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O documento descreve a economia de Angola após a independência, resumindo:
1) A economia dependia fortemente do enclave petrolífero herdado da era colonial, gerando receitas mas também vulnerabilidades à volatilidade dos preços do petróleo.
2) Surgiu um mercado paralelo para suprir carências, escapando aos controles, com preços muito mais altos que o mercado oficial.
3) Havia grandes diferenças de preços entre os mercados, revelando as distorções causadas pela economia dual.
O documento descreve a economia de Angola após a independência, resumindo:
1) A economia dependia fortemente do enclave petrolífero herdado da era colonial, gerando receitas mas também vulnerabilidades à volatilidade dos preços do petróleo.
2) Surgiu um mercado paralelo para suprir carências, escapando aos controles, com preços muito mais altos que o mercado oficial.
3) Havia grandes diferenças de preços entre os mercados, revelando as distorções causadas pela economia dual.
O documento descreve a economia de Angola após a independência, resumindo:
1) A economia dependia fortemente do enclave petrolífero herdado da era colonial, gerando receitas mas também vulnerabilidades à volatilidade dos preços do petróleo.
2) Surgiu um mercado paralelo para suprir carências, escapando aos controles, com preços muito mais altos que o mercado oficial.
3) Havia grandes diferenças de preços entre os mercados, revelando as distorções causadas pela economia dual.
Paralelo (Solival Menezes) A importncia do Enclave Petrolfero A economia angolana com necessidades de um grande volume de recursos para: Financiar a organizao inicial do novo pas; Sustentar as actividades blicas; Recolocar o pas no caminho de desenvolvimento Pela sua magnitude estes recursos no podiam provir da cooperao socialista; A herana de um condicionante herdado de Portugal: As reservas petrolferas nas mos de grande companhias capitalistas internacionais; A No Estatizao do Sector Petrolfero As companhias possuam concesso desde dos anos 50 at o final do sculo; As empesas tinha realizado grandes investimentos, onde apesar da guerra e das transformaes do pas, no cessaram a sua produo; Exigir a sada dessas companhias e uma eventual substituio pelos especialistas soviticos requereria grandes investimentos; Um tempo que o novo pas no podia esperar; Exigiria um imenso custo poltico (econmico) impossvel de ser calculado O Socialismo angolano
Sem alternativa, Angola tomou o legado metropolitano, estabelecendo
novos acordos com essas companhias; Aceitou novos acordos pr-independncia, mas contando de imediato, com um expressivo montante de recursos que era muito necessrio; O socialismo angolano e o enclave capitalista De um lado: Angola com a sua economia centralizada, funcionando com base ao plano nacional, regulado pelas autoridades governamentais e pelo partido e suas instncias polticas e econmicas; De outro lado: o enclave capitalista seguindo os princpios que regem uma empresa capitalista servia de geradora de receitas e determinaria a dinmica da economia do pas; A dependncia da herana direta da anterior dependncia metropolitana ao enclave petrolfero Os Efeitos da dependncia do enclave petrolfero A dependncia foi funcional para a economia nos primeiros anos do novo regime; Mais tarde revelar-se-ia perigosa j que o pas tornar-se-ia suscetvel s alteraes impostas pelos humores do mercado internacional do petrleo; Os Efeitos da dependncia do Sector Petrolfero na economia angolana: O petrleo como atenuante da crise; O forte impacto das receitas petrolferas na posio fiscal do governo; O efeitos do petrleo sobre a balana de pagamento; As receitas petrolferas destinados para o consumo correntes e no aplicados em operaes com efeito multiplicador sobre o produto; Variao de preos X despesas do Estado: o pas incorria em dfices oramentais; A dependncia pode ter como consequncias a doena holandesa e inflao; A dependncia petrolfera sucateou o parque produtivo (efeito da doena holandesa) Angola transforma-se de um grande produtor (tempo colonial para um grande importador) O Mercado Paralelo
Surge devido os inmeros problemas relacionados carncia de bens
e servios aos preos oficiais Nascem com a independncia e a instaurao do socialismo; Eram mercados no oficiais onde os preos eram determinados livremente pelas foras da oferta e da procura; Caracterizao dos Mercados paralelos: 1) Eram pequenos aglomerados de vendedores que iam se formando no incio, mas anos depois tornaram-se em grandes mercados; 2) No comeo no tinha lugares fixos, mas com o tempo comearam a se definir geograficamente; 3) Os ofertantes expunham o resultados de sua produo ou produtos oriundos da esfera oficial ou mesmo do exterior; 4) As autoridades do pas combatia-nos por considera-los uma anomalia econmica 5) Mais tarde, essas mesmas autoridades do pas comearam a se beneficiar das Kandongas e dos produtos que eram ofertados j que o circuito oficial dificultava-lhes o acesso a certos bens; 6) Era um mercado onde reinava uma concorrncia activa: O Mercado Paralelo como anomalia econmica Violavam os princpios de uma economia socialista; Do ponto de vista tcnica eram ilegais; Eram locais onde se realizavam operaes alheias s determinaes oficiais; Imperava sempre muita improvisao; Falta de higiene ou de qualquer cuidado com direito do consumidor; Elevadas taxas de criminalidade; Por isso eram combatidos e criticados pelos rgo de comunicao e Sofriam violentas represses policiais constantes Mercado paralelo como uma Economia paralela Eram transacionados todo espcies de produtos inclusive o cmbio com moeda estrangeira; As transaes escapavam totalmente dos regulamentos governamentais Mas a sua tolerncia permitiu a sua expanso e a sua diversificao; Atendia-se consumidores finais, empresas oficiais, privadas e mistas; Em sua maior os comerciantes e produtores operavam em escala reduzida; Mas alguns deles evoluram at tornarem-se verdadeiras empresas com organizaes complexas e ramificaes no exterior; Tinha possibilidades de realizarem acumulao sem controlo e a despeito dos riscos O Papel do Mercado paralelo
Proporcionava maioria dos consumidores e at produtores
oficiais a nica oportunidades de obter certos bens e servios inexistente no mercado oficial; Reduzia o desequilbrio entre a oferta e a procura agregada, muito embora a preos muito mais altos do que os do mercado oficial; Contribua para o bem-estar dos consumidores, ao possibilitarem um ajustamento melhor entre seus padres de consumo e suas preferncias; Incentivava a produo de outros bens e servios que no existiriam se dependessem exclusivamente dos preos e das condies do mercado oficial; Constitua na fonte de muitos servios difceis de serem obtidos atravs dos circuitos oficiais (reparos tcnicos, mecnicos, tcnicos de aparelhos). Provenincia dos produtos vendidos no Mercado paralelo Os produtos vendidos no Mercado Paralelo provinham de diferentes fontes, tais como: Produo individual e familiar de alimentos, peas artesanais e servios que no eram canalizados para o mercado oficial; Vendas de bens de auto-consumo obtidos pelos trabalhadores de empresas industriais; Vendas de bens compradas nas lojas especiais, nas lojas das empresas do enclave ou nas lojas que operavam com divisas; Contrabando, cujas fontes eram os pases vizinhos; Vendas de bens furtados ou roubados das empresas, dos portos e dos rgos da administrao pblica; Furtos de produtos nos portos ou aeroportos Roubo ou desvios na descarga chegava a 50% da carga Determinao dos Preos no Mercado paralelo A concorrncia sempre foi bastante activa por isso os preos de determinados bens de consumo tenderam a ser semelhantes nos diferentes mercados paralelos de Luanda; Na provncias, como o transporte implicava riscos elevados devido a guerra, havia grandes disparidades de preos, chegando mesmo a superar em 10 vezes os preos da capital Luanda; No sentido contrrio, os produtos agrcolas provenientes das provncias custavam muito caro na cidade capital ou nas regies diamantferas das Lundas: As informaes sobre os preos praticados neste mercado sempre forma desconhecidas pelas autoridades; Isso impediu uma anlise econmica mais apropriada dos problemas ocorridos nos primeiros 15 anos da independncia: H evidncias de que as diferenas entre os preos do Mercado paralelo e os preos controlados do Mercado oficial sempre foram enormes, crescendo continuamente com o passar dos anos; Pesquisa de Preos
Somente no inicio de 1991 aps exigncias de organismos internacionais, o
governo autorizou a investigao dos preos do Mercado paralelo a fim de compor estatsticas sobre a evoluo dos preos em sua economia; A partir de uma pesquisa alimentar da UNICEF foi institudo um padro de consumo (numa proxy de pesquisa de oramento familiar) que serviu de base para clculo de ndice de preos para a cidade de Luanda; INE passou a colecionar informaes do paralelo embora com deficincias gritantes; Muitos produtos consumidos provinham at exclusivamente do paralelo, numa proporo mdia, em valor segundo o INE: 78% do Mercado paralelo 16% do Mercado oficial 6% Lojas francas ou Mercados de divisas Problemas metodolgicos para calcular o Produto Nacional Diferenas de Preos entre o Mercado oficial e o Mercado paralelo (em Kwanzas)
MERCADO OFICIAL MERCADO PARALELO VARIAO (%)
No Paralelo PRODUTOS 1985 1987 1985 1987 Arroz (kg) 35,00 35,00 1.000,00 1.000,00 - Batata (kg) 27,50 27,50 1.000,00 2.000,00 100 Carne bovina 90,00 90,00 2.500,00 3.500,00 40 (kg) Cerveja 50,00 50,00 1.500,00 1.500,00 - (lata) Farinha de 17,50 17,50 1.800,00 1.000,00 (44) milho (kg) Feijo (kg) 45,00 45,00 2.000,00 1.000,00 (50) Galinha (un) 110,00 110,00 2.500,00 4.000,00 60 Leite em p 90,00 90,00 1.600,00 3.200,00 100 (kg) As diferenas entre a taxa de Cmbio do dlar americano no Paralelo e o Mercado Oficial (em kwanzas)
As distores que o Mercado paralelo criou na economia angolana Estimulou o desvio de bens do Mercado Oficial para o Paralelo; Serviu como uma importante causa do contrabando e da alta incidncia de roubos e furtos nas empresas; Criou efeito perverso sobre a renda real da populao (mediante a criao de disparidades incomensurveis) Possibilitou o surgimento de uma nova elite econmica, ao lado ou em cooperao com uma elite burocrtica detentora do poder poltico; A kandonga com Proteco oficial A associao da nova elite com os membros da burocracia estatal; Dirigentes activos de empresas e instituies estatais que possuam empresas prestadoras de servios ou, Fornecedoras de bens ao governo possuindo como scio um desses empresrios nacionais Ex- funcionrios do governo agiam por conta prpria ou associados a estrangeiros na condio de fornecedores do Estado; No processo de transio para a economia de mercado, essas elites (mesmo no tendo propriamente interesse na transio j que isto representava uma abertura concorrncia com a consequncia queda nos lucros); Foram os principais beneficiados pois possuam capitais (prprios ou estrangeiros) para a aquisio dos activos privados; Puderam iniciar antecipadamente empreendimentos ou negcios que lhe garantiram grandes retornos e alm disso foram Identificados pelo governo como motor das transformaes econmicas e sociais do pas recebendo o necessrio apoio atravs de leis e diversas formas de incentivos