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Como C. S. Lewis inseriu o argumento ontológico para a existência de Deus em Nárnia | Gavin Ortlund
Uma de minhas passagens favoritas em toda literatura é a resposta que Brejeiro dá à Dama do Vestido Verde em A Cadeira de Prata. A Dama (uma feiticeira má) possui vários personagens presos no submundo e, com o auxílio de um pouco de magia, tenta convencê-los de que Nárnia, Aslam e o resto do “Mundo de Cima” de fato não existem. Os personagens estão prestes a ceder, quando Brejeiro pisa no fogo mágico e declara:
Como C. S. Lewis inseriu o argumento ontológico para a existência de Deus em Nárnia | Gavin Ortlund
Uma de minhas passagens favoritas em toda literatura é a resposta que Brejeiro dá à Dama do Vestido Verde em A Cadeira de Prata. A Dama (uma feiticeira má) possui vários personagens presos no submundo e, com o auxílio de um pouco de magia, tenta convencê-los de que Nárnia, Aslam e o resto do “Mundo de Cima” de fato não existem. Os personagens estão prestes a ceder, quando Brejeiro pisa no fogo mágico e declara:
Como C. S. Lewis inseriu o argumento ontológico para a existência de Deus em Nárnia | Gavin Ortlund
Uma de minhas passagens favoritas em toda literatura é a resposta que Brejeiro dá à Dama do Vestido Verde em A Cadeira de Prata. A Dama (uma feiticeira má) possui vários personagens presos no submundo e, com o auxílio de um pouco de magia, tenta convencê-los de que Nárnia, Aslam e o resto do “Mundo de Cima” de fato não existem. Os personagens estão prestes a ceder, quando Brejeiro pisa no fogo mágico e declara:
Lewis inseriu o argumento ontolgico para a existncia
de Deus em Nrnia | Gavin Ortlund
Uma de minhas passagens favoritas em toda literatura a resposta que
Brejeiro d Dama do Vestido Verde em A Cadeira de Prata. A Dama (uma feiticeira m) possui vrios personagens presos no submundo e, com o auxlio de um pouco de magia, tenta convenc-los de que Nrnia, Aslam e o resto do Mundo de Cima de fato no existem. Os personagens esto prestes a ceder, quando Brejeiro pisa no fogo mgico e declara: Uma palavrinha, dona disse ele, mancando de dor , uma palavrinha: tudo o que disse verdade. Sou um sujeito que gosta logo de saber tudo para enfrentar o pior com a melhor cara possvel. No vou negar nada do que a senhora disse. Mas mesmo assim uma coisa ainda no foi falada. Vamos supor que ns sonhamos, ou inventamos, aquilo tudo rvores, relva, sol, lua, estrelas e at Aslam. Vamos supor que sonhamos: ora, nesse caso, as coisas inventadas parecem um bocado mais importantes do que as coisas reais. Vamos supor ento esta fossa, este seu reino, seja o nico mundo existente. Pois, para mim, o seu mundo no basta. E vale muito pouco. E o que estou dizendo engraado, se a gente pensar bem. Somos apenas uns bebezinhos brincando, se que a senhora tem razo, dona. Mas quatro crianas brincando podem construir um mundo de brinquedo que d de dez a zero no seu mundo real. Por isso que prefiro o mundo de brinquedo. Estou do lado de Aslam, mesmo que no haja Aslam. Quero viver como um narniano, mesmo que Nrnia no exista. Assim, agradecendo sensibilizado a sua ceia, se estes dois cavalheiros e a jovem dama esto prontos, estamos de sada para os caminhos da escurido, onde passaremos nossas vidas procurando o Mundo de Cima. No que as nossas vidas devam ser muito longas, certo; mas o prejuzo pequeno se o mundo existente um lugar to chato como a senhora diz.[1] Alguns consideram esta passagem como um tipo de inverso da famosa alegoria da caverna de Plato, mas, at pouco tempo, eu nunca havia pensado nela como uma aplicao do argumento ontolgico ou como uma cosmoviso platnica mais geral. Recentemente, ento, deparei-me com a seguinte declarao do prprio Lewis em uma carta a Nancy Warner enviada em outubro de 1963. Warner mencionou que o filho dela havia feito referncia presena de um argumento ontolgico em A Cadeira de Prata, e Lewis respondeu: Suponha que o seu filho filsofo esteja se referindo ao captulo no qual Brejeiro apaga o fogo com o p. Ele deve agradecer a Anselmo e a Descartes por isto, no a mim. Eu simplesmente inseri a Prova Ontolgica de uma maneira apropriada para crianas. E isso no uma faanha to notvel como se poderia pensar. Podemos inculcar muitas coisas na mente das crianas, coisas que esto alm do conhecimento do Bispo de Woolwhich. Quem mais alm de C. S. Lewis poderia unir o existencialismo e o argumento ontolgico em um livro infantil? Chegar a tal inovao engenhosa de uma maneira to acessvel um testemunho de seu brilhantismo. Apelando ao corao Em minha mente, essa passagem de Brejeiro uma declarao contundente contra vises desconstrucionistas de mundo. Se o niilismo verdadeiro e todas as doutrinas slidas e belas do cristianismo digamos, Deus, o cu, o bem objetivo so falsas, ento as ideias em meu crebro tm mais peso do que a realidade que trouxe meu crebro existncia. Isto muito difcil de engolir.
O sentimento crescente do Ocidente moderno que o numinoso est
acabado e temos apenas que lidar com o fenomnico nada de transcendente resta, todo pensamento est social e biologicamente condicionado, toda a metafsica resume-se apenas a bebezinhos brincando. s vezes, em momentos de trevas, eu luto contra essa cosmoviso e vejo-me preso por sua terrvel natureza. Nesses momentos, esse pargrafo de Brejeiro me ajuda. O pargrafo sugere no apenas a falsidade da dvida, mas tambm sua fragilidade, pois, mesmo que a ideia fosse verdadeira, ela seria indigna de nosso compromisso.
Cada vez me questiono mais se a beleza do cristianismo deveria ser
uma caracterstica mais recorrente em nossa apologtica em nosso atual momento cultural. Em uma era de desiluso, as pessoas frequentemente encontram mais verdade nas artes do que na lgica. o cutuco no corao, mais do que o apelo mente, que frequentemente triunfa. Para sermos mais eficientes em nossa defesa de Cristo, talvez devamos ajudar as pessoas a sentirem a completa maravilha do evangelho o senso de encantamento e nostalgia que uma criana sente ao ler sobre Nrnia, por exemplo. mais difcil rejeitar algo uma vez que voc deseje que ele fosse verdadeiro. ___________________
[1] LEWIS, C. S. As crnicas de Nrnia, A cadeira de prata. Ed. Martins
Fontes, So Paulo: 2009, p. 598-599. - See more at: http://tuporem.org.br/como-c-s-lewis-inseriu-o-argumento- ontologico-para-a-existencia-de-deus-em-narnia/#sthash.RHdm3e06.dpuf
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