Вы находитесь на странице: 1из 34

Índice

As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de quem


assina e não reflete, necessariamente, a opinião da revista.
Por Almir Lopes
Fotos: divulgação

Ícones do Hard Rock clássico britânico aterrissam em Recife e realizam um


show histórico

H
á exatamente um mês, estive em legítimas, que testemunharam todo um
Recife e presenciei a passagem de movimento e figuraram no contexto “sexo,
uns dos ícones do Hard Rock drogas e Rock and Roll”; que conviveram
mundial pela cidade, em uma exibição com lendas do calibre de Bon Scott, o
histórica, empolgante e emocionante. Mas primeiro vocalista do AC/DC, morto
não estou me referindo àquelas bandas precocemente em 1980. Na minha ótica,
que arrebatam multidões por onde estar presente nesses momentos é o ápice
passam, as chamadas “bandas de arena”, para o verdadeiro admirador do bom e
como é o caso do Megadeth; emoção velho Rock and Roll.
mesmo, só pude sentir quando Phil Mogg
(vocal), Paul Raymond (guitarra base e O show
teclados), Andy Parker (bateria), Vinnie
Moore (guitarra) e Rob De Luca (baixo) Depois de passar uma tarde
subiram ao palco do Ginásio do Sport Club agradável ao lado do meu amigo Junior
do Recife, na noite de sábado, 29 de maio Lesma (que, quando preciso, gentilmente
de 2010. me cede hospedagem), e de uma figura
Para mim, parecia surreal estar ali, conhecida no cenário do Rock de Maceió, o
com ícones legítimos do Rock and Roll dos Arnoldo, cheguei ao local do show por
anos 1970 na minha frente; figuras volta das 19h.

02 RM
Parecia cedo demais, já que o movimento ainda Phil Mogg, quando comparada ao começo de
permanecia calmo no local, mas o lugar logo foi sua carreira, está infinitamente melhor, com
ficando movimentado, com a chegada de alguns um timbre encorpado, que vez ou outra lembra
velhos fãs e de uma garotada que provavelmente o de David Coverdale, do Whitesnake. Paul
foi lá para ver o guitar hero Vinnie Moore, que Raymond consegue manter todo o clima
figura entre os melhores guitarristas dos anos setentista de canções como “Love to Love”,
1980. O clima era de festa. Do outro lado, meu “Doctor Doctor”, “This Kid's” e “Lights Out”,
amigo João “Itau”, dono da loja de Rock Flowers e clássicos absolutos. Complementando com a
fã de carteirinha do UFO, estava em êxtase, sonoridade perfeita de seus teclados, Vinnie
faltando poucas horas para o início de um dos Moore deixa claro na guitarra que escolheu o
shows mais importantes de sua vida. lugar certo para estar, ocupando a vaga
A aglomeração foi aumentando, devido à deixada pelo eterno ex-guitarrista Michael
aproximação da hora do show começar. Nada de Schenker, responsável por todos os álbuns
excepcional neste sentido, exceto um público com clássicos da banda nos anos 1970. O baterista
um número considerável de pessoas para ver uma Andy Parker, co-fundador da banda junto a

banda que é vista como “cult” no mainstream. O Mogg e ao baixista Pete Way, em 1969, ainda
número estimado de atendentes foi de 800. mantém sua pegada e não deixa o clima
O UFO subiu ao palco do Ginásio por volta esfriar. A única ausência sentida neste show
das 23h20, com um vigor musical surpreendente, talvez seja a do baixista Pete Way, que, por
já que vinham de uma série de três shows causa de sérios problemas de saúde, deixou a
consecutivos. Antes de Recife, a banda já tinha banda em 2004. Escalado para a turnê em
passado por São Paulo, Goiânia e Belo Horizonte. território brasileiro, o baixista americano Rob
Lembro de pensar comigo mesmo: “pela idade De Luca - que meses antes acompanhou
dos integrantes, a banda chegará cansada da Sebastian Bach, quando o ex-vocalista do Skid
maratona de shows”. Ledo engano. O grupo Row abriu os shows do Guns N' Roses em sua
realizou um show impecável. Exceto pelo baixista turnê mundial - deu seu recado e
convidado Rob De Luca e pelo guitarrista Vinnie desempenhou bem o papel de convidado, em
Moore, que ainda são jovens, os demais membros uma banda que mantém seu legado vivo e
já são sexagenários, mas isso não parece ser permanece caindo na estrada, fazendo história
empecilho para a realização de um show com como poucas dentro do legítimo Rock and Roll.
toda a energia puramente Rock and Roll. A voz de

03 RM
Fotos cedidas pelo blog
Boteko do Rock, que se fez
presente no show do UFO
em Recife.

04
World Metal
Notícias e Curiosidades
The 69 Eyes confirma Mötley Crüe: Vince Neil é
dois shows no Brasil em preso por dirigir embriagado
setembro
A banda finlandesa de De acordo com o site
Gothic Glam Rock The TMZ.com o vocalista do
69 Eyes está de volta Mötley Crüe, Vince Neil, foi
ao Brasil. Eles se preso em Las Vegas, 28 de
apresentam no dia 25 junho, sob suspeita de
de setembro, no Carioca Club, em São Paulo, e no dirigir alcoolizado. Ele ficou
dia seguinte, no Teatro Odisséia, no Rio de Janeiro. sob custódia na delegacia
A última vez que o quinteto esteve no Brasil foi em da comarca de County, e a fiança estipulada
2005, durante o festival Live 'N' Louder, ao lado de para sua soltura foi de US$ 2 mil.
bandas como Scorpions, Nightwish e Destruction.

Metal Hammer: melhores músicas da história 01. Cannibal Corpse - "Hammer Smashed Face"
do Death Metal 02. Arch Enemy - "We Will Rise"
03. Death - "Crystal Mountain"
04. Amon Amarth - "Pursuit Of Vikings"
Em 2009 a revista Metal Hammer alemã
05. Vader - "Carnal"
compilou uma lista das 111 melhores músicas de
06. Sepultura - "Arise"
Death Metal de todos os tempos, após uma
07. Carcass - "Heartwork"
seleção feita pelos visitantes do website Metal-
08. In Flames - "Only For The Weak"
Hammer.de. Mais de 15.000 votos foram
09. Kataklysm - "In Shadows And Dust"
contados e o ficou com "Hammer Smashed
10. Behemoth - "Christians To The Lions"
Face", do CANNIBAL CORPSE. Confia os 10 mais
do Death Metal.

K i s s : m o r re L y n y r d
empresário que Skynyrd: ex-
descobriu a backing perde
banda batalha contra o
A n t i g o câncer
cinegrafista de
TV, Bill Aucoin, O LY N Y R D
responsável SKYNYRD perdeu mais um membro da família:
pelo descobrimento da banda norte- a ex-vocalista Deborah Jo White, de 58 anos
americana de rock Kiss, morreu nesta de idade perdeu sua batalha contra o câncer.
segunda-feira (28), aos 66 anos, na Flórida, Deborah, que se apresentava como Jo Jo
EUA. Billingsley, faleceu na quinta-feira (24 de junho
Aucoin deparou-se com o Kiss em de 2010) em sua casa no Alabama.
Nova Iorque, em 1973, e ajudou a criar os Ela excursionou com a banda como
recursos cênicos adotados pela banda ao uma das backing vocals que se apresentavam
longo da carreira, como a maquiagem, além como THE HONKETTES por três anos em
de transformar o quarteto num poderoso meados da década de 70 antes de abandonar
instrumento de marketing. os hitmakers de "Sweet Home Alabama".

05 RM
World Metal
Notícias e Curiosidades
Bruce Dickinson dedica música a Dio em S h a m a n :
show imagens da
Dia 19 de junho, durante um show do versão japonesa
Iron Maiden na Califórnia, o vocalista Bruce de novo álbum
Dickinson dedicou a música "Blood Brothers" ao
falecido vocalista Ronnie James Dio."Um cara
que tristemente se foi. Em algum lugar, tomara,
Já circulam pela
ele está olhando lá de cima e tirando sarro da
i n t e r n e t
minha cara - Sr. Ronnie James Dio. Esse é um
cara para quem eu posso realmente falar imagens do novo CD do Shaman,
'Ronnie, eu realmente não sou melhor, mesmo "Origins", que tem previsão de lançamento
sendo três polegadas mais alto que você". para esse mês. As imagens divulgadas são
http://www.youtube.com/watch?v=bB_ASX67 da versão japonesa.
OAs

Apocalyptica disponibiliza End of Me no Veja também a capa do próximo cd da banda.


MySpace Oficial 7th Symphony.

Pa ra t o d o s a q u e l e s q u e n ã o
conseguiram ouvir a música nova, End of
Me, o Apocalyptica disponibilizou no
MySpace oficial da banda a faixa completa
para que os fãs possam ouvir em boa
qualidade.
http://www.myspace.com/apocalyptica

Metal: confira os lançamentos do mês de Tarja Turunen: vídeo com


julho músicas novas da vocalista

O site Metal Storm compilou uma A cantora finlandesa


lista dos lançamentos programados para o Tarja Turunen
mês de julho. Confira abaixo alguns do que apresentou no festival
vem por aí. Graspop Metal Meeting na
Bélgica duas novas
Cavalera Conspiracy – Sem título ainda músicas, entre elas
Venom – Sem título ainda "Falling Awake", que será o primeiro single
Blind Guardian - At The Edge Of Time do novo álbum "What Lies Beneath",
Jorn – Dio previsto para ser lançado no dia 19 de julho.
Impending Doom - There Will Be http://www.youtube.com/watch?v=GJe_p8p
Violence b0DA
Chimaira - Coming Alive [DVD] http://www.youtube.com/watch?v=TWC-
L11ZP6M

06 RM
A banda pernambucana arruma as malas para se apresentar num
dos maiores eventos do heavy metal do mundo

Texto: Pei Fang Fon


Fotos: Divulgação

Em uma surpreendente vitória, a banda pernambucana de Heavy/Folk Metal,


Cangaço, conquistou a todos no Wacken Metal Battle Brasil, e vai se apresentar no
Wacken Open Air deste ano.
Após uma disputa acirrada entre grandes bandas do Metal nacional, a Cangaço foi
a nossa representante nordestina na seletiva final, que ocorreu em São Paulo, no
Manifesto Bar, em maio.
Foram seis bandas concorrendo ao prêmio máximo da competição, entre elas
Khrophus (SC), Survive (AC), Tierramystica (RS), Warbiff (CE) e Warfx (RJ), além, claro,
da Cangaço.
O Wacken Open Air acontecerá entre os dias 5 e 7 de agosto.

Confira agora, com exclusividade, uma entrevista cedida a Rock Meeting pela
banda que representará o Brasil na Alemanha.

08
Primeiramente, gostaríamos de agradecer pela entrevista e parabenizá-los pela
conquista mais recente de vocês. Antes de entrar em detalhes, como foi o surgimento
da Cangaço? Por que esse nome?

A banda seguia anteriormente com o nome Vectrus e contava com Laércio Silva na bateria.
A opção pela mudança de nome foi pensada por um longo tempo, e apenas refletiu um caminho
que estávamos buscando na música: juntar o Heavy Metal com o melhor da música regional do
nordeste, possibilitando diversas combinações e riffs ainda pouco explorados no Metal nacional,
além da temática ligada ao nome Cangaço - uma mistura de rebeldia, independência, códigos de
conduta, e um passeio na linha que separa o mocinho do bandido na história. Por coincidência, na
época em que estávamos na fase de transição, Laércio precisou se ausentar da banda, dando lugar
ao nosso já conhecido Arthur Lira.

Como se deu o processo de formação até a sustentação da banda?

Enfrentamos diversos obstáculos na construção do nosso trabalho: a falta de patrocínio e


produtores interessados é evidente. Ainda bem que temos pelo menos acesso à internet,
possibilitando a atualização constante.
A banda surgiu bem diferente da forma atual, mas sempre com Magno Lima e Rafael
Cadena tocando juntos. Foram necessários, em média, cinco anos até os integrantes se sentirem
maduros o suficiente para começar um trabalho e apresentá-lo na cena. Para isso,
freqüentávamos praticamente todos os shows da cena local, visando aprender com as bandas o
máximo possível. E seguimos aprendendo.

09
O sonho de toda banda é tocar em grandes festivais
de metal espalhados pelo mundo, como Wacken Open
Air. Falando nele, como vocês ficaram sabendo da
seletiva do Wacken Metal Battle Brasil? Como foi
'duelar' com as bandas em Recife?

Soubemos do concurso através do site da Roadie


Crew e mandamos o material requerido para inscrição.
Entretanto, é o produtor local que escolhe as bandas
concorrentes, e, junto com Project 666, Firetomb, Still Living
e Inner Demons Rise, fomos selecionados por João Marinho,
também da loja Blackout Discos, para a competição em
Recife.
O show em Recife teve diversos problemas técnicos,
ainda mais porque fomos a banda de abertura, e todas os
grupos fizeram um show excelente.
Sinceramente, o clima instaurado por causa da
competição não é muito confortável, até porque nossa
felicidade dependia da tristeza das outras bandas, e isso é
notável na hora dos cumprimentos. É uma boa oportunidade,
mas sentimos por ser julgada a melhor banda, até porque nem
acreditamos que exista uma melhor banda, ainda mais numa
competição desse nível. Só podemos nos sentir muito honrados. Para a
nossa felicidade, ganhamos a oportunidade de representar Pernambuco
lá em São Paulo.

Vocês disputaram a final contra as bandas Khrophus (SC),


Survive (AC), Tierramystica (RS), Warbiff (CE) e Warfx (RJ).
Contem-nos qual foi a sensação de ganhar a seletiva do
Wacken no Brasil.
Se em Recife a competição foi acirrada, lá em São Paulo foi bem
mais complicado. Na verdade, nem sabíamos da existência de bandas
tão competentes no Brasil, que levassem o trabalho com o Metal realmente a
sério. Ficamos, literalmente, babando durante os shows das outras bandas, tanto que,
na hora de anunciarem o grupo musical escolhido, ficamos em choque mesmo.
Estávamos muito felizes só de ter participado daquele show e assistido a performances
tão boas.
A sensação é de
e x t r e m a
responsabilidade e
necessidade de trabalho
intenso e constante, a
fim de representar nosso
país e todas as
excelentes bandas que
competiram conosco,
tanto em Recife, quanto
na final nacional.

10
Depois da vitória, quais as Próxima parada: Alemanha. E aí?
expectativas para o futuro? Vocês estão prontos?

Desenvolver o caminho musical escolhido e Estamos trabalhando na gravação de uma


investir na busca de patrocinadores interessados, nova demo, para chegarmos à Alemanha com
para que possamos levantar o máximo possível a material inédito, e ensaiando bastante as músicas
bandeira do Metal de Pernambuco para o Brasil, e novas. Estamos, sim, bastante ansiosos em tocar
do Brasil para o mundo. Além disso, levar nosso fora do país, e também por poder assistir a
trabalho para a maior quantidade possível de diversos excelentes shows. Mas o foco principal é
lugares no mundo, e, se possível, poder sobreviver materializar uma performance destruidora lá no
apenas trabalhando com o Heavy Metal. Wacken, representando as bandas e todos os
headbangers brasileiros à altura que merecem.
O que vocês acreditam ter sido o
diferencial para ganhar o WMB? Bem, mais uma vez agradecemos a
participação do Cangaço! Desejamos
Acreditamos que uma junção de fatores sucesso. Continuem com o trabalho que
contribuiu para o fato. Sinceramente, não estão desenvolvendo.
sabemos ao certo, mas a proposta musical
diferenciada, aliada à verdade que a banda Nós que agradecemos a oportunidade de
apresenta nos shows, certamente deve ter divulgar nosso trabalho. Parabéns pelo apoio ao
influenciado em Metal nacional.
alguns quesitos na hora da votação.

11
Palmeira dos Índios sediou a terceira edição do FMI e
mostrou que o cenário no interior é forte

Texto: Daniel Lima | Pei Fang Fon


Fotos: Pei Fang Fon

Observando o que acontece em Maceió, talvez você já tenha


se perguntado: há rock and roll no interior? Você pode não saber
disso, mas há, sim! Nos últimos dias de maio, a cidade de Palmeira
dos Índios foi palco para a terceira edição do Festival de Música
Independente (FMI) – Night of Metal, contando com a participação
das bandas Forloxcia (Thrash Metal de União dos Palmares),
Morcegos (Death/Thrash de Maceió) e One Way (Heavy Metal de
Palmeira dos Índios). O evento ocorreu na casa de show Aquarius.
Palmeira dos Índios fica a 133 km de Maceió, e mal se viu
algum morador da capital por lá, mas caravanas de cidades vizinhas,
como Arapiraca e União de Palmares, marcaram presença no FMI e
mostraram que a distância não é problema para eles.

O Show

O palco do FMI, a casa de shows Aquarius, fica às margens


de um rio meio antagônico: ao invés de gerar e ajudar a manter
vidas, ele já a tirou de alguns moradores da cidade, entre eles o
irmão de Cândida Caribé – uma das organizadoras do evento, junto
a Apolônio Torres Neto. Segundo a organização, o FMI foi feito em homenagem a ele, que era muito
fã da banda Morcegos.
Com poucos minutos de atraso, a primeira banda da noite foi a Forloxcia, da cidade de Zumbi
dos Palmares. Guerreiros, trouxeram para o público canções próprias do seu EP, “Time of My Agony”.
No momento em que o seu setlist foi iniciado, a casa foi se enchendo de maneira surpreendente,
como se o som estivesse chamando os apaixonados pelo metal.
Com uma pegada mais Thrash, o público conferiu uma homenagem a Ronnie James Dio, feita
pelos integrantes da banda. O grupo terminou a apresentação recebendo uma salva de palmas in
memorian do ícone do Heavy Metal mundial. Canções de outras bandas, como o Metallica (“Seek and
Destroy”) e o Sepultura (“Territory”), foram executadas para o delírio do público presente, esta
última contando com a participação de Rodrigo Bento na bateria. A banda de União, composta por
Tassio Monteiro (baixo/vocal), Thiago Alcântara (bateria), Fábio da Silva (guitarra/vocal) e Nando
Pires (guitarra), deu um início brilhante à noite palmerina.

12
Êxodo do Metal

Não é muito comum ver pessoas saindo da sua cidade para ir a um


evento em outro lugar. Na capital, já é complicado sair do bairro onde se
mora e se deslocar para outro, no intuito de ver a apresentação de alguma
banda.
Algo que chamou a atenção foi o público presente no festival. O
público do FMI foi maior do que em muitos shows que frequentamos aqui
em Maceió. Eles realmente mostraram que valorizam os eventos,
comparecendo para prestigiar e ouvir um bom som. Mostraram-nos que
Maceió tem muito a aprender, e reforçaram o que já sabíamos: que
valorizar os eventos locais é extremamente importante. O engraçado é
que, como se fala tanto em Maceió, eles acabam pensando que aqui é o
grande centro do Rock em Alagoas. O que vemos diariamente, entretanto,
nos mostra uma realidade bem diferente.
Pudemos conferir, com imensa satisfação e espanto, ao mesmo tempo, a
maneira como os fãs do Metal saíram de suas cidades para conferir um
evento fora do seu “domínio”. Arapiraca, Maceió, União dos Palmares e
Murici estiveram por lá, além dos moradores da cidade, que surgiam dos
mais variados lugares.
Para Frankstone, a presença do público foi importante para confirmar que
o sucesso da Morcegos não se concentra apenas em Maceió. Ele comentou
sobre a presença massiva do público de outras cidades: “Houve caravanas
de outras cidades para prestigiar o evento, além da presença em massa do
público local, que, junto aos de outras cidades, lotou a casa de show. Isso é
algo realmente fantástico, já que, em nossa cidade natal, muitas vezes as
pessoas deixam de ir para determinado show por causa do local, do bairro”,
desabafa.

14
Em Viçosa também
teve banda tocando. Ao
som de muitos estilos,
o público foi ao delírio
Por Jonas Sutareli | Lucas Marques

Q uando falamos de rock alagoano, na


maioria das vezes, nos limitamos a
relacioná-lo ao cenário existente em
nossa bela capital, Maceió. Mas o que
poucos sabem e muitos procuram não
saber, é que temos uma cena emergente
muito bonita também no interior do estado,
com shows em bons lugares e público
considerável.
No interior de Alagoas também tem
rock! No dia 29 de maio, ocorreu na cidade
de Viçosa a 5ª edição do “Viçosa Pró Rock”,
um evento que reuniu bandas da cidade e
de Maceió para difundir ainda mais o som
rebelde dentro do estado. O aconteceu no
clube da AABB viçosense, um ótimo lugar para se fazer um show de rock underground. Melhor,
inclusive, que a maioria dos locais onde geralmente são realizados os shows em Maceió.

A energia Rock and roll

Alguns amantes do rock and roll das cidades vizinhas foram para Viçosa em busca de um
bom show. O evento contou com um bom número de pessoas. As bandas correspondiam à
energia do pessoal presente e vice-versa. Foi um evento maravilhoso! Houve horas em que aquela
energia rock and roll incomparável pairava no ambiente, e isso era perceptível pela reação da
plateia.
A fim de criar um acontecimento democrático, onde todos pudessem curtir o seu estilo
favorito, a organização tratou de não fazer um espetáculo de bandas de um estilo padrão; o que
aconteceu foi um evento eclético, para agradar a gregos e troianos. A fórmula deu certo: a
agitação do público era constante, e se via claramente que a maioria estava ali para curtir o som,
sem se preocupar em julgar as bandas. Foi interessante ver covers de Sepultura e Blink 182 num
mesmo evento, sem que nenhuma das bandas sofresse algum tipo de reação negativa por parte
dos que estavam presentes.
A organização deu um apoio consistente às bandas. A Rock Meeting parabeniza Alex e sua
equipe pela organização e pela preocupação com as bandas, cedendo transporte, alimentação e
um amplo local para que os músicos pudessem ficar antes do show (uma espécie de camarim
coletivo). Outra coisa legal de destacar foi o fato de o investimento razoável de tempo e dinheiro
por parte da organização não ter refletido no valor dos ingressos, que custavam de cinco a oito
reais. Pouca coisa a se cobrar por um evento tão completo.

15
Todos os membros da organização foram
bastante atenciosos e prestativos com as bandas,
até o último minuto. Ocorreram alguns percalços
que, com a ajuda dos amigos, foram superados.
Alguns princípios de tumulto também foram
detectados, mas a segurança foi eficiente e colocou
os baderneiros para fora, sem gerar maiores
aborrecimentos à plateia.

As bandas

O lineup do evento contou com as bandas


Blues de Cotovelo, Autopse, Goneblack, Dia 5,
ScreamFlame, Papel de Parede, Arcania e Wishes,
nessa mesma ordem de apresentação, que foi
decidida na hora, por sorteio.
A banda Blues de Cotovelo mandou um blues
de qualidade pra galera. Uma pegada autêntica, um
som bem ensaiado e bem executado, uma
apresentação do jeito que a plateia merecia.
Acredite, caro leitor, vimos até inícios de mosh pit.
Isso foi inédito! Ainda contou com a participação de
um amigo da banda que tocava gaita, o que deixou o
som bem mais interessante, e, digamos, “viajado”!
Muito bom de ouvir. Tocando Cazuza em ritmo de
blues e também algumas músicas próprias, a banda
abriu o festival magistralmente.
Autopse mandou muito no som pesado!
Imaginem uma banda tocando covers de Soulfy e
Sepultura com uma mulher nos vocais. Isso mesmo!
As mulheres do Metal também representaram a cena
no Viçosa Pró Rock. A principal banda representando
um som mais pesado, a Autopse subiu no palco e
mostrou a que veio, enlouquecendo o público, que
fazia um bom circlepit.
GoneBlack representou vários estilos do rock.
Com covers de Creed, Slipknot e Avenged Sevenfold,
a banda agitou a galera, que ficou insana ao som da
música “Psychosocial”, do Slipknot. Provavelmente o
ponto alto da apresentação da banda.

16
Outra banda que veio com uma garota nos
vocais, sendo relativamente conhecida em
Maceió, foi a Dia 5, tocando um Hardcore para
ninguém botar defeito. Com uma apresentação
enérgica, a banda mostrou estar bem ensaiada, e
a ligação entre os integrantes era bastante
evidente, o que deixou o show muito mais
interessante.
Raimundos e Blink 182. Não saem tanto
assim da mesma linha. Além de executar músicas
próprias, a ScreamFlame tirou a galera do chão e
fez coro com “Eu Quero Ver o Oco”, dos
Raimundos, e “All the Small Things”, do Blink 182.
Músicas bastante conhecidas que foram os
grandes destaques do show da banda.
Trazendo a velha linha do Punk/Hardcore à
tona, a banda Papel de Parede subiu no palco
cheia de energia. Já conhecida da maioria do
público presente por ser uma banda local, o
público se deixou levar fácil. A Papel de Parede
tem como um de seus integrantes o já citado
Alex, o grande organizador da festa.
Sobe no palco a penúltima banda a se
apresentar no evento. A Arcânia tinha tudo para
fazer um show muito bom para a galera presente,
porém um fato lamentável ocorreu. O baterista
passou mal e caiu desmaiado no palco.
Felizmente, sem maiores problemas depois.
Arcânia deixou o palco em meio a lágrimas de
preocupação da vocalista.
Quando pensávamos que o evento havia
terminado após o imprevisto, eis que surge uma
banda bem conhecida do público maceioense. A
Wishes veio detonando com o seu som matador,
que variava entre covers de Slipknot, Coal
Chamber, e as músicas de autoria própria. Apesar
de não haver quase mais público, a banda tocou
com todo o gás e energia. Os poucos presentes
com certeza acordaram com um belo torcicolo, no
dia seguinte.
A RM agradece o apoio que nos foi dado
pelo Viçosa Pró Rock! Esperamos que aconteçam
mais eventos desse nível no interior do estado.

17
Texto: Costábile Salzano Jr. (The Ultimate Press)
Fotos: Vivianne Drummond

P
raticamente uma semana após o show do Deathstars, outra banda sueca resolveu mostrar as
caras aos headbangers brasileiros. Desta vez, quem passou pelo palco do Carioca Club, foi o
Dark Tranquillity. A noite do Dia dos Namorados celebrou a exuberante estreia de um dos
criadores do Death Metal melódico no País.
O Dark Tranquillity é um grupo que ficou mundialmente conhecido devido a sua excelência
musical. Com temas rápidos, excêntricos e letras inteligentes, a sua sonoridade arrebatou em cheio
os fãs tanto das músicas pesadas, como os que gostam de partes mais melódicas. Após realizar
longas turnês pela Europa e pela América do Norte, Mikael Stanne (vocais), Martin Henriksson
(guitarra), Niklas Sundin (guitarra), Daniel Antonsson (baixo), Martin Brandstrom (teclados) e Anders
Jivarp (bateria) finalmente vieram desbravar a América do Sul por completo, e o Brasil foi um dos
países agraciados por esta ilustre e tão esperada visita.
Exatamente às 20h25, o Dark Tranquillity estreava no Brasil, e, logo de cara, recebia o tão
famoso calor do público brasileiro. O sexteto entrou em cena com “At the Point of Ignition” e “The
Fatalist”, duas “pauladas” de seu mais recente álbum, o “We are the Void”.
Assim como aconteceu na estreia do Amon Amarth, outro excelente grupo sueco, logo nas
duas primeiras músicas, o público já estava extasiado, nos braços do sexteto. Afinal, foram 20 anos
de espera, que deveriam ser recompensados em pouco mais de 1h40 do mais puro Gothenburg
sound.
Mantendo o ritmo acelerado, executaram uma trinca enlouquecedora: “Focus Shift”, e para o
delírio da galera, as clássicas “The Wonders at Your Feet” e “Final Resistance”.
O repertório, conforme fora prometido pelos músicos, seguiu com composições de
praticamente todos os trabalhos. Uma das canções que mais impressionaram ao vivo foi a nova
“Shadow in Our Blood”, que teve o seu clipe sincronizado no backdrop. No entanto, o clímax da
apresentação veio justamente na primeira do bis, com “Therein”. Se no disco ela é fantástica, ao vivo,
é fora de série. A partir dali, o que veio foi lucro.
19
sombra de dúvidas ditou a vibração para que
aquela noite fosse inesquecível, para a
banda e para os fãs.
A dupla de guitarristas Niklas Sundin e Martin
Henriksson se completam como unha e
carne. Donos de riffs poderosos, são
verdadeiros maestros, e conseguiram
evidenciar por que são músicos tão
aclamados dentro do Death Metal.
A cozinha formada por Daniel
Antonsson (baixo) e Anders Jivarp (bateria)
“joga” fácil até mesmo nas partes mais
complicadas. Eles nunca deixaram o ritmo da
apresentação, muitas vezes frenético, cair.
No entanto, é o teclado de Martin
Brandstrom que determina a excentricidade
das músicas. Mesmo que posicionado ao
fundo do palco, sua presença é mais do que
notória. Suas linhas melódicas dão aquele
toque intimista a cada composição, o que
muitas vezes determina a identidade de uma
música; fato que também acontece em outras
bandas, como o Dimmu Borgir, o Cradle of
Fith e o Children of Bodom.
Porém, tudo o que é bom dura pouco. O Dark Tranquillity provou, ao vivo,
O show passou muito rápido... Sinal de que diante dos aficionados fãs brasileiros, por que
os integrantes do Dark Tranquillity foram é considerado um dos melhores grupos do
eficientes. Até mesmo quando executaram atual cenário do Heavy Metal mundial. Se
músicas mais calmas, a exibição não se seus compatriotas In Flames e At the Gates
tornou maçante, e a interatividade com os fãs tomaram um rumo um tanto diferente quando
foi a mesma, do início ao fim. comparamos a atual sonoridade dos dois
O vocalista Mikael Stanne foi um poço grupos com a do inicio de carreira, o Dark
de simpatia e carisma. Com o sorriso sempre Tranquillity mantém, até hoje, a sua
largo no rosto, deu um show à parte. Seu identidade musical. É claro que a banda
vocal é impar. Perfeito tanto nas partes passou por momentos experimentais, mas a
melódicas, quanto nos vocais rasgados, sem sua peculiaridade característica se mantém
intacta.

20
Os suecos não precisaram de muitos
elementos para fazer uma boa apresentação. Os
caras se garantiram “na raça” mesmo, no palco,
executando seu som rápido, pesado e devastador,
sob a base de uma iluminação simples. A única
coisa de extravagante foi as imagens sobrepostas
no backdrop, que, de certa forma, deram um toque
mais intimista ao show. De resto, foi “porrada na
orelha”, executada por uma banda segura e com
uma performance perfeita. O único porém foi ter
deixado “Monochromatic Stains”, que há um bom
tempo não tem figurado no repertório, mais uma
vez de fora. Mesmo assim, fizeram uma das
melhores apresentações do ano!

Set list Dark Tranquillity – São Paulo –


12/06/2010

1.At the Point of Ignition


2.The Fatalist
3.Focus Shift
4.The Wonders At Your Feet
5.Final Resistance
6.Misery's Crown
7.Punish My Heaven
8.Iridium
9.Shadow in Our Blood
10.The Lesser Faith
11.Dream Oblivion
12.Lethe
13.Lost To Apathy
14.ThereIn
15.The Grandest Accusation
16.Terminus (Where Death Is Most Alive)

21
Por Daniel Lima
Fotos: Pei Fang Fon

E
m 2010, a Donzela de Ferro completa O show
30 anos do lançamento do seu
primeiro disco, o “Iron Maiden”, e o As apresentações começaram por
aniversário deste clássico está sendo volta das 17h com a banda Anesthesia, que
comemorado no mundo inteiro. Maceió não faz covers dos grandes do Thrash Metal do
poderia ficar de fora, e por isso algumas Metallica. Luis Henrique (guitarra e vocal),
bandas se reuniram para fazer uma Daniel Espanhol (bateria), Fabinho (guitarra)
homenagem a este álbum importantíssimo, e Edilson Lyma (Baixo) tocaram clássicos que
que marcou época para os fãs de Heavy variavam entre músicas dos álbuns dos anos
Metal, e principalmente para os fãs da de 1980 e 1990.
banda. Gravado ainda com Paul Di'Anno no A banda começou com “The Four
vocal, o disco contém alguns dos hinos do Horsemen”, segunda faixa do primeiro álbum
Maiden, que até hoje são cantados pelos fãs do Metallica, “Kill'em All”. Essa foi para
com fervor. começar a bater cabeça logo de cara, e ver
As bandas Anesthesia (cover realmente quem conhece e curte Metal. Em
Metallica), Postmortem (cover de Slayer), seguida, “Disposable Heroes”. “Holier Than
Powerslave (cover de Iron Maiden), IMDY Thou” foi a música que veio logo depois, em
Project (cover de Iron Maiden) e Ripper uma sequência destruidora para marcar o
participaram desse momento fabuloso, que início dos anos de 1990, e assim seguiu o
foi realizado no Kfofo Music Show, no dia 13 repertório de clássicos.
de junho, dia do santo casamenteiro - não Em seguida veio a Postmortem,
poderia haver data melhor para casar o tocando músicas de uma banda cujo som se
amor pelo Heavy Metal com a festa de tornou difícil de ouvir nos shows aqui em
comemoração dos 30 anos do lançamento
do primeiro álbum de uma das maiores
bandas de Metal do mundo.
Um detalhe que chamou bastante a
atenção foi que esse evento teve um caráter
solidário: cada pessoa que fosse ao evento,
além de comprar o ingresso, deveria levar
um kg de alimento não perecível, para
ajudar as pessoas carentes.
Coincidentemente ou ironicamente,
tragédia nos municípios do interior de
Alagoas e Pernambuco ainda não havia
ocorrido.

RM 22
Maceió, o Slayer. Começaram com “Hell tocou ”Wasted Years”, do álbum “Somewhere in
Awaits”, fazendo a galera animar o circlepit. Time” - um disco muito influente no mundo do
Porém, o caos só foi instaurado no Kfofo Heavy Metal, citado por muitos músicos
quando a galera começou a ouvir “The consagrados. Para encerrar, a música que dá
Antichrist”. Os headbangers presentes ou se nome a banda cover, “Powerslave”.
matavam na “roda”, ou batiam cabeça Quem achava não ouviria mais Iron
incessantemente. O repertório seguiu forte Maiden na noite estava completamente
até que veio outro grande clássico do Slayer, enganado, pois a IMDY Project subiu ao palco e
“Angel of Death”, que fez a galera ir à loucura e iniciou a apresentação com “Transylvania”, uma
se preparar para os grupos musicais que música instrumental do álbum que estava sendo
viriam a seguir. Para encerrar a apresentação, festejado naquela noite. Daí em diante, não é
Postmortem tocou a música mais clássica do preciso dizer o que aconteceu: basta ouvir o
Slayer: “Raining Blood”. primeiro álbum do Iron Maiden. Clássicos como
A primeira banda que tocaria músicas “Prowler”, “Remember Tomorrow”, “Sanctuary” e
do Maiden nessa noite de festa subiu ao palco “Iron Maiden” estavam no repertório.
em seguida, executando músicas da era Bruce Para encerrar a noite, a banda Ripper fez um
Dickinson. Um repertório pequeno, de apenas tributo a um cara que foi bastante influente, e
cinco músicas, mas bastante empolgante, que inseriu o “Mallocchio” no mundo do Rock.
com clássicos para fazer os bangers baterem Para quem não sabe o que é, lembre-se do gesto
cabeça e cantarem junto com a banda. A típico no Rock and Roll, com os dedos mínimo e
Powerslave tocou com três guitarristas, de indicador levantados.
acordo com a formação atual do Iron Maiden. Clássicos como “Don't Talk to Strangers”
A Powerslave começou com “Be Quick estavam no repertório da banda, que se
or Be Dead”, música do álbum “Fear of the apresentou para poucas pessoas, já que uma boa
Dark”. Em seguida, outro clássico do Maiden, parte do público já havia saído. Apesar desse
“The Trooper”, que invadiu o Kfofo e fez com detalhe, a banda se apresentou muito bem, e
que todos cantassem principalmente o refrão poder ouvir a voz de Ronnie James Dio é sempre
da música, que não é nada difícil. Logo depois, uma felicidade. Os bons nunca realmente
“Flight of Icarus” colocou a galera para pular. morrem.
Continuando a apresentação, a banda

23 RM
Por Jonas Sutareli e Lucas Marques
Fotos: Pei Fang Fon

M
ês de junho, festas juninas, coisa tipicamente nordestina. Mas na nossa
capital, aconteceu um evento que adicionou um diferencial aos festejos da
data: o São João Rock, que aconteceu no KFofo. Festejando as passagens
juninas, ouvimos muito Rock and Roll para comemorar! Uma festa bastante
eclética, com som para todos os gostos: desde covers de As I Lay Dying e System of
a Down até Pantera e Sepultura.
O evento começou com uma banda cover de System of a Down. Agitou legal,
para uma banda de abertura, e deixou seu rastro no evento. Tocando grandes
clássicos da SOAD, a Suey fez a galera cantar quase todos os refrões. Destaque para
a interpretação do guitarrista da Suey, que realmente entrou no clima. Entretanto, o
que mais marcou foi a espontaneidade da banda, coisa que não é em todo canto que
se vê, mesmo num cenário underground.
Logo em seguida, subiu ao palco a Zé Caveira, uma banda formada por
pessoas bem conhecidas da cena local, que fizeram parte de grandes
representantes da nossa música. A banda é composta por Jonas (ex-Mutação, The
Gordones) na guitarra, Pedro (Atrito) no baixo, Léo (ex-Not My Problem) na bateria
e Serginho no vocal. Fazendo covers de Zumbis do Espaço, Ramones e Misfits, foi
uma banda que o público curtiu muito.

25 RM
A próxima banda a se apresentar foi a
Before I Die, que veio com seu Metalcore já
conhecido pela galera. Repertório tradicional,
com covers de As I Lay Dying e algumas
músicas próprias. Destaque para os vocais. A
performance da banda em cima de um palco
é algo que dispensa qualquer comentários. Os
integrantes nunca deixam a desejar.
Na sequência, a Autopse veio
matadora, tocando Sepultura, Soulfy e
algumas músicas próprias, uma delas com o
nome de “Sertão”, que até se encaixa bem na
temática das festas juninas. Esta é outra
banda que dispensa comentários! Animou o
público do começo ao fim.
Trajados com chapéus de vaqueiros, o
caras da Penitência colocaram todo mundo
pra bater cabeça com seu som de qualidade
indiscutível! Depois da Autopse, a Penitência
continuou mandando tudo para o alto,
executando covers de Sepultura, Pantera e
Motörhead, esta última com uma pegada bem
mais animal, o que chamou bastante a
atenção de quem curtia. A Penitência
realmente é uma banda de pegada. Algo que
precisamos sempre!
Para encerrar, a Morcegos, outra velha
conhecida do público headbanger alagoano,
mostrou seu som brutal, mantendo a linha
das duas bandas anteriores, mas com aquele
velho feeling mais extremo. A Morcegos se
mostra cada vez melhor, mesmo estando por
aí há mais de duas décadas. Isso prova que
quanto mais tempo de estrada se tem, mais
dotado de qualidades o som se torna.
No fim de tudo, a banda do organizador
do evento, a já conhecida e aclamada Cheiro
de Calcinha. Seu som irreverente agora tem
fama de proporção nacional. Após
aparecerem em grandes veículos televisivos
brasileiros, Lobão e sua trupe continuam
lutando pelo crescimento do cenário
alagoano de rock, com a mesma humildade
de sempre.

26 RM
O nosso perfilado do mês, está longe de Maceió
há alguns anos.
Conheçam um pouco mais sobre Alan Huston, ex-
vocalista da banda Mutação.

Apresente-se. não seja do meu agrado. Ultimamente,


componho de uma maneira estranha e falo
Alan Huston Cardoso Jacintho: um "filho-de- sobre outros temas. Imigração é um deles.
vó". Nascido e criado no Rio; vivido em Já não sou tão otimista como antes.
Maceió. Hoje vive fora e pensa em Espanhol.
Imigrante ilegal. Basicamente, só isso. No tempo em que passou com a
Mutação, quais as situações mais
Você era o vocalista da banda Mutação, engraçadas que presenciou?
referência do hardcore em Maceió.
Como foi esse período a frente da Engraçadas? Já aconteceu tanta coisa desse
banda? tipo que não consigo lembrar de uma
preferida.
Foi uma das coisas mais importantes da A clássica: em um dia em que fomos
minha vida! Foi uma pena ter que deixar a tocar num lugar meio distante do centro de
banda na época em que mais acreditávamos Maceió (lá pros lados de Ipioca, creio),
em nossos sonhos. Fui egoísta, mas me levamos instrumentos (incluindo a bateria) e
entendo, e meus amigos também. Não me equipamentos em várias viagens, super
arrependo, embora sinta saudade e vontade estressante; e quando já está quase tudo
de voltar a tocar, algum dia. preparado para que possamos tocar, cai um
"toró" e o show é cancelado.
Hoje você mora na Espanha. O que Outra boa? O dia em que um idiota
poderia nos dizer em relação ao meio nos apresenta assim: "...e com vocês,
underground espanhol? Você participa Mutasamba!"
ativamente dele? Outra? Tocaríamos depois do grupo
de reggae Vibrações Rasta, e vimos que
Não poderia dizer muita coisa. Gosto de todos (com exceção das nossas namoradas,
alguns grupos espanhóis e fui a alguns claro) iam embora, uma vez acabado o
shows do meio underground, embora as show... do Vibrações.
bandas principais fossem de fora. Não sei se são fatos "engraçados",
mas sempre ríamos.
Você ainda compõe para a Mutação,
mesmo estando longe? Quando
pretende mostrar suas composições?
De que falam as letras?

Ainda componho, sim, mas só para mim (ou


prefiro pensar assim), pois me frustra não ter
a Mutação por perto para me ajudar com
algum... "tempero adicional". E tenho
preguiça de recomeçar com um projeto que

27
Num vídeo disponível no YouTube, você Underground” (Strung Out). Não sei por que
deixa uma mensagem para os fãs e gosto de cada um em si. Acho que gostar já é
amigos da banda e menciona uma um motivo...
futura vinda a Maceió. E aí, quando é
que isso vai acontecer? O que pretende Você já mora há algum tempo fora do
fazer ao voltar à 'terrinha'? Brasil. De que sente mais falta?

Hoje em dia prefiro dizer que não sei quando Da banda, dos amigos, da família e de
volto. Quanto mais velho fico, mais incerto é o algumas marcas de cerveja...
meu futuro.
Quando voltar, passarei bastante tempo com Ser vocalista não é uma tarefa fácil.
a família e com os amigos. Se for rolar algum Qual é o sentimento de subir ao palco e
show ou turnê tranquila, beleza, tô dentro. ouvir o público cantando as músicas da
Mas não me concentrarei só nisso. banda?

Destaque para nós os 5 álbuns que mais Senti isso pela primeira vez em 2004, quando
gosta, e, em poucas palavras, defina o lançamos nosso primeiro e único filho (o
que cada um deles significa para você. álbum “Por quê?”). O Orákulo lotado...
Perfeito.
É a pergunta mais difícil da entrevista!
Responderei da única maneira que posso. Gostaríamos de agradecer pela
Como só são cinco, prefiro mencionar cinco disponibilidade para responder nossas
lançados nos últimos anos: perguntas. Sucesso.
“Death to Tyrants” (Sick of It All), “Relax” De nada! Até mais! Obrigado! E perdoem os
(Lax'n'Busto), “Machine 15” (Millencolin), possíveis erros do meu não praticado
“Mandala” (RX Bandits), “Agents of the português.
A coluna Eu Estava Lá desta edição será um pouco diferente. Ao invés de
expormos fotos de eventos locais, vamos dar uma pausa no Rock para
mostrarmos um pouco do desastre provocado pelos alagamentos no interior
de Alagoas. Confira as fotos da enchente que atingiu várias cidades.
Fotos: Tudo na Hora, Secom-AL.

TNH

30
31

Вам также может понравиться