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Aculturarte

Magazine de Cultura e Arte WWW.ACULTURARTE.BLOG.COM

Aculturarte - Revista de Cultura e Arte |


ano 1 | número 3 | Junho 2008
As propostas de publicidade devem ser enviadas para aculturarte@sapo.pt
Editorial Mais um mês, mais uma Acultu- demos prioridade às bandas que
rarte #Mag.

Com a chegada do verão, che-


nos enviaram a sua música para
a playlist da Aculturarte Rádio.

gam também novidades nas E já que falamos da Acultura-


ofertas culturais. rte Rádio, tenho a informar que
o processo da sua implementa-
Este mês a Aculturarte traz ção está a ser problemático, uma
novidades ao nível da sua estru- vez que está a ser difícil encon-
tura. Se até aqui a Aculturarte trar colaboradores que queiram
divulgava os principais eventos entrar no projecto, inviabilizando
culturais do mês, este mês de assim uma programação capaz.
Junho vai lançar uma revista
com conteúdo próprio. Quanto à Aculturarte #Mag, ten-
ho a propor a todos os artistas
Este mês optamos por divulgar das diversas àreas que usem o
projectos culturais desconhecidos. fórum que se encontra na pá-
Esta opção faz com que o con- gina inicial da Aculturarte para
teúdo da Aculturarte seja total- divulgarem os seus projectos e
mente inédito. para que dessa forma a Acul-
turarte tenha acesso à sua obra
A pesquisa dos projectos foi in- para possíveis peças jornalísticas
tensa e dolorosa, mas estamos a constar na sua revista.
em condições de dizer que esta
é uma a revista mais original que Convido-vos a conhecer um novo
lançámos. e desconhecido mundo cultural….

Se este formato vingar, estamos Bem-vindos à Aculturarte #Mag


dispostos a adoptá-lo definitiva- do mês de Junho.
mente, no entanto, precisamos Saudações culturais…
da confiança dos jovens artistas.
Na secção de música deste mês, Ricardo Lemos
Indice

Artes Plásticas
xetuseer
bo88y
fore-f
antz81
deroodekoning
avacreat
hakanphotography
lora8
pourquoipasmoi
krapnek
Artes de Palco
Broken Hearted
Oficina do Faz-de-conta
CIRCULAR
ÍMAN
Le Cirque Invisible Cinema
Gengis entre os Pigmeus HairLady
Feminine Haunted Drawers
“Visões sobre cemitério dos pianos” Three Beauties
“Para sempre... Annie?” Seville
CABARET MOLOTOV Rock Bottom Riser
Literatura Glass Crow
Reviver Lisboa Boltactionbelief The Murder Manifesto
O Mastro das Alminhas A Double Entendre
Zero La Captive
Melodias do Passado The Market
Antes Tarde do que Sempre Música
Continhos de Alfarrobeira bubble bath
In Cómoda Out With a New
A Cueca Bibelô Márcia Santos
Luzes Hiata
A Falecida Atom Size Elephant
Merankorii
Loyal
Ashes
THE BOUNDARY
Les Baton Rouge
o
C al a
o r
Aculturarte Aculturarte pedimos:

b es
Informam-se todos os intres- 1- Um programa piloto cujo
sados que a Aculturarte está conteudo seja relevante para
à procura de colaboradores a grelha da Aculturarte rádio,
para a sua revista de edição assim como o respeito dos
mensal e para a sua rádio. direitos de autor de terceiros.
A estas pessoas cabe a re- 2- Uma pequena biografia
sponsabilidade na elaboração/ com cerca de 1000 palavras.
criação de artigos (no caso da 3- A assinatura dos termos

o r
revista) para constarem na de responsabilidade e de

d
edição mensal da Aculturarte cedência dos direitos dos seus
Mag# e a elaboração/criação textos a Aculturarte Mag#.
de programas de rádio para a 4- o programa deve possuir
Aculturarte rádio. um rigoroso padrão de quali-
Estamos à procura preferen- dade sonora.
cialmente de estudantes da
área da comunicação, no en-
tanto, e porque sabemos que 1- Os colaboradores compro-
existem por aí uns quantos metem-se a ceder os direitos
entusiastas da escrita, como do seu texto á Aculturarte.
jornalistas amadores, escri- 2- A Aculturarte comprome-
tores frustrados, artistas de tem-se a identificar o autor
circo reformados e lutadores de cada texto e a garantir
de boxe retirados, estamos tempo de antena a cada co-
abertos a todo o tipo e pro- laborador.
postas desde que estejam
suspensas em pilares de quali- TODAS AS PROPOSTAS DEVEM

Aculturarte
dade. SER ENVIADAS PARA acultura-
rte@sapo.pt
- Aos pretendentes para a SE FOR MAIS CÓMODO PODEM
parte escrita pedimos: ALOJAR O CONTEÚDO EM
QUALQUER SITE DE HOSPEDA-
1- Textos afim de atestar a GEM, ENVIANDO UNICAMENTE
sua qualidade de escrita. O LINK VIA EMAIL.
2- Uma pequena biografia
com cerca de 1000 palavras. http://www.aculturarte.blog.
3- A assinatura dos termos com
de responsabilidade e de
cedência dos direitos dos seus (Agradecíamos que fizessem
textos a Aculturarte Mag#. circular esta mensagem pelos
possiveis intressados.)
- Aos intressados para a rádio
PLÁ AR
STIC TES
AS
#01

xetuseer
bo88y
fore-f
antz81
deroodekoning
avacreat
hakanphotography
lora8
pourquoipasmoi
krapnek
http:/
/xetu
devia seer.
ntart.
com/

Esculturas de ferro, energia eque são revelados a cada pis-


contemporaneidade na obra car de olhos.
de XETuseer Esta exposição representa um
desenvolvimento mais livre,
Accidental Rivethead é a ex- cujas formas surgem soltas,
posição que XETuseer apre- através de traços que levitam
senta na Deviantart. Trata-se e que demonstram os seus
de obras que encontram no pensamentos.
ferro formas contemporâneas Objectos como máquinas de
e imediatas, mas que depois escrever, corpos como o de
se anunciam como entradas um bebé ou de um esqueleto
para um cosmos repleto de fundem-se numa arte que
sentidos e profundidades. revela o claro domínio do
Pequenos objectos e seres que metal.
nos circundam no dia-a-dia, e
http://bo88y.deviantart.
com/
a r t . c o m
r e - f . deviant
o
http://f
http://antz81.deviantart.com
http://deroodekoning.de-
viantart.com/
http://avacreat.devantart.com/
http://hakanphotography.deviantart.com/gallery/
http://lora8.deviantart.com
Bárbara Piuma e Leandro Charles
pourquoipasmoi
Quentin Deschamps

http://pourquoipasmoi.deviantart.com

Ver expositor página 126, 127 e 128.


http://krapnek.deviantart.com
DE A R
PAL TES
CO
#02

Broken Hearted
Oficina do Faz-de-conta
CIRCULAR
ÍMAN
Le Cirque Invisible
Gengis entre os Pigmeus
Feminine
“Visões sobre cemitério dos pianos”
“Para sempre... Annie?”
CABARET MOLOTOV
Broken Hearted

Broken Hearted
Autobiographical Notes Written in
Neon Lights
performance de Miguel Bonneville

Notas autobiográficas, seleccionadas


de 2006 até hoje.
Os sucessivos acontecimentos que me
partiram o coração,
seleccionados de 2006 até hoje. Aque-
les que me dão as
mãos e que sobrevivem comigo de
2006 até hoje.
E hoje, continuamos.

com convidados especiais Álvaro


Brito, Cláudia Varejão, Inês
Ferreira, Manuel Carmo, Sara Vaz, So-
fia Arriscado, Susana Pomba

31 Maio - 22h00
Kabuki - Centro de Artes
Rua Newton, nº10-B
Anjos, Lisboa
Oficina do
Faz-de-conta
10 Maio a 14 junho

Desde a sua criação que o Teatro Passagem de A Oficina do Faz-de-conta destina-se a jovens
Nível tem apostado na componente formativa. dos 10 aos 16 anos. A sua 1ª edição irá realizar-
Seja com o objectivo de captar mais elemen- se de 10 Maio a 14 Junho, todos os Sábados,
tos para o seu elenco, ou tentando contribuir das 10h às 13h e das 15h às 18h, no Auditório
para “criar” mais e melhores espectadores de de Alfornelos. No final da Oficina será promov-
teatro, o TPN há já muito que realiza acções de ida uma sessão final de apresentação pública,
sensibilização e aprendizagem em expressão no dia 21 Junho, pelas 16h.
dramática e artes performativas.
Os módulos da Oficina do Faz-de-conta são:
- Teatro e Expressão Dramática (18h)
Exemplo disso tem sido a Oficina de Teatro, - Corpo e Movimento (9h)
que já contou com 20 edições regulares. Surge - Máscaras e Maquilhagem (9h)
agora, tentando abranger uma população mais
jovem, a Oficina do Faz-de-conta. A Oficina do Faz-de-conta terá um custo de
inscrição de € 50,00 por aluno.
Circular - Festival de Artes Performativas
Local:
A 4ª edição do Circular Festival de Artes Per- Vila do Conde
formativas realiza-se entre 20 e 27 de Setembro
de 2008, em Vila do Conde. O Festival propõe Data de início:
a apresentação e divulgação de propostas per- 20 de Setembro de 2008
formativas de carácter experimental, privile-
giando o envolvimento com os processos criati- Data do fim:
vos e a reflexão em torno das práticas artísticas 27 de Setembro de 2008
contemporâneas.

Organização: Circular-Associação Cultural

Projecto financiado por Ministério da Cultura/


Direcção-Geral das Artes e Câmara Municipal
de Vila do Conde

| Informações |
Circular - Associação Cultural
T 92 629 40 53 | E info@circularfestival.com |
www.circularfestival.com
ALKANTARA FESTIVAL 2008
ÍMAN | FILIPA FRANCISCO,
WONDERFULL’S KOVA M & Nu Kre Bai Na Bu Onda. Este é um pro-

CONVIDADOS
Depois de um ano de formação, iniciaram- jecto do Programa Escolhas de capacitação
se os ensaios para a nova criação Íman, e desenvolvimento de competências em
tendo por base o imaginário individual e o várias áreas artísticas, a realizar ao longo de
património cultural das intérpretes. O resul- três anos numa parceria entre a Associação
tado cruza as linguagens da dança tradicio- Cultural Moinho da Juventude, a Junta de
nal africana, do hip-hop e da dança contem- Freguesia da Buraca, a Associação de Soli-
porânea, construindo pontes entre mundos dariedade Social do Alto Cova da Moura e
que raramente se cruzam ou dialogam. alkantara. Na área da dança, este projecto
30 Mai 2008 - 19:00 ganhou vida no seio do grupo de dança
31 Mai 2008 - 17:00 Wonderfull’s Kova M, composto por jovens
1 Jun 2008 - 19:00 mulheres do bairro que se juntam semanal-
M/12 ANOS mente pelo gosto comum de dançar hip-hop
e danças africanas. A direcção artística foi
PEQUENO AUDITÓRIO entregue à coreógrafa Filipa Francisco que
há anos desenvolve o seu percurso criativo
PREÇO ÚNICO 10€ na confluência da arte e da intervenção so-
DESCONTOS HABITUAIS (para bilhetes cial. Depois de um ano de formação, Filipa
adquiridos no CCB) Francisco, Wonderfull’s Kova M e convida-
dos co-criaram Íman, um espectáculo que
Desde o início de 2007, alkantara promove tem por base o imaginário individual e o
um projecto artístico para jovens no Bairro património cultural das intérpretes.
da Cova da Moura, integrado no projecto
Le Cirque
Invisible
De Victoria Chaplin Victoria Chaplin é a quarta filha de Oona e chave podia ser a magia, porque Thiérrée
Charlie Chaplin. Estudou dança e música é um grande prestidigitador que faz surgir

e Jean-Baptiste Thiérrée clássica. Em 1969 encontra-se com Jean-


Baptiste Thiérrée, filho de operários, apren-
diz de tipógrafo, mais tarde actor. Juntos
mil objectos, pássaros, ratos, coelhos […].
Mas esta prática da ilusão integra-se num
conceito mais largo, um vasto jogo, bur-
fundam, em 1971, o Cirque Bonjour, o lesco e estético, com as regras que regem
primeiro exemplo do que veio a chamar-se o mundo. As aparições de Jean-Baptiste
“Novo Circo”. movem-se num registo de fantasia cómica,
Ao longo de trinta anos produziram ap- mas nada aí se passa como na vida, as leis
enas três espectáculos: o Cirque Bonjour, o da atracção terrestre aí não funcionam. Até
Cirque imaginaire e, desde 1990, o Cirque a proeza anunciada pode não acontecer,
invisible. Thiérrée teria preferido ter feito dando lugar a uma graça. As entradas em
só um, e aperfeiçoá-lo constantemente. cena de Victoria, bailarina, equilibrista e
escultora do seu corpo até às curvas ex-
“O seu circo é invisível porque se limita ao tremas do contorcionista, criam universos
círculo da pista, desenhado no palco. Estão plásticos em que compõe quadros fantás-
sozinhos. Atrás das cortinas pretas, pessoas ticos, frequentemente com formas de ani-
encarregues do guarda-roupa, dos acessóri- mais, jogando com objectos cujos aspecto e
os e maquinistas estão numa roda-viva, sentido são invertidos.”
porque tudo repousa na metamorfose, num Gilles Costaz
movimento perpétuo das formas. A palavra- Les Echos
Gengis entre os Pigmeus Desde que vi Gato e Rato (Carneiros) pelas
Visões Úteis em 1997, trabalhei de Gregory Mot-
lobotomia preparada pelo seu poeta Prepúcio.
Gengis Entre os Pigmeus recomeça as aventuras

De Gregory Motton. Encenação


ton Ao Olhar para Ti (Renascido) de Novo nos de Gengis, do seu Tio e da Titi, no mesmo mo-
Artistas Unidos, Recado Aos Corações Despeda- mento. Gengis em cima da cadeira – ainda inde-
çados com as Visões Úteis, A Ilha de Deus no ciso. Quanto tempo passou desde o fim de Gato
CITAC. E sempre que penso num próximo espec- e Rato? Seja como for, a Titi traz boas notícias:

de Pedro Marques. táculo vem-me logo à cabeça este autor. Continuo


a acreditar que faz sentido fazer este teatro tão
próximo da nossa realidade mas ao mesmo tempo
a pena capital foi abolida – ele já não precisa de
morrer. Regressam com força renovada e tentam
reconstruir o império. Assistimos à vertigem con-
tão longe do realismo. sumista do Natal, à invenção de novos negócios,
A escrita de Motton é multifacetada e aguda, as- a uma declaração de guerra comercial aos EUA, a
INTEGRADO NO FESTIVAL DE ALMADA 2008 sume várias formas plenas de arestas. Tanto está uma viagem às Filipinas. Gengis procura um sen-
próxima da sátira como da poesia, tanto constrói tido para a vertigem, mas essa procura só o atira,
farsas mordazes como monólogos introspectivos. inexoravelmente, para mais longe de si mesmo. A
Quando decidimos pegar no texto Gengis Entre esperança transporta-a o Tio. Ele serve-nos uma
os Pigmeus foi porque o tema nos dizia directa- chávena de café Arco-íris© – a sua nova marca
mente respeito – a desagregação do carácter – registada. Essa esperança também é a nossa, por
mas também porque operava a nível colectivo – a isso a partilhamos com o público.
sátira ao consumismo. Pedro Marques
Este é o segundo texto (o primeiro é Gato e Rato)
de uma trilogia, que prossegue em Férias ao Sol. Pedro Marques é tradutor, encenador, dramaturgo,
As três peças partilham as mesmas personagens actor e iluminador. Traduziu entre outros Pinter,
e a mesma temática. É uma espécie de telenove- Sarah Kane, Pasolini, Motton, Bond, Anthony
la da neurose. Na primeira peça, o merceeiro e Neilson e Letizia Russo. Encenou Motton, Pinter,
depois imperador Gengis Cão ascende às altas Conor McPherson, Neilson, Kane, Davide Enia
esferas do materialismo selvagem, ditando leis e Orgia de Pier Paolo Pasolini, que passou pela
absurdas até ser vítima das suas próprias forças Culturgest em 2006.
e acabar com a corda ao pescoço depois de uma
Feminine
De Paulo Ribeiro
“Porque sou tão infeliz? Porque sou o que não
devo ser. Porque metade de mim não está irman-
ada com a outra metade. A conquista de uma é a
derrota da outra”
Fernando Pessoa
mento é contido, escorreito e desagua num prazer
prolongado. E este espaço de sensações é apenas
interrompido pela força maior do coreógrafo, de
brincar com as suas criações, de as colocar a rir
de si próprias.
INTEGRADO NO FESTIVAL DE ALMADA Cinco mulheres e Fernando Pessoa. Um Pes-
Feminine explora o imaginário pessoano, desta
vez, a partir do olhar de cinco mulheres, qua-
2008 (apenas o espectáculo de dia 11) soa no feminino e de saltos altos. As palavras do tro intérpretes de dança e uma actriz. Depois de
poeta desafiam as delas, que se deixam perder Masculine, que estreou no ano passado, Paulo
pelas suas próprias narrativas. A poética do movi- Ribeiro descobre um Pessoa no feminino, explo-
mento feminino percorre a peça, misturada com rando mais uma vez as diferentes qualidades das
o ardor colocado em cada gesto. Neste universo intérpretes. A bola de futebol deu lugar aos saltos
pessoano elas preocupam-se com o cabelo, usam altos e a energia masculina ao belo estético, que
saltos altos, desdenham do homem e dançam com emociona, que marca e não passa.
os corpos que transpiram sensualidade. O movi-
8 de Maio a 28 de Junho Aquilo que une os homens é a dor, a frustação, o
Quinta, Sexta e Sábado | 22h30 medo e a morte
KARNART - a peça consegue-o.
A arte mais elevada é aquela que comove
A partir da obra Cemitério de Pianos de José Luís - a peça consegue-o
Peixoto A maior gratificação e retorno que o artista procura
Direcção: Luís de Castro é o seu trabalho ser reconhecido pelo coração do
Público
Lotação: 30 Lugares - os actores conseguiram.
Bilhetes: 10 euros Pisco Sour

COMENTÁRIOS DO PÚBLICO Intenso, muita informação; cheiro, luz, som, objec-


tos. O pormenor é muito bem conseguido e faz o
Lindo e triste. Verdadeiramente soberbo: na inter- “espectáculo”. Os performers têm uma óptima con-
pretação, na escolha dos objectos, nos cheiros... tenção, parabéns! Os dossiers de informação são
Desolador, devastador, nu e marcante. Para quem uma boa ideia, mas gostaria de o levar para casa...
leu o livro, arrepiante. Para quem o não leu, arrepi- vender?! Com muita informação mas limpo e con-
ante. Obrigada! Paula Freitas Ferreira seguido! Obrigada.
Raquel André
Li o livro e acho que este espectáculo é a melhor
forma de respeitar a sua estrutura, personagens e Muitos Parabéns! É sempre um formato interes-
profundidade literária, que imaginar se possa. sante poder seguir os actores de perto e viver o

“Visões sobre
Anónimo percurso individual de cada um fazendo parte do
mesmo espaço. Parabéns pela interpretação in-
Acreditam que ainda não li o “Cemitério de Pia- tensamente penetrante e ao mesmo tempo subtil,
nos”? Conheci a Marta, o Simão, a Maria, todos demonstrada por cada um dos artistas. Foi muito

cemitério dos pianos”


através desta instalação e fiquei com vontade de as gratificante para mim ter feito parte do vosso espe-
conhecer muito melhor ainda a tempo de vir ver o táculo.
espectáculo outra vez. Parabéns. Francisco Tavares
Mónica Nascimento
Acho, sinceramente, que este espetáculo é fantásti-
A peça mais estranha que vi até hoje. Os actores co, dando ao público oportunidade de viver o teatro
estão completamente à altura do autor do livro. ou a Perfinst, deixando-o escolher qual a person-
São a realidade enquanto vemos. É impressionante. alidade a escolher. Mais Perfinst, de textos bons e
Mórbido. Mórbido mas impressionante. porque não também de quadros ou esculturas?
Tânia Melo Rodrigues Patrícia Duarte

Despojos da Alma... Memórias vividas... Vaguea- Acho engenhosa a forma como se desafia o público
mos e fundimo-nos no cheiro, nos gritos... Sem a seguir histórias e personagens. Um apetite, o
sentido queremos fugir e queremos ficar... Somos cenário extenso em pormenores e leituras (borda-
nós... São vocês... Não somos... Continuo a diger- das ou não). Parabéns pelas ideias e felicitações
ir... Mas apetece-me ficar no tempo em que os nos- aos actores!
sos olhos são vocês... Muito bom. Obrigada. Ana Leonor Tenreiro
Manuela Cortes
n n i e ? ”
p re . . . A
r a s e m
a
“Para sempre... Annie?” na no Perkins Institute for the Blind, uma

“ P 30 e 31 de Maio | Sexta-feira e Sábado |


21h30
Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão
escola de formação para cegos, onde ela se
formou, com distinção em 1886.

Mal acabou o seu curso, foi chamada para


educar Helen Keller. Esta, ainda no berço,
Entrada 2 euros aos dezanove meses, teve escarlatina, que
M/4 a deixou cega, surda e, consequentemente,
Duração 60 m muda. Isolada do mundo, durante a sua in-
Co-produção Casa das Artes/Teatro Experi- fância, não se conseguia comunicar com
mental do INA ninguém a não ser através de alguns gestos
básicos e tinha ataques de fúria contra tudo
Trata-se de uma adaptação à obra, já con- e contra todos, o que afectava o ambiente e
sagrada no cinema, “The Miracle Worker” a harmonia familiar da família Keller. Para
de William Gibson. A encenação, direcção terem um pouco de paz, os pais, com pena
artística e adaptação é de João Regueiras. da menina, descuraram a sua educação, per-
A direcção técnica de Miguel Carvalho. Os mitindo-lhe todos os excessos, tornando-a,
figurinos são assinados por Carmen Reguei- assim, numa tirana, centro das atenções da
ras assistida por Emília Silva. O elenco é um casa. À sua chegada a casa dos Keller, este
leque jovem de talentos que prometem dar foi o panorama indisciplinado, com que se
que falar. A obra fala-nos de Anne Sullivan deparou Anna Sullivan que, deitando mãos à
Macy (1866–1936). Uma mulher, cuja in- obra, começou a reeducação de Helen ime-
teligência, paixão e tenacidade lhe permitiu diatamente. Pacientemente, Annie, como lhe
ultrapassar o seu traumatizado passado. Filha chamavam, dia a dia, foi revelando a Helen
de imigrantes irlandeses, ela e o seu irmão Keller esse mundo do qual ela estava iso-
aleijado e doente Jimmie, viveram assolados lada, libertando-a, finalmente, da sua prisão
pela pobreza e pelos de abusos, infligidos interior. Teve muitas dificuldades, mas a
pelo pai, alcoólico. Aos cinco anos de idade, sua missão teve tanto êxito, que nos dias de
Anne, é atingida por uma doença infecciosa hoje, Anna Sullivan é apontada como uma
nos olhos (tracoma), que a deixa quase cega. das pioneiras no campo da educação. O seu
Internada num asilo, com muita persistência trabalho foi tão importante, que é a base do
consegue ser operada aos olhos. Depois, ad- ensino para crianças cegas-surdas e mudas no
mirados com a sua inteligência, matriculam- mundo actual.

William Gibson
Tea
t ro

CABARET MOLOTOV

Teatro de Marionetas do Porto apresenta grande teve grande expressão na Europa nos meados do
Cabaret Molotov século passado.
dia 31 de Maio, às 21h45, no Teatro Sá da Ban-
deira, Santarém O espectáculo é tanto sobre o circo e o cabaret,
e sobre essas memórias, como sobre o romance
No palco da sala de espectáculos do Teatro Sá de Vladimir e Matrioska, como sobre o próprio
da Bandeira, em Santarém vai ser instalado um acto da manipulação, numa síntese bem feita
cabaré que deve visto com toda a atenção, no dia entre arte e entretimento. Manipulando ícones
31 de Maio, às 21h45. Na verdade, trata-se de do nosso imaginário, o Cabaret Molotov repro-
“Cabaret Molotov”, um espectáculo do Teatro duz e materializa os sonhos pessoais dos autores,
Marionetas do Porto. Um cocktail cénico que partilhando-os com o espectador.
tem de tudo um pouco: marionetas, dança, te-
atro, circo, music-hall, juntos numa reunião fa- Bilhetes : 7,5 euros
miliar em que os parentes próximos e afastados
viessem das mais longínquas pátrias e tradições Encenação e cenografia: João Paulo Seara Car-
das artes cénicas, apresentando os seus números doso
e falando versões macarrónicas de russo, ital- Marionetas: Erika Takeda
iano, alemão e espanhol, numa profusão de actos Figurinos: Pedro Ribeiro
e línguas de palhaço. Há coristas, trapezistas, Coordenação coreográfica: Isabel Barros
acrobatas, homens-bala e funâmbulos, ursos e Música: Gotan Project, Eric Satie, Kurt Weil,
coelhinhas. Robert Miny, Yann Tirsen
Desenho de luz: António Real e Rui Pedro Ro-
Cabaret Molotov é um espectáculo que resulta drigues
de um trabalho de experimentação e que vai ao Produção: Sofia Carvalho
encontro de uma certa poética associada ao cir-
co. Interpretação: Edgard Fernandes, Sara Hen-
riques, Sérgio Rolo, Shirley Resende (instrumen-
Também está presente nesta criação uma aproxi- tista)
mação ao teatro musical com marionetas, que
LITE
RA
TUR
#03A

Reviver Lisboa
O Mastro das Alminhas
Zero
Melodias do Passado
Antes Tarde do que Sempre
Continhos de Alfarrobeira
In Cómoda
A Cueca Bibelô
Luzes
A Falecida
Reviver Lisboa
Júlio Mira
http://poezzart.blogspot.com

REVIVER LISBOA

“A camioneta da carreira passava à hora certa, Canhoto o chauffer, apitava estridentemente para
avisar os retardatários. Todo aperaltado, saía de casa a correr, ainda a tempo de tomar o meu lugar na
camioneta. Vergada ao peso das malas e outros atavios, que se alojavam no tejadilho, a viatura par-
tia rumo a Lisboa, fazendo o trajecto junto ao rio até à Torre da Marinha, enviezando depois para o
Fogueteiro e retomando outra vez a rota do rio quando se passava pela Amora, freguesia do Concelho
do Seixal e desembocava na estrada nacional, estreita, mal arruada e pejada de carroças carregadas
de hortiças, que se destinavam ao Mercado da Ribeira. A viagem até Cacilhas era atribulada e mais
atribulada seria se o barco que me levava a Lisboa, atravessando o Tejo, apanhasse uma daquelas
marés vivas, de águas esverdeadas e bastante onduladas. Depois no Cais do Sodré apanhava o eléctri-
co para o Camões, descia a pé até ao Chiado, contornava o Grandella e chegava ao Rossio. Atravessa-
va a praça, ia à Suíça beber um café e tomava um autocarro da Carris, todo verde, sem publicidades,
de dois andares e do alto do primeiro contemplava a avenida da Liberdade, olhando o Palladium e o
Éden pela esquerda, espreitando o Condes e o Odeón, pela direita, chegando ao Marquês, disfrutando
do Parque Eduardo Sétimo, rumando Fontes Pereira de Melo acima até ao Saldanha, ponto final da
minha viagem. Ali, imponentes, estavam o cinema e o teatro Monumental. Na frontaria, um enorme
cartaz, anunciando os espectáculos. No meu bolso um bilhete de 50 escudos comprado religiosamente
semanas antes, dentro da sala uma figura incontornável da canção francesa: Adamo. Agora, sentado
em frente do meu computador, ouvindo “Tombe la neige” revivo a Lisboa de então.”
O Mastro das
Alminhas
João Vasconcelos Costa
“A Rua do Saco
Novo capítulo, obrigatório, para o meu terceiro percurso “turístico-afectivo”, este cobóis que víamos no Coliseu. turnos, carolo de espiga de milho com fósforos espetados, a imitar vacas. Que pesar,
sim, absolutamente sagrado. Dos Açores e de S. Miguel, já fiz zoom para Ponta Arma a sério, só a espingarda de ar comprimido do Rui, contrastante connosco no hoje, de nunca lhe ter agradecido devidamente com um abraço, a retribuir a mei-
Delgada, agora tenho que afunilar mais ainda, para a Rua do Saco, a minha rua de buço a adivinhar a adolescência. Que compita entre todos nós pelas boas graças do guice de olhos com que pretendia fazer amizade, com aquelas ofertas.
criança. Rua muito especial, oficialmente Rua Coronel Miranda, qualquer coronel Rui, a valer-nos um tirinho de zagalote! Tudo acaba como tem que acabar, com o pai A sua outra amizade era a gata, inseparável. Quem se atrevesse a fazer-lhe mal!
bigodudo das campanhas de África que hoje já ninguém sabe quem foi. do Rui a proibir mais exibições marciais. Foi daquela vez em que o Zezé, caixa de Um dia, alarmei-me com um tremendo miado que parecia agonizante. Afinal era a
Rua do Saco! Parecia rua de subúrbio mas era desejada pela sua centralidade, ali óculos de pelo menos um centímetro, atirou mesmo ao meio da traseira de sotaina do gata a render-se aos prazeres da carne com um gato atrevido, vindo sabe-se lá de
mesmo ao pé do Governo Civil e do Liceu. Era uma mescla em pequena escala de Padre Maia, ainda compungido pelos sacramentos que tinha ido dar à vizinha onde. Foi a única vez que vi o grandalhão zangado. Agarrou no vadio, mirou-o fu-
todo o mundo pontadelgadense. Rua estranha, boas casas de famílias distintas, lado Joaquina – eterna acamada que nunca vimos – e que se foi mugindo de dor rua riosamente, sacou do bolso uma navalha e capou o gato.”
a lado com o carpinteiro, o contínuo e o caixeiro. E, pelo meio, um médico, uma pro- abaixo, agitando o livro de orações que nem panfleto em comício.
fessora de liceu, uns tantos empregados superiores. Este era o espaço central do E eu sentado no 56-A! Entretanto, por mais de uma vez, já vislumbrei olhares admi- http://www.sinapses.net/ebooks/o-mastro-das-alminhas.pdf
meu mundo e, ao relembrá-lo, espanto-me como lá podia caber tanta história e tanta rados de vizinhas vindas à janela e olhando reprovativamente para um sessentão, de
fato e gravata por dever de ofício, sentado à soleira de uma porta – e, digo com
(Download do Livro)
gente marcante, que vão conhecer como muitas das minhas alminhas.
Como tudo hoje é diferente! Vivo num bom bairro, nos arredores de Lisboa. vergonha, fumando uma cigarrilha. Fico intimidado, reparo que a sua gente mudou
Conheço mais os carros do que as pessoas. Não vejo crianças às coboiadas, não para gente comum que não tem lugar na Rua do Saco que recordo – ou que fantasio.
vejo famílias a irem passar o serão a casa umas das outras. A noite, quando vou à Desço então a rua, com tristeza e saudade, mas uma tristeza que me reencontra
minha varanda, é um deserto de in-confraternidade. Também eu me refugio na tele- comigo mesmo, vou-me despedindo mentalmente, casa a casa, de cada um dos meus
visão, quando não me dá o sono de cansaço às nove. Fora as conversas de família companheiros e, lá na esquina, como fazia em miúdo, troco o Cavaleiro Andante
estrita, vivemos num isolamento de consumidores passivos do que nos entra em pelo Mundo de Aventuras do Manuel João.
casa. Qualquer meu amigo de origens provincianas compreende isto. Desapareceu a E foi o Manuel João que, há tempos, em Lisboa, me recordou uma personagem es-
tasca do compadre Jaquim, onde os pai os levavam, onde se aprendia com os velhos, sencial das nossas brincadeiras da Rua do Saco só nossa, o Grandalhão.
onde se ouvia cantares, onde se apercebiam as regras do complicado mercado dos Não seria este o nome, que nunca o soubemos, mas, se calhar, alguns dos ruasaquia-
porcos, onde se contavam histórias do tempo heróico-triste da praça da jorna, da nos, mais lidos, adivinhavam que o seu nome era Injun Joe. Era o que ele era
alimentação reduzida à açorda, da recordação em surdina da Catarina Eufémia. para todos os miúdos, figura assustadora na sua altura que estimávamos em três
Ainda hoje, sempre que consigo aldrabar numa meia hora o horário apressado das metros. Dormia, e roncava que se ouvia em toda a rua, entre as pipas da taberna do
minhas idas à terra, vou sempre à Rua do Saco, como ritual que garante o paraíso. senhor António do canto.
Antes não o fizesse, porque é uma desilusão para quem tinha só a visão fantasiosa Este senhor António “do Canto” também entra vagamente nas minhas histórias.
da infância. É uma rua banal, mesmo feia. Estreita e pejada de carros estacionados, Quando a Jorgelina boateira da Rua do Saco foi dizer à minha avó Adélia que tinha
casas de arquitectura pequeno-burguesa sem qualquer nota relevante, mesmo as morrido o senhor António do Canto, a minha avó chorou pesadas lágrimas pela
mais ricas, janelas fechadas e nenhum sinal de convivialidade, uma rua morta. Mas perda de um grande amigo, figura das mais distintas da sua terra e marido de uma
recuso-me a vê-la só assim. terceirense, sua amiga de infância das maiores. António do Canto Carvalhal, grande
Subo a rua e sento-me à soleira do meu 56-A. Vejo as coboiadas da minha malta senhor da minha meninice, híbrido micaelense-terceirense como eu – a melhor mis-
e leio imaginariamente o último número do Cavaleiro Andante. Da casa ao lado, tura – homem que fazia da fortuna generosidade, patrocinando o asilo de velhice,
saem a Belinha e o Quinicho, aflito com a asma, da casa defronte o Carlos Maria e a cult vando
Flávia e, do fundo da rua, vêm subindo o Acácio, o Deca, os irmãos Raposo, o Luís
e o Carlos, e o Manuel João, este especial porque partilhava comigo, ainda muito como se filho fosse o magnífico Pinhal da Paz.
miúdos, a boa divisão do tempo entre as brincadeiras e as leituras de Bdona Afinal o falecido era o senhor António, é verdade que também do canto, mas porque
Conversas curtas, que o tempo real não permite mais, mas que recordam bem as dono de uma taberna ao canto em cima da Rua do Saco, e minha admiração pela
nossas brincadeiras. Grupo formado, estabelecem-se as regras do jogo, seja de facilidade com que rolava pipas enormes, para as lavar com seixos. Só muito mais
apanha seja de coboiada, todos armados com pistolas, arcos e flechas fornecidos tarde é que reconheci na televisão o senhor António como lutador japonês de sumo.
pelo nosso vizinho mestre Aníbal, marceneiro, com desvio do trabalho que lhe dava o O Grandalhão, seu inquilino gratuito, também não ficava atrás.
provento. Quando o Grandalhão se aproximava, com um sorriso doce de criança grande, que
Estabelecer as regras de jogo era coisa complicada, porque de todas as vezes na altura o nosso medo não nos deixava ver, fugíamos para todos os lados, desfa-
algum se lembrava de uma invenção. No fim, “tudo escracedido? Oraites? Começa ziase o grupo da brincadeira. Na sua infantilidade, o Grandalhão aprendeu. Deixou
jogo”. Às vezes, a complicação de novas regras exigiria um árbitro, mas não era de se aproximar tanto, sentava-se na soleira de uma porta bons metros acima e
preciso, porque o grito “para jogo” era religiosamente respeitado e começava outra via-nos brincar, horas a fio a passar-lhe pela cabeça o desgosto de não o deixarmos
sessão de negociações. E lá nos perseguíamos, até aprisionar o adversário com o brincar às apanhadas que ele nunca jogara com os amigos que nunca tinha tido.
clássico “ariuane”, que tínhamos aprendido do “up your hands” dos filmes de Quando podia chegar-se-nos, oferecia-nos coisas preciosas para ele, labores noc
http://www.sin
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(Download do ks/zero.pdf
Livro)

Zero
Paulo Amaral André

“Desculpem-me por começar desde o zero. Não é maneira de começar uma história. que fazer croché. Revi todas as noites sentado em frente do computador a alinhavar pa-
Supõem os tempos modernos que a coisa se inicie com meia dúzia de factos ou descrições lavras umas atrás das outras e achei o acto tão delicado que transformava um gigante de
que abram o apetite. Lamento decepcionar os senhores leitores, mas a coisa só dá para dois metros a escrever por quem os sinos dobram no mais mariquinhas dos seres huma-
o torto lá mais para a frente. Mas, para que não tenham dúvidas, digo-vos já que o que nos. Comecei a lembrar-me do meu avô agricultor atrás de um arado e envergonhava-me
aqui ouvirem e apesar de esta história não estar aparentemente dentro dos limites da ver- sempre que pegava na Parker 21 para rabiscar umas frases. Por mais sofrimento que daí
dade, tudo aconteceu de facto; aconteceu-me justamente adviesse, não podia deixar de me sentir um fingido a fazer renda com os pensamentos.
a mim, o único de entre os não-eleitos a quem poderia acontecer. Tive apenas o cuidado Virei-me para a crítica e uma editora aceitava-me como mais brilhante do que os autores
de ocultar todos os nomes que se atravessaram no meu caminho sob pseudónimos toscos em que eu descarregava fel mês após mês.
que fui buscar ao inconsciente, e que irão descobrir quando eu já estiver absolutamente Foi ao fim da noite com o ar frio nos pulmões. Quase sol. Tinha sido mais uma daquelas
perdido. Também localizações geográficas, sítios e afins apenas noites. Noites em que as cores da vida resultam num outro tipo de existência.
têm verdadeiro significante na minha cabeça. Sedutora, malévola. Com álcool a girar turbinas. Há anos que eu me alimento desses
De qualquer forma, não se vejam obrigados a entender as páginas que vão seguirse. hiatos entre o ser e o nada para viver. Quando a escuridão rasga o dia e os contabilistas
O que é que podemos dizer uns aos outros? Pouco mais do que nada. Não se iludam, nos perdem de vista. Nessas alturas torno-me numa criança com vícios e muito dinheiro.
caros senhores. É isso que eu tenho para contar: nada de novo. Talvez vos agrade a for- Como todos os que encontro então, sou um morto-vivo por opção.
ma. Ou talvez a achem tosca. Nil novi sub sole. O novo século está aí e esta história ser- Não agradeço o que me deixaram nem me preocupo com os que vierem depois. Sou um
virá melhor se vestida em boas capas de couro em mobílias de cerejeira. mimado que recusa qualquer encargo que possa tornar-me responsável. Nunca esperei
Aquilo que aconteceu naquela noite poderia ter dado em nada, significar nada, mas nada da vida.
aconteceu-me a mim. Aqui está. Aconteceu-me. A mim. A mim, o ser mais importante do Mas não vamos perder-nos em angústias desnecessárias. É apenas de mim que se trata.
universo desde o ponto em que me encontro. Aconteceu-me enquanto ensaiava uns passos Sentem-se. Se tiverem tabaco à mão, fumem à vontade. Eu estou a fazê-lo neste preciso
hesitantes por maus caminhos para me tornar numa melhor pessoa. Tudo isto numa noite momento. Nem uma página sai daqui sem um cigarro. Gostaria que fossem Luckies, mas
na minha cidade. E eu até estava bem, não me podia queixar. Nessa altura, preparava acabaram-se ali em baixo na mercearia do senhor Almiro, esse personagem maior, mas
uma recensão sobre os ensaios dantescos de Borges. Andava a juntar uns cobres para o que pela minha boca nunca saberão porquê.”
meu último capricho. Desistira de escrever porque achava o acto em si mais feminino do
Melodias
do Passado
Berta Henriques Brás

“Tivemos galinhas, um porco e uma cabra, e a Tínhamos ainda uvas e abrunhos, além de out-
minha avó paterna, que passava longas tempora- ras frutas – verdes, sobretudo – que eu topava
das connosco, quis também comprar na feira de nas minhas explorações pelas generosas árvores
Oliveira uma vaca para levar para a sua aldeia, da aldeia. Anos depois, revelava igual propensão
Destriz, sede de freguesia e próxima do Carregal, para as verduras, atirando pedras às mangas das
e onde cultivava umas terras. Mal vi a vaca, o meu fartas mangueiras do velho liceu Salazar de Lou-
instinto condutor acordou. Supliquei que ma deix- renço Marques, do parque Silva Pereira e outros
assem guiar, presa pela corda, a Destriz. A minha recintos privados. Por causa dessas tendências
mãe não se comoveu, mas a minha avó, inspirada apedrejantes, o senhor Azevedo, contínuo do liceu,
certamente em secretos anseios de me fazer lavra- mais ácido que as próprias mangas, quis um dia
deira, cedeume a corda. Não percorremos muitos levarme ao reitor, mas umas lágrimas oportunas
metros. A vaca deve ter sentido a fragilidade do e as provas de um sincero arrependimento, con-
pulso que a sustinha, além das saudades do filho, seguiram demovê-lo.”
de quem a haviam separado na feira. Começou a
mugir e a puxar a corda furiosamente. Eu resisti, http://www.sinapses.net/ebooks/melo-
mas ia sendo arrastada, e ouvia atrás de mim os
gritos da minha avó para a largar. Acabei por obe- dias-do-passado.pdf
decer, humilhada e compungida. Felizmente apan- (Download do livro)
haram mais tarde a vaca e desistimos– a minha
avó e eu – do cargo de vaqueira, nitidamente supe-
rior às minhas forças.
Também me lembro de um forte nevão que nos iso-
lou largas semanas de inverno, impedindo-nos a
comunicação com o exterior. Para irmos à loja e à
horta, onde a minha mãe cultivava couves e feijão
verde, abrimos fundos carreiros na espessura da
neve.
No verão, colhíamos ramos carregados de uma
cerejeira da nossa horta.
o k s / a n t e s -
s e s . n e t / e b o
w w . s i n a p
http://w e m p r e . p d f
e - d o - q u e - s
tard o)

Antes Tarde do
a d d o l i v r
(Downlo

que Sempre “Como uma cena ruim de filme B europeu, naquele


dia estava eu sentado num sofá de couro marrom,
então que começaram a surgir nos meus devaneios
umas garotas que eu havia transado há tempo de-
usando um jogging velho cinza em cujo peito estava mais pra lembrar seus nomes, mas não o suficiente
Bertoldo Gontijo estampada a frase “San Diego, California - Sunny para esquecer suas bundas. Pessoas que eu não via
Days”. Ironicamente, embora já fosse o início da há mais de quinze anos.
manhã, o sol nascia sob nuvens, eu nunca fui pra Eram pensamentos tão inú-teis quanto agradáveis
Califórnia e só durmo tarde da noite. e que me fizeram lembrar que eu não havia vivido
Bem tarde. Já eram mais de quatro horas. uma história inteiramente banal até então. Aquela
A minha insônia não aparece na hora de dormir, eu vida que só eu sabia por inteiro, uma vida que meus
percebo que ela vai pintar muito antes. Ela vai se velhos nunca imaginaram nas suas melhores per-
instalando ao longo do dia. Furtiva, espreitando e formances de “pais preocupados com o futuro do
medindo meu humor, anotando minhas preocupa- filho”, tinha sido bacana afinal.
ções, observando todos os meus movimentos para Essa maldita falta de sono acabou sendo a minha
usar tudo contra mim depois. Dessa vez por exem- salvação. Pelo menos, eu estava dando à minha
plo, eu pude senti-la contando todos os cigarros cabeça de amendoim as asas tão desejadas.
que eu havia queimado e os cafezi hos que eu havia Claro, eu sabia que logo seria um dia como todos
tomado. os outros: previsível, monótono e, se eu tivesse
Lá estava eu, mais uma vez, sentindo a madrugada bastante sorte, tranquilo. Mas concluí que seria
vazia, perdido. bom aproveitar a viagem enquanto ela durasse.
Mesmo me sentindo um trapo, os pensamentos bro- Tentei me concentrar de novo, mas não consegui. R
tavam incontrolavelmente procurando explicações solvi fazer um café forte, apesar da preguiça. Pen-
para coisas que nunca se deixarão explicar. Eu era sei que talvez, assim, meu cérebro pudesse me aju-
mesmo, de qualquer maneira, como os frenéticos dar.
passarinhos neuróticos do jardim, que eu ouvia Caminhei até a cozinha, arrastando as meias no
debruçado na janela do meu pequeno apartamento. chão frio e, como sempre, meti o dedão do pé na
Em seus mini-cérebros de amendoim, só tem espaço quina do degrau. Abri a geladeira xingando a por-
a rotina: acordar, comer, transar, dormir, acordar… ra do degrau e fiquei olhando lá pra dentro sem ver
O ócio pelo qual passei virando essa noite, me per- nada, até esquecer o que estava fazendo ali, para-
mitiu dissecar a minha rotina. Eu vi as entranhas do, segurando o dedo do pé, olhando fixamente um
da minha vida. Não foi uma visão muito bonita: um teco de queijo que sobrou de uma sessão de misto-
cara hipócrita que acha que a corrida por status é quente. Voltei para a sala e coloquei um CD para
ridícula, mas faz parte dela; um jogador medíocre, rolar. “All Things Must Pass” – “Sunrise don’t
que sabe que suas chances de vitória são pequenas last all morning…”, George Harrisson cantava.
e que, apesar disso, no seu íntimo, acredita nela Um profeta, esse cara! A melodia deprê me deixou
como única opção. triste. E eu nem tinha um motivo bom para isso.
Tomando as rédeas do meu intelecto, comecei a Nessa hora senti falta de ter um motivo, alguém por
pensar em sexo para espantar esses pensamentos quem chorar.”
deprimentes. Uma medida que nunca falhava. Foi
O Maior Espectáculo do Mundo ria siliconada, quer-se muito, mesmo MUITO de fora. Há Antão um índio, artista doutro modo de ser, numa vari-
três estratégias que podem ser adoptadas a esse respeito: ante mais longânime.
“Um feixe de luz no céu para os lados da Avenida Afonso descer o decote até ao umbigo, aumentar as mamas ou, Scherzo, Allegro, Vivace, Molto Vivace: eis os andamen-
Costa e aqui, debaixo das copas, buracos monumentais; com bastante maior frequência a avaliar pela amostra, tos nas partituras, que são linhas rectas acneicas, cheias
os homens continuam a trabalhar mesmo à uma e meia da ambas. Outros truques valiosos são conversa de mulheres de pontos negros, na cabeça do contabaixista; o homem
manhã, mesmo de noite as camionetas-betoneiras fazendo que não deve ser revelada em local público, muito me- detém-se entre cada música para trincar um pequeno
uma digestão apressada de betões nas suas grandes bar- nos diante dos homens-ratos que se babam, encostados pedaço do chocolate pousado sobre a cadeira e beber um
rigas ovais. Apetece-me homenageá-los. Como ratos à parede e intimidados, nas costas delas: fica um rasto líquido corado num matiz morango, ofegante e crédulo,
eles escavam nas fossas dum astro vindouro, o grande viscoso na calçada à portuguesa depois da passagem como um tenista que recuperasse energias no final de
prodígio das entranhas da terra. Uma enorme cratera ao das celebridades. Os homens têm variantes profícuas cada jogo do set.
centro, vertical, a prumo, muito perfeita. Que pensarão como os disfarces (?) à gigolô-prostituto e as camisas aos Também o contabaixista troca de campo (Andante) sem-
estes homens-ratos, minúsculos junto às maquinetas que quadradinhos, muito desabotoadas, com gola em bico à pre que a pauta borbulhenta na mente assim lho exige, ele
fazem mover? O operário é meu irmão na pachorra e no moda dos anos setenta. Óculos que tais também fazem é o desportista do palco pretendendo enquanto triunfo úl-
empenho. Como explicá-lo a certa gente? Meu Deus, que boa figura, gravatas berrantes dão concerteza tema de timo o tiebreak das ovações. Não há árbitro no espectácu-
focinhudo catolicismo a rebentar pelas costuras! conversa. Tanto homens como mulheres devem exibir lo senão a disciplina que o músico se impõe, não há juiz
O maior espectáculo do mundo brilha quando a lua se um bom bronze de maquineta-solário nos corpos entre mais rigoroso senão um público rendido exigindo mais; o
adensa e Sagitário (a estrela vermelha dos tahitianos) o meio-nús e o três-quartos-nús (cinco sextos, na mel- contrabaixista afina o tom e o timbre para deixar passar
cintila nas suas duas faces. É então que o contrabaixista hor das hipóteses...). O contrabaixista ensaiou boleros e o altruísmo dum presente intocável, não palpável, men-
desce a rodopiar pelo varão do feixe de luz no céu e apre- blues, seduziu tímpanos, arrebatou corações. surável ou estimável em termos quantitativos, inalienável
senta um espectáculo fabuloso. Declarou-se ao instrumento com toda a emoção, mostrou- porque corre ele mesmo no ar e no vento e na aragem, no
Ele dança, marmoreia contra o azul muito vivo. Nada se honesto, humilde no dom, fascinado ou arrebatado bafo, nos átomos dum sopro que se respira. O feixe de luz
entre as notas. É como se desenvolvesse uma relação como uma criança ante a maravilhosa descoberta da índigo estilhaça o céu por dentro, volteia ampliforme no
de intimidade com o instrumento: fá-lo com um sorriso vasta paleta de sonoridades e combinações. O mundo espaço.
esmaltado de felicidade rasgado no rosto. Ao agarrar o todo era dele: o palco a vida contém. Holofotes ilumi- Mas que faz um índio, nessa mesma noite, na plateia
contrabaixo, prende o pescoço alto duma mulher, esfrega- nando o talento, o contrabaixo, o infinito e ainda mais da Grande Gala? Espalha filantropia, que também lá
lhe o nariz no ombro, segreda ao seu ouvido, dedilha longe, para lá do horizonte, no sítio onde a promessa é necessária. Trouxe um potezinho de barro atado com
em massagem a coluna vertebral; então lembra-me por reside. A promessa futura é o presente do esforço, o exer- guitas de palha, de maneira que abre a tampa de cortiça,
graça uma foto de Man-Ray onde os rins desnudados da cício passado o natural no presente; como os homens se agachado a um canto com manha dissimulada e rente às
senhora são os contornos em S da caixa de ressonância alimentam cortinas, para sacar lá de dentro, na ponta dos dedos,

Continhos de do aparelho de sons. É uma dança solene, majestática a


deles, e ao mesmo tempo duma intimidade profundíssima.
O contrabaixista veio vestido a rigor para a ocasião –
diariamente, assim a aptidão deve ser nutrida todos os
dias. E ditoso aquele que pela noite dentro se exercitar,
como bem-aventurado o outro que de manhã o fizer, pois
pozinhos de complacência e berlindes piedosos, espal-
hando-os pelo fundo do cenário.
Daimoso nos modos, traz também folhas de loureiro pisa-

Alfarrobeira
não esqueceu a falta de pente dum músico que se preze, na verdade ambos terão cumprido, na sua inquietude das com perfeição, que se diz hão-de vir a dar sorte àque-
ou então é a intensidade da entrega física que lhe põe insatisfeita, o essencial para alcançarem aquele estado de les mal-aventurados a quem ela sempre olvida na hora
a trunfa a adejar deixando-o transtornado: se eu fosse espírito tranquilo à beira do qual desponta o sentimento de distribuir honrarias e gratidão; espalha ainda sobre a
mulher dum contrabaixista tinha ciúmes do instrumento de realização. cabeça dos convivas umas gotas que trazem no miolo ga-
Alexandra Pereira com toda a cer teza – e diverte-me imaginar a senhora Nas Portas de Santo Antão, no meio de todo aquele nas de afecto e modos corteses, depois boceja de cansaço,
contrabaixa aperaltada de pop-chic, à semelhança dos aparato, haverá porventura um rapaz com mau-gosto estatela-se no seu assento estofado, cor de carne, e as-
modelitos surpreendentes, de gosto duvidoso, que vemos para gravatas e bom-gosto para óculos de sol, olhos da siste, sorridente, ao desfile das senhoras vestidas de gra-
o povinho desfilar com grande pompa (entrecurtada so- cor dos líquenes de oliveira oxidados – em tons cara- nadina.
mente pelos entorses na calçada), por exemplo, Portas de melo –, e um sorriso prateado, muitíssimo límpido. Será Ainda nessa mesma noite, o maior espectáculo do mundo
Santo Antão abaixo em noite de Grande Gala dos Globos um pequeno índio, e o seu rosto uma surpresa diferente decorreu sem problemas: enquanto o índio facilitava
de Ouro. no meio da multidão. O que diz é sensato, a sua alegria bondades no mundo – em parte dele, ao menos –, o nosso
Aí, as senhoras (“essas meretrizes que se fingem do jet- solene (um dever de estado, uma agradável obrigação), contrabaixista dançava, dançava contra o azul muito
set”, como diria a minha tia Albertina...) deslizam com a curiosidade uma pulga inquietante na peúga do índio. vivo acompanhado a fliscorne no seu sorriso esmaltado:
muito cuidado, sacões vários, os saltos agulha de dois É um pequeno artista será ele a seu modo, um construtor o trompetista descera por um segundo feixe de luz celeste
metros na calçada à portuguesa; todos se sentem estrelas do futuro no respeito e na coragem, o desprezo divertido para fazer o dueto. Debaixo do chão, com escadas em
de Hollywood por dois minutos (o que não significa que pelos bronzes-maquineta, no assobio distraído das suas branco metálico subindo, à sua frente, pelo grande bu-
gostem, como parece evidente): é possível ver passar reflexões privadas. Tropeçará num vestido a imitar o raco, os operários olhavam as nuvens para os lados da
desde um cortinado andante dos tempos de Dona Maria forro dum sofá decadente e darse- á ao trabalho de pedir Avenida Afonso Costa: nem ameaços de chuva, nem ovnis
Pia até às combinações daltónicas de azul com verde (as- desculpa pelo sentido estético divergente, o tropeção in- ou étês: apenas dois homens esforçados relacionando-se
susta sempre imaginar que uma pessoa que passou tanto advertido, a mancha invisível da graxa no sapato a macu- honestamente com os respectivos instrumentos, suando o
tempo a cuidar da vestimenta não tenha sequer reparado lar o guarda-roupa da senhora. trabalho no corpo e um amplo prazer nos sentidos: am-
na mais elementar conjugação de cores) ou às senho- Será um cavalheiro antiquíssimo, um bondoso incorrigív- bos surpreenderiam divinamente os homens-ratos, pas-
ras que se assumem alfacinhas de corpo e alma, quer no el, o índio. O pequeno índio pertence a outro mundo que mados de morte com aquela obra que diante dos olhos
tom quer na textura dos tecidos, fluorescentes dos pés à não este, e explora este como quem faz uma expedição à lhes nascia.”
cabeça. Outra matéria interessante são os decotes: maté- selva: deslumbrado mas à cautela. Nas Portas de Santo

(Download do livro)
http://www.sinapses.net/ebooks/continhos-de-alfarrobeira.pdf
In Cómoda
Manuel Neves Filipe

caverna
“caminho por este mundo
que era suposto ser mundo
à minha volta vejo as sombras
sem descortinar os corpos
as matérias que as enformam
sombras de rosas que deviam ser rosas
sombras de pássaros que deviam ser pás-
saros
sombras de gente que deviam ser gente
de uma criança brinca a sombra até
eu fico sem saber
que corpo lhe deu a sombra
um sorriso que era sombra
que os sorrisos são a sombra da alma
há-de ser tão bela essa alma
nem fingindo o poeta a vê http://www.sinapses.net/ebooks/in-comoda.pdf
com as palavras que são as sombras
as sombras do que ninguém lê.” (Download do livro)
A Cueca Bibelô
Anabela Natário

“Sou a única a interrogar-se enfrentando a Penso: verifica-se um desvio acentuado no


montra. Serei curiosa? Já houve quem típico, mas sem implicações patológicas.
abrandasse, quem nem sequer olhasse. Os Saio da loja - um dado importante dada a
especialistas chamam stresse a este firmeza dos passos. Estão quatro pessoas
desapego pelas montras, os especialistas a observar a montra, estão de queixos des-
também chamam Ansiedade Erotizada ao caídos e braços sobrecarregados por sacos
prazer de regressar à própria ansiedade. E biodegradáveis cheios de necessidades pri-
depois? oritárias. Olham-se de soslaio e eu
Encontro-me nesta pequena loja que só observo-as com a satisfação da consumido-
vende roupa interior (não resisti ao apelo ra entusiástica acabadinha de assaltar um
da cueca) e o empregado brasileiro re- super-hiper. Falo alto.
sponde-me que é ótima esta calcinha, tem - São giras. Comprei uns pares.
um elástico tão perfeito que quase não si Ouço-me a dar gargalhadinhas. As qua-
dá por ele e não envergonha mesmo caindo tro mulheres miram-me incrédulas porque
de (julgo) anunciei com palmas a minha fala.
suja, além do mais é moda em Itália, e tam- Digo-vos: às vezes a boca não é minha e as
bém há estampadas... tudo por apenas mãos ganham independência, são efémeras
algum dinheirinho. Si vendem muito bem, é as situações, mas sucedem-se.
o que ele diz. Atendendo aos desvarios Tentarei evitar a divulgação de outro lapso.
sugeridos pelo comissionista, será sensa- Faço este aviso, porque, como sou humana,
cional ter, e ver, pendurada no candeeiro tentarei evitá-los, descobri-los antes que os
ou dedos me traiam.
exposta no chão do quarto, esta cueca- Continuo a passear por esta augusta rua,
bibelô! ansiando por música. O dito bulício inco-
Um brasileiro vendedor de moda italiana moda-me, perturba o intermediário de sen-
em Portugal? Talvez não seja mesmo de sações. Perturbar intermediários?
admirar, aliás, nem entendo o porquê desta Intolerável!”
minha interrogação. Comprei umas
cueca-bibelô. Sou incapaz de abandonar
cuecas sujas, de dar pistas para se desven-
dar mistérios; comprei a peça para ofer-
ecer - registe-se. E a quem irei ofertar esta
nunca-dantes-usada-linda-cueca com uma
porca alada de cores ténues e um amarelo
provocador no lugar onde tudo assenta?

http://www.sinapses.net/ebooks/a-cueca-bibelo.pdf
(Download do livro)
- Não há espaço para ti,
Vociferas lá do fundo. E eu escrevinho violentamente, escrevinho como se fizesse da caneta uma espada e das palavras bravos guerreiros para enfrentar o
mundo lá fora.
Estás entre mim e o silêncio, escrevo-te todos os dias e todos os dias finjo não saber quem és.
Espero-te junto dos parágrafos que nunca ousarei mostrar a ninguém, junto da voz que me chama ridículo quando o coração traz o teu nome e os olhos amea-
çam chorar.
Para onde vais? Para onde?
Fala-me. Peço-te. Dita-me palavras, por mais frágeis e trémulas que sejam as minhas mãos, dita-me palavras para que possa escrever-te, deixa-me contar ao
mundo que vives em mim.
Posso?
És a mulher mais bela do mundo, olho-te quando sorris, vejo-te quando fechas os olhos para voltar no dia seguinte.
Dormes em mim. Tens medo, tens frio, apetece-te fugir.
Vagabundeamos por aí e chamamos loucos aos que dormem na rua, quando sabemos tão bem
que os loucos somos nós.
-Fala-me,
Digo-te.
E, por vezes, ficas apenas calada, como que fazendo-me duvidar que estás aí.
Sorris e vais embora, amanhã voltarás e eu nunca saberei se ouço a tua voz, nunca saberei se amanhã conseguirei escrever-te como te escrevo hoje.
Quem sou eu?
Quem sou eu quando sorrio tolamente ao destino e continuo a ignorar o significado da palavra amor? Eu, que nem a mim me pertenço, que acordo cedo e durmo
tarde, para fingir que a vida não passa por mim, para sorrir tristemente julgando-me mais feliz que os infelizes.
Eu bem sei: estamos todos tão sós. Há em mim a crueldade de vinte anos que não vivi, as borbulhas que, de repente, se transformaram em rugas, os sonhos que
se fizeram em estilhaços de ousadia.
Hoje, olho-me ao espelho e não sei se hei-de sorrir ou se hei-de esconder as lágrimas, quando a tristeza do tempo me assolar a alma. Faltam-me as forças, falha-
me a agilidade, o tempo foge e eu não sei jogar à apanhada. Quando caio já não sei se quero erguer-me, fitar o horizonte e seguir em frente, ou simplesmente
parar, esquecer-me do mundo e cair no mais profundo de mim.
Dizem-me que não sei o que é amar, dizem-me que adultero sentimentos pelo traço fino da caneta, dizem que não gosto de ti.
- Gostas daquilo que escreves,
Dizem eles. Como se escrever-te bastasse para fazer de ti a mulher mais bela do mundo.
Não tenho quase nada. Não sou quase nada.
Eu sei.
Mas ficaste em mim, tu e a fotografia que deixaste em minha casa numa noite fria de Inverno em que o vento nos trespassava o corpo e sorria cinicamente den-
tro de nós.
Retrataras o melhor da vida para me entregares num gesto sincero que era o teu,
- Amo-te,
Que era a palavra proibida que eu nunca saberei ler.

Luzes
Agora, não resta muito de mim. Creio que não resta nada de nós. Guardo-te na gaveta agastada do tempo, guardo-te junto das coisas a que chamo belas, sem
saber se tal beleza pode comparar-se a ti.
Às vezes acredito que continuas a ser aquele sorriso parado no semáforo, aqueles olhos redondos e brilhantes que ameaçavam saltar para o mundo cá fora e
desenhar páginas de sonho no livro das nossas vidas. Mas, quando tudo se perde, encontro-te apenas numa fotografia debotada pelo tempo, numa imagem que
és tu e não és tu, que sou eu a querer-te e a sonhar-te, que sou eu a desejar entrar por ela a dentro e beijar-te suavemente as faces.
Sorrio. Minto-me. Eu que nem acredito no amor, digo a mim mesmo que um dia voltarás, que um dia daqueles em que tenho muita pressa e o semáforo está
encarnado, lá estarás tu, com o mesmo sorriso, com a mesma ânsia de viver, com a mesma força da juventude a saltar-te por todos os poros do corpo.
Isa Mestre Um dia que nunca chega. Um dia que nunca chegará.
Acelero. Pudesse eu acelerar até ti, cruzar-te as avenidas do pensamento, assaltar-te as auto-estradas da alma e dizer-te que, afinal, talvez o amor seja mesmo o
sentimento mais belo do mundo.
14 de Maio de um mês sem tempo nem palavras. Escrevo-te. E escrever-te não basta. Gastaria páginas e páginas e tudo ficaria por dizer, todos os sonhos flutuariam nos meus lábios, todas as vozes ficariam a
O semáforo está vermelho. Sai tarde de casa e há quase um mês que ando a adiar-me a mim próprio. Serão apenas alguns segundos, depois virá a luz verde, gritar dentro de mim, como se ainda acreditasse que de certa forma poderás ouvir-me.
depois virão os sorrisos no lugar das lágrimas, a euforia em substituição das frias noites de tristeza. Ouves-me? Ouves esta voz que te chama? Estas palavras que lutam constantemente contra o papel para saltar-te para dentro do peito? Ouves-me?
Doem-me as mãos pousadas suavemente sobre o volante da vida. Para onde vou? Para onde vais? Se calhar também não te apetecia nada parar, se calhar tam- Faz silêncio. Estou aqui.
bém saíste tarde de casa e te esqueceste de dizer “até logo”, se calhar também choraste, se calhar às vezes também te apetece morrer. Sou um sussurro, sou o medo, sou o frio, sou as noites sem dormir que a tua lembrança guarda junto de todas as partes do meu corpo.
Não olho muito para ti. Tenho os olhos cansados, o olhar viciado como um baralho de cartas exausto de noites de copos e miséria. Bem te disse que éramos um instante: tu e eu, apenas um instante. O semáforo fechado e nós dois. Um instante.
Paraste a meu lado no semáforo e por mais que queiras fingir, a nossa vida nunca mais será a mesma. Sorrir-te-ia. Era o que faria, se os minutos, de repente, fossem horas, se os rios fossem oceanos, se as sementes fossem árvores, se o meu sorriso fosse o teu
Sou ridículo, eu sei. Sou um ser estranho. Há quem me ame e quem me odeie, há quem me abrace e quem me afaste. Que podes fazer tu, que nem me conheces? mais profundo sentir.
Que me olhaste breves instantes sem saber porquê, sem saber de onde vimos nem para onde vamos. Sorrir-te-ia como menino inocente, dir-te-ia que foste a minha flor, amar-te-ia até ao último centímetro deste coração que ainda chama por ti.
Não entendo nada de amor. Nunca saberei responder às perguntas de uma alma vazia, nem tão pouco preencher os espaços que te separam do mundo lá fora. - É tarde,
Sou uma palavra em branco, um verso solto, o cidadão perdido que estagnou em si para não mais envergonhar-se daquilo que um dia sonhara. Dizem eles.
E tu, quem és? A música está demasiado alta e sorris, posso não conhecer absolutamente nada, mas conheço-te o sorriso. Isso bastar-me-ia para amar-te até ao É tarde, quando me rodeiam e me chamam, quando vêm vestidos de negro e trazem nas asas a capa da morte, quando me tocam e não sinto, quando me olham
fim dos meus dias. e não vejo. É tarde, quando chamam por mim, quando o bombeiro extenuado pousa as mãos sobre o meu peito. É tarde, quando a palavra se torna apenas dor,
O sinal continua vermelho. De repente, os minutos são horas e as horas disfarçam-se de minutos. quando as sílabas se desfazem em sofrimento. Desculpa. O semáforo estava vermelho e eu vinha distraído. Não parei. Naquele dia soube exactamente que não
E eu, que todas as manhãs ousara rabiscar sonhos no caderno da vida, hoje, apenas perdido, apenas nu perante o teu olhar, apenas um homem parado no semá- poderia voltar a encontrar-te, que jamais me cruzaria com a beleza do teu rosto, porque era maior a certeza de que vivias em mim: para sempre. Por isso, não
foro. parei. De que serviam os semáforos vermelhos se tu lá não estivesses? De que servem os sorrisos, quando os teus lábios ternos e doces desistem de sonhar?
Soubesses tu, que tal como o automóvel, por vezes, também eu me revelo incapaz de avançar, incapaz de trocar as cores do semáforo da vida e seguir em frente. Ainda te escrevo, ainda estou aqui, não te esqueço, nunca te esqueci.
Não te direi o meu nome. Sou o silêncio nas manhãs frias em que nos apetece atirar palavras à rua e escrever o amor nas pedras de calçada. Quando cheguei perguntaram-me qual a última coisa que teria feito,
Sou cobarde. - Sorrir-te,
Tu sabes e eu sei. Apenas os cobardes param no sinal vermelho da vida. E eu parei, fiquei, morri, hei-de morrer todas as vezes. Respondi.
Diz-me. Para onde vais? Para onde vais quando a memória de ti me passa pela mente como fotografia falseada da realidade? Para onde vais quando quero agar- Não sei se é verdade, mas creio que naquele instante te sorri.
rar-te e esquecer que os dias, às vezes, são apenas uma sucessão de horas sem sentido, um aglomerado de gente ridícula que nos corrompe a alma e os sentidos. Seguro entre as mãos aquilo que somos, o que transportamos para o mundo…quase consigo sentir-te o coração, quase consigo sentir-te as palavras, as músi-
Para onde? cas, os rabiscos atabalhoados numa folha de papel. Somos arte. Como todos os outros. Arte nas mãos habilidosas e cruéis de um artista. Chamam-lhe destino.
Longe ou perto? Não sei o seu nome, tal como nunca poderei saber o teu. As coisas mais belas da vida, são afinal palavras em branco, traços finos em esboços sujos e cansados,
Responde-me. olhares sinceros em mundos corrompidos pela ganância e pelo poder. Se calhar não eras nada. O amor é a simplicidade de um momento sem certezas, de um
Sabes, eu queria ser escritor. Talvez escrever o mundo, esculpir na folha de papel, dissera tantas vezes… Escrever os rostos sábios e cansados, escrever a vida, rosto sem porquês, de um adeus que quer sorrir, mesmo quando os olhos ameaçam chorar. Vigésimo dia de um tempo perdido. Eu bem te disse que era ridículo,
escrever os passos pela rua. eu bem te disse que não sabia sorrir. Vagueio pela casa e escrevo o amor com caneta permanente, para que nada possa apagá-lo, para que nada possa impedir-
Roubaram-me a caneta, roubaram-me a alma, saquearam-me o sonho. nos de ser aquilo que um dia fomos.
- Ninguém nasce para escrever, Palavras em branco. Sorrisos esquecidos. Ou quem sabe, apenas um semáforo vermelho, daqueles que tantas vezes nos obrigam a parar.
Disseram eles. A sua voz lá no fundo, a sua voz cada vez mais forte. Não tenho pressa. Toda uma vida seria insuficiente para escrever-te, por isso, deixo-te nas entrelinhas daquilo que sou, para que possas ler-me por dentro, para
Eu queria ser escritor. Ninguém nasce para escrever. que possas sorrir-me enquanto te beijo suavemente as faces.
Às vezes sou eu e não me pertenço. Um dia perguntarás,
- Quem és? ,
E eu não saberei, eu não sei se algum dia poderei saber. Talvez invente qualquer coisa, no amor vale tudo.
Se calhar sou daqueles que não sabe quem é. Já pensaste nisso?
Sou daqueles que acordam e sentem que não são nada.
Rir-te-ás de mim. Afinal, nem eu nem tu somos nada e somos ambos o nada que somos.
Espalho papéis pela casa, gosto do cheiro de folhas misturado com o teu perfume pelo ar. Gosto de sorrir-te quando me dizes que o que escrevo não presta.
Considerada a "primeira tragédia carioca" do dramaturgo Nelson Rodrigues, a peça "A falecida" ganha uma nova versão para os palcos
nesta sexta-feira, com direção de João Fonseca e estrelada por Rafaela Amado e Guilherme Piva. A montagem fica em cartaz no teatro que
leva o nome do renomado escritor, na Caixa Cultural.

A peça narra a vida de Zulmira, mulher de classe média-baixa, figura típica dos papéis femininos do universo rodriguiano.

Tuberculosa, ela acredita estar perto da morte e planeja obsessivamente os detalhes de seu próprio enterro. Em seus delírios, vê-se persegui-
da pela prima Glorinha, que subitamente deixara de falar com ela. No leito de morte, pede ao marido, Tuninho, um enterro de luxo, para

A Falecida que a prima morra de inveja.


Fonte: zymboo

Nelson Rodrigues

“Em cena, quatro rapazes, inclusive Tuninho e Oromar. Numa Parceiro no 2 (gingando) – Porque eu sou é homem!
mesa imaginária, dão tacadas, também imaginárias. O único (Consumada a aposta, Tuninho exulta).
dado realístico do ambiente é o taco, que cada um dos presentes Tuninho – Vou te dizer mais: estou desempregado e outros bichos.
empunha. Sem prejuízo do bilhar, discutem futebol. Oromar pas- Quer dizer, na última lona. Mas estou tão certo, tão certo, que vai
sa giz no taco. Sempre que um parceiro dá uma tacada diz “pim- ser uma barbada daquelas, que te juro, sob minha palavra de hon-
ba”) ra, que se eu tivesse dinheiro, sabes o que eu fazia, no domingo,
Oromar – Vais ao jogo domingo? queres saber?
(Simultaneamente com o diálogo dos dois, há uma discussão Oromar – Você é bom de bico!
patética entre os outros parceiros). (Tuninho está numa verdadeira euforia).
Parceiro no 1 – O Carlyle nunca foi jogador de futebol! Tuninho – Espera, ouve o resto, seu zebu! Eu entrava no Mara-
Tuninho – E tu achas que eu vou perder um jogão daqueles? canã. Muito bem. Vamos dar, de barato, que umas cem mil pes-
Parceiro no 2 – Quem? O Carlyle ensopa o Pavão! soas assistam ao jogo.
Oromar – Pra teu governo – O Fluminense vai dar um banho. Oromar – Cento e cinqüenta mil!
Nem se discute! Parceiro no 1 – Menos! Menos!
outros parceiros). Parceiro no 2 – Mais! Mais!
Parceiro no1 – Jogador profissional, que me perdesse um pênalti, Tuninho - Seja cento e cinqüenta ou duzentas mil pessoas. Não
eu multava! importa. Aí morreu o Neves. Pois eu, se tivesse o dinheiro, din-
Tuninho – Pimba! Sou Vasco e dou dois gols de vantagem! heiro meu, no bolso, eu sozinho, apostava com duzentas mil pes-
Oromar – Você é besta! soas no Vasco. Havia de esfregar a gaita assim, na cara de duzen-
Parceiro no 2 – Entendo muito mais de futebol que você! tas mil pessoas, desacatando: Seus cabeças-de- bagre! Dois de
Tuninho – Queres apostar? vantagem e sou Vasco! Te juro que ia fazer a minha independên-
Parceiro no 1 – São uns palhaços! cia, que ia lavar a égua!
Oromar – O Ademir joga? (Súbito, todos estacam, entreolham-se).
Parceiro no 2 – Vocês ganharam no apito! Os três (simultâneos) – Que foi, que foi?
Tuninho – Não sei, nem interessa. Queres ou não queres? Tuninho – Aquele pastel que eu comi, parece que me fez mal. Chi!
Oromar – Quanto? Vou chispando pra casa! Bye, bye!
Parceiro no 1 – S. Cristóvão, aonde, seu? (Oromar apanha um jornal.)
Tuninho – Cem mil. Os três (uma voz única) – Olha o jornal!
Parceiro no 2 – Conversa! Conversa! (Foco no centro da cena. Zulmira vai entrando com um ban-
Oromar – Dois gols de vantagem, eu topo. quinho e dirigindo-se para o foco. Todos deixam a cena. Luz so-
(Tuninho estende a mão que o outro aperta.) bre Zulmira, que senta-se no banco e pôe a mão no queixo, numa
Parceiro no 1 – Uns pernas-de-pau! atitude de “O Pensador”, de Rodin. Entra Tuninho com o jornal
Tuninho - Casado? na cabeça e aflito. Está diante do imaginário banheiro. Torce o
Oromar – Casadíssimo! trinco invisível.)”
CIN
EM
#04A

HairLady
Haunted Drawers
Three Beauties
Seville
Rock Bottom Riser
Glass Crow
Boltactionbelief The Murder Manifesto
A Double Entendre
La Captive
The Market
Synopsis
Net
Hairlady began as a time-lapse photogra-
phy experiment. First, the subject’s head and
face were shaved. As hair growth proceeded,
two identical digital photos were shot per
day (approximately 12 hours apart) for four
months, the subject ending up extremely
hairy. On the final day an HDV video camera

HairLady
was mounted where the still camera had been
and the resulting video footage was shot,
following the subject to meet the titular Hair-
lady (Miriam Escovitz).

Cast
Miriam Escovitz, Hairlady
Oleg Skrashevskiy, Barber

Crew
David Birdsell, Director
David Birdsell, Editor
David Birdsell, Writer
Amro Hamzawi, Assistant Camera
Martin Hynes, Assistant Camera
Byron Shah, Cinematographer
Artichoke, Composer/Musician
Jason Moss, Composer/Musician
Richard Strauss, Composer/Musician

Festivals
SF Shorts DC Shorts LA Shortsfest Rain-
dance Portland Short Short Film Festival
Tarfest FilmPop Hawaii International Film
Festival Amsterdam Film Xperience AFI
Fest Byron Bay Film Festival Victoria Inter-
national Film & Video Festival AFI Dallas
International Film Festival Bermuda Interna-
tional Film Festival Ann Arbor Film Festival
Calgary Underground Film Festival India-
napolis Film Festival Hamburg International
Short Film Festival Los Angeles Film Festi-
val Mecal International Short Film Festival
HDFest Toronto After Dark Film Festival
http://www.undergroundfilm.com/films/detail.tcl?wid=1034536
Akbank Short Film Festival Glimmer – Hull (Download do filme)
International Short Film Festival

Awards
Byron Bay Film Festival – Best Experimen-
tal Film Victoria International Film & Video
Festival – Best Short Film Hamburg Interna-
tional Short Film Festival – Special Mention
Glimmer – Hull International Short Film Fes-
tival – Glimmer International Award
Haunted
Drawers
Synopsis Brendan Kruse, Director
Weary from a long day on the road, Barry and Liz Brendan Kruse, Producer
check into a motel. While Liz freshens up in the Tommy Maples, Producer
bathroom, Barry discovers a forlorn pair of un- Brendan Kruse, Writer
derwear in a chest of drawers, and when circum- Tommy Maples, Assistant Director
stances force him to put them on, he becomes a Dustin Leary, Cinematographer
completely different person with less than noble Devon K. Lee, Gaffer
intentions. Unaware that he is possessed by the
undies, Liz mistakes Barry’s homicidal advances http://www.undergroundfilm.com/
for romantic playfulness. What’s lurking in your
drawers? films/detail.tcl?wid=1034438

Cast
Christine Anagnostis
Dustin Leary
Hunter Vo

Crew
Three Beauties

http://www.undergroundfilm.com/films/detail.tcl?wid=1034318
(Download do filme) Synopsis up in the capital - Abu Dhabi, he was exposed
Student Academy Award Winner! to the good, the bad and the ugly side of Middle
East from an early age. The economic, social
Follows the lives of three girls living in the and racial disparities between Bangladeshis and
slums of Dhaka,Bangladesh. The first girl, Labli, Arabs would make an indelible impression on
is 7 years old and stays home to take care of her him. HOSSAIN first took on the camera in high
younger sisters. The second girl, Julie, is 14 and school to make an experimental short film about
worked 12-hour days at a garment factory 7 days an atheist living in a predominantly fundamen-
a week for less than $13 per month. The last girl, talist Muslim society. Encouraged by the recep-
Ruba, is 16 and getting married to her 30 year tion of the film he continued to make short films
old cousin against her wishes. Three Beauties fo- while attending Purdue University (West Lafay-
cuses on how these girls from the slums fall into ette, IN) where he studied Business Management
lives tarnished by poverty, corruption, and unjust and minored in Film Studies and Marketing.
social practices. Summer 2005, HOSSAIN traveled to Bangla-
desh in order to make a short documentary about
Awards the lives of three girls living in the slums of the
Student Academy Award winner ‘06 capital, Dhaka. The 25 minute film titled Three
Beauties won the Student Academy Award in
Filmmaker Bio 2006. Currently HOSSAIN is developing a fea-
Originally from Bangladesh, Student Academy ture length screenplay about the September 11,
Award winning writer-director, HOSSAIN was 2001 experience told from the perspective of an
born in the small Gulf country of Bahrain. Short- an Arab student studying at a Midwestern univer-
ly afterwards his family migrated to the melting sity in the States.
pot of Arabia, United Arab Emirates. Growing
Seville
Synopsis
This is a snap shot from a trip to Seville, in
Spain. It was one of my first of experiments
with 2D animation and music.

Filmmaker Bio
I am an artist from England. I studied anima-
tion and illustration at Kingston University. I
have always loved making music and so I de-
cided to blend my songs with my animation.

http://www.undergroundfilm.com/films/detail.tcl?wid=1034502
(Download do filme)
Rock Bottom Riser
by Smog
Synopsis
Music video for the song Rock bottom Riser by Filmmaker Bio
Smog. From the album ‘A River ain’t too much Brendan Cook: Brendan Cook is an animator,
to love’. Hundreds of ink paintings form the basis
designer and director from Sydney, whose music
for a dreamy and flowing animation, randomly videos, short films and commercial works have
moving from image to image we travel deep into won awards and screened in festivals throughout
http://www.undergroundfilm.com/films/detail.tcl?wid=1034505 the murk of a distant memory rising to the sur- the world. Brendan graduated with honours in
(Download do filme) face. Hand drawn artwork animated in after ef- 1997 from The College of Fine Arts UNSW, he
fects. then began working as a web designer and ani-
mator for new media pioneers GoManGo before
Crew moving into Broadcast Design and animation
Brendan Cook, Animator at multi award winning industry leaders GMD.
Paul Mcneil, Illustrator Whilst building his professional design and ani-
mation career Brendan also developed an inter-
Festivals est and talent for film making, completing 2 short
LA Film Festival 2007 Melbourne International films which have screened internationally receiv-
film Festival 2007 Pictoplasma 2007 Resfest 10 ing awards in numerous film festivals. In 2002
2006 onedotzero 2006 Ottawa International Ani- Brendan created the Sydney based design and
mation Festival 2006 Holland Animation Film animation studio pictureDRIFT, providing ex-
Festival 2006 Bradford Animation Festival 2006 cellence in creative services within the film and
Edinburgh International Film Festival 2006 Prix television industry. Brendan has also continued
Ars Electronica 2006 developing as a film maker through many music
video projects for artists including the Cops, Paul
Awards Mac, Smog, Gotye and Clare Bowditch, which
SoundKilda Film Festival 2006 Winner Best Mu- have both screened in over 15 international film
sic Video Animation / Best Music Video Audience festivals throughout 40 countries.
Award
Glass Crow
Synopsis CA # 2005 MAR Tiburon International Film
A poetic mediation on the defenestration of Festival, Tiburon, CA # 2005 JAN Standing
Prague - the spark which ignited the Thirty Rock Film Festival, Kent, OH # 2005 JAN San
Years’ War. Francisco Art Institute International Film and
Video Festival, S.F., CA # 2004 NOV LA Film
direction, animation, editing by Steve Subot- Forum, Los Angeles, CA # 2004 OCT Ottawa
nick; music by Alexander Stolmack-Ness and International Animation Festival, Ottawa, Can-
Joan LaBarbara ada # 2004 AUG Bearded Child Underground
Film Festival, Grand Rapids, MN # 2004 AUG
http://www.undergroundfilm.com/films/detail.tcl?wid=10344825
Crew Hiroshima International Animation Festival, (Download do filme)
Alex Stolmack-Ness, Composer/Musician Hiroshima, Japan # 2004 APR Portland PDX
Joan LaBarbara, Composer/Musician Film Festival, Portland, OR # 2004 APR Boston
Museum of Fine Arts, Boston, MA “Evening
Festivals w/ Steven Subotnick” # 2004 APR Balagan Ex-
# 2007 JAN First Place Black Maria Interna- perimental Film and Video Series, Boston, MA
tional Film and Video Festival # 2006 JUN Ani- # 2004 MAR The Tank, New York, NY # 2004
mation Award Flaherty Film Seminar # 2005 MAR Cincinnati Art Museum, Cincinnati, OH
MAY Shoestring Award Rochester International “Cartoons from the Culture Lab” # 2004 MAR
Film Festival # 2006 JUN SlamDance Online Ann Arbor Film Festival, Ann Arbor, MI
Film Festival, Anarchy, Los Angeles, CA # 2005
SEP Antimatter Festival, Victoria, BC, Canada Awards
# 2005 AUG London International Animation # 2007 JAN First Place Black Maria Interna-
Festival, London, UK # 2005 AUG Street Mov- tional Film and Video Festival # 2006 JUN Ani-
ies, Philadelphia, PA # 2005 JUN Melbourne In- mation Award Flaherty Film Seminar # 2005
ternational Film Festival, Melbourne, Australia MAY Shoestring Award Rochester International
# 2005 JUN Festival of Nations, Linz, Austria # Film Festival
2005 MAY AniFest, Trebon, Czech Republic #
2005 APR HiLo Film Festival, San Francisco,
Boltactionbelief
The Murder
Manifesto
Synopsis Filmmaker Bio
BOLTACTIONBELIEF’s latest vid- Got the film sickness early on in
eo keeps the tradition of high qual- life. Started making S8 films in
ity production and theme. This time school.Progressed to writing and
we find the band portraying infa- directing an independent film titled
mous tyrants past and present. Di- “Lands and Grooves” (1998 Ohio
rected and written by Wayne Lucina Independent Film Festival). Shot
who also shot their DREAD video “Low Budget Gangsta” in 2004 and
in 2005. watched it on the Big Screen at The
Hollywood DV Fest in Dec 2005.
Cast It was quite a trip. Didn’t win, but
BOLTACTIONBELIEF oh well! Our video DREAD gets
Best Music Video at The Delaware
Filmmaker Comments Valley Film Festival in Nov 2006!
http://www.undergroundfilm.com/films/detail.tcl?wid=1033499 Filmed with DV cameras and ed- Finally, a festival that rewards real
ited on Final Cut Pro. Costuming underground filmmakers! Please
(Download do filme) and Set Design took considerable support this festival! Go to delval-
time during month long shoot. Well filmfest.com
worth it for the result.
A Double Entendre
Synopsis
An 8 second turn of a phrase.

Filmmaker Bio
Westland Armitage is a filmmaker sta-
tioned in Northern California. Current-
ly, his films are surreal explorations of
bedroom theater; the sexual and power
struggles between women and men, good
and evil, life and death. His films have
screened in various film festivals in Europe
and North America.

http://www.undergroundfilm.com/films/detail.tcl?wid=1034455
(Download do filme)
La Captive
Synopsis audiovisuel option at Montpellier univer-
Hidden from one’s eye, in the far end of sity, i work as a « Pigiste » writing some
the crypt, a syncopated fight begins. This small editorials, taking photos for a lo-
strange woman that nothing frightens more cal newspaper office, from 1985 to 1990.
than herself, it’s her, the Captive, prisoner 1992/1993, i was in London as an «au-
of her own body. Tormented soul, prey of pair». I spent my free evenings to write
unfathomable mutations, monster-woman, and my firsts short film screenplays were
woman-monster, your fight reveals inti- born in those sweet moments of solitude.
mate fearsome eruptions, your resignation When i came back i did severals profes-
is wise, tomorrow is an other day and ev- sional training about picture, graphic art,
erything will start again. Once upon a time cinema & video to round off my university
a strange manor house overhanging the studies. Since 1997, i alternate work time
town... as an Artist with work time as a video and
photo training teacher in artistic expres-
Cast sion workshop with many public, children, http://www.undergroundfilm.com/films/detail.tcl?wid=1034297
Muriel Siri teenagers at school, high school, spare-
time activities center, also with adults peo- (Download do filme)
Crew ple. As i participate to a think tank group
Véronique Rivera, Director about education to the Medias, i feel very
Véronique Rivera, Editor much involved in this subject. About photo
Véronique Rivera, Producer : I do Photo exhibitions, personal or col-
Collectif ABATWAR, Set Designer lective ones for differents private or public
Véronique Rivera, Still Photographer cultural events. I did participate to a photo
meeting and exibition workshop with
Festivals 30 européans photographers in France,
Court Devant Paris France 2007 Greece, Germany and Portugal, i was the
french group organizer. About video :
Filmmaker Comments since 1993, i write shortfilm’s screenplay,
Made from black & white photographic short stories, and i work on short art video
film digitally reworked films. I often work with still images, it’s
difficult but it gives such a poetic and dra-
Filmmaker Bio matic dimension... it gives also a big part
I start Photography when i was sixteen. to imagination.
While i was studiyng plastic arts, with
The Market
Synopsis Tabor, Croatia * Jury prize, animation,
The Market is about buying groceries and experimental film and music video catego-
preparing food for winter. It deals with ry, Film festival 600, Celje, Slovenia and
the tendency of the buyers to buy domes- more!
tic products, considering them better than
those foreign and imported, no matter the Filmmaker Bio
method of their cultivation. The Market Born in Zagreb in 1977. Studied multime-
explores people’s behavior during ordi- dia and art education department gradu-
nary, everyday shopping in market places. ating in 2002 from the Academy of Fine
Arts Zagreb, Croatia. Attended number of http://www.undergroundfilm.com/films/detail.tcl?wid=1034514
Festivals Croatian and International festivals and (Download do filme)
Over 130 festivals! shows. At the moment working on Acad-
emy of fine Arts - Department of animated
Awards film and new media. One of organiser of
* Best short film, International Competi- Freedom to Creativity!, Free Culture, Sci-
tion, International Panorama of Indepen- ence and Technology Festival, Zagreb. For
dent film makers, Patras, Greece * Best her last film she recived several interna-
experimental short, Expresion en corto tional awards. Her last two videos are pub-
international film festival, San Miguel de lished under EGOBOO.bits label, Creative
Allende, Mexico * Grand Prize, aniMO- Commons Attribution-ShareAlike 2.0 li-
TION festival, Sibiu, Romania * Best doc- cence.
umentary film, Tabor film festival, Veliki

SIC
#05A

bubble bath
Out With a New
Márcia Santos
Hiata
Atom Size Elephant
Merankorii
Loyal
Ashes
THE BOUNDARY
Les Baton Rouge
bubble bath
Pedro Azinheira

Seguidor de alguns génios criadores, como


Manyfingers, Aphex Twin e Craig Armstrong,
bubble bath é o projecto pessoal de Pedro Azin-
heira, que surge da necessidade da criação de
algo individual/pessoal sem qualquer partilha
ou cruzamento de ideias. Na linha do minimal-
ismo/progressivo, experimentalismo/ambiente,
movimenta-se na introspecção, na incerteza, na
divagação, no descomprometido...
Os Out With a New (OWAN) surgem para estúdio para a gravação daquele
em 2006 na cidade do Porto. Depois de que viria a ser o primeiro EP da banda.
percorrerem alguns palcos do país em Com produção a cargo de Syul o som dos
formato acústico decidem renovar o seu OWAN viria a ganhar novos contornos e
som e direccioná-lo para ambientes mais a assumir definitivamente características
eléctricos. Nos finais de 2006 e com a que os possibilitam distinguir dos demais.
entrada de um novo membro os OWAN Em 2007 o EP é dado como finalizado.
redefinem o seu som, criam novos temas Ainda este ano os OWAN fizeram uma 1ª
e assumem uma nova formação com 3 apresentação no programa de televisão do
elementos (Voz e Guitarra, Baixo e Bat- Porto canal – Aquário. Agora na sala de
eria). Ainda em 2006 os OWAN partem ensaio preparam as actuações ao vivo.
“Fraise avant-garde”
“Fraise avant-garde”

Márcia Santos, Lisboa 1982.


Artista plástica, estudou Pintura na F.B.A.U.L.
entre 2001-2007, onde desenvolveu o interesse
Márcia Santos
pelo género documental e cinema de autor. Dedi-
cando-se às artes plásticas e à musica em paralelo,
passa em 2003 pelo Hot club de portugal a estudar
canto, tendo preferido o ensino particular durante
os dois anos seguintes. Em 2006 realiza o seu
primeiro filme documentário “MANA” e em 2007,
o seu segundo, “Bien Arrivé”.
http://www.myspace.com/fraiseavantgarde
Hiata
HIATA surge no Outono de 2005, usando as novas e da sua performance em palco, interagindo
tecnologias como forma de criar bastante com o publico presente.
e comunicar ideias entre os 3 elementos fundadores
de HIATA: Tai (voz e produçao), Destaca-se em 6 de Julho de 2007, a presença no
Gito (voz) e Al (composição e instrumentos). Festival Musa, onde actuou com Asian Dub Foun-
A banda era estritamente virtual, sem ensaios nem dation,
espaço fisico de encontro, apenas pela internet. sendo este o terceiro concerto da banda. Destaca-se
As musicas foram ganhando forma, apenas com o também no concurso Superbock/Superrock Preload
intuito de satisfação pessoal e evolução musical. 2007
no qual se qualificou em 1º lugar escolhido pelo
Após ano e meio, o resultado foi a edição indepen- público.
dente de um albúm denominado “Poisoned Waters”
e gravação de um video-single “i might live again” Hiata vai lançar novo video clip ainda em 2008
em Dezembro de 2006. para a musica “Poisoned Waters”, que servirá
Em janeiro de 2007, pela necessidade de materi- como segundo single do albúm “Poisoned Waters”.
alizar a banda, juntaram-se ao projecto: Este video clip será realizado, ilustrado e animado
Trunfa(baixo), Santos(guitarra) e Ben(bateria). Pelo artista João Rubim. Este estará os proximos
meses a trabalhar intensivamente no video, em lon-
HIATA tem contado com o apoio de vários orgãos dres.
de comunicação social, radios,revistas e internet. Para mais informações sobre este artista vejam os
Recebendo criticas bastante positivas do som cri- sites www.ballsforeveryone.blogspot.com;
ado e ambiente envolvente devido ao uso de sam- www.aquinocanto.do.sapo.pt
ples,
Musica ambiental/experimental/electronica em constante
mutação...tudo começou em 2000... um grupo de amigos
que procura na música, na palavra, no cozinhado de ex-
periências sonoras fugir do prazer efémero e precário dos
ritmos e melodias previsíveis... alcançar o prazer, o humor,
a crítica, a arte, ou nada disto... apenas brincar e partilhar.
Num mundo de trabalhos e prazeres precários, querem a
utopia da diversão eterna... ou, pelo menos, tentar!
Merankorii
Merankorii nasceu no início de 2004 como um projecto de Mind Booster Noori, um sketch cul-
tural com um toque melancólico e depressivo. Desenvolveu-se no que poderia ser um filme es-
quisofrénico, mas tornou-se, em vez disso, em “poesia de uma alma melancólica”, um som es-
curo que pode ser ouvido no primeiro CD, “O Monólogo do Mudo”, lançado em Abril de 2005.

Quatro meses depois, “O Monólogo do Mudo” já se encontrava esgotado, mas as gravações do


segundo trabalho de Merankorii, Crash, já estavam a decorrer... e no Solestício de Inverno de
2005, a 21 de Dezembro, foi lançado Crash numa edição limitada a 50 cópias.

Merankorii assinou com a recém-criada editora indie Portuguesa “Nekrogoat Heresy Produc-
tions” para marcar o lançamento do terceiro album de Merankorii “Melencolia III”, que foi lan-
çado a 15 de Janeiro de 2007. Quatro meses depois, a 15 de Maio do mesmo ano, foi lançado o
quarto album de Merankorii, “Sanguine”, num split com a banda Bardic Wisdom numa edição de
50 cassetes e 50 CD’s.

No decorrer deste percurso, Merankorii participou em várias compilações, incluindo a compila-


ção Portuguesa de Dark Ambient “Falésia”. Desde Setembro passado, Merankorii também pas-
sou a disponibilizar mais um mp3 por mês dos seus albums anteriores.

Agora, em Março de 2008, Merankorii vai lançar o seu quinto album, “A Viagem”.
Este album vai ser lançado numa edição DIY numerada de 30 cópias e com um packaging re-
quintado.
l
a se-

a
s z e r u m

y
pessoa n tão fa

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gir a p o i o e c i d i d o e J aneiro

L
o d e r e m
s i c a . c r e d i t a r, tend e e t D e cembe ão das
e l a m ú - a a d o S w p r o d u ç
p a i x o n ado p a s f o i na flau u n d a e dição
i x a s e x tra. A m a s p ecto
o i um a s s ica, m g m 5 fa v eram u
p r e f c a c l a s 0 0 8 c o ç ã o t i lso,
Sem m ú s i s a p e l o d e 2 d a e d i e i m p u
o m e ç o u pela o s p r i meiro e i o o baixo i a s d a segun o i u m grand ente
C s e n t i u e p o i s v c ó p n a l e f s s e r i a m
que l. D mbi- sio ai
ta tenor da arte musica , o piano e o a m a is profis a dedicar-se m em Fevereiro
libertár
ios
r a e o p ost n t e m e nte, a q u e o levou a n t o l a nçou a y Per-
g u i t a r a i s r e c e o E n t r e t 1 s D e l
,a m to. ‘1
e o rock ria e o indie, e a o projec EP intitulado
ate os o 08 um orar
ent, a b a. e n o s r e c u r s d e 2 0
n t a n d o e x p l
o n t r a n do-se
ic m tas po r ion ‘, t e s. En c
electron nero que, com n a s d e n o c e p t
e a m b i e n t e
r a o s e gun-

Aquele zer voar em ce improvisado,
nte ns r pa
n ovos so nto a trabalha
fa
poderia s no meu estud
io
n e s t e mome ovos
h o r a á - l o s , e m , t e r n e t n
umas a i m a ginar n e i r a , junt s . d o albu ç a r p ela in
n d e p o de r i
o s á s u am a
a o s a mi g o
t i n u a al a n
, g r a t u itos.
o o ns tod d barat o - co n 3 faixa s
a r o s s u m c e c e m 2 o u
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u m a c ópia de lbum Sweet D m EPs de
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oferece u p r i m d i s p o n
s o se ando mais
Compô go de 2007, fic as aos amigos
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ber ao l , e ofereceu có
ro r-
Dezemb Começou a su
os.
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Ashes
Banda originalmente formada no inicio de regional e nacional. Em Dezembro desse ano
1998. Em 2001 com uma formação mais se- integraram uma compilação nacional intitulada
melhante da actual começa-se a formar um Corpos Garagem Vol. I promovida pela Cor-
som mais consistente orientado para o post- poseditora. Já em 2007 conquistaram o 1º lugar
grunge. Em 2003/2004 ocorreram diversas mu- no Festival Rock do Oeste organizado pela X-
danças na banda, incluindo a troca de vocalista Eventos, e o 1º lugar no 3º Concurso Nacional
e a entrada de um violonista, e uma direcção de Bandas – Música Moderna organizado pela
do som para um rock/metal alternativo, que se Câmara Municipal do Entroncamento.
mantém até à data.
A 5 de Outubro de 2007 lançam finalmente o
Ao longo de tantos anos de progressão acaba- seu EP de autor, totalmente gravado, misturado
ram por reunir diversas influências, o que re- e produzido pela banda, sem recurso a mate-
sulta num som muito próprio e variado, onde rial, espaço ou pessoal profissional. Este tem
surgem momentos de alguma fúria e frustração sido muito bem aceite, indo já numa segunda
em ritmos carregados junto com outros mais edição.
melancólicos e envolvidos numa aura ambien-
tal. Para tal são essenciais as melodias das gui-
tarras, uma poderosa secção rítmica, um vio-
lino usado de forma excêntrica, e vocalizações
muito variadas.

Já foram requisitados para diversos tipos de ac-


tuações, tanto em espaços fechados como ao ar
livre. Destaque para a participação conquistada
na Festa do Avante! 2006 através de concurso
THE
The Boundary são de Almada e pouco mais a imaginação voava alto e os efeitos alu-
há a dizer pois é um projecto que só agora cinógenos dos cachimbos mágicos já se fazia
começa a dar os primeiros passos, tendo sentir…qual alibaba e as mil e uma noites!

BOUNDARY
como princípio, tocar…tocar muito. Vivem
em função da música e dividem as suas vi- Para além das referências dos discos de vinil
das de adolescentes entre as obrigações de dos pais têm como banda “estandarte” The
completar os estudos e o sonho de fazerem Strokes. Esperamos que o EP que gravaram
da música modo de vida. recentemente nos estúdios “Mad Dogs” em
Corroios seja o princípio do tal movimento
O elemento mais velho, Gamito de 19 anos de música alternativa que o colectivo anseia
é o mentor dos The Boundary, cujo nome começar na cidade Natal.
surgiu algures num bar marroquino quando Fonte:OPA
Les Baton Rouge

Suspiria e James cresceram nos subúrbios de Crocodilo Café (Seattle), bem como vários pro-
Lisboa, com muita de vontade, mas nada para gramas de TV como o Chic-Go-Go (Chicago),
fazer! Daí que a única coisa que os animava Fearless Music (Nova Iorque), Texas Live TV
eram os antigos televisores que atiravam em (Texas) concertos radiofónicos ao vivo por toda
pontes. a Europa e pelos EUA.

Corria tudo bem, mas não lhes chegava! Assim, Tocaram também em locais fora do habitual cir-
no final de 1998, iniciaram uma banda Punk / cuito Rock´n´Roll tais como; bibliotecas, stripe
New Wave que chamou a atenção de putos punk clubes, nas prisões e instituições psiquiátricas.
e da polícia.
Já partilharam palco com artistas como Sylvain
Após intensa turnê em Portugal, eles deixaram o Sylvain (New York Dolls), Marky Ramone (RA-
seu minúsculo universo e mudaram-se para Ber- MONES), Jello Biafra (Dead Kennedys), Peach-
lim de 2002 até 2006. es, Dick Dale, Tim Kerr (Big Boys), The Hives,
Joan Jett, Franz Ferdinand, Toy Dolls ... entre
Tocaram em várias bandas desde 1994, como muitos outros.
Everground ou Kiute Loss, mas foi com os Les
Baton Rouge que eles começam a fazer turnês A sua última gravação, My Body-The Pistol, foi
mundiais, incluindo duas grandes turnês na Eu- lançado no início de 2004 pela Elevator Music
ropa (Portugal, Espanha, Alemanha, Bélgica, Records em Nova York, e conta com a produção
Holanda, Inglaterra , Áustria) e 3 nos E.U.A, e colaboração do mítico Tim Kerr e entrou di-
passando por festivais como SXSW (Texas) ou rectamente para o CMJ American Charts, rece-
clubes como o CBGB’s (Nova Iorque), Max- bendo imenso feedback por todo o mundo.
well’s (Hoboken), Silver Lake Lounge (LA) ou
As propostas de publicidade devem ser enviadas para aculturarte@sapo.pt
A seguir

Il resto di niente (“O Resto de Nada”)


Antonietta de Lillo, 103’, 2004 – v.o. leg. em pt.

6 Junho, 21h30
Antestreia nacional
Mio fratello è figlio unico (“Meu Irmão é Filho
Único”)
Daniele Lucchetti, 100’, 2007 – v.o. leg. em pt.
Com a presencia da actriz Diane Fleri
Publicidade
7 Junho, 22h00
Cinema King - Lisboa La giusta distanza (“A Distância Certa”)
Carlo Mazzacurati, 110’, 2007 – v.o. leg. em pt. A Aculturarte é um projecto ím- Isto conduz-nos a uma nova speita à segmentação, que pode
Apresentar obras do novo cinema italiano de au- par, específico e de qualidade. forma de publicidade one-to- ser mais específica ou mais
tor, reconhecidas pelo crítica e pelo público, e que 8 Junho, 21h30 one (um anúncio para uma pes- abrangente, consoante os objec-
foram exibidas em outros festivais de cinema. Este La terramadre (“A Terramãe”) Ímpar pela sua visão única soa), em contraposição a one- tivos da campanha e os públi-
é o objectivo a que se propõe a primeira edição da Nello la Marca, 120’, 2008 - v.o. leg. em pt. quanto á satisfação das expecta- to-all (um anúncio para muitas cos-alvo que se pretende atingir.
mostra de cinema 8 ½ Festa do Cinema Italiano, tivas e necessidades mais diver- pessoas), forma comum aos Esta segmentação poderá ser
que decorrerá no cinema King, em Lisboa, de 5 a 9 Junho, 22h00 sas dos seus utilizadores: Visi- meios tradicionais. tão rigorosa quanto considerar
11 de Junho. Il nascondiglio (“O Esconderejo”) tantes/Clientes/Anunciantes. até os dias da semana, horas do
Pupi Avati, 100’, 2007 – v.o. leg. em pt. A publicidade online possui um dia, país de origem, etc.
Organizada pela recentemente criada Associação Específico pois centra-se na forte poder de comunicação.
Cultural Il Sorpasso, esta mostra dará ao público 10 Junho, 21h30 área de Cultura e da Arte, di- Estudos realizados pelo IAB Uma das grandes vantagens da
português a oportunidade de ver filmes de jovens N (io e Naopoleone) (“N (Eu e o Napoleão”) spondo de um vasto conjunto - Internet Advertising Bureau publicidade online é a possibili-
realizadores italianos, ainda pouco conhecidos em Paolo Virzì, 110’, 2006 - v.o. leg. em pt. de conteúdos, especializados e - revelam que uma única ex- dade de contacto imediato com
Portugal, a par de nomes internacionalmente con- que versam os mais variados te- posição pode gerar um aumento o anunciante.
sagrados. Com o objectivo de contribuir para o 11 Junho, 21h30 mas de interesse , qualquer que de: O seu banner poderá também
fortalecimento das relações culturais já existentes Una ballata bianca (“Uma Balada Branca”) seja o grupo etário. ter um link que permita a enco-
entre Portugal e Itália, a Il Sorpasso organiza a Stefano Odoardi, 78’, 2007 - v.o. leg. em pt. . Reconhecimento da publici- menda imediata do seu produ-
primeira Festa do Cinema Italiano em parceria Elevada qualidade , para a dade to ou serviço, por exemplo,
com a Embaixada de Itália, o Instituto Italiano de * qual contribui uma conjugação . Reconhecimento da marca através de uma Loja presente
Cultura e a Filmitalia. pioneira da tecnologia, o rigor . Comunicação dos atributos do na nossa plataforma de comér-
na recolha e tratamento da in- produto e cio electrónico ou directamente
A par da exibição de uma dezena de filmes, a 8 ½ formação, a criatividade no . Intenção de Compra. para a sua empresa.
Festa do Cinema Italiano contará com a participa- desenvolvimento das diversas
ção de convidados nacionais e italianos e, também, utilidades do site e a estética na Os Anunciantes têm vindo a A área comercial da Aculturarte
com diversas actividades paralelas. apresentação. aperceber-se destes benefícios. Online dispõe de uma equipa de
Por esta razão, a publicidade profissionais, com a qualidade
A destacar desde já a exibição de “Una Ballata Bi- online tem vindo a crescer a Aculturarte, aptos a rentabilizar
anca”, de Stefano Odoardi e “N (Io e Napoleone)”, Porquê fazer publicidade on- um ritmo elevado, com notável com segurança o seu investi-
de Paolo Virzì, que contará com a presença do line? eficácia. mento.
realizador.
A Internet e as novas tecnolo- Conquiste novos consumidores
* gias permitem a identificação Como anunciar o seu negócio divulgando os seus produtos ou
SALA 1 – CINEMA KING de públicos alvo, permitindo ou produto na Aculturarte? serviços.
direccionar eficazmente a men-
5 Junho, 21h00 sagem publicitária. Na Internet O site da Aculturarte é uma Para aumentar as suas vendas
Com a presencia da actriz Maria de Medeiros e os a publicidade pode dirigir-se estrutura muito organizada escreva-nos
realizadores Antonietta a um visitante com gostos e de canais temáticos. As suas aculturarte@sapo.pt
de Lillo e Marco Simon Puccioni preferências específicas. características permitem uma
Riparo (“Abrigo”) grande versatilidade no que re-
Marco Simon Puccioni, 98’, 2007 – v.o. leg. em pt.
O XXXI FITEI decorre entre 28 de Maio e 8 edição, o FITEI lança este ano uma secção
de Junho e conta com a apresentação de 24 especial com workshops e masterclass. Com
espectáculos por 15 companhias, de Portugal esta iniciativa, o FITEI pretende promover
(7), Espanha (5), e Brasil (1), com destaque novas experiências formativas à actual ge-
para 3 espectáculos de rua, a acontecerem ração de jovens estudantes das escolas do
junto à Casa da Música, na Avenida dos Ali- Porto e região norte do país.
ados e na Fundação de Serralves.
Um dos nomes em destaque no FITEI é o au-

A Fechar...
Em estreia absoluta, o XXXI FITEI apre- tor espanhol Juan Mayorga (nasceu em 1965,
senta o espectáculo “Terminus” da Assédio. em Madrid), com duas peças a integrar o car-
A Circolando com “Casa-Abrigo”, os Artis- taz do Festival, pelos Artistas Unidos. Juan
tas Unidos,com dois espectáculos de Juan Mayorga vai ainda orientar uma masterclass
Mayorga, “Hamelin” e as “Últimas Palavras no FITEI dirigida a estudantes/profissionais
do Gorila Albino”, o Teatro do Bolhão com de teatro, cinema e jornalismo.
“A Ronda Nocturna”, e o Teatro Meridional
com “Contos em Viagem - Cabo Verde” Ainda nas actividades paralelas, a Xunta de
completam a presença portuguesa na edição Galicia -Consellaría de Cultura e Deporte e
2008 do Festival. o Instituto Galego das Artes Escênicas e Mu-
sicais, escolheram o FITEI para a apresenta-
De Espanha, e pela primeira vez em Portu- ção em Portugal do Plano Galego das Artes
gal, destaque para a paricipação de Antonia Cénicas, um documento que visa promover
San Juan com a peça “Las que Faltaban”, a difusão social, reforçar a estabilidade das
actriz e encenadora espanhola que alcançou empresas, fomentar a criatividade e pro-
sucesso com a interpretação da personagem mover a protecção exterior do sector cultural
‘La Agrado’ no filme “Tudo sobre a Minha na Galiza, cruzando as dimensões social,
Mãe” de Pedro Almódovar, com quem co- artística e económica das artes do espec-
labora regularmente. táculo. Trata-se de uma oportunidade única
de conhecer os eixos estruturais da cultura na
Outra estreia em Portugal, da Galiza che- região galega em contraposição com o que se
gam-nos a jovem companhia Nut Teatro, faz em Portugal.
com duas peças “Corpos Disidentes” e “4.48
Psicose”, a primeira encenação galega de um As imagens dos espectáculos estão di-
texto da autora inglesa Sarah Kane. De Es- sponíveis para download em www.fitei.com
panha, destaque ainda para os espectáculos > Imprensa > Imagens.
de rua “Alma Candela” dos Alkimia 130, in-
tegrado no clubbling de 30 de Maio na Casa Obrigada pela divulgação.
da Música, “Kamchàtka” dos Kamchàtka e
integrado no Serralves em Festa 2008 e “Di-
nomaquia 2” dos L’Avalot na Avenida dos Para mais informações, imagens ou acredita-
Aliados. ções por favor contactar:
--
De regresso ao Porto, o colectivo brasileiro Carolina Medeiros | Assessora de Comunica-
Folias D’Arte apresenta “Orestéia – O Canto ção
do Bode”, que parte da adaptação da conhe- FITEI | R Paraíso 217,2º-s 5, 4000-377 Porto
cida trilogia de Ésquilo para comemorar os Portugal
dez anos de actividade da companhia. T. : +351 91 94 39 581 | E.: carolina@fitei.
com
Em torno deste núcleo central, decorrem www.fitei.com
exposições, lançamento de livros, entre out-
ras actividades paralelas. Com alguns dos
autores/encenadores convidados para esta
Expositor

indiephotographyclub
Aculturarte
A todos os músicos... será a inclusão das suas músicas na
playlist.
Caro músico,
Esta inclusão está sujeita a exame
A Aculturarte é um projecto de cul- prévio. Qualquer decisão tomada
tura e arte que tenta romper com a neste âmbito será prontamente co-
actual comercialização da cultura. municada num prazo razoável ao
artista/banda.
Neste âmbito criamos a rádio Acul-
turarte. Uma rádio on-line que pro- Se estás interessado em fazer parte
cura incentivar e promover, maiori- deste projecto envia até 3 músicas,
tariamente, mas não só, os novos devidamente identificadas, para o
valores da música portuguesa. mail aculturarte@sapo.pt, acompan-
hadas de uma pequena biografia do
A playlist será constituída única e artista/banda (até 1000 palavras),
exclusivamente por músicas de ar- uma foto (opcional) e um contacto
tistas/bandas sem ligação contratual do artista/banda.
com editoras, sem excluir, no entan-
to as editoras independentes. O não cumprimento de qualquer
uma destes requisitos poderá dar
Dados os escassos recursos finan- origem à exclusão das músicas da
ceiros não nos comprometemos a playlist.
pagar qualquer montante relativo a
direitos de autor ou semelhantes. A Contamos contigo
única retribuição dos artistas/bandas
Magazine de Cultura e Arte

Aculturarte - Revista de Cultura e Arte | ano 1 | número 3 | Junho 2008

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