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SEDE:
PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO
Av. Sete de Setembro, 308 – Corredor da Vitória
Salvador–BA – CEP 40.080-001
Fone: (71) 3324-3400 – Fax: (71) 3336-7088
Link para DENÚNCIAS na página: www.prt5.mpt.gov.br
A denúncia é uma forma de participar e não se omitir, colaborando na defesa dos direitos
difusos, coletivos e individuais indisponíveis dos trabalhadores.
Julho de 2010
FONTES DE REFERÊNCIA
CAHALI, Yussef Said. Dano Moral. 2.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1998.
SANTOS, Antonio Jeová. Dano Moral Indenizável. 4.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. 554 p.
SILVA, Luiz Pinho Pedreira da. A Reparação do Dano Moral no Direito do Trabalho. São Paulo: Ltr, 2004. 232 p.
SIMÓN, Sandra Lia. A Proteção Constitucional da Intimidade e da Vida Privada do Empregado. São Paulo: Ltr, 2000. 222 p.
SÜSSEKIND, Arnaldo. Direito Constitucional do Trabalho. 3.ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2004. 532 p.
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REVISTA ÍNTIMA DE EMPREGADOS I Na contramão do direito à intimidade REVISTA ÍNTIMA DE EMPREGADOS I Na contramão do direito à intimidade
SEDE:
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REVISTA ÍNTIMA DE EMPREGADOS I Na contramão do direito à intimidade REVISTA ÍNTIMA DE EMPREGADOS I Na contramão do direito à intimidade
O que é revista íntima Como proceder quando for vítima de constrangimento
R
Uma prática aplicada geralmente
I S TA Saiba mais sobre revista íntima;
em empresas de vestuário, V “passar Junte provas. Anote detalhes das humilhações (dias, horários,
RE
medicamentos, jóias, transporte de revista a”,
nomes de quem revistou e testemunhas);
valores e vigilância bancária, a revista “examinar”,
“ver com atenção” Peça ajuda no trabalho e em entidades de apoio ao trabalhador;
íntima de empregados é ilegal.
ou “passar busca a” Denuncie a irregularidade trabalhista ao sindicato e aos órgãos
O procedimento patronal (Dicionário Aurélio) públicos competentes.
compromete a dignidade e viola a
intimidade do trabalhador, ferindo
os direitos fundamentais garantidos
pela Constituição.
CONFLITO
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REVISTA ÍNTIMA DE EMPREGADOS I Na contramão do direito à intimidade
Penalidades para o empregador Conduta irregular na revista íntima – como acontece
Os empregadores que insistem na prática de realizar revistas íntimas em seus As situações em que os trabalhadores são revistados na intenção de assegurar
empregados mostram postura imoral e conduta ilegal. o patrimônio da empresa são consideradas condutas irregulares.
A Lei 9.799/99 veta esse tipo de procedimento, e as recentes decisões da O contrato de trabalho tem como um dos pressupostos a confiança, e não
Justiça do Trabalho vêm reconhecendo inclusive o direito à indenização de é aceitável que o empregador tenha a postura de duvidar do caráter de seus
trabalhadores por danos morais. empregados a pretexto de defender o patrimônio.
Um cidadão pode até renunciar temporariamente de seus direitos, mesmo o
DANO MORAL - Para o professor Yussef Said Cahali, autor de obra sobre o
direito à privacidade. Mas isso tem que ocorrer por vontade própria, não pode
tema, dano moral “é a privação ou diminuição daqueles bens que têm um
valor precípuo na vida do homem e que são a paz, a tranqüilidade de espírito, violar sua intimidade e, ainda, deve ser reversível a qualquer momento futuro.
a liberdade individual, a integridade individual, a integridade física, a honra Dificilmente pode-se cogitar a hipótese de uma renúncia válida à intimidade
e os demais sagrados afetos, classificando-se desse modo, em dano que no ambiente de trabalho. O empregado, sob a ameaça de desemprego, por vezes
afeta a parte social do patrimônio moral (honra, reputação, etc.) e dano que se submete a qualquer situação, ainda que se revele aviltante e humilhante.
molesta a parte afetiva do patrimônio moral (dor, tristeza, saudade etc.)”
Saiba que:
Conheça alguns precedentes do Tribunal Superior
do Trabalho (TST) sobre revista íntima A prática de revista íntima é condenada expressamente, no caso
de mulheres, pela Lei 9.799/99, que introduziu o artigo 373-A, da
RECURSO DE REVISTA DANOS MORAIS REALIZAÇÃO DE REVISTA ÍNTIMA Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). O inciso VI proíbe que o
empregador proceda à revista íntima nas empregadas e funcionárias;
O poder fiscalizatório do empregador de proceder a revistas encontra limitação
na garantia de preservação da honra e intimidade da pessoa física do trabalhador, Mas com o princípio da isonomia, este dispositivo deve ser
conforme preceitua o artigo 5º, inciso X, da Constituição da República. aplicado indistintamente a homens e mulheres. A lei faz referência
A realização de revistas, sem a observância dos limites impostos pela ordem ao sexo feminino apenas para assegurar direitos específicos da
jurídica acarreta ao empregador a obrigação de reparar, pecuniariamente, os danos mulher no mercado de trabalho;
morais causados. Precedentes do Eg. TST (RR-1482/2003-016-03-00, 8ª Turma,
Rel. Min. Maria Cristina Peduzzi, DJ - 22/08/2008). O ato de revistar diariamente a bolsa de um(a) empregado(a)
viola sua intimidade e vida privada e causa constrangimento
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS podendo gerar processos e penalidades para os infratores da
O fato de haver instrumento normativo prevendo a revista de empregados revela- regra estabelecida;
se marginal diante do cerne da controvérsia, que reside em aferir o prejuízo à Revista íntima não se refere apenas ao corpo do trabalhador, mas
honra e dignidade do empregado nos procedimentos adotados para a realização
inclui seus pertences. Um(a) empregado(a) pode considerar
da aludida revista. Consoante o que ficou registrado no acórdão regional, a revista
realizada pela reclamada denuncia excessiva fiscalização, expondo o empregado constrangedor exibir ao empregador seus contraceptivos ou
à vexatória situação de ter de se despir perante funcionários da empresa, com preservativos, por exemplo;
comprometimento da dignidade e intimidade do indivíduo. É sabido ainda que Não se admitem casos em que a inspeção exija que o trabalhador
a indenização por dano moral deve observar o critério estimativo, diferentemente
fique nu, mesmo diante de pessoas do mesmo sexo. Muito menos
daquela por dano material, cujo cálculo deve observar o critério aritmético. Na
fixação da indenização do dano moral, deve o juiz se nortear por dois vetores: que ele seja submetido a exame prolongado e detalhado diante
a reparação do dano causado e a prevenção da reincidência patronal. Vale de colegas ou estranhos;
dizer que, além de estimar o valor indenizatório, tendo em conta a situação
O trabalhador tem direito de se recusar a ser revistado quando
econômica do ofensor, esse deve servir como inibidor de futuras ações lesivas
à honra e boa fama dos empregados. Recurso provido (TST-RR-641.571/2000, isso significar sofrer constrangimentos;
4ª Turma, Rel. Min. Antônio José de Barros Levenhagem,DJ 21.02.2003).
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REVISTA ÍNTIMA DE EMPREGADOS I Na contramão do direito à intimidade REVISTA ÍNTIMA DE EMPREGADOS I Na contramão do direito à intimidade
Exceções em que a revista é permitida
Quando o ato de revistar o trabalhador visa garantir a segurança coletiva
pode ser considerado um ato lícito. Neste caso a revista não tem por objetivo
flagrar se o trabalhador está levando indevidamente algo que pertença à
empresa. Quer preservar a segurança de todos.
Um exemplo são as revistas feitas em trabalhadores que partem para
uma plataforma de petróleo. Não podem embarcar portando armas de
fogo ou substâncias tóxicas, incompatíveis com as medidas de segurança.
Nesse caso, a revista pessoal deve ser realizada em todos os empregados,
indiscriminadamente, com a concordância prévia e em local reservado, que
preserve a intimidade.
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