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FOLHADI |UNDO CLASSI Os signo O maior estudio Walter Burkert, real iss. Krausz ‘speciatparaa Foha © hielenista e fi6iogo alemao Walter Burkert hojeo maior ests- ioso da antiga religito grega, esti dda Universidade de Zurique (Sut- (2), Burkert foi também professor em algumas das melhores wniver- lao tn inl ci) uh salvar a humanidade, é central na gorias de interpretagao © tepre- elec dos estudos cis. oi rego regn den antigo coset drenade traduzido para o portugués em aos reise também no cristanis- Burkert ~ Sim, pois para conti- 1005, com Otalo“Relsido Grega mo. d'o apdsiolo Paulo escreveunuarem como deuses neces ruasscrenrcatce (run fade Calouste Gulbenkian, Lit oa). “Homo Necans” (“O Homem Destruidor”) de 1972, foi talver.0 seu trabalho mals polémico e ori- final, e ponto de partida para sua ‘esquisa de cariter antropoico. ‘Néleo autor aborda o surgimento do fendmeno teligioso a partir de ‘suas origens sangrentas —notada- menteosacrificiohumano, “A caracerisica mais marcante 4a obra como um todo desc hele- nists alemao ¢«combinagao entre 4 erudigzo,o rigor académico ¢ 4 compreensio intuitiva dos fend- ‘menos irracionas. -Abstendo-se dos vos de imaginacio que mar- fam os trabalhos de tantos estu- iosos do aunt, Burkert afirma s6a que pode ser comprovado por testemunhos seuros —desde ns- igbeslapidares a fragmentos de vasos, ¢ desde trechos de poesia até comentirios medivais 4 iteraturacléssica. ‘tro titulo seu traduzido parao és, em 1991, € “Antigos Gultos de’ Mistério” (Edusp), no ‘qual cle faz um retrato ao mesmo tempo psicoldgico e arqueol6gico ddasiniiagdesno mundoantigo. ‘Leia a Seguir a entrevista que ‘Walter Burkert concedeu & Folha emSioPatlo. * Fotha - Que significado tem para 1 humanidade de hoje a religiso a antiga Grécia? Walter Burkert - Nao creio que baju igcado do Osde sho sobretudo signos iinportinca para as artes plastics «para a poesia, mas areligiao co- ‘mp tal ndo pode ser revivida. Af- nal, hd mais de 2.000 anos de cris- tianismo nos separando desta trs- dig. Seria imposstve eintrods- ‘restos cultos a atualdade. Nao obstante, o estudo da antiga relic fifo grega pode trazer elementos Signilicaivos para a compreensio Ganossacultura, ‘A antiguidade é um petrimonio cultural do qual nos afstamos ca- Gaver mais—eainda maisno Bra- sildo quena Europa, ondeos test presents. E vetdade que também ro Brasil elementos desta cultura ‘sido presentes, via Europe, Voots tém cidades como Salvador © S80 Paulo, cujos nomes esto intima -menteligados aestaheranca cult ral Anogio do Salvador (soter”, sem grego), de alguém que poderd capppesmenmee eas penne ees eae a ee ‘em Homero e na tragédia, esta as- eee see eee eee eae reg Soe oe Sim como «deus Aoi oe ere ee ee cee icine ce seme eee Sepa ees ee ee ae aa ieee “Edipo Rei”, de Sdfodes, onde oe ee oe oui ca me eae pie / oe eee Sac seus proprios olhos, Edipo se dé a. Spereanens slag ¢ outras tragédias ainda hhoje sio representadas no mundo Inteiroendoperderam nadadesua forga. Ness sentido, pode-se dizer ue 05 deuses gregos tém impor- Yincia para o homem moderno, tembora 0 politefsmo tenha sido banido da Europa. A forga dos deuses da Gréca nao esténa forma deuma religito determinante, Hes ‘lo uma mania de interpretar a cexperiéncia humana e, além disso, ‘lo formas por meio das qusis po- ‘demos compreender a caltura an tiga Foiha- Endo os deuses deiaram de ser deuses «toraramse cate Senciais a uma reign talDs tose estar sto estates dedi nistagao do mundo, dinie de messes como. fome, goers, doengas As doencas ert Spe ftribuldas pelos atigsd rade im devs como, por exemplo, So pimeio vo da “ad em dics pestiécia que se abate so- Src osargvoscatribuda sorapto di fia de Crisis 0 sacedote de Apolo. ‘Or scedotes widens isha, ‘Ohelenista Walter Burkert, autor ‘como reeponsabildade descobrt ‘formas para aplacara culpa que ‘gerot aia de dterminada divin- ‘ade, Guriosament, essa mesma hogio de que es epidemigs tem lima causa-extraterestre encon- tease presente hoje na ate de ruitas pessoas diante da Aids. Multa gente afima que a causa desta doenga encontea-sealém da cine. A cua, pur alguns, esta. ia na (ransgresao de dos tabus sexuais, enquanto ou- ‘eosaatibuem ainfiuénia de for- «as do mal ~desde o propio de- {ndnio até a CLA 00 0 Pentagon, due teriam posto em ale aig Plano maligno. O homem parece Hoda prcisar deste tipo de eens a a em —~ S.PAULO domingo, zadeoutubvodesso7 mais! 5 m 11 s divinos da religiao grega, izaum curso na USP «que sobrevveu com toda «forca to eristanismo ¢ a cenga no po- ‘er curative dos herbs ou mate res, que fot objeto deairadas dis- ‘putas. Santo Agostino, em suas Drogagdes, exortava seus contem= porineoss confiatemnosmatires ‘ocristanismo—endo nosheris pgios— quando se tratava de er okr cre deena Os | sinalmente esta cenca no poder Curative dem marti ou herbies- 1 associada a iddia de doenga co- Imo castigo que um deus iaflige populagioem decorzénciadealgu= Ine tranagesso. Bor iso que se recor aos templos para teniar ‘ber acura. Esta ligagio no est tals presente no. cisanismo, thas oFecurso aos santos para cu. ‘ar doengas frequentesindahoj, sesmo na Brope. Fela = Como o sf. 58 coloea no panorama atual dos estudosclss- fos, e felativamente a dols estu= fem forgas sobrensturis comple- porPlatto,quepostulouaprepon-diosos bastante. conhecidos no mentares Serincis doepiito sobreamaté- Brasil Jean-Paul Vernante Mar | Folha-Ost-acha que edstehoje ria, esupts que alme, como por- tin West? 4 uma tendéncia ao desaparecimen- tadoradoespirto,necessriamen- Burkert - Eu me situaria a melo decrse religiosa.A parte dogméti- ‘edo cristianismo, por exemplo, ‘ndo &mais aceita, eno;des como imortalidade eo renascimento es- ‘lo em xeque. Por outro lado, aqui ‘em Sio Paulo vocés recentemente assistiram a uma manifestacio e- Tigiosa com 400 mil pessoas, © a ‘vinda do Papa mobilizou centenas demilharesde pessoasno Rio. Aoligito exerce um poder signi- ficativosobreo mundo dehoje. Ve~ jaoqueacontecenaRisia,onde o {atolicismo ortodoxo estépassan~ do por um grande loresimento, pds déeadas de opressio do «0: ‘unismo. Esté renascendo com ‘uitaforg. O prépro lltsin re- Gentemente promulgou um decre- to de apoio aos ortodoxos. A reli- fifo como tal ndo estdem crise. ‘due pode estar em erse sto deter- rinados dogmas de determinadas fgrejas.E por isto que surgem no- vasrelgios, ‘Um dos dogmas em arise é a renga metafsca na imortalidade giana ovosnase finda pltonica e aristotdlica, czntralateologiacrist. A tesecon- tral desta metfisica fi formulada Tea pena aia nogio de imortalidade da al- ma, Ligadas ao cristianismoy estas teses nio sao mais aceitas como verdade. Isso se deve, em parte, 20 avango da cincia ¢ a0 conhect ‘mento cada ver maior dos proces- sos quimicos elétricos do cérebro hhumano. Por outro lado, os eom= putadores demonstraram que ¢ possivel um modele de pensamen- to ndo-espiritual. Com isto, o mo- ddelo metafisico platénico e aristo- ‘ico tornou-se muito problema Folha Ao contrério de que acon- tecia no mundo antigo, assistimos 2 uma separacio crescente entre slosidade e a vida social estavam Jmbricadas ¢ eram insepariveis. A relighio era uma forma de comuni- ‘cagdo social. Mas desde o final da dade Média a rligito e 0 cotidia- no se separaram. No fendmeno da "ie ego: homensenconts vamse lietamentcligados hese Taina, Avid plies estaval fade distamente aos dvses Oc FEndaro ere definido pela fetas Figs. Os fonconérios dap Tis’ como of eos, Uabam a Creag de relia festa el ows Mesmo na vide scondmica Sts deuses exavam presente, {ue os negios eam selados por {hei eum joramentopernte a fun deus Aigors, raga do mer- Edo, ere sempre corcala de san- tuirbede detses. Se oje ssl tos nego com im aperto ‘demos ous como se fia a re Centementy co um tago de Be bids naga époceo sera jis ‘ainnlopermeadivindae ‘Nam mundo comocstendo sea conceive st ew. Quer fosse Sten stave acomaticamente ex lui de todos ox process s0- Gils A religosdade so contri do gue acontece hoje, no cava sexta unlugaroarea. Folha Come se dev substi sto dos ton pagaos pelo cstia Siem, na Europa? Burkert = Moe dos clementos pecialmente na igteja oriental, ‘Ainda hoje, em paises como a Gri ciaea Arminia slo comune oss ‘ificios de animais depois da mis- ‘a, a0s domingos, a realizacio de refeigdes comunitirias com a car~ ‘redo animal sacrficado. ‘Outro aspecto dasreligides pags eae ‘que Vernant faz € classificado no ‘mundo de lingua alema como an ‘ropologia cultural. He tem uma formacto flosstica « socioldgica, parcialmente ligada as teses mar- 4istas —embora ele seja um espiti= to por demais ara poder ser ‘como mar= xista. Trata-se de um professor cheio de vitalidade, um verdadeiro “pater familias”, que agrega & sua volta um vasto grupo de estudan: tesedispulos. ‘Vernantaplicouestruturalismo Ainterpretacio da iconografia eda vida € pensamento dos antigos _gregos. No centro de seus estudos std 0 conceito de “pdlis", em que © sacrificio ocupa um lugar cen- tral, Seutrabalho émuito significa tive do ponto de vista espritual ¢ social. Interpretaraarteeaculturs grega com 0 refinamento dos es- ‘ruturalistas foi uma das contribu ‘gdes mais interessantes a0s estu- dosclissicosdenossotempo. ‘Martin West, por sua ver, é um “scholar” formado na mais rigida tradicao flolégica de Oxford. Co- ‘ece a Lingua e a literatura grega ‘como ninguém, eacho que eu nto ‘star exagerando se dissesse que le sabe de cor toda a poesia grea. Hoje ninguém conhece a lingua ‘grega melhor do que elee por isso ‘ele€onome mais qualificado para ‘citar poesia grega. Argumenta como ingen ¢ as sis de deg bor, He do, Homero e' ‘Ultimamente ele vem pesquisan- o também a literatura do Oriente préximo,esuasrelagdes comallit fatura grega Seu timo livro inti tulado "The Eastern Face of Hel con”, € inteiramente dedicado a fesse assunto. Hle traga paralelos fentzealiteratura grega ea literatu- raacidica, hitita e mesmo biblicac egipl, New estado tsp “The Orientalizing Revolution”,

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