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Licinio C. Lima A escola como organizacao educativa = eS ee Se XT iA LN Ay i Pied ras od SC id RS Se Ee m “a iy, xX ay RY) ET PRA Cepirora ‘AESCOLA COMO ORGANIZAGAO EDUCATIVA: uma abordagem socioldgica Licino C: Lima Capa; DAC Praparago de Originate Liege Marvcei ‘Revisdo: Maria de Lourdes de Almeida Composigdo: Dany Edtora Lids. Coordenaeto editorial: Danilo A. Q. Morales Por recomendagé do autor, foi mantida a ortgrafia vigente em Portugal. 'Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzid ou duplicada sem autriaagio cexpressa do autor edo eto © by Avr tos para est exc a ‘CORTEZ EDITORA Rua Monte Alegre, 1074 —Perdizes (5014-001 ~ Ste Paulo SP Tel: (11) 38640111 Fax: (11) 3864-4290 E-al:conez@eontezeitoracom.be svarw-cortezdiora.com.br Impresso no Brasll fevereito de 2008 Sumario PReFECIO nr : ‘ PARTE 1— Para uma sociologia da escola como organizagiio ‘eduativa Capitulo 1 — O estudo da escola: de Organizacio Burocrdtica Anarquia Organtzada ae 1. Introdusao. 2. © modelo politico e o modelo de sistema social 3. O modelo racional/burocrético e 0 modelo ansrquico 4, A escola no sistema educativo centralizado... Capitulo 2— Problemas de focalizagio no estudo da escola . 1, © modo de funcionamento diptico da escola como organizagio 2, Planos, estruturas e regras organizacionais. 3. Paodoglooreprotgio do regan: nocmatviarn infidelidade HOTMALIVA 4. Pantcipagto ¢ nto partcipaglo na escola. Capitulo 3 — Para uma abordagem sociol6gica dos modelos ‘organizacionais de escola piiblica 1. Introdugao. 2. Os modelos organizacionais de escola como construgdestesrcas 15 1s 7 20 36 45 43 50 37 oo 93 93 96, 3. Os modelos organizacionais de escola como configuragdes socialmente construidas/em cOnstrUG80 ..n.unsnsrwnsinnnnsnnn 102 4, Para uma andlise multifocalizada dos modelos organizacionais de escola pribica 105 5. O rena a arin dos dios dest n gover democratica da escola piblica.. 1 PARTE Il —Politicas, racionalidades e priticas organizacionais e administrativas Capftulo 4 — Modernizagio, racionalizacio e optimizacio: Perspectives neo-ayloinss na adminissagio da educagio oe 17 1. Perspectivas neo-taylorians outrasideologas organizativas 117 2. A modemnizago como imperativo e a reforma educativa 123 3, Racionalizacio, eficdcia, controlo de qualidade . 4. A participacio como técnica de gest#o e © princfpio da integragdo ... 132 Capitulo 5 — Reformar a administragdo escolar: a recentralizagio por controlo remoto e a autonomia como delegaca0 politica .. 137 1. A reforma da administragdo centralizad 137 2. Ambiguidades Md 3. Acscola num sistema educativo descetralizado 4. Decisdo politica: descentralizac3o ou recentralizagio de poderes?... 146 5. Autonomia(s): problematizagao .... von 150 Capa 6 — Ces) opr) dr desitbes ma goverasio ds escolas. 152 1, Introdugéo 152 2. A autonomia como ingeréncia e apropriagao de poderes, transformando a(s) periferia(s) em centro(s) de decisio 156 3. 4 sutonomin como clogio da dversiide nm exccupio prin das decisdes centrais 4 Topografia compa das decisdes em educago.. Referencias bibliogrificas... 173 Prefacio A revalorizagio da escola como objecto de estudo sociol6gico- corganizacional tem-se revelado um dos mais interessantes e fecundos desen- volvimentos da pesquisa em educagéo, ao longo dos tiltimos anos. Apoiado pela emergéncia de uma sociologia das organizagSes educativas e procuran- do estabelecer pontes com a anilise das polticas educacionais, com mode Jos, imagens ¢ metéforas para a interpretagdo das organizag6es socais for- imais, com a critica As ideologias organizacionais ¢ administrativas,tradi- cionalmente de extraccio empresarial, 0 estudo da escola vem ganhando centralidade, Trata-se de um processo complexo, mas também muito estimu- Jante, de construgio de um objecto de estudo que, no passado, fi frequente- mente apagado, ou colocado entre a espada e a parede, isto é, entre olhares macroanaliticos que desprezaram as dimensdes organizacionais dos fenémenos educativos ¢ pedagégicos, e olhares microanalitios, exclusiva mente centrados no estudo da sala de aula edas prticas pedag6gico-didécticas, ‘Uma abordagem sociolégica da organizag3o escolar, como unidade so- cial e como acgéo pedagégica organizada, revela-se capaz. de valorizar 0 elementos de mediagl0, ou intermediérios, onde se articulam € so reconstruidos os elementos resultantes das focalizagées analiticas de tipo ‘macro e micro. Sem ignorartais elementos, que de facto nao pode dispensar ‘ou desprezar, mesoabordagem da escola parece consttuir uma forma de integragdolaticulagio de objectos de estudo macroestruturais (0 Estado, 08 sistemas politico e econémico, a macro-organizagio do sistema escolar, etc) © de objectos de estudo de tipo microestratural (a sala de aula, os grupos! subgrupos de formago, 0s actorese as suas préticas em contextos especifi- cas de acco). . Aes MO onaNz0EOUCATIR Isto signifiea que entre o Estado e o actor, entre o sistema educativo ‘globalmente considerado e a sala de aula, passamos a obscrvar acgGes ¢ con- textos organizacionais concretos que, seguramente, interagem ¢ se eruzam ‘com aqueles elementos, podendo assim ser distinguidos deles em termos de andlise. Deste modo, passa a devolver-se & organizagao-escola nio apenas centralidade em termos de estudo, mas também o seu cardcter complexo, a heterogeneidade e diversidade que a marcam profundamente, mesmo quan- do as orientagdes politico-normativas e certas perspectivas tedricas se encar- regam de as invisibilizar ou dilui. [Neste processo, dois aspectos assumem particular relevancia. Em primeiro lugar, a recusa em considerar a organizacao escolar de forma insular, através de anilises atomizadas, como se se tratasse de um universo fechado e isolado do contexto macrossocial. Mas, igualmente, sem condenar a escola & simples reproducio de determinismos, ou & mera adapta- 40 funcional perante orientagées ¢ constrangimentos que ocorrem a uma escala global ou sistémica, Considerada como uma coleceZo de actores c de priticas, a escola pode ficar, em termos de estudo, amputada das suas dimen- sbes organizacionais, dos fenémenos de lideranca e de coordenagao da acco, da diversidade de interesses ¢ de projectos que nela tém expressio, dos jogos de poder e de influéncia que nela ocorrem. Por outro lado, uma visao de tipo antropomérfico ¢ coisificado pode simplesmente resultar em imagens de su- bordinagio total da escola perante a imposi¢Zo politico-normativa levada a cabo pelo Estado e pelas instAncias globais de controlo, tansformando-a num. campo de reproducio, condenando os actores escolares, despojando-os das suas margens de autonomia e das suas capacidades estratégicas. Valorizando uma sociologia da accio € o estudo de contextos especificos de aceao (e por essa via as estruturas ¢ 0$ actores), as propostas aqui apresentadas chamam a atengZo para a importancia do estudo da escola através de estudos de caso, da cetnografia da escola, de pesquisas qualitativas, capazes de observar a acco ‘organizacional, os sentidos e as interpretacdes que os proprios sujcitos atri- bbuem as suas acgées. Acpdes que ora se apoiardo na ordem das conexGes normativas € da conformidade burocrética-racional, ora promoverao a or- dem das desconexées relativas, muitas vezes vista como desordem pela pri- rmeira; locus de reprodugto normativa, a escola ser também um focus de produgdo de orientagdes e de regras. Neste sentido, a escola poderd ser estu- dada no apenas como uma instincia hetero-organizada para a reproducio, ‘mas também como uma instincia aufo-organizada para a produgao de regras ¢ a tomada de decisdes. Reconhecendo A escola uma autonomia relativa, aisha 4 pode contemplar-se a importincia do estudo do Estado ¢ de outras dimen- 's6es macroestruturais, embora contrariando 0 monopélio da sua interven¢ao as explicagdes de tipo meramente reprodutivo. Atende-se, por outro lado, a0 estudo dos contextos locais ¢ organizacionais, dos actores e de suas priti- ‘eas, embora moderando perspectivas demasiado voluntaristas que fazem um apelo neo-racionalista as capacidades estratégicas ilimitadas omnipotentes dos actores sociais escolares. ‘Um segundo aspecto, que considero central no estudo da escola, é aquele que se prende com os paradigmas socioligicos de anilise organizacional, hoje marcados por um pluralismo teorético sem precedentes. Procurando embora aproveitar a diversidade de propostas te6ricas, de imagens analiticas, ede metéforas intexpretativas, com vista ao estudo da escola como organiza ‘glo, © a partir delas construir abordagens de tipo multifocalizado, procuro igualmente evitar situagdes de tipo babélico e propostas que, de tio pretensamente plurais e integradoras, antes acabam por se revelar demasiado sincréticas, ou mesmo resultam em sinteses impossfveis. Sem deixar de con- siderar e de remeter o leitor para a aludida diversidade de propostas teGricas, procuro organizar um quadro te6rico marcado por dois pélos. Por um lado, a interpretagdes de tipo racional-burocrético ¢ de sistema social, atraindo ‘outros modelos de anslise que realgam mais a clareza dos objectives ‘organizacionais, os processos de previsio e de planeamento, as estratégias de tipo racional, a ordem ¢ a conexio/conjungo de elementos no interior das organizagées. Por outro lado, os modelos de andlise politica das organiza- 02s, os modelos de ambiguidade © de anarquia organizada, cntre outras ‘metéforas, constituindo um outro polo de atracgao; designadamente atraindo paradigmas de tipo cultural e subjectivo, destacando mais a subjectividade, a incerteza das tecnologias ¢ a falta de clareza ¢ de consensualidade dos objectivos, as dimensoes culturais e simbélicas das organizagdes. Embora tworicamente localizados nos extremos de um continuum, os dois pélos refe- ridos, bem como 0s distintos grupos de modelos te6ricos de andlise sobre os aguais cada um deles € capaz de exercer atracedo, podem representar duas faces — no limite, a face burocritica e a face andrquica —, eventualmente presentes, ou convoc4veis, ainda que em graus variados, no estudo da acgio organizacional escolar. Entre o planeamento, o célculo e a procura incessante da relacio 6ptima entre meios e fins e a perseguicZo racionalista do the one best way, por um lado, ¢ as metéforas relativistas e perturbantes dos processos de decisao do tipo “caixote do lixo”, de tipo caético ou casuistico, por outro, parece oportu- 0 -AIScud COMO OHSANCAGO EDUCA no admitir alguma amplitude para interpretagbes distintas, ou até mesmo antagénicas, face a estudos empiricos de escolas, de contextos de situagSes cconeretos. [Nio diria, portanto, como o narrador em Todos os nomes, romance de José Saramago: “Em rigor, no tomamos decisdes. s20 as decistes que nos tomam a nés"; mesmo admitindo que, na verdade, muitas vezesrealizamos actos sem os fazer preceder “de um periodo de reflexio, de avaliaga0, de céleulo, ao fim do qual, ¢ s6 entio,é que nos declarariamos em condigdes de decidir se iiamos almogar, ou comprar o joral, ov procurar a mulher desco- hecida” (José Saramago, Todos os nomes, Lisboa, Caminho, 1997: 42). Di- ria antes que umas vezes sim, e outras vezes no, dependendo também da ‘mportineia que atribuimos as nossas acgdes ¢ as respectivas implicagdes. 0 presente livr retine propostas te6ricas e andlises das realidades pol ticas, organizacionais e administrativas da educagio, a partir de um olhar socioigico sobre a escola como organizaco educativa complexae multiface- tada, tendo subjacente a sua produgdo um jf numeroso conjunto de trabalhos, empiticos e de pesquisas a que tem servido de orientacdo ou de suporte. ‘Trata-se de uma recolha ¢ artculagio de textos escritos ao Jongo da tiltima década, e agora objecto de revisio e, por vezes, de extensa reorganizacao, com 0 objectivo de apresentar ao leitor brasileiro um quadro teérico para 0 estudo sociol6gico da organizacao-escola Na primeira parte, propde-se tim quadro te6rico-conceptual para 0 es- tudo da escola e dos fenémenos de democracia, de participagao e de autono- ‘mia em contexto organizacional e avanga-se com uma proposta de anslise ‘multfocalizada dos “modelos organizacionais” de escola piiblica. Os dois primeiros capitulos resultam de uma extensa reorganizagio erevisio de pat- te de um texto publicado em 1992 com o titulo escola como organizagao 4 participasao na organizagdo escolar (ese de doutoramento publicada pelo Instituto de Educagio e Psicologia da Universidade do Minho), a0 passo que capitulo terceiro, escrito em 1997, foi inicialmente publicadoem 1998 como ensaio auténomo, integrado na segunda edigao do livro acima referido. Na segunda parte, e tomando por base as propostastedricas antes apre- sentadas, procedo ao estudo das politics educacionais de signo moderizador ede feicao gerencialista e tecnocratica, bem como das reformas contempori- reas da educagio e da escola, destacando a situaedo ocorrida em Portugal porreferéncia ao contexto intemacional. Aqui sinalizo criticamente as orien- tag6es politicas de tipo neo-tayloriano e racionalizador na organizacao e ad- ministragao da educacio, as reformas da administragio das escolas em con- textos centraizados, emborareferenciadas a concepyées de descentralizagao rei ” como “controlo remoto” e de autonomia como “delegagio politica” e elogio da diversidade da execugio perférica das decis6es centralmente definidas, problematizando as relages complexas entre lugares, actores e processos considerados centrais ou periféricos na producdo de polticas educacionais © de tomada de decisdes sobre a escola. Os textos que serviram de base aos capitulos 4,5 e 6, também alvo de revisio ¢ adaptasao a um novo contexto de recepgao da obra, foram inicialmente publicados, respectivamente, nos Ca- demos de Ciéncias Sociais (Porto, n. 14, 1994: 119-39) ¢ na Revista Portu- ‘guesa de Educagdo (Braga, v.8,n. 1, 1995: 57-71 ev. 12, , 1, 1999: 57-80). Fruto de diferentes trabalhos de pesquisa, 0s primeiros dos quais inicia- dos hi cerca de vinte anos, 0 livro que agora deixo & consideragio do leitor brasileiro no teria sido possivel sem as contribuigSes de muitas pessoas, em mimero tio elevado que seria impossfvel referir aqui todos os nomes. Quero em todo 0 caso agradecer aos meus colegas do Departamento de Sociologia da Educagio e Administrago Educacional e aos investigadores integrados zo projecto de pesquisa que dirijo no Centro de Estudos em Educagio ¢ cologia da Universidade do Minho, sob o titulo Insttuigdes, Organizagdes e Contextos Educativos: Politicas, Racionalidades ¢ Praticas, bem como 4s instituigées de financiamento que apoiaram muitos dos subprojectos ¢ das actividades realizados, com destaque para a Fundagao Calouste Gulbenkian a Fundagio para a Ciéncia c a Tecnologia. Registo as contribuigBes que, ao longo dos anos, tenho recebido de es- tudantes de doutorado e de mestrado, de Portugal, do Brasil e de paises alri- ccanos de expressio portuguesa, € agradego especialmente aos colegas brasi- Ieios que no contexto de reunices cientificas, de seminérios e de cursos que tenho orientadoem vérias Universidades, como a PUC-SP, aUnesp, a Unimnep, ‘ou a USP, revelaram generosamente interesse pelos meus trabalhos. [Na Cortez Editora volto a ficar devedor da receptividade e do estimulo de José Xavier Cortez e também das sugest@es oportunas de Danilo Moraes. A Ana Paula Barros, agradego o zelo ¢ @ competéncia que uma vez ais colocou na dificil preparaglo formal dos varios textos agora incorpora- dos neste liv. Finalmente, dedico este trabalho ao meu filho, Henrique Lima, que a seu modo vai também conhecendo melhor a organizagéo escolar e vai pro- ccurando responder positivamente as exigéncias organizativas que o trabalho de aluno também pressupse. LOL Braga, abril de 2001

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