União Nordeste Brasileira

MOTIVADOS PELA
COMUNHÃO
PARA CUMPRIR A MISSÃO

O
ideal de cada um de nós é fazer parte de tégias de ação. Os doze formaram a base de um pro-
uma igreja saudável e que vive os princípios grama de discipulado, fizeram parte e desenvolveram
ensinados por Jesus. Por meio da Bíblia, o conceito de um pequeno grupo (Atos 5:42), foram
em diferentes momentos e situações, esses princípios enviados de dois em dois (Mat. 10:2-3), evangelizaram
aparecem sempre resumidos em duas palavras-chave: as multidões (Atos 2:14-41) e experimentaram o po-
comunhão e missão. É simples assim! Uma igreja sau- der da oração (Atos 3:1-8). Comunhão e missão foram
dável é aquela que fortalece entre os seus membros o a base de um envolvimento muito maior.
desejo de andar com Deus todos os dias, por meio de
Nosso sonho, em toda a Divisão Sul Americana, é re-
uma vida de comunhão e em seguida os motiva e en-
petir a história usando o mesmo princípio. Estamos
volve no cumprimento da missão. Quando essas duas
trabalhando para construir uma forte base espiritual,
características são fortes, a igreja fica vacinada contra
desenvolver um programa de discipulado, fortalecer
o inimigo, Deus atua de maneira poderosa entre seus
uma ação integrada e trabalhar com seis frentes mis-
membros e o crescimento se torna natural e impres-
sionante. sionárias oficiais, tendo o Pequeno Grupo como a base
de tudo. É um grande desafio, mas o mesmo Jesus que
Esse princípio apareceu de forma marcante quando o
envolveu os apóstolos com essa visão poderá multipli-
próprio Cristo chamou os 12 apóstolos. A Bíblia diz
cá-la em sua igreja no século 21.
que eles foram chamados para “estar com Ele e para
serem enviados a pregar” (Mar. 3:14). Em outras pa- Esse é o ideal por trás desta revista. Por isso, espero
lavras, deveriam ter uma vida de comunhão direta que cada palavra amplie sua visão, motive uma vida de
“estando com Ele” e então, “pregar” daquilo que vi- comunhão e fortaleça seu compromisso com a missão.
ram, ouviram e experimentaram, cumprindo a missão. Apenas assim vamos revolucionar a igreja e a comu-
O convite àqueles homens expressa o chamado para nidade, conquistar muitas pessoas para Jesus e vê-lo
os discípulos modernos. Se voltando em breve nas nuvens do céu.
queremos desenvolver e par-
ticipar de uma igreja saudá-
vel devemos fortalecer nossa
Maranata!
necessidade de comunhão e
compromisso com a missão.
É interessante observar que,
por trás desta visão, Jesus
construiu várias outras estra- Erton Köhler
Presidente da Divisão Sul-Americana
 A Revista Comunhão e Missão é uma
publicação da Divisão Sul-Americana
da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Produção
Divisão Sul-Americana

Pr. Erton Köhler

Presidente
Pr. Bolívar Alaña
Secretário
Pr. Marino Francisco de Oliveira
Tesoureiro

Coordenação-Geral
Pr. Jolivê Chaves
Ministério Pessoal

Sumário Coordenação Regional

Reavivamento Espiritual União Nordeste Brasileira (UNEB)
6
Um “campo de batalha” em nossa mente Pr. Geovani S. de Queiroz
11 Discipulado Presidente

Ciclo de discipulado Pr. Ivanaudo Barbosa de Oliveira
14 Evangelismo Integrado Secretario

Integrar para vencer Ivo Azevedo de Vasconcelos
Frentes Missionárias Tesoureiro

17 > Pequenos Grupos Pr. Everon Donato

Ministério Pessoal
A explosão criativa dos pequenos grupos
21 > Oração Intercessória Edição
Vale a pena ser um intercessor? Ellen Santana – JP – 3585
24 > Duplas missionárias
Diagramação
Sucesso na evangelização
André Luiz Nadaline
27 >
Evangelismo Público
Jesus: o Mestre do Evangelismo Fotos
30 > Classe Bíblica Neuber Oliveira
Classe bíblica eficaz
33 > Recepção
Uma igreja receptiva
35 Cronograma
 Comunhão e Missão
como estilo
de Vida Cristã

A
tradição cultural do povo nordestino tem raízes na generosi- com a urgente missão de pregar o
dade, no calor humano, na entrega com que encara os desafios Evangelho da Salvação.
e na incrível disposição para viver. Esses predicados podem ser É com este espírito de envolvimento
vistos quando se procura entender o crescimento da Igreja Adventista do integral no Programa de Comunhão
Sétimo Dia no Nordeste. e Missão que saudamos esta revista,
O avanço é firme, com mais de 280 mil fiéis cientes de seu papel e de seguramente mais uma porta-voz
seu compromisso na propagação do Evangelho eterno na região, onde se deste movimento precioso. A Igreja
encontra o desafio de mais de 770 municípios a serem alcançados pela cresce e isso precisa ser comparti-
mensagem adventista. Nos últimos anos, porém, é nítido o crescimento lhado. Recomendamos sua leitura
da Igreja em todos os setores. Nas áreas urbanas e rurais, nos grandes cen- e sugerimos que passe momentos
tros e na esfera suburbana, a mensagem da volta de Jesus é pregada com a sós com tal conteúdo, refletindo
fervor e entusiasmo. sobre como isso pode proporcionar
Os esteios para esta participação na tarefa de evangelizar têm fundamentos uma alternativa de crescimento em
no Projeto de Comunhão e Missão. Esta é uma Igreja que está compre- sua caminhada cristã.
endendo, a cada dia, que o poder que vem do Alto passa pela comunhão, Afinal de contas, é bíblico e profé-
e o “Ficai aqui e vigiai comigo” (Mateus 26:38) vem antes do “Ide a todo tico que “conhecereis a verdade, e
o Mundo e pregai” (Marcos 16:15). Nas primeiras horas da madrugada, a verdade vos libertará”. Essa liber-
através dos seminários de enriquecimento espiritual; na mobilização pro- tação ocorre agora, e ocorre com
porcionada pelos pequenos grupos, ou mesmo no silêncio de milhares de o desígnio de preparar homens e
lares, os adventistas dessa região gastam horas se relacionando com Deus, mulheres a uma vida de comunhão
comungando, meditando, estudando a Bíblia. E o poder se manifesta na e ao cumprimento de uma missão
vida dessas pessoas. que culminará com a gloriosa volta
É a partir daí que tal poder desemboca em uma missão que vem sendo de Jesus.
fervorosamente cumprida. As duplas missionárias, os colportores e o pro-
jeto “Portas Abertas”, que permite o surgimento
de novas igrejas; a Missão Calebe e a participa-
ção cada vez mais intensa de jovens, onde só no
ano de 2008 mais de 5 mil estudantes dedicaram
as férias ao evangelismo radical, proporcionan-
do um crescimento do número de batismos em
janeiro da ordem de 150%; o evangelismo dos
pequenos grupos; as escolas missionárias, enfim,
em todo o Nordeste existe um povo envolvido

Pr. Geovani Souto Queiroz

Presidente da União Nordeste Brasileira

C o m u n h ã o e M i s s ã o  
 Reavivamento Espiritual

 C
 oCmoumnuhnãhoã o
e M
e iM
s si ã
s soã o
   
 Um “campo de
batalha” em
nossa mente
Márcia Raposo Ebinger
Jornalista da Divisão Sul-Americana
S
empre gostei muito de histó-
ria. Esta foi uma das minhas
matérias preferidas. Lem-
bro-me que, para minha felicidade,
tive grandes professores de história.
Mestres que marcaram minha vida.
Infelizmente, dentre os assuntos tra-
tados nas aulas, lembro-me bem das
guerras e conflitos que marcaram
este mundo. As guerras mundiais,
revoluções, conflitos, bombas atômi-
cas e tantas outras tragédias que os
historiadores registraram em páginas
marcadas por muito sangue.
Lendo a Bíblia, especialmente o
Velho Testamento, ficamos horrori-
zados diante da quantidade de ba-
talhas, guerras e conflitos que mar-
caram a vida de milhares e milhares
de pessoas. São histórias cheias de
dor e sofrimento. Aos olhos huma-
nos parece que não pode existir nada
mais assustador do que uma guerra
que destrói sem piedade. Há, porém,
algo pior. Uma batalha que prende a
atenção de todo o universo. Ela não
é recheada de sangue e armas. Ela é
muito mais sutil.
No livro de II Samuel encontramos
diversos relatos sobre as vitórias do
rei Davi nos campos de batalha. In-
felizmente, houve um campo de ba-
talha, o principal, o decisivo, para o
qual ele não deu a devida atenção. O
povo de Israel estava em guerra con-
tra os amonitas, o batalhão de Israel,
seus soldados, seus líderes, coman-
dantes, enfim toda uma parafernália
bélica estava mobilizada. O rei ficara
no palácio porque assim estava de-
terminado que fosse enquanto seus
soldados lutavam contra o inimigo.
Uma violenta batalha estava se tra-
vando no campo, naquele momento.
Mas a pior batalha Davi enfrentou
sozinho no palácio e foi derrotado: a
batalha da mente.
Davi estava no palácio, provavel-
mente meio ocioso naquele momen-
to. Saiu no terraço, ficou olhando de
um lado para o outro, nada útil para
pensar naquele momento, e depa-
rou-se com aquela cena: uma linda
mulher tomando banho. Naquele
momento ele enfrentou uma batalha
em sua mente, contra o pecado e foi
derrotado.
Não apenas Davi teve sua batalha,
mas todos nós enfrentamos batalhas
mentais diariamente. O universo está
observando e está interessado no re-
sultado desses conflitos que definirão
o nosso destino.
Em Efésios 6:12 lemos: “Porque a
nossa luta não é contra o sangue e a
carne e sim contra os principados e
potestades, contra os dominadores
deste mundo tenebroso, contra as
forças espirituais do mal, nas regiões
celestes”. Esta batalha está se travan-
C o m u n h ã o e M i s s ã o  
 do, diariamente, na minha e na sua mente. A mente é a
líder, é o comando de todas as nossas ações. Quanto mais
estudarmos a Bíblia, servirmos a Deus e mantivermos co-
munhão com Ele, mais repleta do amor divino e das boas
intenções celestiais nossa mente estará.
Diante deste quadro é evidente, clara e transparente a
importância de mantermos nossa vida espiritual em dia.
É importante termos um reavivamento espiritual diário.
Estudos indicam que, para que a Igreja cresça, é impor-
tante que cada membro, individualmente, esteja com sua
chama de fé acesa, vivo espiritualmente, renovado com
Deus a cada dia. Romanos 8:5 e 6 afirma “Porque os que
se inclinam para a carne cogitam das cousas da carne;
mas os que se inclinam para o Espírito, das cousas do
Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas
o do Espírito, para a vida e paz”.
Podemos resumir a nossa situação da seguinte forma:
1.
Estamos engajados em uma guerra;
2.
Nosso inimigo é Satanás;
3.
A mente é o campo de batalha;
4.
O inimigo trabalha diligentemente para estabelecer
fortalezas em nossa mente baseado em nossas fra-
quezas;
5. Ele faz isso mediante estratégia e engano;
6. Ele não está com pressa e desenvolve seu plano com
tempo.
Realmente é um conflito muito complicado com um ini-
migo que tem milênios de experiência. Há, porém, uma
saída. Há Deus do nosso lado, pronto a nos ajudar, basta
que para isto estejamos dispostos a buscá-Lo a cada dia,
desejosos por receber o batismo do Espírito Santo a cada
manhã. Nestes momentos especiais podemos encontrar
na Bíblia conselhos maravilhosos para adquirirmos uma
mente segundo o coração de Deus. Uma mente vitoriosa
na batalha contra o mal. Uma mente focada nas priori-
dades do viver cristão.
Na Meditação Matinal de 1992, Exaltai-O, do dia 1º.
de janeiro, lemos o seguinte texto da senhora White: “O
novo ano já se apresentou; antes, porém, de saudarmos a
sua chegada, nós nos detemos para perguntar: Qual foi
a história do ano que, com o seu fardo de reminiscên-
cias, passou agora para a eternidade? A admoestação do
apóstolo aplica-se a cada um de nós: “Examinai-vos a vós
mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mes-
mos.” II Cor. 13:5. Deus não permita que nesta hora im-
portante fiquemos tão absortos em outras questões que
não dediquemos tempo a séria, sincera e criteriosa intros-
 Comunhão e Missão  
pecção! Sejam as coisas menos importantes relegadas a
segundo plano, e demos agora prioridade àquilo que diz
respeito aos nossos interesses eternos.”
A Igreja está atenta às nossas necessidades e preocupada
em fornecer meios que nos ajudem a, além de manter-
mos nossa comunhão pessoal com Deus, levarmos outros
a viverem esta mesma experiência. Três grandes frentes já
estão à nossa disposição:
1. Seminário de Enriquecimento Espiritual (Comu-
nhão pessoal com Deus). Igrejas em toda a América
do Sul têm realizado este treinamento e alcançado
grandes resultados.
2. Culto pessoal e familiar – o objetivo é que cada
membro, desde as crianças até os mais velhos te-
nham a sua lição da Escola Sabatina, sua Bíblia e
outros livros em mãos para realizarem o culto em
Ações práticas
Conselhos para um viver cristão
1. Pense positivamente: Salmo 3:3 – “Porém tu, Senhor, és o
meu escudo, és a minha glória e o que exaltas a minha cabeça”.
2. Lembre-se dos bons tempos: Salmo 143:5 – “Lembro-me
dos dias de outrora, penso em todos os teus feitos e considero
nas obras das tuas mãos”.
3. Peça a ajuda de Deus: Salmo 143:7 – “Dá-te depressa, Se-
nhor, em responder-me; o espírito me desfalece; não me escon-
das a tua face, para que eu não me torne como os que baixam
à cova”.
4. Ouça o Senhor, tenha comunhão com Ele, busque sa-
bedoria celestial: Salmo 143:8 – “Faze-me ouvir, pela manhã,
da tua graça, pois em ti confio; mostra-me o caminho por onde
devo andar; porque a ti elevo a minha alma”.
5. Medite em Deus e nas suas obras: Salmo 119:15 – “Medi-
tarei nos teus preceitos e às tuas veredas terei respeito”.
6. Tenha gravado em sua mente que Deus o ama: I João
4:16 – “E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por
nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece
em Deus, e Deus, nele”.
7. Use suas armas: II Coríntios 10:4 e 5 – “Porque as armas da
nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para
destruir fortalezas, anulando em nós sofismas e toda altivez
que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo
todo pensamento à obediência de Cristo”.
 família e o culto pessoal. Ellen
White escreveu: “[Jesus] depois
de passar horas com Deus, apre-
sentava-Se manhã após manhã
para comunicar aos homens a
luz do céu. Cotidianamente re-
cebia novo batismo do Espírito
Santo. Nas primeiras horas do
novo dia o Senhor O desperta-
va de Seu repouso e Sua alma
e lábios eram ungidos de graça
para que a pudesse transmitir a
outros”, PJ, pág. 139.
3. Conectando com Jesus – A
Igreja não está apenas preocu-
pada em levar pessoas a Cristo
e ao batismo, mas também na
edificação espiritual dos mem-
bros. Com este objetivo em
mente, foram impressas 287
mil coleções de 11 livros de
Ellen White, dentro do projeto
Conectando com Jesus. Cada
coleção está à disposição das fa-
mílias da igreja pelo valor de 10
dólares, disponibilizando mais
de 10 bilhões de páginas dos
escritos inspirados aos mem-
bros em apenas três meses.
Na Meditação Matinal de 1968,
Lugares Celestiais, lemos o seguinte
texto da senhora White: “O mundo
é inimigo número um da religião,
pois forças satânicas estão em con-
tínua atuação através do mundo, e
é objetivo de Satanás levar a igreja
e o mundo em tão íntima comu-
nhão que seus alvos, seu espírito,
seus princípios, harmonizem, e que
se torne impossível distinguir entre
aquele que professa servir a Deus e
aquele que não O serve. O inimigo
atua continuamente para colocar em
prioridade o mundo”.
Nós precisamos estar atentos porque
estamos no mundo, sabemos que não
somos deste mundo, mas estamos
aqui, sujeitos às mesmas tentações,
sujeitos a nos envolvermos de tal
forma com a correria da vida, com
a competitividade, que nos esqueça-
mos da prioridade da nossa vida, da
batalha que está se travando em nos-
sa mente. A senhora White disse “o
exemplo de Cristo deve inspirar-nos
a empenhar incessante esforço para o
bem dos outros. As reivindicações de
Deus têm de ter sempre a prioridade.
A vontade de Deus deve ser diligen-
te e conscienciosamente estudada, e
deve-se-lhe dar prioridade em todos
os negócios da vida”.
Vamos analisar a nossa vida profis-
sional, familiar, social e especialmen-
te espiritual, vamos verificar se, em
algum aspecto da nossa vida, esta-
mos focando em coisas que não são
prioridades no viver cristão. Se isto
estiver acontecendo, voltemos para o
caminho certo, o caminho que vale
a pena, o caminho que leva a Jesus.
Vamos “gastar a nossa vida” e as ener-
gias da nossa mente para fazer o que
Jesus fez quando esteve aqui: curar,
alimentar, aquecer, perdoar, ensinar,
ajudar, falar do amor de Deus e con-
duzir pessoas no caminho da salva-
ção. Essas sim, são prioridades na
vida e na mente de um cristão.
Questões para discussão
1. Como podemos lidar com os conflitos
da mente?
2. De que forma podemos ter uma mente
focada nas prioridades do viver cristão?
3. O que devemos fazer para ter a experi-
ência da comunhão com Deus?
4. Estudos mostram que um dos princí-
pios de crescimento de Igreja é o reavi-
vamento espiritual dos membros. O que
podemos fazer para alcançarmos esse
reavivamento?
5. Vivemos neste mundo, mas não so-
mos deste mundo. Como lidar com esse
paradoxo e nos preparar para uma nova
terra?
C o m u n h ã o e M i s s ã o  
10 Comunhão e Missão  

Ciclo de
discipulado
C
iclo de discipulado é um projeto da Igreja Ad-
ventista do Sétimo Dia da Divisão Sul Ame-
ricana. É um modelo de discipulado que visa
estruturar de forma prática os conceitos e princípios esta-
belecidos pelo Senhor para Sua Igreja.
Estamos no processo de construção de uma igreja que
tem como base de suas ações os Pequenos Grupos. Esta
estrutura deve ser um dos elementos fundamentais para a
formação de discípulos.
Portanto, o Ciclo do Discipulado é um projeto que soma
a força dos Pequenos Grupos ao empenho dos missioná-
rios da igreja na formação de discípulos.
Conceito
Discipulado é um processo contínuo pelo qual uma pes-
soa é atraída a Cristo, e se desenvolve quando o crente
torna-se maduro e reprodutivo na igreja.
Imperativo bíblico
Na grande comissão dada por Cristo em Mateus 28:18-
20 há quatro verbos: Ir, fazer [discípulos], batizar e ensi-
nar. Destes, apenas um é imperativo ou de ordem: “Fazei
discípulos”. Os outros três, são verbos auxiliares ou par-
ticípios.
Assim, podemos dizer que o produto final ou o alvo da
grande comissão é fazer discípulos. Ir, ensinar e batizar
são os meios estabelecidos por Cristo para alcançar o ob-
jetivo principal que é fazer discípulos.
Discipulado
Remédio contra a estagnação e a apostasia
Não basta batizar, como igreja necessitamos investir no
processo de maturidade espiritual dos conversos, a fim de
alcançarmos dois grandes objetivos: multiplicar as forças
para a pregação do evangelho e diminuir a apostasia.
Conheça as três fases do Ciclo do Discipulado
Fase I – Conversão
Atrair o máximo de interessados e prepará-los para o ba-
tismo por meio de uma série completa de estudos bíbli-
cos.
Estratégias
a. Atividades de presença (Ministério da Compai-
xão):
Usar o método de Cristo para atrair interessados
“O Salvador misturava-Se com os homens como uma pes-
soa que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles,
ministrava-lhes as necessidades e granjeava-lhes a confiança.
Ordenava então: ‘Segue-Me’”. CBV, 143
Exemplos: Oração intercessória, companheiros de ora-
ção, Projeto Vida por Vidas, encontros de casais, ADRA,
mutirão de natal, escola de pais, cursos de saúde, etc.
b. Atividades de proclamação
Estudos bíblicos nos lares pelas duplas, classes bíblicas,
pequenos grupos e evangelismo público.
c. Atividades de persuasão
C oCmoumnuhnãhoã o
e M
e iM
s si ã
s soã o
 1 1 1 1
 Semanas de colheita, Semanas de
Oração, apelos e caravanas da espe-
rança.
Requisitos práticos para concluir
a Fase I: Ter um discipulador (ins-
trutor bíblico), ser membro da escola
sabatina, completar uma série de es-
tudo bíblico e ser batizado.
Fase II – Confirmação
Consolidar a decisão dos recém-ba-
tizados
Estratégia
a. Curso de estudos avançados
Cada novo membro recebe no ato do
batismo um curso de estudos avan-
çados para ser estudado juntamente
com seu discipulador (instrutor bí-
blico). Como em uma lição de esco-
la sabatina, o aluno estuda os temas
durante a semana e em um dia revisa
o conteúdo com seu discipulador.
Serão treze temas para completar um
trimestre de estudos.
As lições abordam três aspectos: (01-
02) Comunhão, (03-09) Doutrinas,
vida cristã e estilo de vida adventista
(10-13) Missão. Conheça os temas:
(1) O discípulo e sua comunhão com
Deus
(2) O discípulo e sua comunhão com
seus semelhantes – culto familiar,
Pequenos Grupos, freqüência à
igreja, relacionamento com os
membros e relacionamento com
os que ainda não aceitaram a
salvação.
(3) O discípulo e a volta de Jesus
(4) O discípulo e a guarda do sába-
do
(5) O discípulo e a mordomia cristã
(6) O discípulo e seu conhecimento
das profecias de Daniel
(7) O discípulo e seu conhecimento
das profecias apocalípticas.
(8) O discípulo e seu conhecimento
12 Comunhão e Missão  
da Igreja adventista
(9) O discípulo e o modo de vida
cristã
(10) O discípulo e a vida em Peque-
nos Grupos
(11) O discípulo e a missão evangéli-
ca
(12) O discípulo e o sacerdócio uni-
versal
(13) O discípulo e as ferramentas mis-
sionárias da igreja
b. Passaporte com Certificado
de Batismo do Discípulo
O novo membro recebe também uma
caderneta em forma de passaporte
contendo certificado de batismo e
itens de acompanhamento do ciclo
do discipulado. As etapas serão asses-
soradas pelo discipulador e assinadas
pelo pastor ao serem concluídas.
Requisitos práticos: Completar os
estudos avançados da Fase II, ser
membro de um Pequeno Grupo e
ter a lição da Escola Sabatina. O Pe-
queno Grupo é fundamental para a
formação de discípulos.Atividades Complemen-
Fase III – Capacitação tares
Missionária a. Escola Missionária (Módulo 2)
Treinar e equipar o recém-batizado
para se envolver na missão
Estratégia
a. Escola Missionária com nove
seminários básicos (Módulo
I):
• Descobrindo os dons espiritu-
ais
• Atividades de presença (Minis-
tério da Compaixão)
(Companheiros de oração, Projeto
Vida por Vidas, encontros de casais,
ADRA, mutirão de natal, escola de
pais, cursos de saúde, etc.)
• Treinamento para atividades
externas
(atividades missionárias: oração
intercessória, testemunho pes-
soal, visitação, estudo bíblico,
como levar pessoas à decisão
por Cristo, como dirigir uma
classe bíblica e como liderar
um Pequeno Grupo.
Requisitos práticos: Completar o
módulo 1 da escola missionária, orar
por cinco pessoas e trabalhar para
levá-las a Cristo, estar envolvido na
formação de um novo discípulo, es-
tar envolvido em algum ministério
específico de acordo com os dons.
Aqui recomeça o ciclo. Por isso, é
importante estar envolvido no pro-
cesso de tornar alguém um discípulo.
Estar envolvido em algum ministério
específico baseado nos dons.
Cerimônia de reconhecimento
Ao final do ciclo, é importante rea-
lizar na igreja uma cerimônia de re-
conhecimento dos novos discípulos,
contando para a igreja os estágios que
eles cumpriram e relatando testemu-
nhos dos trabalhos que realizaram.
Treinamento avançado para discipu-
ladores com temas sobre liderança e
envolvimento nas atividades para a
edificação da igreja, atendimento às
necessidades da comunidade e mis-
são. Aqui toda igreja pode partici-
par.
b. Seminário de Enriquecimento
Espiritual I
Ao concluir os estudos avançados,
iniciar a jornada espiritual.
Metodologia para implantar o Ci-
clo do Discipulado
Todo processo deve ser conduzido
com muita oração e em todas as fa-
ses deve haver a consciência da im-
portância do discipulado na vida da
igreja.
 1. Transmissão da visão aos pastores, pri-

foto: André Luiz Nadaline

meiramente, aos administradores e de-
partamentais e, posteriormente, aos dis-
tritais.
2. O distrital seleciona o grupo de dis-
cipuladores entre os líderes de Pequenos
Grupos e irmãos missionários, ganhado-
res de almas (evangelistas, instrutores bí-
blicos, duplas missionárias, etc.) e repassa
a visão envolvendo-os no processo.
3. A implantação não deve ser em massa,
mas de maneira gradativa e bem estrutu-
rada com acompanhamento da liderança
da igreja.
4. Testar o Ciclo do Discipulado em protó-
tipos em um Distrito por campo ou em
uma igreja por distrito.
5. Estará à disposição da igreja os seguintes
materiais para a implantação do ciclo:
a. Folder promocional do projeto
b. Guia do Discipulador (contendo
orientações para as três fases do discipu-
lado)
c. Estudos Bíblicos (Ciclo do Discipula-
do – Fase I)
d. Estudos Avançados (Ciclo do Disci-
pulado – Fase II)
e. Estudos Avançados para juvenis e jo-
vens (Ciclo do Discipulado – Fase II)
f. Lições para treinamento – Escola
Missionária, módulos I e II (Ciclo do
Discipulado – Fase III)
g. Passaporte com Certificado de Batis-
mo do Discípulo

Questões para discussão

1. Como posso ajudar o Projeto Ciclo de Discipulado?

2. Que remédios podemos utilizar contra a apostasia?
3. Só o batismo é suficiente para o viver cristão?
4. Que estratégias podem ser utilizadas para consoli-
dar a decisão de um recém-batizado?
5. Como o pequeno grupo pode ajudar um novo dis-
cípulo?

C o m u n h ã o e M i s s ã o  1 3

Integrar para
Vencer
E
vangelismo é mais do que
um método de pregação:
é um estilo de vida. Por
isso, estamos unidos no evangelismo
integrado. Trata-se de uma estratégia
que envolve todos os departamentos
e instituições da igreja em uma “ação
integrada”. Tudo começa com uma
sólida união entre administradores
e líderes de departamento, olhando
na mesma direção, com o objetivo
comum de fazer discípulos, indo, ba-
tizando e ensinando (Mateus 28:19 e
20). Todos trabalham em harmonia
de propósito, engajados no cumpri-
mento da comunhão e da missão.
Em todos os níveis da Igreja, ne-
nhum departamento deve trabalhar
sozinho. Cada um atua nas ativida-
des do seu setor, mas, apesar disso,
14 Comunhão e Missão  
Jolivê Chaves
Diretor de Ministério Pessoal da Divisão Sul-
Americana
todos olham na mesma direção. Por
esta razão, todos têm a mesma essên-
cia, o mesmo espírito e um ministé-
rio comum: a evangelização.
Essa união entre os departamentos e
instituições da DSA para o cumpri-
mento da missão se espelha nas pala-
vras de Ellen White:
“Se os cristãos agissem de comum
acordo, avançando como um só ho-
mem, sob a direção de um único
poder, para a realização de um só
objetivo, eles abalariam o mundo”
(Serviço Cristão, pág 75).
Veja em seguida a participação direta
de cada departamento e instituições
da igreja na DSA no plano de comu-
nhão e missão:
Evangelismo Integrado
MINISTÉRIO PESSOAL
1. Inspirar, treinar e equipar a
Igreja para se envolver com
os Pequenos Grupos, duplas
missionárias, classes bíblicas e
outras atividades conforme os
dons
JOVENS
1. Classe bíblica para Batismo da
Primavera
2. Pequenos Grupos de Jovens
3. Duplas missionárias de Jovens
PUBLICAÇÕES
1. Produção e promoção do Livro
Missionário
2. Evangelismo pela página im-
pressa
ESCOLA SABATINA
1. Classe de amigos na Escola Sa-
batina
2. Sábado do amigo na Escola Sa-
batina
EDUCAÇÃO
1. Classe Bíblica com alunos não
adventistas e pais
2. Pequenos Grupos com alunos e
pais
3. Duplas missionárias – alunos
adventistas
4. Oração intercessória
5. Evangelismo interno e externo
para abertura de novas igrejas
MINISTERIAL
1. Promoção da classe bíblica
2. Promoção do evangelismo pú-
blico – séries de conferências e
Campanhas de Colheita
MORDOMIA
1. Preparo espiritual dos mem-
bros por meio do projeto de
Enriquecimento Espiritual
2. Oração intercessória pelos cin-
co amigos não adventistas
3. Pequenos Grupos com os ami-
gos de oração
MISSÃO GLOBAL
1. Implementar o plantio de igre-
jas
ADRA
1. Classes bíblicas com pessoas as-
sistidas
2. Ministério social, como prepa-
ro para o evangelismo
ESPÍRITO DE PROFECIA
1. Preparo espiritual dos mem-
bros para a missão
COMUNICAÇÃO
1. Semana Santa e de Colheita via
satélite
2. Classe bíblica via satélite
3. Curso bíblico interativo pela
TV e Rádio
MINISTÉRIO DA MULHER
1. Pequenos Grupos liderados por
mulheres
2. Duplas missionárias
3. Coordenação do Ministério da
Oração Intercessória
4. Coordenação do Ministério da
Recepção
MINISTÉRIO DA CRIANÇA
1. Pequenos Grupos de crianças
2. A voz do juvenil
3. Escola Cristã de Férias
4. Classe bíblica de juvenis
CASAS EDITORAS
1. Produção e promoção com
preço acessível da lição da esco-
la sabatina, revista adventista e
livros do Espírito de Profecia
2. Produção com preço promo-
cional de revistas e livros mis-
sionários
FÁBRICAS DE ALIMENTO
1. Oração intercessora
2. Semana Santa
3. Distribuição de literatura
4. Produção de alimentos saudá-
veis
HOSPITAIS E CLÍNICAS
1. Utilização e distribuição de fo-
lhetos e literaturas missionárias
para pacientes e servidores não
adventistas
2. Distribuição e utilização da Bí-
blia Missionária
3. Classes bíblicas em todos os
hospitais e as clínicas
4. Reforço do programa de cape-
lania
5. Alvo de batismos por institui-
ção
6. Denominacionalização com foco
na Missão
SISAC (Sistema adventista de co-
municação)
1. Classe bíblica via satélite
2. Semana santa e semana de co-
lheita via satélite
3. Curso bíblico interativo nas rá-
dios
4. Vigílias via satélite
5. Treinamentos missionários pe-
lo canal executivo
Questões para discussão
1. Qual é a essência do evangelismo
integrado?
2. Para você, qual a mensagem mais
importante encontrada no texto de El-
len White descrito acima? Por quê?
3. Em sua opinião, qual das instituições
ou departamentos acima estão fazendo
um trabalho mais completo no cumpri-
mento da “Comunhão e da Missão”? Por
quê?
4. Em qual desses ministérios você
participa em sua igreja e como estão
colocando em prática a “Comunhão e
a Missão?
5. O que você acha que pode ser feito
para melhorar ainda mais o evangelis-
mo integrado?
C o m u n h ã o e M i s s ã o  1 5
 Frentes Missionárias – Pequeno Grupo

A explosão
criativa dos
pequenos grupos
Heron Santana
Jornalista do departamento de comunicação da União
Nordeste Brasileira

A
maneira como o Cristia-
nismo derrubou fronteiras
transnacionais para crescer
como uma religião global, nos tempos
de Jesus, encontra uma interessante
analogia na cultura colaboracionista
dos dias de hoje, que está mudando o
mundo como o conhecemos.
Essa cultura revolucionária tem como
parâmetro a Geração Net, onde a cola-
boração em massa via rede mundial de
computadores permite que qualquer
pessoa crie grupos para discutir assun-
tos de interesse específico, além das
limitações geográficas, gerando uma
audiência explosiva a ferramentas de
compartilhamento de conteúdo, como
blogs, Orkut, Wikipedia, Youtube e Mes-
sengers, e elevando em níveis inéditos a
venda de computadores.
Esses grupos, que se reúnem via Inter-
net para formar pequenas células de
relacionamento, representam o que o
jornalista americano Chris Anderson
definiu como a Cauda Longa, em livro
homônimo: um fenômeno que explica
o fim da cultura de massa e o início de
uma era onde as pessoas vão interferir
diretamente naquilo que consomem,
gerando uma ruptura cultural com
um tempo onde as empresas não eram
abertas a um mercado atento e militan-
te como o atual.
Pequenos Grupos e a Revolução
Cristã - Quando Jesus esteve na Ter-
ra, tratou de adotar uma estratégia
semelhante aos mecanismos globais
de comunicação proporcionados
pela Internet. Como havia a urgente
necessidade de preparar os seguidores
para a expansão do Cristianismo, Je-
sus planejou essa missão por meio de
duas plataformas fascinantes: o uso
de rotas comerciais como centros de
propagação da mensagem e a adoção
de pequenos grupos de adoradores
que mais tarde se transformariam em
poderosas células embrionárias da-

16 Comunhão e Missão  
Pequeno Grupo: a base do esforço cristão
Em nossa região, esperamos que os Pequenos Grupos
caracterizem um estilo de vida da igreja e funcionem
como a base para comunidade relacional, crescimento
espiritual e cumprimento integral da missão de acordo
com os dons espirituais.
quilo que hoje conhecemos como a
Igreja Primitiva.
Sobre as rotas comerciais, o destaque
vai para Cafarnaum, cidade escolhida
por Jesus como um núcleo de comu-
nicação de massa. A esse respeito, El-
len White escreveu: “Localizada jun-
to à estrada principal de Damasco a
Jerusalém e ao Egito, bem como para
o Mar Mediterrâneo, [Cafarnaum]
era uma grande via de comunicação.
Gente de muitas terras atravessava a
cidade, ou ali se demorava para des-
cansar, em suas jornadas de um lado
para o outro. Ali, Jesus podia encon-
trar pessoas de todas as nações e de
todas as classes sociais; ricos e pode-
rosos, assim como pobres e humildes;
suas lições seriam levadas a outros
países e muitos lares”(Testemunhos
para a Igreja, volume 9, pág 121).
Com essa prática, Jesus inaugurava,
de modo estratégico, o marketing
viral, ou buzz marketing, descrições
contemporâneas para a velha e efi-
ciente propaganda boca-a-boca. Ca-
farnaum era a Internet de Jesus na
época, o canal onde a mensagem ex-
trapolava as barreiras demográficas,
políticas e sociais para alcançar cora-
ções e mentes de várias nações.
Nessa dinâmica de comunicação,
os discípulos tinham um papel im-
portante. Coube a eles a função de
misturar-se em meio às pessoas, e
ajudá-las na compreensão do discur-
so de Cristo. Segundo Ellen White,
“quando as grandes multidões se
apinhavam em torno do Salvador,
Ele costumava dar instruções aos
discípulos e às massas. Então, depois
do discurso, os discípulos mistura-
vam-se com o povo, repetindo-lhes
o que Cristo dissera. Muitas vezes os
ouvintes haviam aplicado mal as pa-
lavras de Cristo, e os discípulos lhes
diziam o que declaravam as Escritu-
ras, e o que Cristo havia ensinado
que elas diziam” (Obreiros Evangéli-
cos, pág 408).
É interessante perceber que nessa
mobilização dos discípulos encontra-
se em curso a utilização dos peque-
nos grupos, que, na liderança de Je-
sus, culminaria na explosão da Igreja
no primeiro século da Era Cristã.
Inicialmente, Cristo formou uma
pequena comunidade de discípulos.
Doze homens foram escolhidos, apa-
rentemente de modo aleatório, para
a missão de fundar o Cristianismo.
Viveram com Jesus, ouviram Seus
ensinos, acompanharam o modus
operandi do líder cristão apresentado
pelo Mestre. Em seguida, o pequeno
grupo embrionário de discípulos se
dividia em meio ao povo, durante a
exposição da Palavra de Deus feita
por Jesus, para a formação de inú-
meros pequenos grupos de reflexão
sobre a mensagem apresentada. Logo
depois da ressurreição, a dinâmica de
pequenas comunidades prosseguiu.
A descrição profética é maravilhosa:
“os discípulos passavam de grupo em
grupo, dizendo tudo quanto haviam
visto e ouvido do Salvador, e racioci-
nando sobre as Escrituras, como Ele
fizera com eles” (O Desejado de To-
das as Nações, pág 818).
Era inevitável a propagação da men-
sagem cristã, por meio desse método
peculiar de ensino. O relato bíblico
de Atos dos Apóstolos apresenta um
estilo de vida comunitário, onde as
pessoas compartilhavam a comida e a
adoração (Atos 2:46,47). Essa forma
gregária de viver provocou uma espé-
cie de marketing viral da mensagem
cristã, termo moderno que define
uma estratégia de mercado onde a
persuasão é feita, não através de uma
comunicação profissional, e sim por
meio da experiência. Ao experimen-
tar o calor humano dessas comunida-
des, as pessoas falavam para outras, e
assim, os adoradores iam crescendo
(Atos 1:12-15; 2:47; 4:4).
A efervescência religiosa daquele gru-
po chamou a atenção da comunida-
de política e eclesiástica da época. O
Império Romano, às portas do declí-
nio, considerou tratar-se de um mo-
vimento político e passou a perseguir
os cristãos. Mesmo em meio a essas
dificuldades, é admirável a história
de resistência do Cristianismo, que
continuou crescendo, por meio de
pequenos núcleos de adoração, agre-
gando mais e mais pessoas, transfor-
mando casas em templos, e criando
uma revolução inusitada para a épo-
ca, ao provocar mudanças sem apelar
para recursos militares. Por meio dos
pequenos grupos, a expansão cristã
representou a vitória da idéia e do
relacionamento sobre a força. Vitó-
ria que se construía a cada instante,
crescendo sistematicamente, de casa
em casa (Atos 10:22-30; 12:11-16;
16:39-40; 28:23, 30 e 31; Romanos
16:3-5; 16:23; I Corintíos 16:19;
Colossenses 4:15; Filemon 1:2).
Essa pacífica demonstração de força
dos primeiros crentes é um exemplo
para os cristãos dos dias atuais. A
história da globalização da fé cristã
C o m u n h ã o e M i s s ã o  1 7
 por meio de pequenos grupos mostra que a importância dessa iniciativa se dá pela integração de seus propósitos. À
medida que os cristãos adoram, se relacionam; à medida que crescem como amigos sentem-se mais encorajados a
exercer os talentos em favor da evangelização; à medida que se integram à missão, contribuem para o crescimento e
fortalecimento da Igreja.
O desafio é, de fato, intrigante. Em meio a uma aldeia global, os cristãos modernos têm o compromisso revolucio-
nário de agir em pequenos grupos para compartilhar o ensino e as necessidades; para oração e confissão mútua; para
exercitar a compaixão e a edificação espiritual; e para transmitir a “toda a nação, tribo, língua e povo” a mensagem de
esperança proporcionada pela Salvação.

Passos para a manutenção e fortalecimento dos Pequenos Grupos em sua igreja

1. Desenvolvimento e consolidação de hábitos espirituais com líderes e auxiliares.
2. Estimular o líder a usar sua criatividade para dinamizar o Pequeno Grupo.
3. Reuniões sistemáticas com os líderes.
4. Retiros espirituais com os líderes.
5. Assembléias trimestrais.
6. Atividades sociais.
7. Manter o foco na multiplicação.

18 Comunhão e Missão  
Questões para discussão
1. Explique em suas próprias palavras o que
você entendeu sobre as duas expressões a
seguir e que relação elas têm com o assunto
dos pequenos grupos: “Geração NET” e “fim
da cultura de massa”.
2. De que forma Jesus utilizou o chamado
“marketing viral” como estratégia para di-
fundir o cristianismo?
3. Como o “marketing viral”, aprendido dire-
tamente de Jesus, influenciou os apóstolos a
difundir o cristianismo após e ressurreição do
Mestre?
4. De que maneira a vida em pequenos grupos
contribuiu para que os cristãos resistissem à
perseguição e continuassem crescendo?
5. Como os pequenos grupos podem nos aju-
dar a cumprir a missão hoje, diante do gran-
de desafio de um mundo globalizado?
Ações práticas
Veja como implantar os pequenos grupos em sua igreja
1. Compartilhar a visão com o pastor distrital. Ter a certeza de que ele esteja
seguramente comprometido com a proposta.
2. Escolher uma ou duas igrejas por distrito para iniciar o processo de implanta-
ção.
3. Compartilhar a visão com os anciãos. Certificar-se de que eles estão verdadei-
ramente convictos.
4. Reunir a comissão da igreja e apresentar a proposta a todos os líderes de depar-
tamentos.
5. Formar um grupo protótipo. (Após um período aproximado de três meses que
esse grupo se divida em outros grupos).
6. Preparar o planejamento da igreja focado na Missão (Tendo como base os
Pequenos Grupos e envolvendo os diversos departamentos focados em uma só pro-
posta).
7. Formar os primeiros Pequenos Grupos a partir das pessoas que participaram do
protótipo, providenciando os materiais para o funcionamento dos mesmos.
8. Após o tempo de consolidação, promover uma segunda multiplicação de
Pequenos Grupos alcançando a maior parte da igreja.
9. Avaliar os Pequenos Grupos existentes.
10. Apresentar relatórios e testemunhos freqüentes para a Igreja a respeito dos
grupos em funcionamento.
11. Manter um programa regular de treinamento de líderes e coordenadores
dos Pequenos Grupos.
C o m u n h ã o e M i s s ã o  1 9
 Frentes Missionárias – Oração Intercessória

Vale a pena ser um

intercessor?
Leandro Soares de Quadros
Jornalista, consultor bíblico e
conselheiro espiritual na rede Novo Tempo

Q
ual a relação existente en-
tre a oração e a cura, para
que pesquisadores norte-
americanos tenham con-
duzido, aproximadamente, duzentas
pesquisas sobre o assunto? Como a
prece em favor de outros pode ter o
poder de aliviar a dor e até mesmo de
restaurar da doença?
Neste momento, você conhecerá mais
uma das histórias que têm deixado
cientistas impressionados por não
conseguirem dar uma resposta sobre
cura por meio da oração. Também
terá conhecimento do trabalho de
uma equipe que acredita no poder da
oração e que teve uma influência di-
reta no restabelecimento da saúde da
adolescente Arielle de Oliveira, que
mora em Jacareí, cerca de 80 km de
São Paulo.

20 Comunhão e Missão  
A mãe, Denise de Oliveira, conta
que “as duas passavam mais tempo no
hospital do que em casa.” As coisas fi-
caram piores quando os exames cons-
tataram que ela atingiu uma taxa de
glicose três vezes mais elevada que a
normal...
Será melhor eu deixar que a própria
mãe conte a você o restante da histó-
ria:
“Primeiramente, gostaria de agradecer
a Deus por uma bênção muito especial
que recebi nesta semana (março de
2007). Minha filha tem diabetes desde
os cinco anos de idade e hoje está com
doze anos. Há duas semanas, precisou
ser internada, pois a diabetes estava
descompensada, com mais de 600 mg/dl
de glicose - quase em coma diabético. O
médico pediu vários exames e descobriu
que havia uma infecção no rim esquer-
do... Oramos muito, e eu estou no pro-
grama ‘41 madrugadas com Deus’. A
igreja também orou.”
Quando assistiu à vigília
transmitida, ao vivo, pela TV Novo
Tempo, Denise decidiu pedir mais
orações pela filha – e foi aí que a Es-
cola Bíblica tomou parte na corrente
de fé. Ela continua: “Na quarta-feira
daquela semana, ela fez um último exa-
me e nada mais foi encontrado. Nem
mesmo os cálculos renais. Creio que foi
Deus quem operou naquele rim que os
médicos diziam já estar comprometido
devido à diabetes elevada. Obrigada a
todos os irmãos que oraram e, principal-
mente, a Deus pela bênção recebida.”
A história de Arielle é um testemunho
claro do poder de Deus em realizar
curas nos dias de hoje (Salmo 103:3),
e você pode fazer uso desse recurso
que o Céu colocou à sua disposição
para ter mais uma ferramenta missio-
nária de evangelismo pessoal.
Hoje, a Escola Bíblica ocupa um lu-
Ações práticas
A Igreja Adventista do Sétimo Dia quer integrar você e sua igreja local no Ministério de Oração
por meio do Cartão de Oração Intercessória. Nesse cartão, você poderá listar cinco pessoas
(parentes, amigos, vizinhos) para orar diariamente pela conversão e salvação delas. No mes-
mo cartão poderá, também, assinalar a estratégia que você irá adotar para levá-los a partici-
parem de algum projeto missionário da Igreja.
Mas o trabalho não para por aí! Fortaleça ou desenvolva a amizade com aqueles por quem irá
orar. Conte-lhes que está intercedendo a Deus por eles.
Se a “primeira linguagem de amor” das pessoas em quem está investindo for “Palavras de Afir-
mação”, ao dizer que está orando por elas o “Tanque de Amor” delas ficará “cheio” e isso abrirá
o caminho para que recebam um estudo bíblico. Isso lhe animará a continuar nesse ministério
e lhe ajudará a fazer da oração o seu estilo de vida.
Vou tomar parte nesse projeto. Apenas meu irmão e eu somos adventistas em nossa família,
e já me peguei chorando várias vezes pela salvação dos meus pais, minha irmã, meus avós e
minhas sobrinhas. E, agora, quero aproveitar a oportunidade e escrever no cartão o nome de
cada um dos meus queridos e orar mais ainda pela conversão deles.
Não tenho dúvidas de que, no milênio (Apocalipse 20), se não encontrar um deles no Céu, o
Senhor irá me confortar. Mas, por que esperar por isso se, desde já, posso usar o Cartão de
Oração Intercessória e pedir a Deus que converta os meus amados antes dEle voltar?
Por favor, pense nisso e não perca a chance que o Senhor e a Igreja estão nos dando de levar-
mos a salvação por meio da oração intercessória! Ela é a nossa principal ferramenta missio-
nária.
--------------------
1 - Se quiser conhecer as cinco principais linguagens do amor, poderá ler o livro do Dr. Gary Chapman,
intitulado “As Cinco Linguagens do Amor” (Editora Mundo Cristão)
gar especial no coração da família um preparo especial. E, é com Aquele
Oliveira, porque esse departamento que mais fez uso da intercessão, que
acredita na influência da oração inter- iremos aprender agora.
cessória (Tiago 5:16). Você também Como Jesus se preparava para orar
pode marcar o coração de muitos ao pelos outros?
se tornar um missionário de oração!
O interessante na maneira de Jesus
Ellen G. White escreveu: “Em toda orar é que, antes de interceder, Ele
parte podem-se encontrar os enfermos, se preparava. Primeiro, alimenta-
e os que vão como obreiros de Cristo va-se espiritualmente em particular;
devem ser verdadeiros reformadores de depois, alimentava espiritualmente
saúde, preparados para dar aos que es- àqueles que encontrava com fome de
tão enfermos os tratamentos simples que salvação. Cristo orava:
os aliviarão, e então orar com eles. Assim
> Pela manhã – Marcos 1:35
eles abrirão a porta de entrada para a
> À noite – Marcos 6:46-47 (ver
verdade... Sede missionários práticos...” também Lucas 6:12)
(Medicina e Salvação, pág. 320). > Em lugares solitários, pacíficos
Para conseguirmos, pela oração, as – Lucas 5:15-16
bênçãos que queremos para nós e aos Ele sempre estava disposto a aceitar a
outros, é muito importante termos vontade e soberania de Deus (Mateus
C o m u n h ã o e M i s s ã o  2 1
 26:39). Isso porque Deus sabe que nem sempre aquilo que pedimos é o que
mais precisamos.
Questões para discussão
Se Deus Filho reconhecia a importância de um preparo pessoal com a Divin-
dade, muito mais você e eu precisamos aceitar que apenas comungando com o
Criador poderemos estar aptos para interceder! 1. Você e sua família já viveram alguma
Como Jesus fez uso da oração intercessória? experiência de milagre como resposta à
Enquanto rogava, Cristo tinha em mente que toda a humanidade faz parte de oração intercessória? Compartilhe com o
um conflito entre o bem e o mal. Isso pode ser visto: grupo.

• Na oração dEle pelos apóstolos: “Simão, Simão, Satanás pediu para pe- 2. Qual deve ser a nossa atitude quando
neirá-los como trigo. Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfale- nossas intercessões não forem respondidas
ça...” Lucas 22:31, 32. exatamente como pedimos? Por quê?
• Na oração dEle em favor de todos os seguidores que viriam a existir: 3. Como Jesus se preparava para o exercício
“Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno... da intercessão? Que lição você aprendeu
Minha oração não é apenas por eles (discípulos e apóstolos dos dias de desse fato?
Cristo). Rogo também por aqueles que crerão em mim (você e eu!), por
meio da mensagem...” João 17:15 e 20. 4. Que relação existe entre a oração inter-
Por isso, como Igreja, não devemos orar por alguém e, ao mesmo tempo, “ig- cessória e o tema do grande conflito cós-
norar” que existem dois poderes antagônicos disputando o coração de cada ser mico?
humano (Apocalipse 12:7-9; Provérbios 23:26). Conscientes de que estamos 5. Qual o valor da oração intercessória como
numa batalha, teremos mais dependência de Deus e um senso maior de res- ferramenta missionária e como você pensa
ponsabilidade por quem intercedemos. em colocá-la em prática?
Como podemos tomar parte nessa idéia divina?

22 Comunhão e Missão  
 Frentes Missionárias – Duplas Missionárias

Sucesso na
Evangelização
Horácio Cayrus
Diretor do Ministério Pessoal da
União Austral

A
Bíblia e o Espírito de Pro-
fecia mostram como as
duplas missionárias têm
um papel importante na evangeliza-
ção. Em Marcos 6:7-13 encontramos
o seguinte relato: “chamou os doze
e começou a enviá-los de dois em
dois”. Jesus não enviou os discípulos
individualmente, mas, em duplas, re-
forçando o princípio bíblico da evan-
gelização.
“E, depois disso, designou o
Senhor ainda outros setenta e
mandou-os adiante da Sua face,
de dois a dois, a todas as cida-
des e lugares aonde Ele havia
de ir” (Lucas.10:1). Com esse
método, Jesus introduziu uma
forma eficiente para o cumpri-
mento da Missão.
Vantagens das duplas missionárias
É plano de Deus para os dias atuais
que a igreja trabalhe com as duplas
missionárias. Esse método foi apro-
vado pelo criador e isto é suficiente
para ser colocado em prática. “Era
o desígnio do salvador que os men-
sageiros do evangelho assim se asso-
ciassem” (O Desejado de Todas as
Nações - DTN, pág 350). Se seguís-
semos esse conselho, a obra evangéli-
ca teria maior êxito.
Uma das vantagens do trabalho em

C o m u n h ã o e M i s s ã o  2 3
 dupla é o fortalecimento mútuo.
Um pode animar o outro, e juntos,
orar pelas pessoas. “Assim se pode-
riam auxiliar e animar mutuamente,
aconselhando-se entre si e orando
um com o outro, a força de um su-
prindo a fraqueza do outro” (DTN,
pág 350).
É necessário que duas pessoas
trabalhem juntas; pois uma pode
animar à outra e juntas podem
aconselhar-se, orar e esquadri-
nhar a Bíblia. Assim podem
obter uma luz mais ampla sobre
a verdade; pois a gente verá uma
face, e a outra face da verdade.
Se errarem, podem corrigir-se
mutuamente, seus discursos e
suas atitudes, de maneira que,
a verdade não seja subestimada
por causa dos defeitos de seus
defensores. Se os obreiros são
enviados sozinhos, não haverá
ninguém que observe e corrija
seus enganos; mas, quando dois
vão juntos, podem realizar uma
obra educadora e cada obreiro
pode chegar a ser o que deve ser:
um ganhador de almas de êxito
(Review and Herald, 4 de ju-
lho, 1893).
O trabalho em duplas impede a pos-
sibilidade de exclusivismo e de egoís-
mo do coração humano. O trabalhar
em duplas missionárias faz com que
a interdependência mútua e com
Deus seja real.
“Quando a gente trabalha conti-
nuamente sozinho, está exposto a
chegar a pensar que seu método
de trabalho está acima de toda
crítica, e não sente nenhum de-
sejo particular de que alguém
trabalhe com ele. Mas é o plano
de Cristo que alguém esteja a seu
lado, de maneira que a obra não
seja modelada de tudo pela men-
te de um só homem, e assim seus
defeitos de caráter sejam consi-
24 Comunhão e Missão  
derados como virtudes por ele
mesmo, ou pelos que o escutem”.
(Evangelismo, pág 59)
Caminho certo
Nosso dever como cristão é buscar
em todos os campos corações ansio-
sos por conhecer a palavra de Deus.
E, para facilitar esse trabalho, é ne-
cessário que os obreiros sigam o ca-
minho deixado por Jesus.
Na época de Jesus, as duplas prepara-
vam as cidades e vilas para a chegada
de Jesus. Lucas 10:1 diz: “Para que o
precedessem em cada cidade e lugar
onde Ele estava para ir”. Hoje, as du-
plas devem ser usadas para fazer ami-
zade e ministrar cursos bíblicos pre-
parando as pessoas para uma decisão
nos grandes eventos espirituais da
igreja como, por exemplo, a caravana
da esperança, batismo da primavera e
semanas de colheitas.  (DTN, 350)
“por que é que nos apartamos do
método de trabalho que foi insti-
tuído pelo grande Professor? por
que é que os trabalhadores em
sua causa, hoje em dia, não são
enviados de dois em dois? “OH!
– dizem –‘ não temos obreiros
suficientes para ocupar o campo’.
Então ocupem menos território.
Enviem os obreiros aos lugares
onde o caminho parece aberto, e
ensinem a preciosa verdade para
este tempo. Não podemos ver
sabedoria em que dois vão jun-
tos a pregar o Evangelho?” (Re-
view and Herald, 19 de abril,
1892).
Critérios para a formação das du-
plas Missionárias
A formação das duplas missionárias
deve envolver homens, mulheres, jo-
vens e adolescentes. É aconselhável
que se juntem amigo com amigo,
marido e mulher, irmão com irmão
e mais experiente com menos ex-
periente. “Ninguém foi mandado
sozinho, mas irmão em companhia
de irmão, amigo ao lado de amigo.”
É preciso escolher pessoas que este-
jam apaixonadas pela salvação das
almas cujo único objetivo seja glori-
ficar a Deus. Pessoas que estejam tão
perto de Jesus em uma estreita co-
munhão que se unam entre si para o
cumprimento da missão, mesmo que
seus temperamentos sejam muito di-
ferentes. O caso de Pedro e de João é exemplar:
“Ele (Jesus) não relacionou o amado e suave João
a outra pessoa do mesmo temperamento; mas sim
o relacionou com o ardente e impulsivo Pedro. Es-
tes dois homens não eram iguais nem em disposi-
ção nem em método de trabalho. Pedro era rápido
e ciumento na ação. Era arrojado e não entrava
em transigências, e freqüentemente feria; João era
sempre tranqüilo, identificado com os sentimentos
dos outros, e vinha detrás para consolidar e ani-
mar. Assim, os defeitos de um eram parcialmente
cobertos pelas virtudes do outro.” (Evangelismo,
pág 58)
Questões para discussão
1. Por que organizar uma dupla missionária?
2. Qual a vantagem do trabalho em duplas?
3. Jesus ia de casa em casa, curando os enfermos, confortan-
do os tristes, consolando os aflitos, e dirigindo palavras de
paz aos abatidos. De que forma uma dupla missionária pode
colocar esse exemplo em prática?
4. Como podemos conquistar a confiança de um interessa-
do?
5. Por que nos afastamos do método de trabalho instituído
pelo grande mestre?
Ações práticas
1. As duplas missionárias devem trabalhar em harmonia com
o programa da igreja.
2. É importante visitar amigos, vizinhos, familiares, interes-
sados e desconhecidos, por meio do trabalho de porta em porta,
com pesquisa ou qualquer outra forma de aproximação.
3. Primeiro, é preciso ganhar a confiança e a amizade daque-
les que serão visitados, seguindo o método do Jesus: “Só o mé-
todo de Cristo dará êxito ao aproximar-se das pessoas. O Salvador tra-
tava as pessoas como quem desejava lhes fazer bem. Mostrava-lhes
simpatia, atendia a suas necessidades e ganhava sua confiança. Então
lhes dizia: “sigam- me “ (Ciência do Bom Viver, pág 102).
4. Fazer oração intercessória pelas pessoas visitadas.
5. Compartilhar o testemunho pessoal do que Jesus significa
para cada um.
6. Oferecer literatura cristã, de acordo com a necessidade de cada
pessoa.
7. Ministrar estudos bíblicos ou integrar as pessoas visitadas à
classe bíblica.
8. Convidá-los e integrá-los em algum pequeno grupo.
9. Levá-los ao batismo e acompanhá-los até chegar a ser um dis-
cípulo maduro na fé e reprodutivo.
C o m u n h ã o e M i s s ã o  2 5
 Frentes Missionárias – Evangelismo Público

Jesus: o Mestre do
Evangelismo
Emílio Abdala
Doutor em Ministério e professor de
evangelismo do SALT IAENE

A
história do evangelismo
começou com o nasci-
mento de Jesus, como
está descrito nos evangelhos. Ele veio
à terra para ser tanto a mensagem
como o mensageiro. O anjo que apa-
receu a Maria ordenou-lhe que desse
ao recém nascido o nome de Jesus,
“porque ele salvará o seu povo dos
pecados deles” (Mateus 1:21).
Este artigo descreve como Deus pre-
parou o mundo para receber Cristo,
quando Ele nasceu em Belém, além
de algumas metodologias de evange-
lismo usadas por Jesus.
Jesus e o preparo para o evange-
lismo Gálatas 4:4 diz que “vindo,
porém, a plenitude do tempo, Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido sob a lei.” Três diferentes
nacionalidades desempenharam um
papel importante na preparação do
mundo para o nascimento de Jesus:
os gregos, os romanos e os judeus.
Os gregos prepararam o mundo me-
diterrâneo por meio da difusão de sua
língua e cultura. Quando os exércitos
de Alexandre o Grande invadiram o
Oriente Médio, nos anos 334-323
a.C, Alexandre não apenas cumpriu
seus sonhos de conquista, mas seu
desejo de ensinar a cultura e língua
grega aos povos daquela região. Os
gregos também transmitiram ao
mundo mediterrâneo o interesse pela
sabedoria e o aprendizado. Filósofos
como Sócrates, Platão e Aristóteles
exemplificaram o amor pela verda-
de e a importância de buscá-la. Essa
abertura a novas idéias foi útil aos
evangelistas da Igreja Primitiva.1
Por meio do estabelecimento da paz
em toda região do mediterrâneo, os
romanos se prepararam para o nasci-
mento de Cristo. A pax romana (“paz
de Roma”) não apenas providenciou
uma atmosfera de segurança e ordem
para que a Igreja Cristã pudesse se
desenvolver, mas tornou as viagens
mais seguras para os missionários e
evangelistas.2
Já os judeus prepararam o mundo de
várias maneiras. Primeiro, eles esta-
beleceram sinagogas em quase todas

26 Comunhão e Missão  
as grandes cidades do Mediterrâneo.
Essas sinagogas se tornaram centros
de ensino que beneficiavam não ape-
nas os judeus da comunidade, mas
também atraíam a atenção dos gen-
tios. Segundo, os judeus prepararam
o mundo pela disseminação do Velho
Testamento (V.T.) na região. Quan-
do o V.T. foi traduzido para o grego,
os judeus proclamaram sua crença
em um único Deus (monoteísmo)
e na vinda do Salvador (o Messias)
que estabeleceria o reino de Deus na
terra.3
Jesus e os Métodos de Evangelis-
mo
 Jesus praticou o evangelismo em
massa ou em pregação pública. A pre-
gação era uma tarefa importante no
evangelismo de Jesus. De fato, mui-
tos do povo O chamavam de profeta4
(Mateus 21:11; Lucas 24:19). Ele era
um pregador e não um escritor. Sua
mensagem era sucinta: “o tempo está
cumprido, e o reino de Deus está
próximo; arrependei-vos e crede no
evangelho” (Marcos 1:14-15).
Embora o Senhor demonstrasse
um equilíbrio no tríplice ministério
de ensinar, curar e pregar (Mateus
4:23), Ele mesmo afirmou que veio
primariamente para pregar (Marcos
1:38). E como Jesus praticou o evan-
gelismo?
a) Ele enfatizou a prioridade do
evangelismo ao ensinar que a
salvação é a coisa mais impor-
tante do mundo. Suas parábo-
las da pérola de grande preço e
do tesouro escondido no cam-
po ilustram esse princípio (Ma-
teus 13:44-46).
b) Ele treinou seus discípulos para
a evangelização. Antes de dar
a Grande Comissão, Jesus en-
viou os doze e os setenta para
pregar (Mateus 10 e Lucas 10).
Agenda
No segundo semestre de 2009, o Pr.Mark Finley, vice-presidente mundial da Igreja
Adventista, estará no Brasil e na Bolívia para uma  programação da Semana de Colheita.
Brasil - 24 a 31 de outubro - Centro de Convenções - Brasília - DF
Bolívia - 01 a 09 de novembro - Universidade Adventista da Bolívia
O evento será transmitido via satélite.
Robert Coleman sugere sete
etapas no método usado por
Jesus: seleção, associação, en-
sino, demonstração, delegação,
supervisão e multiplicação.5
c) Ele praticou um estilo de vida
evangelístico. Há pelo menos
quarenta relatos nos evangelhos
de pessoas evangelizadas por Je-
sus. O estudo desses casos reve-
la que Ele aproveitou todas as
oportunidades e adaptou sua
apresentação a diferentes au-
diências. Ainda assim, Ele não
alcançou todos os que desejava
ganhar.
d) Ele ordenou a Grande Comis-
são a fazer discípulos por meio
do evangelismo. Cada narrati-
va dos evangelhos e no livro de
Atos tem como base a Grande
Comissão (Mateus 28:19-20;
Marcos 16:15; Lucas 24:47-
48; João 20:21; Atos 1:8).
 
Concluindo, Jesus iniciou seu mi-
nistério desafiando os discípulos a
se tornarem “pescadores de homens”
(Marcos 1:17). E Ele concluiu o mi-
nistério terrestre relembrando-lhes
sua responsabilidade (Atos 1:8). E o
que Ele espera de nós hoje? Grandes
projetos de construções, grandes ser-
viços de louvor ou bem elaborados
cursos de discipulado? Tudo isto é
nobre e vital. Mas Seu desejo é que
nos tornemos testemunhas: algo que
todos podem fazer.
Questões para discussão
1. Como começou a história do evangelis-
mo e o que isso representa?
2. Em sua opinião, quem mais contribuiu
para preparar o mundo para o nascimen-
to de Jesus, os gregos, os romanos ou os
judeus? Por quê?
3. O autor descreve quatro formas pelas
quais Jesus praticou o evangelismo. Com
qual delas você mais se identifica? Por
quê?
4. Tanto para os eventos de colheita como
para se realizar uma série mais longa de
evangelismo deve se seguir alguns pas-
sos. Cite os três passos que, em sua opi-
nião, são os mais importantes e explique
por quê?
5. Segundo a conclusão do autor, qual a
essência de tudo o que Jesus espera de
nós?
--------------------
1 - Henri Daniel-Rops, Daily Life in the Time
of Jesus (Ann Arbor, MI: Servant Books, 1980),
p.51-79.
2 - Ibid.
3 - Arthur G. Plaza. The Emergence of the
Church: Context, Growth, Leadership & Wor-
ship (Downers Grove, IL: InterVarsity Press,
2001), p. 27-54.
4 - O dom de profecia consiste em falar com
autoridade para Deus, tanto na predicão de
eventos futuros quanto de fatos do presente. Ver
Seventh day Adventist Bible Commentary, Vol.
6, p. 771.
5 - Robert E. Coleman. The Master Plan of
Evangelism (Old Tappan , NJ : Fleming H. Re-
vell, 1972).
C o m u n h ã o e M i s s ã o  2 7
 Ações práticas

Uma maneira de cumprir a comissão de Jesus é organizar eventos evangelísticos de colheita (igreja local) ou séries mais extensas para plantar
uma nova igreja. Uma campanha evangelística não começa nem termina quando o evangelista prega a primeira e a última mensagem.
Um programa bem sucedido é planejado meses antes do primeiro sermão e se prolonga por meses depois que o evangelista deixou de
apresentar-se em público.
A seguir apresentaremos uma seqüência de importantes passos a serem considerados para o bom êxito de um esforço evan-
gelístico:
1. Escolha do lugar: evangelismo para fortificar a obra em certo lugar ou abrir uma nova obra.
2. Consenso favorável: com respeito à escolha do lugar por parte do campo local, do evangelista, do pastor e das igrejas.
3. Planejamento: inclui a estratégia da campanha, a duração, o lugar sugerido para as conferências, o temário, a equipe, o plano de preparação
do terreno, os materiais necessários, o programa de treinamento e o calendário de eventos da campanha (batismos, datas, e programas).
4. Discussão e aprovação dos planos: o evangelista submete os planos ao campo local. Os planos são apresentados aos pastores envolvidos e
são ouvidas suas sugestões. O mesmo se faz com os líderes da igreja.
5. Grande convocação missionária: os planos aprovados são comunicados detalhadamente aos membros do distrito ou campo local a fim de
que haja a participação de todos.
6. Preparação espiritual da igreja: deve-se criar um ambiente de comprometimento da igreja. Se na campanha participam pregadores leigos,
é necessário capacitá-los com antecedência. Também é preciso capacitar os que preparam o terreno e os que formam as equipes.
7. Nomeação e treinamento das equipes: pelo menos dois meses antes, nomeiam-se as equipes que atuarão como suporte da campanha
(recepcionistas, música, equipamentos, preparo do terreno, dentre outras). Também é necessário capacitar essas equipes de serviço, explicando a
elas, detalhadamente, suas responsabilidades.
8. Preparação do terreno: a maioria das campanhas é de colheita, mas uma colheita bem sucedida deve ser precedida por um esforço de seme-
adura, e esta se faz com meses de antecedência pela equipe ou pela igreja local. O ideal é que, no início das conferências, haja centenas de pessoas
instruídas na verdade e praticando a maior parte das doutrinas. Então as conferências recapitulam a verdade e conduzem as pessoas à decisão
9. Propaganda: inter-
na e externa (convites,
rádio e tv, outdoors,
etc).
10. A série de confe-
rências: deve ter du-
ração apropriada e ser
acompanhada por uma
classe bíblica.
11. Continuidade do
processo de discipu-
lado por meio de um
programa de conserva-
ção, enquanto se decide
o local da nova igreja.
12. Avaliação: deve-
se avaliar os pontos
altos da campanha,
os métodos e as idéias
que deram bons e maus
resultados, o desem-
penho da equipe, a
adequação dos temas e
deve-se fazer recomen-
dações para o futuro.

28 Comunhão e Missão  

Classe Bíblica
Eficaz
Filipe Lemos
Jornalista e assessor de comunicação da
Associação Catarinense
A
cena era um tanto de-
sanimadora. Jesus havia
morrido e ressuscitado
enquanto dois de Seus discípulos ca-
minhavam de Jerusalém em direção
a uma aldeia chamada Emaús. Os
dois estavam visivelmente desalenta-
dos, pois esperavam que Jesus fosse o
redentor de Israel, porém não enten-
diam o que ocorrera com Ele. Nesse
percurso, recebem a companhia do
próprio Cristo, mas, cegados pela
frustração das esperanças terrenas,
não O reconhecem. Jesus chama a
atenção da dupla explicando a Bíblia,
iniciando pelos livros escritos por
Moisés e passando por todos os pro-
Frentes Missionárias – Classes Bíblicas
fetas. Estava formada ali uma classe
bíblica itinerante cujo objetivo era
levar os discípulos ao conhecimento
da vontade de Deus, centralizada no
ministério de Jesus Cristo. O estudo
produziu esperança.
Em toda a Sua trajetória neste mun-
do, Jesus deixou clara a importância
de se estudar a Bíblia e as principais
razões para isso. A necessidade de
compreender a revelação divina para
nossa vida foi expressa em vários mo-
mentos nos evangelhos e nas cartas
apostólicas que sempre confirmaram
o conceito de estudo bíblico.
Em João 8:32, Cristo afirma que “co-
nhecereis a verdade e a verdade vos
libertará”. O estudo da Palavra de
Deus é o meio pelo qual passamos a
conhecer o verdadeiro libertador es-
piritual. Além disso, os ensinamentos
contidos na Bíblia fazem o estudante
entender o que significa a salvação,
o perdão, a confissão, o arrependi-
mento, a vontade divina em Suas leis
e a maneira eficaz de vencer as ten-
tações e perseverar. A promessa é de
liberdade da escravidão do pecado, e
isso se dá por meio de uma pesqui-
sa diligente da Bíblia Sagrada e seus
ensinos, combinada com fervorosa e
sincera oração.
Já no texto de João 5:39, respon-
dendo aos judeus, Jesus afirmou que
“examinais as Escrituras, porque pen-
C o m u n h ã o e M i s s ã o  2 9
 sais ter nelas a vida eterna. São estas mesmas Escrituras que testificam
de mim”. Há, aí, dois princípios a serem destacados. O primeiro é
que a Bíblia deve ser estudada e pesquisada porque realmente conduz
à vida eterna; o segundo aspecto é que possui toda essa relevância
eterna porque testifica de Cristo, ou seja, apresenta-O como salvador
e senhor da humanidade.
Na igreja cristã primitiva, dos tempos apostólicos, a ênfase no estudo
da Bíblia continuou e foi determinante para o crescimento e desen-
volvimento da própria comunidade. Logo nas primeiras conversões,
segundo Atos 2:42, é dito que “perseveravam na doutrina dos após-
tolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações”. A perseverança
na doutrina é objetivamente o hábito de ler a Bíblia em grupos e de
pesquisar os assuntos continuamente.
Também, no livro de Atos 19:8-10, o escritor Lucas assinala a criação
de uma classe bíblica chamada Escola de Tirano, na qual, durante
dois anos, o apóstolo Paulo esteve, ali, discutindo todos os dias com
gregos, judeus e demais interessados a respeito das verdades bíblicas.
Essa grande classe bíblica está de acordo com o que o autor do livro
também comenta, em Atos 17:11, ao se referir aos cristãos de Beréia
e afirmar que “ora, estes foram mais nobres do que os de Tessalônica,
pois de bom grado receberam a palavra, examinando a cada dia nas
Escrituras se estas coisas eram assim”.
A classe bíblica, portanto, conduz a Cristo e à liberdade espiritual,
promove o crescimento da igreja e desperta na mente humana o dese-
jo de entender melhor o Deus a quem servimos.
Classe eficiente
Pelo próprio exemplo bíblico e orientações de Ellen White, é possível
30 Comunhão e Missão  
Ações práticas
A ação efetiva de uma classe
passa por alguns passos que
precisam ser cumpridos, e que
envolvem:
• Organização da classe: escolha do ins-
trutor, local adequado, data, divulgação da
classe;
• Aquisição de material de apoio: livros,
DVDs, CDs, computadores;
• Elaboração de um programa: ordem do
estudo com recepção adequada, chamada,
oração, louvor e outras partes que ajudam a
incrementar o momento;
• Estratégia para atrair alunos: o coorde-
nador de interessados é uma fonte; visitantes
em geral da igreja; lares dos interessados;
evangelismos; pequenos grupos; pessoas que
aceitam apelos em batismos;
• Criação de um grupo de oração interces-
sória pelos estudantes: manter seus nomes
em uma lista permanente. Deus, e levando ca-
tivo todo pensamento à obediência de Cristo”.
saber qual o segredo da eficiência de uma classe de estudos da Bíblia Sagrada.
Três sugestões podem ser enumeradas: Questões para discussão

1. O instrutor deve ser e não apenas saber

1. Quais foram os efeitos do estudo bí-
Assim como Jesus e os apóstolos falavam com autoridade, porque viviam a blico dado por Jesus aos dois discípulos
mensagem, os instrutores modernos da Bíblia precisam ter uma experiência
no caminho de Emaús?
real com Cristo e Seus ensinamentos para poder transmitir a outros. Só pode
alimentar outros aquele que estiver devidamente nutrido. 2. Qual dos princípios contidos em João
5:39 e 8:32 mais lhe chama a atenção?
Por quê?
2. A verdade bíblica deve ser apresentada de maneira simples
Ellen White afirma, no livro Evangelismo, à página 348, que “a verdade bíbli-
3. Que evidências temos de que a igreja
ca deve ser apresentada tão simples e interessante que todos possam facilmen- apostólica tinha algum tipo de classe
te compreender os princípios da salvação”. Simplicidade, bons exemplos e de estudo da Bíblia? Quais foram os
objetividade são fundamentais para o êxito de uma classe bíblica que atingirá efeitos disso?
as necessidades humanas.
4. Dos princípios para uma classe bí-
blica eficiente descritos acima, qual o
3. O estudo deve ser constante e progressivo que você considera mais importante?
Novamente, vale o conselho de Ellen White, expresso no livro Evangelismo, Por quê?
à página 56, onde é dito que “em Seus discursos, Cristo não lhes apresentou 5. Releia os passos práticos que devem
muitas coisas de uma vez, para não lhes confundir a mente. Fez com que cada
ser seguidos para efetivamente se
ponto se tornasse claro e distinto. Não menosprezava a repetição de antigas
instalar uma eficiente classe bíblica e
e familiares verdades proféticas se elas servissem ao Seu propósito de inculcar
as idéias”. Tendo como referência as classes bíblicas apostólicas, podemos responda: Que passos precisam ser se-
concluir que eram permanentes e mantinham um estudo progressivo da Bí- guidos para melhorar as classes bíblicas
blia. As descobertas da Palavra de Deus aconteciam constantemente e não em de sua igreja?
uma só vez.

C o m u n h ã o e M i s s ã o  3 1
 Frentes Missionárias – Recepção

É Preciso fazer a
diferença
Wiliane Steiner Marroni
Diretora dos Ministérios da Mulher na
Divisão Sul-Americana

A
vida de Cristo nesta terra foi uma vida de serviço e de amor. A maior demonstração desse amor está represen-
tada pela cruz. Foi com amor que o Senhor Jesus atraiu pessoas e alcançou corações carentes pela palavra.
Desde os tempos da Igreja Primitiva é possível perceber uma preocupação sobre como receber e tratar bem as
pessoas. O livro de Atos menciona: “Tendo eles chegado a Jerusalém, foram bem recebidos pela igreja...” Atos 15:4.
O Ministério de Recepção é um ministério de aceitação mútua. Baseia-se nos ensinos de Cristo a respeito do amor, isento
dos preconceitos de cor, raça ou posição social.
“O Salvador misturava-se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles, mi-
nistrava-lhes as necessidades e granjeava-lhes a confiança” (Ciência do Bom Viver, pág 143).

32 Comunhão e Missão  
Esse ministério consiste em organizar equipes (pessoas) e
treiná-las para o trabalho de recepção em todos os serviços
regulares da igreja. O propósito é dar a melhor impressão
do amor de Jesus, tanto aos visitantes como aos membros
da igreja. Cativar pessoas para Cristo deve ser a missão de
vida de cada cristão.
Assim como a igreja não pode funcionar sem ter a Escola
Sabatina, o Culto de Adoração, outras reuniões também
não podem funcionar sem ter o Ministério da Recepção
organizado e atuante.
“Em cada igreja deve-se cultivar o espírito de hos-
pitalidade. Não há nada mais mortífero para a vida
espiritual da igreja do que uma atmosfera fria e for-
mal que exclua a hospitalidade e o companheirismo
cristãos. Todo visitante que chegue para adorar co-
nosco deve ser cordialmente recebido e deve-se-lhe
fazer sentir que é bem-vindo. Os oficiais da igreja
têm o dever de designar alguém para que dê atenção
especial...” (Manual da Igreja, pág 75).
A primeira impressão é a que fica
A maneira como as pessoas são tratadas vai definir se vol-
tarão ou não. O Espírito Santo conduz as pessoas à igreja
e nossa responsabilidade é fazer o melhor para agradá-las,
para que sintam o desejo de retornar. Cada visitante deve
sentir o amor de Deus nas atitudes dos membros da igre-
ja.
“Podeis pegar de tal maneira na mão de uma pessoa
ou saudá-la que lhe conquisteis a confiança imediata-
mente, ou de modo tão frio que pense que não tendes
interesse algum por ela” ( Beneficência Social, pág 89).
Para desenvolver esse ministério, sugerimos a organização
de uma equipe entrosada com os outros departamentos.
Devem ser realizadas reuniões periódicas enfocando a im-
portância do membro e do visitante, e a melhor forma de
atendê-los.
Como fazer
• Escolha um coordenador para o Ministério da Re-
cepção.
Ações práticas
10 atitudes ativas para uma recepção eficiente
1. Apresentação impecável
2. Postura
3. Sorrir/ Humor – O mau humor é INTOLERÁVEL.
4. Empatia – “Se colocar no lugar do outro”.
5. Escutar – escutar é ouvir com atenção
6. Gentileza – Nunca perca a oportunidade de ser:
amável, agradável, educado, generoso, atencioso, cavalheiro.
7. Disposição – animado, pronto para o que der e vier.
8. Sinceridade
9. Comunicação correta
10. Compromisso
C o m u n h ã o e M i s s ã o  3 3
 • Escolha as pessoas que farão
parte da equipe. Sugerimos
uma equipe mista composta de
jovens, adolescentes, crianças,
mulheres e homens, além dos
diáconos e diaconisas. Essas pes-
soas devem ser amáveis, pontu-
ais, comunicativas e discretas.
• Capacitar a equipe de recepção.
• Organizar equipes de recepção
para atuar em todos os progra-
mas da igreja.
• Desenvolver reuniões de oração
e avaliação para o Ministério de
Recepção.
• Motivar e mobilizar a igreja a
se tornar uma igreja receptiva.
O amor cristão e a bondade são
características de uma igreja re-
ceptiva.
Característica da equipe de recep-
ção
• Seu contato com o visitante, por
mais breve que seja, pode deter-
minar a sua conversão.
• O que faz e diz representa a
imagem da igreja toda, não só
os membros como também a
organização adventista.
• Cada pessoa que procura a igre-
ja deve ser considerada como
um filho por quem Jesus deu a
vida. A maneira como for abor-
dada será um fator para atrair ou
afastar.
• Esse trabalho deve ser precedido
e realizado com muitas orações.
• Que cada um exerça seu dom
no sentido de criar no visitante
o desejo de voltar.
O Ministério da Recepção deve fazer
a diferença, surpreender, tanto os ami-
gos como os membros da igreja.
“O cristão bondoso, cortês é o mais pode-
roso argumento que se possa apresentar
em favor do cristianismo.” (Mente, Ca-
ráter e Personalidade, II, pág 617)

Questões para discussão

1. Como posso desenvolver o Ministério da Recepção em minha igreja?

2. O que devo fazer para ter uma vida de serviço assim como a de Jesus?
3. Jesus nos ensinou a tratar bem as pessoas para atraí-las ao evangelho. Como colocar esse conselho em prática?
4. De que maneira posso impressionar o amigo visitante?
5. Como tornar o Ministério da Recepção da minha igreja uma referência?

34 Comunhão e Missão  
 CRONOGRAMA DE EVENTOS PARA 2009
UNeB
janeiro
1-30 Férias de todos os pastores.
1-31 Evangelismo de Anciãos e Calebes.
25-30 Encontro de Capacitação no IAENE para os todos professores.
Viagem hospedagem e alimentação forma de pool dividido
pelos Campos, (duas diárias.) A União entrará com uma ajuda
financeira a ser estudada.
Fevereiro
7 Lançamento via satélite da Escola Missionária.
7-14 Semana de Mordomia. Os Campos poderão optar por outra
data, desde que a data apareça no programa do Campo.
13-15 Encontro dos Evangelistas Voluntários – APE, MPEC, MCN e
MN.
20-25 Carnaval.
27-28 Encontro dos Evangelistas Voluntários – MSA, ABAC, AB e
ABS.
Março
1 Conclave dos Evangelistas Voluntários – MSA, ABAC, AB e
ABS.
4-7 Concílio Publicações – DSA
7 Treinamento para semana santa via satélite
8-11 Concílio Administradores – DSA
14 Dia Mundial de Oração.
Lançamento do Programa de “Oração Intercessória”
Início 1º Evangelismo Pastoral
17-19 Reunião Integrada dos Departamentos
28 Assembléia Distrital de PG – APe
28 Grande Batismo
Julho
1-4 Semana de oração Jovem (cont.)
4 Assembléia Distrital de PG – ABaC
12-26 Início do 2º Ciclo de Domingos Especiais: “Profecias de Espe-
rança”
15-19 VIII Simpósio Bíblico Teológico – IAENE
A gosto
1-30 Evangelismo Pastoral e voluntários - segundo Semestre.
2-30 2º Ciclo de Domingos Especiais: “Profecias de Esperança”
9 Dia dos Pais.
17-20 CADE
Setembro
6-27 2º Ciclo de Domingos Especiais: “Profecias de Esperança”
19 Batismo da Primavera
26 Assembléia Distrital de PG – MCN
Outubro
1-3 Projeto “Siga a Bíblia” – Ponha a Bíblia no Pódio
4-25 Início do 3º Ciclo de domingos especiais: “Jornada BíblicaProfé-
tica”
19-21 Reunião Integrada dos Departamentos
23 Segundo Evangelismo dos PGs.
24-31 Semana de Colheita via satélite – Pr. Mark Finley
31 Dia do REENCONTRO em todas as igrejas e grupos.

Abril Novembro
4-11 Semana Santa 1-29 Continuação do 3º Ciclo de Domingos Especiais: “Jornada Bíbli-
19 e 26 Início do 1º Ciclo de Domingos Especiais: “Apresentando Je- ca Profética”
sus” 7 Incluir no calendário do campo a realização do SEE para novos
conversos.
Maio 14 Oferta de Missão Global
3-31 1º Ciclo de Domingos Especiais: “Apresentando Jesus” 18-19 Quadrienal – AB
2-9 Semana da Família em PGs. Os que desejarem fazer na igreja, 25-26 Quadrienal – MCN
tendo condições e recursos poderão fazê-la na igreja. 28-30 Semana de Colheita
10 Dia das mães
15 Evangelismo dos PG’s (06 fins de semana) Dezembro
26-27 Comissão Diretiva – UNeB 1-5 Semana de Colheita
28 Avaliação UNeB 1-3 Comissão Diretiva – UNeB
5 Assembléia Distrital de PG – MSA
JuNho 6-20 3º Ciclo de Domingos Especiais: “Jornada Bíblica Profética
7-28 1º Ciclo de Domingos Especiais: “Apresentando Jesus” 9-10 Quadrienal – MSA
27-4/7 Semana de oração Jovem 12 Dia mundial de Mordomia Cristã.
27 Vigília Jovem 31 Culto de Gratidão no por de sol em todas as igrejas

C o m u n h ã o e M i s s ã o  3 5
36 Comunhão e Missão