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DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA E
SUBDESENVOLVIMENTO
(Síntese Conceitual
e Manifestações Espaciais)
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1. Luis Fernando Chaves, eminente geógrafo venezuelano, recentemente falecido,
fez o seguinte comentário sobre essa idéia: "A questão mais importante, a nosso
ver, é a desigualdade existente entre a classe burguesa (encabeçada por um
punhado de empresas multimilionárias, as transnacionais) e as classes exploradas.
Isto é, uma contradição de classe se dilui em uma contradição entre povos; com
isso, omite-se o papel desempenhado pelas burguesias intermediárias ou
'consulares' dentro do esquema de dominação global, resultante da
internacionalização da forma de produção capitalista"
AS ORIGENS
AS ETAPAS
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Uma das conseqüências do exposto é que as
burguesias "au-
tóctones" se desnacionalizam; devem tomar-se
reacionárias (ao explorar os trabalhadores que ainda
atuam dentro dos modos pré-capitalistas subsistentes
no interior), consumidores de mais-valia e de-
pendentes por necessidade, uma vez que só assim
conseguem continuar gerando excedentes.
Outra dás conseqüências é que os países
subdesenvolvidos não podem continuar sendo
caracterizados como simples exportadores de produtos
básicos, por duas razões. A primeira porque pelo
menos a metade da produção agrária de exportação
não se origina na agricultura tradicional, mas nas
explorações capitalistas modernas. A segunda, porque
mudou a natureza dos produtos de intercâmbio:
cresceu e se afirmou notoriamente a indústria
substitutiva das importações.
Muitos países subdesenvolvidos se
converteram inclusive em exportadores de
produtos manufaturados de consumo, destinados a
outros subdesenvolvidos, menos avançados ou a
países desenvolvidos.
O seguinte dado obriga a superar muitos
preconceitos e estereótipos: 75% das exportações da
periferia procedem de modernos setores com alta
produtividade. É preciso ajustar-nos a essa nova
realidade para não continuarmos reiterando os erros
de interpretação teórico-prática resultantes da
aplicação mecânica de conceitos sobre o imperialismo
do início deste século.
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subsídio público somado
aos capitais privados recebidos por todos os países
subdesenvolvidos nesse mesmo ano.
Assim, a pauta primordial para manter e aperfeiçoar os
mecanismos de dominação do centro sobre a periferia
baseou-se na forma como o capitalismo organizou a
proletarização da periferia. Dito de outra forma, o que
importa é verificar como age o capitalismo para nos impor
especializações que geram excedentes de mão-de-obra;
uma superabundância que é cumulativa, principalmente no
setor moderno.
Em 1974, Samir Amin antecipava:
E completava:
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1. Um preço mais alto permitirá a entrada de mais
divisas.
2. A possibilidade de extrair mais-valia transformando-a
no lugar de origem mediante um processo de
industrialização com força de trabalho própria.
3. Necessidade de defender os recursos naturais para
evitar a perda de um capital irrecuperável – no caso de
recursos não renováveis – ou assegurar sua recuperação a
médio prazo – no caso dos re-
nováveis.
Somente quando essas razões estiverem bem claras é
que se tornará imperioso definir uma política de
conservação dos recursos naturais. E esta não pode
separar o problema da conservação das forças
produtivas daquele da apropriação das mesmas.
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produção – no interior das próprias economias periféricas.
As conseqüências políticas e ideológicas vão, então,
sendo firmemente definidas. Entre elas, o confronto
irreversível entre os partidários do status quo e os postulantes
da mudança social. Os que defendem a primeira posição
são os Estados Unidos e os regimes de direita neofascistas.
A segunda posição é defendida pelas nações socialistas,
vários nacionalismos surgidos na periferia e que deram
saltos gigantescos no período entre 1945-1985 e, ainda,
alguns governos social-democratas (Suécia, Espanha e
Venezuela), com orientação reformista e modernizadora.
Estruturalmente, as opções parecem ser apenas duas:
o reformismo ou as transformações parciais capazes de
promover a renovação das alianças com o imperialismo
através das burguesias periféricas modernizadas; ou a
ruptura dos laços de dependência com o sistema
capitalista no plano internacional, como condição
inexorável para eliminar a forma de produção capitalista
dependente no plano
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espaços neutros.
d) Por serem nossas economias controladas ou
penetradas por empresas transnacionais, há depredação e
subutilização de nossos recursos naturais.
e) Por ser acumulativa e persistente a dependência,
existem regiões fictícias dentro de cada país ou integração
nacional a serviço dessa dependência.
d) Por não existir integração entre empresas privadas e
Estado, é pouco provável que se logre constituir um
verdadeiro espaço-nação. O Estado assume os principais
gastos não-produtivos (basicamente estradas e serviços
públicos) para que as empresas possam expandir seus
raios de ação.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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México, Fondo de Cultura Económica, 1961.
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