro. O sexteto entrou em cena com “At the Point of Ignition” e “The
Fatalist”, duas “pauladas” de seu mais recente álbum, o “We are the Void”.
Assim como aconteceu na estreia do Amon Amarth, outro excelente grupo sueco, logo nas
duas primeiras músicas, o público já estava extasiado, nos braços do sexteto. Afinal, foram 20 anos
de espera, que deveriam ser recompensados em pouco mais de 1h40 do mais puro Gothenburg
sound.
Mantendo o ritmo acelerado, executaram uma trinca enlouquecedora: “Focus Shift”, e para o
delírio da galera, as clássicas “The Wonders at Your Feet” e “Final Resistance”.
O repertório, conforme fora prometido pelos músicos, seguiu com composições de
praticamente todos os trabalhos. Uma das canções que mais impressionaram ao vivo foi a nova
“Shadow in Our Blood”, que teve o seu clipe sincronizado no backdrop. No entanto, o clímax da
apresentação veio justamente na primeira do bis, com “Therein”. Se no disco ela é fantástica, ao vivo,
é fora de série. A partir dali, o que veio foi lucro.
19
sombra de dúvidas ditou a vibração para que
aquela noite fosse inesquecível, para a
banda e para os fãs.
A dupla de guitarristas Niklas Sundin e Martin
Henriksson se completam como unha e
carne. Donos de riffs poderosos, são
verdadeiros maestros, e conseguiram
evidenciar por que são músicos tão
aclamados dentro do Death Metal.
A cozinha formada por Daniel
Antonsson (baixo) e Anders Jivarp (bateria)
“joga” fácil até mesmo nas partes mais
complicadas. Eles nunca deixaram o ritmo da
apresentação, muitas vezes frenético, cair.
No entanto, é o teclado de Martin
Brandstrom que determina a excentricidade
das músicas. Mesmo que posicionado ao
fundo do palco, sua presença é mais do que
notória. Suas linhas melódicas dão aquele
toque intimista a cada composição, o que
muitas vezes determina a identidade de uma
música; fato que também acontece em outras
bandas, como o Dimmu Borgir, o Cradle of
Fith e o Children of Bodom.
Porém, tudo o que é bom dura pouco. O Dark Tranquillity provou, ao vivo,
O show passou muito rápido... Sinal de que diante dos aficionados fãs brasileiros, por que
os integrantes do Dark Tranquillity foram é considerado um dos melhores grupos do
eficientes. Até mesmo quando executaram atual cenário do Heavy Metal mundial. Se
músicas mais calmas, a exibição não se seus compatriotas In Flames e At the Gates
tornou maçante, e a interatividade com os fãs tomaram um rumo um tanto diferente quando
foi a mesma, do início ao fim. comparamos a atual sonoridade dos dois
O vocalista Mikael Stanne foi um poço grupos com a do inicio de carreira, o Dark
de simpatia e carisma. Com o sorriso sempre Tranquillity mantém, até hoje, a sua
largo no rosto, deu um show à parte. Seu identidade musical. É claro que a banda
vocal é impar. Perfeito tanto nas partes passou por momentos experimentais, mas a
melódicas, quanto nos vocais rasgados, sem sua peculiaridade característica se mantém
intacta.
20
Os suecos não precisaram de muitos
elementos para fazer uma boa apresentação. Os
caras se garantiram “na raça” mesmo, no palco,
executando seu som rápido, pesado e devastador,
sob a base de uma iluminação simples. A única
coisa de extravagante foi as imagens sobrepostas
no backdrop, que, de certa forma, deram um toque
mais intimista ao show. De resto, foi “porrada na
orelha”, executada por uma banda segura e com
uma performance perfeita. O único porém foi ter
deixado “Monochromatic Stains”, que há um bom
tempo não tem figurado no repertório, mais uma
vez de fora. Mesmo assim, fizeram uma das
melhores apresentações do ano!
21
Por Daniel Lima
Fotos: Pei Fang Fon
E
m 2010, a Donzela de Ferro completa O show
30 anos do lançamento do seu
primeiro disco, o “Iron Maiden”, e o As apresentações começaram por
aniversário deste clássico está sendo volta das 17h com a banda Anesthesia, que
comemorado no mundo inteiro. Maceió não faz covers dos grandes do Thrash Metal do
poderia ficar de fora, e por isso algumas Metallica. Luis Henrique (guitarra e vocal),
bandas se reuniram para fazer uma Daniel Espanhol (bateria), Fabinho (guitarra)
homenagem a este álbum importantíssimo, e Edilson Lyma (Baixo) tocaram clássicos que
que marcou época para os fãs de Heavy variavam entre músicas dos álbuns dos anos
Metal, e principalmente para os fãs da de 1980 e 1990.
banda. Gravado ainda com Paul Di'Anno no A banda começou com “The Four
vocal, o disco contém alguns dos hinos do Horsemen”, segunda faixa do primeiro álbum
Maiden, que até hoje são cantados pelos fãs do Metallica, “Kill'em All”. Essa foi para
com fervor. começar a bater cabeça logo de cara, e ver
As bandas Anesthesia (cover realmente quem conhece e curte Metal. Em
Metallica), Postmortem (cover de Slayer), seguida, “Disposable Heroes”. “Holier Than
Powerslave (cover de Iron Maiden), IMDY Thou” foi a música que veio logo depois, em
Project (cover de Iron Maiden) e Ripper uma sequência destruidora para marcar o
participaram desse momento fabuloso, que início dos anos de 1990, e assim seguiu o
foi realizado no Kfofo Music Show, no dia 13 repertório de clássicos.
de junho, dia do santo casamenteiro - não Em seguida veio a Postmortem,
poderia haver data melhor para casar o tocando músicas de uma banda cujo som se
amor pelo Heavy Metal com a festa de tornou difícil de ouvir nos shows aqui em
comemoração dos 30 anos do lançamento
do primeiro álbum de uma das maiores
bandas de Metal do mundo.
Um detalhe que chamou bastante a
atenção foi que esse evento teve um caráter
solidário: cada pessoa que fosse ao evento,
além de comprar o ingresso, deveria levar
um kg de alimento não perecível, para
ajudar as pessoas carentes.
Coincidentemente ou ironicamente,
tragédia nos municípios do interior de
Alagoas e Pernambuco ainda não havia
ocorrido.
RM 22
Maceió, o Slayer. Começaram com “Hell tocou ”Wasted Years”, do álbum “Somewhere in
Awaits”, fazendo a galera animar o circlepit. Time” - um disco muito influente no mundo do
Porém, o caos só foi instaurado no Kfofo Heavy Metal, citado por muitos músicos
quando a galera começou a ouvir “The consagrados. Para encerrar, a música que dá
Antichrist”. Os headbangers presentes ou se nome a banda cover, “Powerslave”.
matavam na “roda”, ou batiam cabeça Quem achava não ouviria mais Iron
incessantemente. O repertório seguiu forte Maiden na noite estava completamente
até que veio outro grande clássico do Slayer, enganado, pois a IMDY Project subiu ao palco e
“Angel of Death”, que fez a galera ir à loucura e iniciou a apresentação com “Transylvania”, uma
se preparar para os grupos musicais que música instrumental do álbum que estava sendo
viriam a seguir. Para encerrar a apresentação, festejado naquela noite. Daí em diante, não é
Postmortem tocou a música mais clássica do preciso dizer o que aconteceu: basta ouvir o
Slayer: “Raining Blood”. primeiro álbum do Iron Maiden. Clássicos como
A primeira banda que tocaria músicas “Prowler”, “Remember Tomorrow”, “Sanctuary” e
do Maiden nessa noite de festa subiu ao palco “Iron Maiden” estavam no repertório.
em seguida, executando músicas da era Bruce Para encerrar a noite, a banda Ripper fez um
Dickinson. Um repertório pequeno, de apenas tributo a um cara que foi bastante influente, e
cinco músicas, mas bastante empolgante, que inseriu o “Mallocchio” no mundo do Rock.
com clássicos para fazer os bangers baterem Para quem não sabe o que é, lembre-se do gesto
cabeça e cantarem junto com a banda. A típico no Rock and Roll, com os dedos mínimo e
Powerslave tocou com três guitarristas, de indicador levantados.
acordo com a formação atual do Iron Maiden. Clássicos como “Don't Talk to Strangers”
A Powerslave começou com “Be Quick estavam no repertório da banda, que se
or Be Dead”, música do álbum “Fear of the apresentou para poucas pessoas, já que uma boa
Dark”. Em seguida, outro clássico do Maiden, parte do público já havia saído. Apesar desse
“The Trooper”, que invadiu o Kfofo e fez com detalhe, a banda se apresentou muito bem, e
que todos cantassem principalmente o refrão poder ouvir a voz de Ronnie James Dio é sempre
da música, que não é nada difícil. Logo depois, uma felicidade. Os bons nunca realmente
“Flight of Icarus” colocou a galera para pular. morrem.
Continuando a apresentação, a banda
23 RM
Por Jonas Sutareli e Lucas Marques
Fotos: Pei Fang Fon
M
ês de junho, festas juninas, coisa tipicamente nordestina. Mas na nossa
capital, aconteceu um evento que adicionou um diferencial aos festejos da
data: o São João Rock, que aconteceu no KFofo. Festejando as passagens
juninas, ouvimos muito Rock and Roll para comemorar! Uma festa bastante
eclética, com som para todos os gostos: desde covers de As I Lay Dying e System of
a Down até Pantera e Sepultura.
O evento começou com uma banda cover de System of a Down. Agitou legal,
para uma banda de abertura, e deixou seu rastro no evento. Tocando grandes
clássicos da SOAD, a Suey fez a galera cantar quase todos os refrões. Destaque para
a interpretação do guitarrista da Suey, que realmente entrou no clima. Entretanto, o
que mais marcou foi a espontaneidade da banda, coisa que não é em todo canto que
se vê, mesmo num cenário underground.
Logo em seguida, subiu ao palco a Zé Caveira, uma banda formada por
pessoas bem conhecidas da cena local, que fizeram parte de grandes
representantes da nossa música. A banda é composta por Jonas (ex-Mutação, The
Gordones) na guitarra, Pedro (Atrito) no baixo, Léo (ex-Not My Problem) na bateria
e Serginho no vocal. Fazendo covers de Zumbis do Espaço, Ramones e Misfits, foi
uma banda que o público curtiu muito.
25 RM
A próxima banda a se apresentar foi a
Before I Die, que veio com seu Metalcore já
conhecido pela galera. Repertório tradicional,
com covers de As I Lay Dying e algumas
músicas próprias. Destaque para os vocais. A
performance da banda em cima de um palco
é algo que dispensa qualquer comentários. Os
integrantes nunca deixam a desejar.
Na sequência, a Autopse veio
matadora, tocando Sepultura, Soulfy e
algumas músicas próprias, uma delas com o
nome de “Sertão”, que até se encaixa bem na
temática das festas juninas. Esta é outra
banda que dispensa comentários! Animou o
público do começo ao fim.
Trajados com chapéus de vaqueiros, o
caras da Penitência colocaram todo mundo
pra bater cabeça com seu som de qualidade
indiscutível! Depois da Autopse, a Penitência
continuou mandando tudo para o alto,
executando covers de Sepultura, Pantera e
Motörhead, esta última com uma pegada bem
mais animal, o que chamou bastante a
atenção de quem curtia. A Penitência
realmente é uma banda de pegada. Algo que
precisamos sempre!
Para encerrar, a Morcegos, outra velha
conhecida do público headbanger alagoano,
mostrou seu som brutal, mantendo a linha
das duas bandas anteriores, mas com aquele
velho feeling mais extremo. A Morcegos se
mostra cada vez melhor, mesmo estando por
aí há mais de duas décadas. Isso prova que
quanto mais tempo de estrada se tem, mais
dotado de qualidades o som se torna.
No fim de tudo, a banda do organizador
do evento, a já conhecida e aclamada Cheiro
de Calcinha. Seu som irreverente agora tem
fama de proporção nacional. Após
aparecerem em grandes veículos televisivos
brasileiros, Lobão e sua trupe continuam
lutando pelo crescimento do cenário
alagoano de rock, com a mesma humildade
de sempre.
26 RM
O nosso perfilado do mês, está longe de Maceió
há alguns anos.
Conheçam um pouco mais sobre Alan Huston, ex-
vocalista da banda Mutação.
27
Num vídeo disponível no YouTube, você Underground” (Strung Out). Não sei por que
deixa uma mensagem para os fãs e gosto de cada um em si. Acho que gostar já é
amigos da banda e menciona uma um motivo...
futura vinda a Maceió. E aí, quando é
que isso vai acontecer? O que pretende Você já mora há algum tempo fora do
fazer ao voltar à 'terrinha'? Brasil. De que sente mais falta?
Hoje em dia prefiro dizer que não sei quando Da banda, dos amigos, da família e de
volto. Quanto mais velho fico, mais incerto é o algumas marcas de cerveja...
meu futuro.
Quando voltar, passarei bastante tempo com Ser vocalista não é uma tarefa fácil.
a família e com os amigos. Se for rolar algum Qual é o sentimento de subir ao palco e
show ou turnê tranquila, beleza, tô dentro. ouvir o público cantando as músicas da
Mas não me concentrarei só nisso. banda?
Destaque para nós os 5 álbuns que mais Senti isso pela primeira vez em 2004, quando
gosta, e, em poucas palavras, defina o lançamos nosso primeiro e único filho (o
que cada um deles significa para você. álbum “Por quê?”). O Orákulo lotado...
Perfeito.
É a pergunta mais difícil da entrevista!
Responderei da única maneira que posso. Gostaríamos de agradecer pela
Como só são cinco, prefiro mencionar cinco disponibilidade para responder nossas
lançados nos últimos anos: perguntas. Sucesso.
“Death to Tyrants” (Sick of It All), “Relax” De nada! Até mais! Obrigado! E perdoem os
(Lax'n'Busto), “Machine 15” (Millencolin), possíveis erros do meu não praticado
“Mandala” (RX Bandits), “Agents of the português.
A coluna Eu Estava Lá desta edição será um pouco diferente. Ao invés de
expormos fotos de eventos locais, vamos dar uma pausa no Rock para
mostrarmos um pouco do desastre provocado pelos alagamentos no interior
de Alagoas. Confira as fotos da enchente que atingiu várias cidades.
Fotos: Tudo na Hora, Secom-AL.
TNH
30
31