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Prenat ail Peek eke eeu ue Ce ee uu um monitor, enquanto os cientistas utilizam a tecnologia de PET para ‘examinar a atividade de seu cérebro. Atualmente, estd bem estabelecido que a memoria € armazenada em miltiplas regides do cérebro, interconectadas. Década de 1940 | 1953 Seraicctogecrets! | temporal medals Bends cando oengrima Ac | ‘Aaméaia ot obot 1956 ‘Akance de meméiaGeuge | Terias da meméria em Alc um dv ett tstigies Agus Década de 1960, 1968-Década de | Década de 1970 Década de 1970 1970 Memériaepedica Eo 216 GAZZANIGA @ HEATHERTON. Pre ey Cerry Como as experiéncias perceptivas 80 transformadas em memérias? Existem tipos diferentes de meméria ou todas s80, ‘essencialmente, as mesmas? ‘As memérias sdo armazenadas de maneira organizada? ‘Como as pessoas consequem recuperar memérias especificas? ‘As pessoas realmente esquecem olsase, se for assim, por que isso ‘acontece? ‘O que faz com que as pessoas ‘tenham memérias distorcidas, falsas ou inexatas? experiéncias. Vocé nao consequiria lembrar de ter conhecido pessoas, do que fez ontem & noite ou mesmo do que comeu no café da manha. Em poucos minutos, vocé esqueceria até de ter pensado sobre esse problema, Esse é o destino cde um homem que foi submetido a uma cirurgia cerebral para aliviar sua epilepsia. {As drogas anticonvulsivantes se mostraram inefetivas para controlar as convulsdes de H.M. e, assim, em setembro de 1953, seus médicos realizaram uma cirurgia e removeram parte dos lobos temporais medias, incluindo o hipocampo (Figura 7.1). A ideia era impedir que as convulsées, que se originavam nos lobos temporais, se disseminassem por todo o cérebro. A cirurgia foi um sucesso para acalmar as convuls6es, mas também teve um efeito colateral extremamente lamentivel: H.M. perdeu a capacidade de formar novas memérias de longo prazo. (0s problemas de meméria de H.M. so profundos. Seu mundo parou em setembro de 1953, quando ele tinha 27 anos de idade. Ele consegue falar sobre a ‘sua infancia, explicar as regras do beisebol e descrever membros de sua familia Segundo a testagem neuropsicolégica, seu Ql é leveriente acima da média. Portanto, sua capacidade de pensamento é dtima, e ele consegue manter uma conversa normal enquanto nao for distraido por alguma coisa. No entanto, ele & incapaz de lemibrar novas informacdes. Cada momento € novo. Ele nunca sabe 0 dia da semana, que ano é ou a propria idade. A psicdloga canadense Branda Milner, que acompanhou o caso de H.M. por mais de 40 anos, assim como outros que trabalham com ele, continua tendo de se apresentar cada vez que o encontram. Na verdade, ele parece aprender algumas coisas novas... sO que ele simplesmente no sabe disso impressionante a capacidade de H.M. de aprender novas tarefas motoras. Por exemplo, em uma tarefa ele precisava tragar 0 contorno de uma estrela enquanto observava a propria mao em um espelho. Essa é uma tarefa dificil, ea ‘maioria das pessoas se sai mal da primeira vez em que tenta. H.M. foi solcitado a tracar a estrela 10 vezes por dia, em trés dias consecutivos. Como mostra a Figura 7.2, 0 desempenho de H.M. melhorou 20 longo dos trés dias, 0 que significa que le reteve alguma informacao sobre a tarefa; entretanto, H.M. nao lembrava de jé ter realizado a tarefa previamente. A capacidade de H.M. de aprender novas tarefas motoras Ihe permitiu conseguir um emprego em uma fabrica, onde ele monta acendedores de cigarro em caixas de papelao, Mas ele nao consegue descrever a natureza de seu trabalho ou o local onde trabalha, O caso de H.M. contribuiu com muitas deixas de como as memérias sa0 armazenadas no cérebro, @ nds 0 citaremos por todo o capitulo. | ‘magine como seria o mundo se vocé perdesse a capacidade de lembrar novas ‘Neste capitulo nés estamos interessados na meméria, a capacidade do sistema nervoso de adquiri ce reter habilidades e conhecimentos utilizveis, permitindo que os organismos se beneficiem da ‘experiénci. A meméria é uma capacidade surpreendente. Nés lembramos millbes de informagées, Década de 1970 Décadas de 1970 e 1978 Década de 1980 Década de 1990 na 80 eaumo cleo Ure | Stemmtin de ood more romaine | wesiesdeaaiosa | moomemmneess Sac PeaSe ume SESE pop ne Sonar estniotn | fecsirptan peow | Siaaraepemae” ea ney, Scimtacetewoe | slo ceemernewe” | conunensceinnn Rndyhsier sem orm ‘peso rela sugeenauessmenans | | fanemncoraifen | creak apa mis rare Kroon ta Semeretinenioan | cevenseamante Seek Gmraeicerdostes — hgewcansorn ew cate ctmearensrias iatcesnenottame — sharnerscrnen elemento de rede eve 3 ——_* eee CIENCIA PSICOLOGICA das mais trivais is mais vitais. Todo 0 nosso senso de self € aguilo que sabemos por nossa memiéria, nossa lembrancas de abe eral experiéncias pessoais. Que tipo de pessoa vocé €? Vocé é ti da/o ou expansiva/o? Para responder a essas perguntas, nés dependemos de nossas memérias das experiéncias passadas. No entanto, como vocé vai ver, as nossas lembrangas muitas ‘eves so incompletas, tendenciosasedistorcdas. Nés,freqien- temente, nos surpreendemas ao ver como as nossas embrancas dos acontecimentos diferem to imensamente das de outros que 4 Lobo temporal experienciaram o mesmo evento. H& muitos lados da histri, 4 porgue cada pessoa armazena e recupera memérias do evento de maneira diferente. A memeria no é como uma cimera de video que capturafielmente imagens objtivas. Em vez disso, a meméria é uma histéria que pode ser suilmente alterada por relatos e novos relatos. [Neste capitulo, ns exploramos os proessos mentas en- volvidos no adquitr e reterconhecimentos. Comegando com uma discussao dos diferentes estgios de meméria, nds entdo dlscutimos como diferentes tpos de informagées sao represen- tadas em memérias que pesistem ao longo do tempo. Depois i pa de explicar os processos basicos nos niveis cognitivo e compor- HEB lobotomia tamental, passamos para os niveis de andlise neuroquimico e temporal/medial de sistemas cerebrais. Houve um répido acimulo de conheci- ‘mento sobre a meméria na iltima década, gracas a téenicas de © FIGURA 7.1 As porgSes do jobo temporal medial removidas de HM. imagem cerebral e estuls de caso de pessoas que desenvolve- ram transtornos de meméria por leo cerebral. Finalmente, nds examinamos 0s nives individual e social de anise, enquanto consideramos como as lembran- ‘528 que as pessoas tém de eventos passados sioseletivamente distorcidas. QUAIS SAO OS ESTAGIOS BASICOS DA MEMORIA? Nas tiltimas trés décadas, a maioria dos psicdlogos via a memoria como uma forma de processa- ‘mento da informacio, em que os processos de meméria ocorriam como num computador. O computa- dor recebe informagées por meio do teclado ou do modem, processa-a em software, armazena-a no disco rigido e depois recupera a informacio quando requisitado pelo usuario ou por outro programa, De uma perspectiva de processamento da informacdo, a maneira comum de descrever a meméria é através de um sistema de meméria de trés estdgios, que envolve meméria sensorial, memdria de curto pprazo e memdria de longo prazo (Figura 7.3) Essa estrutura geral éreferida como o modelo modal de ‘memoria, por ele ser tio amplamente utilizado; o termo “modal” significa que o modelo é comum ou ppadro. Proposto por Richard Atkinson e Richard Shifrin em 1968, o modelo modal dominou o pensa- ‘mento psicol6gico sobre a memoria, apesar de ser um tanto inexato e incompleto. Por exemplo, muitos cienistas psicolgicos agora acreditam que existe miiiplos sistemas de meméria que no eguem seqiiéncia de trés estagios (e nés discutiremos essas visbes alternativas na préxima seco). Entretanto, ‘modelo modal é wil para introduzr iia sobre o sistema de memeria o vocabulriodesse modelo continua sendo amplamente utilizado na pesquisa sobre a meméria. memoria A capacidade do Sistema nervoso de adquirire reer habildades © conhecimentor ‘A memoria sensorial é breve utilizveis, o que permite 20s fxganisms vivos benefcarse da ‘As informagGes sensoriais, como luzes e cheiros, deixam um traco no sistema nervoso por um eee breve segundo e depois desaparecem. Por exemplo, quando vocé olha para alguma coisa e logo modelo modal de meméria 0 desvia o olhar, vocé pode rapidamente formar a imagem e lembrar alguns de seus detalhes.Quando sistema de rere see alguém prodlama, com iitago: “Vocénéo estava ouvindo o que eu dizi’, talvez voréconsga | S3sGies que erwole emda repetr as tikimas palavras da pessoa, mesmo que estivesse pensando em outra cosa. (E claro, iso | meméria de longo prazo, normalmente deixa a pessoa ainda mais ivitada.) 218 GAZZANIGA © HEATHERTON Esse tampiio sensorial tempor é referido como ‘memria sensorial. A meméria sensorial visual tam- bém é chamada de meméria icnica, a0 passo que a ‘meméria sensorial auditiva também é chamada de me- mériaectica. George Sperling (1960) forneceu 0s pri- ‘meirosapoios cientifcos para a memeria sensorial. Em seu clissico experimento, ts fileiras de letras apare- cam rapidamente em uma tela, por um vigésimo de segundo, e depos de periodos vatiados de intervalo 0s participantes eram soicitados a lembrar uma das file- ras, Apds um intervao breve, as pessoas conseguiam realizar bem essa tarefa. Maso seu desempenho piora- 1a progressvamente conforme o intervalo aumentav, Spertng concliu quea memra nica perssta porcerca de um tergo de segundo, pds o que o trago de meméria sensorial desapaecia edeixava de ser acessvel. Segundo muitos tedrcos, as memris iednica e ecbica nos permitem experienciar 0 mundo como um fluxo continuo, endo em sensagbes separadas, exata- ‘mente como um projetor de filmes roda uma série de fotos estticas que se seguem uma & outta suficiente- ‘mente perto para parecer ma aco continua. Quando ‘oct vira a cabeca, a cena passa suaverente diante de Diat bia2 . Dia3 vocé, no em pedacos fracionados e espasmédicos. ‘Aiidéia da meméria icénica é um pouco controver- | sa, A maior parte das evidéncias da meméria icdnica & encontrada em estudos de laboratri,e alguns pesqu- sadores questionam se ela é uma idéia titi] no mundo real (Haber, 1983). Outros pesquisadores questionam se ela, afnal de contas, uma forma de meméria ou simplesmente um feito colateral prcepivo, como 0s 5 sinaspretos que vemos depois de sermosofuscados pelo bi68i 24680 2 To fash de uma cimera so ocorre devido a processossen- Namero de tentativas em cada dia soriais, ndo devido a memoria. Um fenémeno relacio- nado ¢ a afirmagio de que existe uma meméria fotogré- FIGURA 7.2 HM. tina de tragar a figura de uma estes enguanto observa em um fica, pela qual um individuo pode olhar rapidamente ‘espetho, Essa é uma tarefa dificl, mas HIM. melhorou com © passar do tempo. Entretanto, ‘para uma cena e depois lembrar detalhes com precisio. ‘ele nao tina nenhuma consciéncia de ter realizado a tarefa antes. ‘Sua possivel existéncia ¢ examinada em “Utilizando a ciéncia psicoligica: Meméria fotografie’. Numero de erros em cada > A memoria de curto prazo é ativa ‘Ainformagio & qual prestamos atenco & transmitida de depésitos sensors para a meméria de eurto prazo (MCP), um sistema de meméria de capacidade imitada que mantém informagées na consciéncia por um breve periodo. Muitos pesquisadores contempordneos uilizam 0 termo me- réria imediata para capturar a idéia de que esse tampdo tempordrio consiste em nossos pensamen- tos, sentimentos e impresses fugazes do mundo, Uma analogia de computador para a meméria imediata ¢ @ RAM, que s6 consegue lidar com uma pequena quantidade de informages, se compara: daa vasta quantidade armazenada no disco rgido do computador. O material na RAM é constante mente substtudo por novas informagSes e, se no for salvo, perde-se para sempre. ‘A meméria de curto prazo ou imediata nfo consegue manterinformacdes por mais de 20 se agundos; depois desse intervalo elas desaparecem, a menos que vocé ativamente impeca que isso acontega, pensando sobre as informagOes ou tepetindo-as. Por exemplo, quando voc® pede auf & telefonistae esta Ihe dé um nimero de telefone, voo8 o repete varias vezes até disc-lo. Se o nimero estiver ocupado, ou se houver alguma demora até vooé poder discé-lo,talvez voc esqueca o nimero c tenha de pedir ajuda mais uma ver (e mais uma vee!). Da mesma forma, suponha que vocé esti ‘meméria sensorial Meméria Para informacbes sensorials, | rmazenades brevemente em sua ‘forma sersoial original meméria de curto prazo (MCP) Um sistema de meméria de ‘capacidade limitada, que mantém informagées na consciéncia por um breve periodo de tempo. CIENCIA PSICOLOGICA Repetigio de manutengio ‘Atengio A informacso & qual ndo se presta atengéo 6 perdida é persia, A informacéo que nao é repetida Memeria de longo pr Codifcagao —— Recuperagio Alguma informagio pode ser perdida como passar do tempo, (0 modelo modal de rmeméra sere como uma estrutua dt ara pensarmos sobre os estgios bisicos da memoria tentando lembrar alguma informagéo nova, como a série de consoantes de tés letras, X, Ce J Enquanto vocé continuarrepetindo a sri, vai mantéda na meméria de cuto prazo Tipicamente, entretanto, voce é bombardeado/a por outros eventos que tentam capturar a sua atengio, e talvez néo consiga permanecerfocado/a. Para simular isso, tente novamente se lembrar da série X J, mas, desta vee, enquanto conta para tris, de tés em ts, desde o nimero 309. Se voe# for ‘como a maioria das pessoas, ted dificuldade em lembrar as consoantes depois de alguns segundos de contagem retrospectiva, Esse procedimento demonstra que, quanto mais voce fcar contando, menos capaz seri de lembrar a série de consoantes (Figura 7.4). Aos 18 segundos de contagem, as pessoas Jemibram muito mal s consoantes. Isso ocorr devi &intrferénciadeitens prvios na MCE MEMORIA FOTOGRAFICA Voce, provavelmente, ja ouviu falar sobre meméria fotogratica, ‘em que certas pessoas supostamente conseguem lembrar uma Jimagem tao vividamente que relatam com precisao minimos detalhes. Muitos alunos gostariam de ter essa capacidade 20, estudar. Mas serd que ela existe? E, se existe, quo comum ela 6? A idia da meméria fotogratica, que os cientistas psicologicos chamam de imagens mentais eidéticas, baseia-se na suposiglo de ue as pessoas armazenam informacoes em imagens visuals que ‘apturam fielmente a cena diante delas, exatamente como uma fotogratia. Contudo, como ficaré dbvio durante a leitura deste ‘apitulo, a memoria ndo ¢ como uma reapresentacao dos eventos ‘em video ou fotografia. No entanto, ainda ¢ possivel que algumas ‘pessoas consigam armazena, e mais tarde recuperar, imagens Visuais individuals de uma maneira que simula uma fotografia. mental. E possivel lembrar imagens. Na verdade, a maioria das pessoas jé viveu a experiéncia de lembrar que determinada Tesposta de uma prova poderia ser encontrada em uma pagina ‘especifica do livro, com um leve senso de conseguir enxergat uma imagem da pagina. Mas qual é a quarta palavra na segunda frase {da pagina a contar do fim? Essa ultima pergunta é um teste de meméria fotografica genuina. Se fosse realmente uma imagem fotografica, vocé poderia simplesmente olhar para a penuitima frase e contar quatro palavras. Alguém @ capaz de fazer isso? Provavelmente ngo. Em um estudo de 150 criancas em idade escolar, realizado na pre embaixo do novo objeto. Isso fornece uma FIGURA 7.11 As princi rides do lobo temporal medal boa medida ndo sda aprendizagem, pois © [Di tieccano CIENCIA PSICOLOGICA macaco tem de aprender a regra, mas também da me- méria, uma vez que o macaco precisa lembrar qual dos dois objetos foi apresentado previamente. Pesqui- sas empregando essa tarefa identficaram o hipocam poe o cértex rina adjacente como as éreas mais im Portantes para a consolidacio da meméria.Lesbes em otras dreas da regido temporal medial, como a amig. dala, no interferem nessa tarefa Meméria espacial Por muitos anos, se acredi tou que o hipocampo era importante para a memé= ria espacial, que ¢ a meméria para o ambiente fsico € inclu coisas como direcao, localizagao de objetos e mapas cognitivos. Um bom exemplo desse tipo de aprendizagem é o teste de Morris do labirinto na dgua, fem que um rato é colocado em uma piscina circular com gua escura e aprende a nadar até uma platafor ma invisivelsituada logo abaixo da superficie (Figura 7.14). Osratos podem aprender ess tarefa prontamen: tee fazem isso utilizando deixas do ambiente para lem brar onde encontrar a plataforma Os rato com les hipocampais fam profundamente prejudicados nes: ve Deva e Recompensa de comida fae |. ambiente fisico, que inclui coisas FIGURA 7.13 (a) Aprsentase 20 macao um item de amos 0 ino e amareo, (b como localizag3o de objetos, tase mesmo objeto diregdo e mapas cognitivos. escoher © nove abeto,e que implica que ele se lembra do pimaio, 234 GAZZANIGA @ HEATHERTON Plataforma esconcida sa tarefa. O papel do hipocampo na meméria espacial apoiado pelas clulas de lugar, que so neurénios que s6 descarregam quando 0 rato retorna a uma localzagao espectca tal ‘como uma determinada parte do labirinto. ‘Quando os ratos so colocados em ambientes novos, nenhuma das eélulas de lugar descare- ga. Mas, conforme ele se familiaiza com 0 ambiente, sus eélulas de lugar hipocampais criam um vineulo com aspectos do seu entor- no, Isso sugere que o hipocampo ajuda os ani- FIGURA 7.14 Um rato é colocado no laiinto de Mortis na Squa e precsa encontrar a ‘mais ase orentarem ¢ encontraremn seu cami flseionna ocuta, Agcs mutes tentatias © anima agrende onde a paafoma ests exondids © ‘Mo. Na verdade, os pissaros que dependem radia dretarente para el ‘da meméria para encontrar alimento armaze- nado, como o chapim que esconde comida, tém regides hipocampais maiores do que os péssa- ros que nao armazenam alimentos. Os pacientes com lesBes no hipocampo também tém dificuldade para lembrar a localzagio de objetos em fotos (Piggote Milner, 1993), o que sugere que o hipocampo também ¢ importante para a memeria espacial nos humans. ‘Antes da apcendizagem Depois da aprendizagem Os lobos frontais estao envolvidos em muitos aspectos da memoria HA muito tempo se sabe que os lobos frontas sio importantes para muitos aspectos da memé- ria, incluindo a memiéria episddica, a meméria de trabalho, a meméria espacial, as seqiéncias de tempo (veja abaixo) e varios aspectos da codificagdo e da recuperacio. Hi redes neuras extensas conectando o cértex pré-frontal com outras regides cerebrais envolvidas na memoria, como as reas ‘temporais mediais. Assim, os lobos frontais trabalham junto com outras regides cerebrais para coor- | denar a codificagéo, o armazenamento ¢ a recuperacéo da memoria. | ‘0s pacientes com lesdes nas repides pré-fronais,tipicamente, nfo desenvolvem uma perda de ‘meméria profunda, mas costumam ter grande dificuldade para lembrar a seqiténcia de tempo dos acontecimentos, tal como qual de dois eventos aconteceu primeiro. Além disso, eles geralmente nao conseguem nos dizer onde ou quando aprenderam as infomagies. A incapaidade de lembrar as circunstncia em que a aprendizagem ocorreu foi relatada em individuos mais velhos, que feqien- temente experienciam sinais de déficits no lobo frontal, e também em criancas pequenas, que tém Jobos frontais imaturos. ‘Qs estudos com imagens cerebrais forneceram evidéncias convincentes de que os lobos frontais so cruciais para a codifcacdo. Quando as pessoas se esforcam para memorizar uma lista de pala- -vras, esse esforco usualmente ilumina os lobos frontais em estudos com PET ow IRMi (Buckner et al., 11999). Além disso, nas tarefas de codificago mais profunda a ativagao frontal é maior do que nas tarefas de codificaco superficial. Aevidncia mas convincene do envolimento do lobo frontal na formagio da meméria é que a ativagdo dos lobos frontais prediz quais eventos serio mais tarde Jembrados ou esquecidos (Brewer et al., 1998). Por exemplo, durante uma tarefa de meméria, os pesquisadorescompararam a resposta frontal do IRMF (no momento da cificago) para palavres ‘que, posteriormente, foram lembradas ou foram esquecidas. Como podemos ver na Figura 7.15, as palavras que foram lembradas mais tarde estavam associadas a uma maior ativacao dos lobos fron- tais (Wagner etal, 1998), 1 Assimetrias hemisféricas na codificagao e recuperacéo Existem algumas evidéncias | de que a codifcagao e a recuperacgo ocorrem em hemisférios diferentes. Tulving e colaboradores analisaram alguns estudos que utlizaram imagens de PET para aaliar a codifcacao ea recuperacio | de experigncas episdicas. Quando eles examinaram os padres de ativacio cerebral, descobriram que 0s labos frontais esquerdos estavam mais ativos durante a recuperacdo episdica (Tulving et al. 1994), Ele chamaram esse padrdo de asimetra hemisfrca de eoifcagoe recuperagio ou HERA (hemispherical encoding retrieval asymmerry). Reventemente, William Kelley ¢ colaboradores argu- rmentaram que 0 padrdo de ativaso do hemisfério esquerdo podera ser devido as tipos de informa- NCIA PSICOLOGICA co empregados nas tarefas Eles argumentaram que qualquer estimulo que envolva informagio verbal ativa 0 hemisfrio esquerdo, ao passo aque os objetos que ndo invocem ativacio verbal (como rostos desconhe cidos) ativam o hemisfériodireto.Interessantemente, objetos romeé veis que contém tant informagées vsuais como verbais (como a figura de um sapo, veja a Figura 7.16) ativam as dreas frontais esquerda e ita durante a codificacio (Kelley et al, 1998). Porcanto a assime aria na meméria relere-se mais ao tipo de material estudado do que aos processos de meméria em si Magnitude do sinal do FMRI Lobos frontais e meméria de trabalho Entio, 0 que os lo bos frontaisfazem na memera? Uma hipdteseé qu eles desempenham tum papel na meméria de trabalho. A meméria de trabalho mantém in- FIGURA 7.15 Este formacées “na linha’, de modo que elas podem ser usadas para resolver ntl esquerda du problemas, compreender conversas e seguir planos. Os pacientes com de mbradas enche lsbes nas éreas frontas freqientemente tém dificuldade para seguir planos e metas, eos macacos com less fronts provocadas apresen- tam memiéria de trabalho prejudicada (Goldman-Rakic etal, 2000). Em uma tarefa, 0 macaco ob serve oexperimentador esconder uma recompensa embaixo de um de dois objtos. Apis um interva Jo perite-e que o macaco tente pegaro objeto que cobre a recompense. Os macacos com lesies frontas tém difculdade nessa tarefa, Interessantemente, os bebés humanos tém dificuldade em tarefas semelhantes, 0 que também envolve os lobosfrontais na memria de trabalho, pots eles s6 amadurecem inteiramente bem mais tarde no desenvolvimento (Diamond e Doar, 1989) As regies fronais rornam-se ativas quando a informacao esté sendo ou recuperada da memé- sia de longo prazo au coificada da meméria de trabalho para a memoria de longo prazo, Por exem plo, quando voc® entra na sala de aula, os lobos fronaisabservam a recuperacao de conherimentos armazenados das redes neurais se esplhar por lcalizagdes corticaisesubcortcas. Essa informacao ajuda vocé a lembrar 0 que fazer quando entra na sala (sentar), quem &a pessoa que esténa frente da sala (0 professor) eo significado dos sons que saem da boca do professor. Os lobos frontas © os lobos temporais medias, ento, trabalham juntos para consolidaro armazenamento da meméria de longo prazo para a aula. O hipocampo ajuda afortalecer as associagdes entre os eventos na meméria de trabalho, para que as novas experiéncias sejam processadas em um armazenamento permanente. FIGURA 7.16 Resides frontais ats durante a formagio da der do material do. A memrorzagio de material verbal (palawas) ava o cértex frontal esquerdo, 20 passo que a memorizao de material naoverbal, pctrco (rstos desconhecids) atva 0 cbrtex frontal Get, Interessantemente, a memarizacao de abjeos(assodados tanto & imagem quanto a0 nem) ata tanto o cértex frontal dreto quar 235 eee Seas ‘Tempo (segundos) grafico mostra a atvacdo cerebral na dea pre uma taefa de 0 mais n uma resposta maior do que as palavtas que so 236 GAZZANIGA @ HEATHERTON A neuroquimica influencia a memoria Sabe-se que a meméria envolvealteragGes em conexdes através das sinapses. Conforme as rmemérias séo consolidadas, redes distribuidas de neurGnios tornamse igadas. As pesquisas mos- tram que diferentes neurotransmissores podem enfraquecer ou intensificar a meméria. Coletva- mente, esses neurotransmissores so conhecidos como moduladores da meméria, porque modulam, (ou modifica, 0 armazenamento da meméria A neuroquimica indica a significacao dos estimulos _Anteriormente, nbs salientamos que os animais 6 armazenam informagéessignificativas. A modulacio da meméria é sistema que 2 evolugio concedeu aos organismos para ajudar a determinar se alguma coisa & importante. Even tos importantes levam a mudangas neuroquimicas que produzem experiéacias emocionais. Um ani ‘mal que consegue fugir de um predador experiencia uma reacio de medo que ajuda a estampar a cevitagio daquele predador. Uma erianga que come um alimento gostoso experiencia uma sensacio recompensadora que é facilmente lembrada, como podem prontamente atestar 05 pais que viram seus flhos pré-verbais apontarem para os potes de doces. Os eventos que procluzem reacées emocio- ais sio os tém maior probabilidade de serem armazenados na memoria, Quais sio, ento, os sinais neuroquimicos que indicam que uma experiénca é significativa? ‘Quando os animais esto realizando tarefas minimamente excitantes, pouca memoria & manifestada depois para essas tarefas.Entretanto, os animaisinjtados com adrenalin que indua um estado de ‘excitagio, mostram uma significativa intensificacdo de meméria para eventos trviais. E como se a sacudidela da adrenalina transmitsse a mensagem “Lembre-se de miml”, Evidentemente, a adrena- lina esta na periferia do corpo, nao no cérebro e, assim, ndo tem um efitodireto sobre a meméria Parece que a adrenalina leva a uma liberacdo de glcose, que entéo entra no cérebro einflvencia © armazenamento de memérias. O papel da glicose também é sugerido por um estudo em que pessoas mais velhasfizeram um teste de meméria depois de consumir limonada com glicose (agicar) ou sacarina (um substtuto do agicar). Os que receberam glicose tiveram, no dia seguinte, melhor rmeméria para os tens estudados (Gold, 1987). Outras drogas, como as que deprimem a atvidade neuronal, podem interfrir na meméria. Opidceos, cool ¢ anestésicos cinirgicos podem intrferit 1a membria ao reduzir aexctagio. A amigdala e a neuroquimica da emoco A amigdala é primeira candidata& estutu- 1a cerebral que controla os efeitos moduladores dos neurotransmissores sobre a meméria, Ela é @ cstrutura limbicaestetamente ligada as reagbes de medo eestdlocalizada no lobo temporal medi- al Acestimulagéo direta da amigdala pode intensficar ou prejudicar a memoria, e danificar os cami- hos que levam 2 ela ou dela saem elimina os efeitos das drogas sobre a meméria, Nos humanos, cestudos com PET mostram que a amigdalaé ativada quando lembramos de clipes de filmes emoci: rants, mas no quando lembramos de filmes neutros (Cahill eta, 1996). Interessantemente,pare- ‘ce haver uma diferenca de gnero nesseefeto: a meméria emocionalativa a amigdaladireta (mas ndo a esquerda) nos homens e a amigdala esquerda (mas ndo a diteta) nas mulheres (Cahill et al, 2001). Ainda no sabemos qual éa base dessa diferenca de sexo, A atividade da amigdala orienta outras estruturas cerebrais com relacéo a quai eventos do ambiente merecem ser consolidados na memira,Infelizmente, como mostramos em “Atravessando as niveis de anise: A forca das lembrancastraumticas epersstentes” essas meméias podem fcar to fortemente consoidadas que as pessoas no conseguem esquecé-las mesmo que queiram. Que processos cerebrais esto envolvidos na meméria? ‘As pesquisas dos ltimos trinta anos demonstraram que as memérias séo codificadas em redes distribuidas de rneurénios em regides cerebrais relativamente especfica. Lashley no conseguiu descobrir 0 engrama, provavelmente porque estava olhando no lugar errado e nao utilizando tarefas sufiientemente espectfias. ‘Atualmente sabemos que lesdes nos lobos temporais medials, especialmente 0 hipocampo ou cértex rinal, ausam “ignificativas perturbagoes de meméria, Essas regioes temporais mediais so importantes para a consolidacso de ‘memérias de longo prazo no armazenamento, Os locals do armazenamento da memoria sao as estruturas cerebrais tenvolvidas na percepcgo. Os lobos frontals s8o especialmente importantes para a meméria de trabalho, e diversos ‘neurotransmissores modulam o armazenamento da meméria. O medo causa a ativacéo da amigdala, o que esté associado ao fortalecimento das memérias. CIENCIA PSICOLOGICA QUANDO E QUE AS PESSOAS ESQUECEM? Seeks nee ciperar meméras do. ‘Até agora nés nos concentramas em como as informagées sto lembradas. Mas, a0 longo do | Srmecenamento de longo prazo. caminho, percebemos que os fracassos de memoria so extremamente comuns. O esquecimento é 2 incapacidade de recuperar memérias do armazenamento de longo prazo. O esquecimento é uma experiéncia cotiiana perfetamente normal. Dez minutos depois de ver um filme talvez vocélembre ‘muitos detalhes, mas no dia segue provavelmente vai se lembrar mais da trama e dos personagens principais. Anos mais tarde, talvez vooé lembre o ponto essencal da hstéra ou nem se lembre deter ‘isto o filme, Nés esquecemos muito mais do que lembramas. ‘A maioria das pessoas lamenta o esqueciment, desejando lembrar melhor as informagGes estu- adas para as provas, os nomes de amigos da infancia ou mesmo os nomes de todos os sete andes. Mas imagine como seria a vida sendo pudéssemos esquecer. Vocé iia até o seu amdrio com cadeado se lembraria de 10 ou 20 combinaces diferentes. Veja 0 caso do joralista russo que tinha uma rmeméria quase pereita. Liam para ele uma longa lista de ites e, se pudesse passa alguns momen- tos vsualizando os itens, ele era capaz de recité-os todos, mesmo muites anos mais tarde, Mas ele era torturado por sua condigéo e acabou internado em uma instituigéo. Sua meméria estava tao atulhada de informagSes que ele tinha grande dificuldade para funcionar na sociedade normal Paradoxalmente, ndo ser capaz de esquecer é tio desadaptativo como nao ser capaz de lembrat. Portanto, néo surpreende que a meméra tenda a ser melhor para pontos sigifiativos e importan- ‘tes, Ns lembramos a floresta e ndo cada drvore. O esquecimento normal ajuda a lembrar e utilizar 4 informagées que sio importantes 0 estudo do esquecimento tem uma longa historia na ciéncia psicolégica. Hermann Ebbin- haus, um psiclogo alemao do século XIX, apresentou evidéncias convincentes de que o esqueci- mento ocorre rapidamente nas primeiras horas e dias, mas depois se estabiliza, Ele usou os cha- mados métodos de poupanca para examinar quanto tempo as pessoas levavam para reaprender listas de silabas sem sentido, Presumivelmente, quanto mais lentamente as pessoas reaprendiam a lista, maiores as evidéncias de esquecimento. Nés aprendemos muito sobre o esquecimento durante 0 séeulo passado. O psicélogo de Harvard Daniel Schacter identifica o que ele chama de 1s sete pecados da memeria (Schacter, 1999). Esses pecados so muito familiares para a maioria das pessoas (Tabela 7.1). Eles também sio caracteristcas titeis ou mesmo necessérias para a sobrevivéncia, Schacter argumenta que os sete pecados da meméria so subprodutos de aspectos de outra maneira desejéveis da meméria humana. Os primeiros ts pecados estdo relacionados 420 esquecimento: transitoriedade, bloqueio e desatencio (n6s consideraremos alguns dos outros pecados mais adiante neste capitulo. TABELA 7.1 Os ete pecados da meméria En Tipo ed Transitoriedade Esquecimento __Memériareduzda com 0 passar do tempo, tal como esquecer 0 enredo de um fire. Desatengdo Esquecimento Mem reduzda por no se prestaratenco, tal como perder as chaves ou esquecer de um almoo mmarcado. Bloqueio Esquecimento _incagacdade de lembrar informagdes necesiria, tal como no conseguir recordar o nome de uma pessoa {que encontrams na rua Ma atibucdo Distorgio tbr uma mem6ria& forte erada, tal como pensar, fabamente, que Richard Shifrin éfamoso, Sugestinabildade _Distorgio Aerar uma meméria devo a informacbes enganadores, tal como desenvolver uma fsa meméria de eventos que no aconteceram vies Distorgio Infunca de conhecmentos corents sobre @ nossa memeria de eventos passados, tal como lembrar nossas atitudes passadas como semelhantes as nossas atitudes atuais, mesmo que els terham mudado. Pesisténca Indeseado © ressurgimento de memiriasindesejadas ou pertubadoras que gostariamos de esquece, tal como lembrar uma gafe embarasos, Fenve: aseasa em Schacter (2001), A FORCA DAS LEMBRANCAS TRAUMATICAS E PERSISTENTES ‘Quando as pessoas experienciam grave estresse ou trauma, como ter um acidente sério, ser estuprada, combater na guerra ou sobreviver a um desastre natural, elas geralmente continuam a ter reacdes negativas muito depois de a ameaca ter passado. Nos ‘casos graves, as pestoas desenvolvem o transtorno de estresse pés- traumatica (TEPM), um transtorno mental sério que envolve ppensamentos indesejados frequentes e recorrentes relacionados 20 ‘trauma, incluindo pesadelos, pensamentos intrusivos e flashbacks. [As pessoas com TEPT apresentam tensdo e ansiedade cronicas, problemas de sauide, e podem experienciar problemas de meméria fe atengo na vida cotidiana. O TEPT afeta aproximadamente um tem 10 individuos em algum momento da vida, embora ‘obviamente as fontes de trauma difiram imensamente. (0 TEPT envolve um problema incomum de meméria, no sentido de que a incapacidade de esquecer o que causa 0s problemas. O TEPT esta associado a um vies de atenc3o — as pessoas com o TEPT séo hipervigilantes para estimulos associados 20 seu evento traumstico. Por exemplo, 0s soldados com TEPT induzido pelo combate apresentam responsividade fisilégica ‘aumentada a fotos de tropas, sons de troteloe, inclusive, palavras ‘associadas a combate, Richard McNally, um especialsta em ‘ansiedade da Universidade de Harvard, observa que os soldados podem involuntariamente manter seu viés de meméria ao usar Toupas e coisas que servem como constantes deixas e lembretes ddas memériasindesejadas. O que faz com a meméria seja t30 profundamente codificada? Existem evidéncias de que os eventos fltamente emocionantes sio mais bem lembrados, possivelmente evido 8 acao de neurotransmissores e horménios liberados durante o estresse. Assim, a meméria pode ficar superconsolidada”, como se gravada a fogo. ‘Coma poderia ser esperado, a exposicdo a estimulos associados ‘2 traumas passados leva a ativacdo de regiées cerebrais, como a ‘amigdala, envolvides na emogSo (Figura 7.17; Rauch etal, 1996. ‘Alguns teéricos acreditam na existencia de uma forte resposta classicamente condicionada, que faz com que as pessoas aprendam a temer estimulos associados a0 evento traumatico em apenas luma repeticao. Joseph LeDoux (1996), da Universidade de Nova York, uma das maiores autoridades mundiais em bases neurais da aprendizagem do medo, argumenta que a meméria emocional ode ser permanente. Assim, os neurocientistas cognitivos véem o TEPT como um exagero da maneira pela qual as memorias| ‘emacionais normalmente sio formadas. Aprender a temer rapidamente objetos e situacdes perigosas obviamente tem valor de sobrevivencia, embora talvez a custa de memérias indesejadas permanente. ‘Um dos mals sérios problemas para as pessoas com TEPT s80 os pensamentos indesejados constantes e recorrentes. O trabalho sobre a supressao dos pensamentos tem ajudado na compreenso Se cae d ae Seal ts PET 0 evento traumatica ou sobre mais ata PT. Nessa tata, os pacientes pensavam sobre um evento neuta, As reas coloidas foram 35 traumatic do que par os ata 05 pensamé pensamentos neutres dos fatores cogntivos envalvidos no tentar nao pensar sobre as, coisas que nos incomadam. O psicologo social Dan Wegner colaboradores desenvolveram um experimento em que os participantes tentam no pensar sobre ursos brancos por um periodo de cinco minutos (Wegner, 1989). Poucas pessoas onseguem evitar completamente pensar em ursos brancos, € 05 participantes tentam todas as distracbes possve's para tirar da ‘mente 0 pensamento indesejado. Em um periodo de sequimento, os sujetes foram solicitados a tentar pensar sobre ursos brancos. sses individuos agora apresentam um efeito cognitivo de rebote, ppensando muito mals sobre ursos brancos do que os indivduos que fo foram inicialmente solcitados a suprimir seus pensamentos. Em eral, qualquer tentativa de suprimir um pensamento leva a uma maior preocupacso com ele, Em termos do TEPT, o grupo de Wegner descobriu que os pensamentos particularmente. ‘mobilizadores ou pessoalmente significativos s30 mais dificeis de suprimie do que 0s pensamentos neutros, sendo que as pessoas ficam hipervigilantes para detectar os pensamentos indesejados, A transitoriedade da meméria se refere ao padrao de esquecimento com o passar do tempo, o que Ebbinghaus confirmou em seus estudos com de? Muitos eércos mais antigs argument go de meméria no nosso sistema recimento ocore para memérias que leceram que a maior parte do e racbes, As informacées adcionas podem le As pessoas realmente esquecem coisas ¢, se for assim, por que isso acontece? das estab ilabas sem sentido, O que causa a transitorieda fam que esquecimento era o resultado da dteroragio 0. Na verdade, existem algumas evidéncias de que 0 usadas. Entretano, as pesquisas das iimas déca quecimento ocorte devido & interferéncia de outras infor. nto de duas maneiras. Na interferén- cia proativa, informacdes anteriores inibem a nossa capacidade de lembrar novas informacoes. CIENCIA PSICOLOGICA Por exemplo, se vooé tem uma nova combinacio no seu cadeado do armério a cada ano, talveztenha difculdade em se lembrar dela por ficar se lembrando da antiga. Na verdade, o context fisico fornece deixas de recuperacio para essa combinagéo mais antiga e, desse modo, fica mais dificil Jembrar @ nova enquanto vocéesté em pé dante do seu armério, Na interferéncia retroativa, novas informacées nibem a nossa capacdade de lembrarantigas informacbes. Agora que vocéfinal- mente sabe a nova combinagio do seu cadeado, talvez descubra que esqueceu a antiga. A Figura 7.18 mostra os testes experiments tipicos utilizados para demonstar as interferéncias proativa e retroativa, Em ambos os casos, nds esquecemtos porque informagGes concorrentes deslocam a infor rmagio que estamos tentando recuperar bloqueio é temporario 0 bloqueio ocorre quando a pessoa apresenta uma incapacidade temporiria de lembraralgu- sma coisa que ela sabe. Bloqueios tempordrios so comunse frustrantes:esquecer 0 nome de umn CD favorito, esquecer as falas durante uma peca de teatro, ou esquecer o nome da pessoa que estamos apresentando a alguém, Outro bom exemplo de bloqueio é 0 fendmeno na ponta da lingua, descrito por Roger Brovn e David MacNeil, em que as pessoas experienciam grande frustacao 20 tentarlembrarpalavas especiicas que estio um tanto obscuras. O pesquisador Alan Brown (nenbu- 1a relagio com Roger) mostrou que ofendmeno na ponta da lingua pode ser confiavelmente produ- zido em laboratério (Brown, 1991), Por exemplo, ao serem soictadas a formecer uma palavra que signifique “patrocinio concedido a um parente, em negécis ou na politica’, as pessoas geralmente se atrapalham. E no caso de “um instrumento astronémico para encontrar a posico"? As vezes, as pessoas sabem com qual letra a palavra comeca, quantas slabs ela tem e inclusive como ela soa, mas néo conseguem empurrar a palavra para a memoria funcional. Vocé sabia que as palavras sio nepotism e setante? O bloqueio freqientemente ocorre pela interferéncia de palavas semelhantes ‘em som ou significado, Essas palavras semelhantes ficam recorrendo enquanto tentamos lembrar a palavra-alvo, A desatencao resulta de uma codificacao superficial ‘A desatengio descreve a cdificacio desatenta ou superficial de eventos — por exemplo, esquecer onde vooé deixou as chaves, o nome da pessoa que encontrou hd cinco minutos ou se vocé tomou as vitaminas esta manha. A maior causa da desatencéo & nao prestaraten- fo sufciente a detalhes. Considere ofas- cinante fendmeno da “cegueira para @ sudanca’. Imagine que voo! esti para- do/a na rua e chega alguém e Ihe pede ‘ uma orientacéo, Enquanto Vootestd res- I pondendo, dois operirios, carregando ‘uma porta, passam entre vooés, de mado on que vocé momentaneamente perde de vista a pessoa que esté pedindo a orien- tagio, Voc acha que noara sea pessoa retteténcia que estd diante de vooé tivesse sido to- cada? Quando Daniel Simons e Daniel Levin realizaram esse estudo, 6 a meta- dedas participants notou a mudanca (Si- mons e Levin, 1998). Simonse Levin cha- mam de cegueira para a mudanca a incapacidade de detectar mudancas em tum objeto ou cena Interessantemente, no pretterén 239 transitoriedade 0 padrio de ‘esquecimento com o passar do tempo. interferéncia proativa Quando informacées anteriores inibem 2 ‘apacidade de lembrar novas informacdes. interferéncia retroativa Quando novas informacGes inibem a capacidade de lembrar antigas informacées. loqueio A incapacidade ‘temporaria de lembrar alguma coisa que sabemos. fendmeno na ponta da lingua Um fenémeno que ocorre ‘quando as pessoas experienciam ‘grande frustracio ao tentar lembrar palavras especificas que esto um tanto obscuras. desatengao A codificacao desatenta ou superficial de eventos. » Intererénca proativa | edesempenho na prova _ de antropologia | preludicado pelo estudo a psicologia Interferéncia retroativa: Co desempenho na prova de psicolooia prejudicado pelo estudo da antropologia estudo original, era menos provével que FIGURA 7.18 A inteerénca proatv ocove quando um material & canheio interna as pessoas mas velhas notasem a5 mu- _capacdage de lembrarnowasiformases, enquanto a interferncaretoatva cco quando moves dangasna pessoa que estava pedind ori- mates interferem na meméra par artis mates GAZZANIGA @ HEATHERTON ‘entagio; 0s universtirios eram muito bons em notar a mudanga. Isso acontece porque as pessoas mais velhas sio especialmente desatentas? Ou 6 porque as pessoas processam os aspectos essencais lamnésia Déficts na meméria de longo prazo, resultantes de | doengas lesbo cerebral ou trauma da situagio e nio os detalhes? Talvez os adultos mais velhos eodiiquem a pessoa simplesmente | psicologico, como “um estudante universiério” e ndo procurem detalhes mais precisos. Para testar esa ida, ‘amnésia retrégrada Acondicio | Sitons e Levin realizaram um estudo adicional em que um oped da construgo civ peia orien- fem que as pessoas perdem tagio a estudantes univesitérios. Realmente, os estudantes universittios no perceberam a subst rmemerias passadas, tal como tuiclo do operério, provando essa itima hiptese. ‘memérias de eventos, fatos, pessoas i (ou mesmo informacoes pessoas. amnésia anterégrada_A i Incapacidade de formar novas i ‘memoria, A amnésia é um déficit na memoria de longo prazo As vezes, ni perdemos a capacidade de recuperarvastas quantidades de informagio da memé- } ria de longo praao. A amnésia se refece a déficits na meméria de longo prazo, resulantes de doencas, leséo cerebral ou trauma psicoldgico. Existem, essencialmente, dos tipos de amnésia: re- trograda e anterégrada, Na amnésia retrégrada, as pessoas perdem memérias passadas de even- tos, fatos, pessoas ou mesmo informacées pessoas. A maioria das descrgbes de amnésia na midia ] so de amnésia retrégrada — a estrela da novela acordando de um coma sem saber quem é, Em ] contraste, na amnésia anterdgrada, as pessoas perdem a capacidade de formar novas memrias. HAM, era um caso cléssico de amnésia anterdgrada. Ele conseguia lembrar antiga informacées sobre seu passado, mas desde a cirurgia perdeu a capacidade de formar novas memérias. Muitos casos de amnésia, como 0 de H.M., resutam de les6es nos lobos temporais mediais. Mas lesbes em outras ‘reas subcortiais, como ao redor do télamo, também podem levar & amnésia. Uma causa comum desse tipo de amnési ¢ a sindrome de Korsakoff, uma forma grave de perturbagdo da memoria asso- ciada ao alcooismo crénico. 0 abuso de alcool prolongado pode levar ao défict de vitaminas que resulta em dano talémico e, subseqientemente, amnésia. ‘A amnésia é uma condigio fascinante que pode variar muito de caso para caso, Por exemplo, depois de levar uma pancada na cabega ou perder o fluxo de sangue para océrebro,algumas pessoas cxperienciam uma perda temporéria de meméria que passa depois de um ou dois dias. Uma forte } pancada na cabega pode causar uma concusio, que envolve uma perda de consciénia capaz. de durar momentos ou semanas. Trevor ReessJones, 0 guarda-ostas particular da prncesa Diana, so- I freu uma concussio durante o acidente de carro que lhe tirou a vida. Mais tarde, ele conseguiu se lembrar de entrar no carro, mas no lembrou nada da perseguigdo que levou a0 acidente, [sso é tipico da amnésia que se segue & concussdo, Geralmente existe um perfodo de amnésia retrdgrada para eventos que levaram ao incidentee, as vezes, amnésia anterdgrada temporéta, As pessoas que visitam esses pacientes no hospital freqientemente se surpreendem, pois a pessoa parecialicida | duranee a conversa, mas depois no consegue se lemibrar da vista, [so ooorte porque a memoria funcional néo fi perurbada, mas as memérias nao slo consolidadas na memiéria de longo prazo {do tempo geralmente se deve a interferéncia de estimulos concorrentes. 0 bloqueio ¢ a incapacidade temporéria {de recuperar informacées especificas, conforme exempliicado pelo fenémeno na ponta de lingua. Ele também & ‘causado por interferéncia. A desatencao é resultado da codificagso superficial, que ocorre quando as pessoas n8O prestam atengdo suficiente a detalhes. A amnésia se refere a um déficit na meméria de longo prazo, em que as pessoas esquecem informagdes passadas (amnésia retr6grada) ou so incapazes de armazenar novas informacOes, (amnesia anterograda). A maioria das amnésias ¢ causada por lesbes no cérebro. | Quando é que as pessoas esquecem? | ‘O esquecimento é a incapacidade de recuperar memérias do armazenamento de longo prazo. A capacidade de g ‘esquecer informacdes é tao importante como a capacidade de lemré-las. O esquecimento que ocorre com o passar COMO AS LEMBRANCAS SAO DISTORCIDAS? Grande parte das pessoas acedita que a meméria humana é um armazenamento permanente, do qual até dezalhes minisculos e aparentemente esquetidos podem ser recuperados por meio de hipnose, drogas da verdade ou outras téenicas especiais. Contudo, as pesquisas mostram claramente CIENCIA PSICOLOGICA ue a meméria humana é tendenciosa, impereitae disorcda, llsdes de meméria so comuns € ‘muitas foram descritas anteriormente neste capitulo. Mas nem todas as dstorgdes de memoria sio assim benignas. Nesta segao, voo8 verd como os sistemas de meméria humana proporcionam uma descrgio muito pouco exata dos eventos passados. $6 que voo! ndo deve pensar que simplesmente Porque uma coisa néo funciona como acreitamos que funciona ela € defeituosa. Conforme Dan Schacter argumentou, muitos dos aspectos aparentemente defeituosos da memiéria podem ser sub- proditos de mecanismos benéficos. Vamos examinar alguns dos exemplos mais surpreendentes da aparente falibilidade da meméria humana. As lembrancas de “lampada de flash” podem estar erradas Vocé lembra onde estava quando ficou sabendo dos ataques terrorisas 20 World Trade Center a0 Pentégono? Alguns eventos fazem com que as pessoas experienciem o que Roger Brown e James Kulik chamaram de memérias de “lampada de flash”, que sio vividas memoias das circuns- ‘tincias em que ficamos sabendo de um evento surpreendente, com conseqiiéncas e emocionalmen- te mobilizador (Figura 7.19). Quando Brown e Kulik entrevstaram pessoas sobre suas lembrancas da morte do presidente John Kennedy em 1963, descobriram que as pessoas descreviam suas lem- brancas em termos extemamentevividos, com muitos detalhes, tis como quem estava com elas, o que elas estavam fazendo ou pensando, quem Ihes contou ou como elas descobriram e qual foi sua reaco emocional o evento. Vocé lembra onde estava quando ficou sabendo...?_Evidentemente, a questio é se as memérias de “lampada de flask” so acuradas. Exste um problema dbvio na reaizacio de pesqui- sas sobre as memérias de “lmpada de flash” — voo8 precisa esperar que o “flash” acenda e depois imediatamente realizar seu estudo. A explosio na nave espacial Challenger em 28 de janeiro de 1986, s 11h38 EST (eastern standard time) fomeceu uma oportunidade nica para pesquisas sobre esse t6pico. Ulic Nesser e Nicole Harsch (1993) fizeram 44 alunos de psicologia responder a um questionério no dia da exploséo da nave e depois testaram sua meméria tés anos mais tarde. Eles escobriram que a vasta maioria dos alunos lembrava erroneamente alkiplos aspects da situacdo e que apenas trés alunos tinham uma lembranca perfeita. Entretanto, outros pesquisadores documentaram melhor meméria para as experiéncas de “lampada de flesh, como ‘onde estavam sujetos bitnicos quando fcaram sabendo da rentincia da primeira-minstra Margaret Tatcher. Martin Conway e seus colegas (1994) mostraram que a melhor memria para a experiéncia de lém- pada de lsh ocortia nas pessoas que tinham achado a noticia supre- endente e sentiam que 0 evento era importante. Assim, os alunos do Reino Unido tinham memérias de “limpada de flash” mais forts para a renincia de Tatcher do que os alunos dos Estados Unidos. Estresse e memoria revisitada Embora as memérias de “lampada de flash” néo sejam perfeitamente acuradas, isso nao sig- nifica que elas sio menos acuradas do que qualquer outro tipo de meméria. Na verdade, é possivel que as experiéncias de “limpada de flash” sejam lembradas com maior exatidao do que eventos in- conseqientes ou néo-surpreendentes. Na extensio em que as me moérias de “limpada de fash” contém um nimero incomum de deta- Ihes incidentais, € possivel que isso ocorra devido aos efeitos ‘moduladores da memoria dos horménios do estresse (Christianson, 1992). Assim, qualquer evento que provoque uma forte resposta emocional tende a produair uma meméria vivida, embora no ne- cessariamente acurada. Uma segunda explicagio baseia-e simples- mente no achado bastante conhecido de que 0s eventos distintivos sio lembrados mais facilmente do que os triviais. Esse iltimo acha do é conhecido como o efeto von Restorf, em homenagem ao pes- FIGURA 7.19 Mutas pessoas rebtam uma memora de “lampada uisador que primeito 0 descreveu, em 1933. east” da destriao das tres do Weld ade Center. memérias de “lampada de | flash" Memérias vvidas das rans am qu camer f ssh ce one pede cmconeiininy { naonicite noose GAZZANIGA © HEATHERTON atribuigio errada da fonte de As pessoas fazem atribuicées erradas das fontes de informacto. Quando as pesoas informacao lembram erroneamente 0 . ‘momento, lugar, pessoa ou Dan Schacter identificou as atrbuigdes erradas da fonte de informagio como um dos "sete eu pecados’ do sistema de memoria. As atribuigdes erradas da fonte de informagao ocorrem quando as pessoas lembram erradamente o momento, lugar, pessoa ou circunstincias envolvids em eriptomnésia Um tipo de ‘uma meméria, Um bom exemplo disso é o efit de fsa fama descrto anteriormente, em que 0s ‘apropriacéo inadequada que ocorre ‘quando as pessoas acham que sujeitosacreditavam erroneamente que alguém era famoso simplesmente porque jétnham visto em Hee cnemtapenas | algum lugar o nome da pessoa. Da mesma forma, os psicélogos socais ha muito tempo conhecem 0 recuperaram uma ideia feito do dorminhoco, em que fortes argumentos que incialmente néo so muito persuasivos por armazenada e deixaram de atribuir | _virem de fontes questiondveis tornam-se mais persuasivos com o passar do tempo. Voce, provavel a idea a fonte apropriada. mente, nao acreditaria num tabloide semanal se ele afirmasse que os cientstas descobriram uma rmaneira de as pessoas aprenderem céleulo enquanto dormem. No entanto, com o passar do tempo, ‘océ poderia lembraro argumento, mas no lembrar que a fonte era questiondvel, ¢passar a acredi- tar que as pessoas podem aprender célculo enquanto dormem, Criptomneési Um exemplo fascinante de atribuigio errada da fonte ¢ a eriptomnésia, que é ‘quando as pessoas pensam que tiveram uma idéia nova, quando na verdade recuperaram da mem6- ria uma antiga idéia, eixando de atribuir aidéia& sua fonte coreta (Macrae etal, 1999). Os alunos que tomam nota lteras ao fazer pesquisas na biblioteca as vezes experienciam a ilusto de ter escrito a frases, o que pode posteiormente leva a uma acusagio de pligto, Assim, os alunos tém de tomar muito cuidado para indicar as notas literais sempre que as fizerem. George Harrison, 0 ex- Beatle, foi processado porque a sua musica "My Sweet Lord” é espantosamente semelhante & misica He's So Fine", ravada em 1962 pelos Chif ns, Embora reconhecesse ter ouvido a musica antes, ele negou vigorosamente é-la piagiado. Ele argumentou que, com um limitado mimero de notas, € um niimero ainda menor de seqiéncia de corda no rock and roll, alguma sobreposicao ¢inevivel. Em tum julgamento controverso, 0 juiz declarou Harrison culpado, As pessoas so mas testemunhas oculares Uma das formas mais poderosas de evidéncia & 0 depoimento de testemunhas. Estudos mais amtigos demonstram que poucos jurados esto dspostos a condenar um acusado com base apenas em FIGURA 7.20 Wiliam Jackson (@ esquerda) cumpiu condenado gor um crime com base no depoimento de duas testemunhas oculares. 0 a foto 8 cireta, Exes dois homens parecem o mesmo para voce? ral eo cvidénciasciteunstanciais. Mas arescen- ‘te uma pessoa que diz: "Foi ele!” e a con- viegdo aumenta inareditavelment, mes- mmo que seja mostrado que a testemunha no enxerga dieito ou alguma outa con: digdo que erga divida sobre a exatido do testemunho. © poder do depoimento da testemunha ocular é um problema pois cele muitas vezes est errado. Na verdade, Gary Wells e seus colegas estudaram 40 casos em que evidéncias de DNA indica ram que a pessoa havia sido erroneamen- te acusada de um crime. Em 36 desses casos, a pessoa fora erroneamente iden: tificada por uma ou mais testemunhas (Wells et al, 1998). Ninguém conhece melhor essa histria do que Wiliam Jack son (Figura 7.20), que cumpriu cinco anos de prisio porter sido erroneamente con- denado por um crime com base no teste rmunho de duas testemunhas oculres. Identificacao étnica cruzada As pessoas sao especialmente incapazes de CIENCIA PSICOLOGICA identificar com exatidio individuos de outras etnias. Esse efito ocotre em caucasianos, asiéicos, afro-americanos e hispnicos. expressdo “todos eles parecem iguais” parece adequada para todas 4s pessoas que nfo so membros do nosso grupo énico. Uma explicagio para esse problema é que as pessoas tendem ater um contato menos freqiente com os membros de outras etnias; outa & que as pessoas codificam a etnia de acordo com regras de categorizacio, tal como nos experimentos de cegueira para a mudanca em que as pessoas mais velhas viam “um estudante universitrio” e os estudantes viam um “operdrio da construgio civil” Sugestionabilidade e ma informacao Elizabeth Loftus (Figura 7.21) é uma das maiores especialistas do mundo em meméria das testemunhas oculares. Na década de 1970, Loftus e seus colegasrealizaram uma série de estudos importantes demonstrando que as pessoas podem desen- volver memérias tendencioses quando Ihes so fornecidas informagoes enganadoras — o “pecado da sugestionabilidade. A metodologia geral dessa pesquisa envolve mostrar aos paricipantes um evento e depois fazer perguntas especticas sobre ele. A maneira de formular as perguntas altera as memérias do paricipantes para o evento. Por exemplo, em um experimento estudantes univers: tris viam o videoteipe de um acidente de carro etinham de responder as perguntas: “Quo rapido es carrosestavam andando quando um no outro?” As seguntespalavras eram usadas na pergunta: encostaram, bateram, deram um encontrdo,colidiram ou se chocaram violentamente. Loftus e John Palmer (1974) descobriram que os alunos estimavam que os carros estavam andando mais répido quando as palavas ‘se chocaram violentamente”eram usadas, em vez das outas. Em tum segundo estudo, grupos de alunos viram videoteipes de acidentes de carro e foram indagados sobre ter visto 0s carros “coldirem violentamente” ou “baterem” um no outro. Uma semana mais tarde, fo-Ihes perguntado se tinham visto vidro quebrado no chao, um evento que nao aconteceu. ‘Quase um tergo dos que tinham escutado os termos “colidiram violentamente” lembraram falsamen- te ter visto vidro quebrado, 0 que aconteceu com poucos das que tinham ouvido otermo “bateram’. Em outro experimento, Loftus e seus colegas demonstraram que os sujeitos,além de relatarem uma visio alterada do acidente de carro, podiam ser induzidos a relatar ter visto coisas que no existiam, como celeros, por meio de perguntas como “Quéo répido estava indo o carro esporte branco quando passou pelo celero na estrada rural?” Os sujeitos aos qua foi feta essa pergunta tendiam mais arelatar que tinham visto 0 celeiro inexstente do que os outros. Talvez vooéestea se perguntandho se esses experimentos de laboratério so apro- priados para estudar a exatiddo das testemunhas oculares, Afinal de contas, um ac dente de trinsito real tem imagens e sons que imprimem o evento na nossa conscié cia. A nossa memérianéo seria melhor no mundo teal? Algumas eviéncias confirma. a idéia, Um estudo de Vancouver examinou relatos de pessoas que tinham testemu- rhado um tiroteio fatal (Yuille € Cutshall, 1986). Todos os observadores tinham sido entrevstados pela poliia nos dois primeiras dias apés o tiroeio. Quando os pesquise dores voltaram alguns meses mais tard, descobriram que os relatos das testemunhas oculaes eram altamenteestévei,incuindo a meméria para detahes, Na verdade, fz sentido que os relatos das testemunhas verdadeiras sejam mais vvidos do que os das testemunhas de laboratdrio, dado o efeito modulador da meméria dos horménios de estresse. Entretanto, o mundo real dere de vérias maneiras do ambiente controlado de um laboratério, ¢ néo esté claro se as memérias estves eram acuradas. Por exem- plo, talvez ao repetir a histria muitas vezes para os amigos, as testemunhas inadvert- damente fortaleceram memérias de detalhes inexatos Confianca da testemunha ocular Quao capazes so as pessoas que obser ‘vam, como os jurados, de avaliar seas testemunhas oculares so acuradas? Gary Wells « seus colegas realizaram alguns estudos na Universidade de Alberta e, mais tarde, na Towa State University, e seu achado geral foi de que as pessoas nfo conseguem diferen- iar as testemunhas que so acuradas das que nao sio. O problema é que as testemu- nhas que estio enganadas so to confiantes quanto as que esto certas, ou ainda mais confiantes.Testemunhas oculares que relatam vividos detalhes de todos os aspectos da ‘ena so provavelmente menos criveis do que as testemunhas que nao se lembram bem de detalhestrivais.Afnal de contas, as testemunhas de crimes reais tendem ase cen 243 sugestionabilidade 0 desenvolvimento de memérias tendenciosas, quando fornecidas informacoes enganadoras. ‘tar nas armas ou na acio — elas néo prestam atencio a detalhes menores. Portanto, FIGURA 7.21 Elizabeth Loftus demonstrou que @ uma grande confianca para detalhes menores pode ser uma deixa de que a memria _meméria temamente sugesionive ‘amnésia para a fonte Um tipo ‘de amnésia que ocorre quando uma ‘pessoa lembra um evento, mas nao ‘onsegue lembrar onde encontrou 2 informacao. ‘confabulagdo A falsa recordacdo cde uma meméria episédica. GAZZANIGA € HEATHERTON provavelmente serdinexata ou mesmo fala. Entretanto, algumas pessoas so especialmente confantes, estando certas ou erradas, ¢ 0s jurados as acham convincentes. As pessoas tém lembrancas falsas ‘Aamnésia para a fonte ocorre quando a pessoa lembra um evento, mas nfo consegue embrar onde encontrou aqueainformacio, Pense em sua lembranga mis remota da inincia. A maiora das pessoas no consegue lembrar memeras especticas de antes de tes anos de idade. A auséncia de ‘memeras anteriores ¢conhecida como amnéia da infin, e pode ser devida& falta iil da capac dade lingistica e a lobos fronaisimaturos. Mas vamos considerar aquela primeira meméria. Quo vida ela €? Como voc sabe que ndo esta se lembrando de alguma coisa que viu em uma fotografia ox de alguma histria que um membro da familia Ihe contou? Quando as pessoas recordam eventos da infncia, as memeriassdo gealmenteparcais enebulosas. Como voct sabe que a memiria ¢ ral? Criando um falso reconhecimento Foi demonstrado recentemente que as pessoas podem set levadas a recordar ou reconhecerfalsamente eventos que no aconteceram. Lea aseguinte sta de palavras, dizendo cada uma em voz alta: azedo bala, agicar, amargo, bom, gosto, dente, legal, tne, reftigerante, chocolate, corago, blo, tort, pudim. Agora dexeo liv de lado e tente escrever ‘0 maximo possivel das palavras. Henry Roediger e Kathleen McDermott usaram esse experimento para verse podiam crir fa sas memorias em pessoas normais,saias (Roediger e McDermott, 1995), Por eremplo, sem olhar de novo, qual das eguintespalavras vocélembrou? Bala, mel, dente, doe, pudim. Se lembrou “doce”, vocé experienciow uma falsa meméria. Se olhar novamente, ved que “doce” ndo estava entre as palavras originais, mas observe que todas as palavras esto relacionadas & palavra doce. Esse pars digma bésico ¢ extremamente confdvel para produzi falsas recordagies. Além disso, as pessoas geralmente confiam muito no seu julgamento de j ter visto ou ouvido a palava eitica. Mike Miller e George Wolford argumentaram recentemente que as respostas na tarefa de Roe diger/MeDermott devem-se & mudanga nos critérios pelos quais as pessoas esto dispostas a dizer que reconhecem as palavras,representando assim um viés de resposta, e no algo que podemos chamar de falsa memoria, Elesdestacam o ponto importante de que os eros do comuns em muitas tarefas de meméria, e que devemos ter cuidado antes de eoncuir que as ilusbes de meméria sio “falsas’. Afnal de contas,ninguém disse que os suits que avaiaram nomes, etroneamente, como amosos (no efeito de fasa fama discutido anteriormente)estavam tendo uma falsa memiria. Nao cbstante, existe um erescente corpo de evidéncias mestrando que as flsas memérias podem ser mplantadas, como no estudo descito em “Estudando a mente: Perdido no centro comercial”. Confabulagao Alguns tipos de leo cerebral esto associados a falsa recordagéo de uma me rméria episdica, o que € chamado de confabulagao. Morris Moscovitch descreveu a confabulacio como “mentir honestamente’, pois ndo existe nenhuma intencéo de enganar e a pessoa nao esté consciente da falsidade de sua histéria, Moscovitch (1995) dé um exemplo surpreendente de confa- Dulagdo. H.W. era um homem de 61 anos, pai bioldgico de quatro filhos, todos eles jd adultos, H.W teve uma grave leséo no lobo frontal apds uma hemorragia cerebral. Apresentamos aqui parte da entrevista clinica: B Woot & casado ou solteiro? HW. Casado. BH quanto tempo vocé ¢ casado? H.W. Ha cerca de quatro meses B—Quantos filhos voe8 tem? HAW. Quatro, (Ele ri.) Nada mal para quatro meses. B Que idade tém os seus filhos? H.W. O mais velho tem 32, seu nome é Bob, ¢ 0 mais jovem tem 22, seu nome € Joe. P Como vooé consegui esses flhos em quatro meses? H.W. Bles sio adotados. P_Tudo isso ndo soa estranho para voe, isso que vooé est dizendo? H.W. (Ele 1.) Bu acho que é um pouco estranho. Estudando a mente PERDIDO NO CENTRO COMERCIAL Ese vocé descobrisse que se perdeu em um centro comercial ‘quando era crianga? Pense em quando vocé tinha cinco anos. Voce se lembra de ter e perdido no centro comercial e de ter sido ‘encontrado por um bom velhinho que o levou até a sua familia? N30? Bem, e se a sua familia Ihe contar sobre esse incidente, Jncluindo como seus pas ficaram em panico quando no ‘onseguiram achar vocé? De acordo com recentes pesquisas de Elizabeth Loftus, é bem provavel que vocé lembre o incidente, mesmo que ele ndo tenha acontecido. Em um estudo inicial, Chris, um garoto de 14 anos, fol Jnformado por seu irmao mais velho, Jim, sobre o incidente "perdido no centro comercial”. © contexto era um jogo chamado *Lembra quando..”, ¢ tados 05 outros incidentes relatados por Jim ram verdadeiros. Dois dias mais tarde, Chris comesou a relatar ‘memeérias de como ele se sentira durante o episodio; duas semanas depois ele relatou o seguinte: Eu estava andando com vocés e acho que ful até a oja de bbrinquedos olhar um brinquedo, o Kay-bee, e, ah, me perdi e clhel ac redor e pensei:*Puxa, o que eu faco agora?”. Voce sabe. E entio... Eu achel que nunca mais veria a minha familia, Eu estava realmente apavorado. E, entdo, esse velhinho, acho {que ele estava usando uma camisa de flanela azul, veio até ‘mim. ele era meio velho, Era um pouco careca em cima, le tinha uma espécie de anel grisalho na cabeca..e usava éculos (Loftus, 1993, p. $22) Talvez voce esteja pensando que o Chris era muito crédulo e {cil de enganar, mas em um estudo posterior, Loftus e seus colegas utiizaram o mesmo paradigma para avaliar se seria possvel implantarfalsas memérias em 24 participantes. Sete dos participantes lembraram falsamente eventos que tinham sido. implantados por memibros da familia que faziam parte do estudo. (Observe que ¢ improvavel poder car falsas memorias para eventos ‘verdadeiramente incomuns, como receber um enema (Pezdek e Hodge, 1999). Entretanto, um estudo de Saul Kassin e Katherine Kiechel (1996) descobriu que as pessoas podiam inclusive ser induzidas a fazer falas confissbes de transgressBes menores, que na ‘verdade nao tinham cometido. Além disso, esté bem estabelecido ue as criancas s80 especialmente sugestionavels, e que falsas ‘memérias, como ter 0 dedo preso numa ratoeira eter de ir 20 hospital, podem ser facilmente induzidas nelas,Parece que pensar sobre se alguma coisa aconteceu, ¢ imaginé-ia acontecendo, cia Uma falsa imagem do evento. Mais tarde, quando pensa rnovamente sobre o incidente, a pessoa tem um problema de ‘monitoramento de fonte. Seré que o evento realmente aconteceu ‘ou ela 0 imaginou? Para Chris, a meméria de se perder no centro ‘comercial se tornou tao real como outros eventos da infancia seo Pacientes como H.W. confabulam sem um propésito aparente. Eles simplesmente recordam {atos equivocados e, quando questionados, tentam dar sentido as suas recordagies acrescentando fatos que tomem a histria mais coerent. Lembre, do Capitulo 4, a teoria de Gazzaniga do intéxpre- tee como os pacientes com cérebro secionedo confabulam para dar sentido a informagoes discrepan- tes fornecidas a cada hemistrio cerebral. Um exemplo dramatico de confabulagio ocorre na sindro- rede Capgras,em que os pacientes tim a crenga dlirante de que os membros de sua familia foram substituidos por impostores. Nenhuma evidéncia os convence de que seus irmas, pais, cénjuges € flhos sio genuinos. Os pacientes com Capgras geralmente apresentam lees nos lobos frontais & nas regis cerebras limbices As lembrancas reprimidas sao controversas Um dos debates mais veementes das iltimas décadas centrou-se nes memériasreprimidas. De tum lado estéo os psicoterapeutas e pacientes aficmando que memerias longamente reprimidas de eventos traumaticos podem ressurgir durante a terapia. Memorias reprimidas de abuso sexual sdo as remérias reprimidas mais comuns rlatadas, ena década de 1990 houve uma abundancia de rla- tos de celebridades de abuso sexual sfrido na infincia, Do outro lado estdo os pesquisadores da meméria, como Elizabeth Loftus, salientando que hi oucas evidéncias crveis indicando que as memérias recuperadas sdo genuinas, ou pelo menos suficientemente acuradas para serem dignas de crédito, Parte do problema é muito bem resumido pelo renomado pesquisador da meméria Daniel Schacter (Figura 7.22): “Eu sei que alguns eventos traumiticos podem estar associados ao esquecimento tempordrio e subseqiente recuperagio da meméria, Estou convencido de que o abuso da cianca ¢ um problema importante na nossa socieda- de. Néo tenho nenhuma razdo para questionar as memérias das pessoas que sempre lembraram 0 abuso ou que lembraram sozinhas, espontaneamente, um abuso previamente esquecido. Mas fico profundamente preocupado com algumas das técnicas sugestivas recomendadas para recuperar (Schacter, 1996, p. 251) GAZZANIGA @ HEATHERTON Schacter alude & assustadora possibilidade de que falsas memorias de eventos trauméticos sejam implantadas por terapeutas bem-intencionados, mas mal-orienta dos. Existem evidéncias convincentes de que métodos coma hipnose,regressio de ida de e recordagio orientada podem implantarfalsas memérias. Da mesma forma, um cescente corpo de evidéncias oriundo de estudos de laboratrio cuidadosamente con- trolados demonstra que as criangas podem ser induzidas a lembrar eventos que no ocorteram (Cecie Bruck, 1995). Na verdade, um dos sete pecados da memériaidentifi- cados por Schacter € a sugestionabilidade, o que ¢ilustrado por memérias ilusdrias que ocorrem quando as pessoas incorporam informagles fornecidas por outros em suas préprias recordagbes. Houve alguns exemplos infames de adultos que acusaram os pais de abuso basea- dos em memérias que, mais tarde, eles perceberam ser produto da terapa, e no da realidade. Por exemplo, Diana Halbrook passou a acteitarndo sé que tina sido abusa da, como também que fora envolvida em um abuso ritualistco satanioo e que ela pro pria matara um bebé. Quando expressou diividas ao terapeuta sobre a veracidade des- ses eventos, as pessoas de seu grupo “de apoio” e o terapeuta Ihe disseram que ela ‘estava negando néo escutando a “menininha” dentro dela Afnal de conas, todos 0s ‘outros membros do grupo tam recuperado memérias de terem sido envolvdos em FIGURA 7.22 A pesquisa de Daniel Schacter abuso ritualistic satnico. Depo que Diana sau do seu grupo de trap, ela passou a groporcionouinimeos insights sobre os pacados acreditar que nao tinha sido abusada e que ndo era uma assassina, E interessante que cofdianos da meméria humana, tantas pessoas tenham recuperado memérias de abuso ritualistico satinico, pois “em- bora milhares de pacientes tenham ‘lembrado’ aos rtuais, nem um tnico caso desses foi documentado nos Estados Unidos, apesar de extensivasinvestigacGes por agéncias cestaduais e federas” (Schacter, 1996, p. 269). (O que uma pessoa sensata deve conclir sobre memsrias reprimidas? O debate sobre memérias reprimidas, compreensivelmente, envolve crencas fortes e apaixonadas de ambos os lados. A pesqui- sa nos mostra que algumas técnicas erapéuticas parecem especialmente capazes de promover flsas ‘memérias, mas seria um erro simplesmente descartar todos os relatos adultos de abuso na infénc Certamente é possvel que o abuso ocora eseja esquecido até um periodo posterior de tempo, & ‘um desservigo para as verdadeiras vitimas de abuso ignorar suas memérias.& interessante notar ‘que, na tltima metade da década de 1990, a incidéncia de memérias recuperadas caiu dramatica- mente, Entretanto, no etd claro se isso aconteceu devido & menor atengo da midia para os relate, ‘ou porque as pessoas procuraram menos a terapia para descobrir suas memerias passadas. As pessoas reconstroem os eventos de modo que tenham consisténcia CO exemplo final de distorgdo da meméria a consideraré ovis de meméria, em que as meméri as qu as pessoas tém dos eventos sio alteradas com o passar do tempo de modo a terem consist ca com as atuais crengas ou attudes. Um dos grandes pensadores da psicologia, Leon Festinger, quando esereveu um tributo ao seu colega Stanley Schacter, acertou na mosca: “Eu prefiro confiar na ninha meméria Vivo com essa memiria hd muito tempo, estou acostumado com eae, se reorganize ou dstorc lguma coisa, ceramente isso foi feito em meu proprio beneficio” (Festinger, 1987, p. 1). CConsidere as pessoas que fazem cursos para aumentar as habilidades de estudo. Apesar de cvidéncias muito modestas de que esses cursos so benéfios,feqientemente porque os alunos no seguem os conselhos ofeecidos, a maloriadescreve tas cursos como extremamente tteis. Como & ‘que alguma coisa que geralmente sé produz resultados modestos € tio positivamente avaliada? Para compreender isso, Michael Conway e Michael Ross designaram aleatoriamente os alunos @ um genuino cutso sobre habildades de estudo ou a um grupo-controle que nao recebeu nenhum treinamento especial. Os alunos que fzeram o curso verdadeiro mostraram poucos sinais de melhora;na verda- de, seu desempenho no exame final foi um pouco pio do que o do grupo-controle, Mas eles continu- avam afirmando que 0 cuso fre itil. Por qué? O experimentotinha um aspecto que nos permite compreender o que acontece. No inicio do curso, os sueitostinham de avalar com uma nota as suas habildades de estudo. No final do curso eles se avaliavam novamente ¢ tinham de lembrar qual tinha sido sua noca original Ao descrever suas avaliagbes anteriores s alunos do curs de hablida des de estado lembravam de si mesmos como signticativamente piores do que na verdade tinham CIENCIA PSICOLOGICA sido no inicio do curso, dessa forma “conseguindo o que queram, 20 cortigiro que tinham” (Conway «Ross, 1984). ‘As pessoas tendem a recordar suas atitudes e crencas passadas como sendo consstentes com suas atuaisattudes e crenca, freqientemente corrigindo suas memérias quando modificam atitu- des, As pessoas também tendem a lembrar os eventos de modo que lanem sobre elas uma luz ‘roeminente ou favordvel, Nb tendemos a exagerar a nossa contribuigdo para o trabalho de equipe, 4 assumir 0 crédito pelo sucesso e a pir a culpa das fracassos nos outros, e a lembrar os nossos sucessos mais do que os nossos facasss. [No sio s6 os individuos que revelam um viés ao recordar eventos passados; as sociedades também fazem o mesmo. A meméria coltiva dos grupos pode distocerseriamente o passado, con: forme expresso na idéia orwelliana de que nés 6 podemos mudar o passado, nao o futuro, Considere (que a hstéria da maioria das sociedades tende a subestimar os comportamentos incoretos, imorais € inclusive assassinos de seu passado, eas memérias dos perpetradores geralmente so mais curtas aque as das vitimas. Exste uma realidade objetiva? Conforme Leon Festinger observou, nésconstrut tos nossas memrias para nossos propésits pessoas. A nossa meméria dos eventos tende a ser altamente consistente com as nossa crencas pessoas Como as lembrancas so distorcidas? ‘A memériaesté muito longe de ser um registro verdadeiro e objetivo de fatose eventos. A meméria frequentemente inci vieses, distorcbes e descaradas mentias. As pessoas tendem a ser mas testemunhas oculares Porque a meméria humana é melhor para o essencial do que para‘ detalhe. No entanto a pessoas confiam. injustificadamente em suas lembrangas pessoas, como nas memérias de “lampada de fash. Lembrangas podem ‘er distorcidas ou inclusive implantadas por falsasinformagoes,e existe um vies geral para manter a consistencia em ossas lembrancas. CONCLUSAO O cétebro é um instrumento maravlhosamenteevoluido que permiti aos humanos desenvol- vera linguagem, construr civilizagdes evistar a lua. Entretanto, nds nem sempre conseguimos Jembrar onde deixamos nossas chaves, o rosto das pessoas que vimos cometer um crime, se Richard Shin éfamoso ou detalhes do livro que lemos no ano passado, Devemos enfatizar que a memeria evolu para resolver certs problemas relacionados & sobrevivénci, tal como lemirar nossos ami- 0s inimigos. A memeriando evolu para lembrar mimeros de telefone,defniges de livros didé- ticos ou como dirigir um carro, mas ea faz um trabalho danado de bom em todas essas cosas. A meméria é um sistema que fommece ao organismo a capacidade de reter informagies e habilidades tes para a sobrevivéncia. Como tal, ela funciona muito bem, considerando a quantidade de infor- macies que bombardeiam 0 sistema nervoso. Finalmente, como uma das éreas de pesquisa mais dindmicas na ciéncia pscoldgica, a memériaresslta os nossos quatro temas fundamentais, em par- ticular a maneira pela qual os pesquisadores estdo trabalhando em varios niveis de andlise para decifrar o mistério da mente. LEITURAS ADICIONAIS Bjork, E. L; Bjork, R. A. (196). Menon San Diego, CA: Academic Pres Eichenbaum, H. B.; Cahil, Ls Gluck, M; Hasselmo, M.; Kel, E; Martin, A. etal (1999). Leaming and ‘memory: Stems analy. In M. J goad, F E. Bloom, S.C. Lands, J. Reber & LR Suite (Es), Fundamental nescence (p. 1455-1486) San Digg, CA: Academic Pres. GGanzaniga, M.S, (200), The new onitve neuasences nde). Cambridge, MA: MI Pes Neath, 1 (1998), Huon memay: An inoducto ora, data, ard theo. acc Gove, CA Brooks Cae ‘Schacter, DL (1996). earch for memory: Te brain he mind, ad he ps. New York: Basic Books. Schactes,D. L201). Te see ins of menor: How te mind oes and remembers. Boston: Houghton Mii Squire, LR; Kandel, ER, (199) Memory: From mind o molecules. New Yak: Scent Amercn Libary G291¢ _Gazzaniga, Michael S. Giancia psicologica: mente, cérebro e comportamento / Michael S. Gazzaniga e Todd F. Heatherton; trad. Maria Adriana Verissimo Veronese. —2. imp. rev. — Porto Alegre ‘Artmed, 2008. ISBN 978-85-363-0432-8 1, Psicologia — Ciencia. |. Heatherton, Todd F Il Titulo DU 159.9.01/.98 Catalogacao na publicacao: Ménica Ballejo Canto — CRB 10/1023

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