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Vamos abordar neste comentário alguns aspectos que nos parecem relevantes na
aplicação desses dois dispositivos, fruto da experiência que já acumulamos na sua utilização em
nosso dia-a-dia, com a finalidade de, especialmente, mostrar a vantagem que trazem para a
Administração Pública, destacadamente no que se refere à maior celeridade no processamento
das aquisições e contratações de serviços.
§ 3º. Os preços offerecidos não poderão ser alterados antes de decorridos quatro mezes
da data da inscripção, sendo que as alterações communicadas em requerimento só se
tornarão effectivas após 15 dias do despacho, que ordenar a sua annotação.
Vantagens que começam pelo fato de que é realizada uma única licitação por ano, na
modalidade concorrência, do tipo "menor preço". Nessa licitação, o licitador apresentará uma
estimativa da quantidade que pretende adquirir ao longo de 12 meses e da previsão da quantidade
que deverá ser entregue mensalmente. Ao contrário do que ocorre com as aquisições feitas com
entrega parcelada do material, nos termos do art. 57 da Lei nº 8.666/93, o período da contratação,
no caso do sistema em questão, é de 12 meses contínuos, independentemente, portanto, da
vigência do crédito orçamentário. Nada impede, dessa forma, que uma contratação por esse
sistema seja formalizada em, por exemplo, junho de um determinado ano. A vigência será até
o mesmo mês do ano subseqüente, independentemente do crédito orçamentário a que se refira.
E isso só é possível em função de uma segunda grande vantagem do Registro: a Administração
Pública, ao formalizar a contratação, através da chamada Ata de Registro de Preços, não assume
o compromisso de fazer as aquisições dela decorrentes. Nesse caso, a redução da quantidade a
ser adquirida, de que trata o § 1º do art. 65 da Lei de Licitações, passa a ser de 100%, isto é,
pode-se firmar a Ata e simplesmente nada adquirir ao longo de sua vigência, sem que qualquer
direito caiba ao fornecedor registrado. O Registro cria, apenas, uma expectativa de fornecimento
e não um compromisso de aquisição.
Por outro lado, o registro de preços reduz, também, o desperdício de material. Se, em
um determinado momento, aquele produto vier a ser substituído por outro (o que ocorre com
freqüência, para citar o mesmo exemplo, com os cartuchos de tinta para impressoras: no instante
em que um novo modelo desse equipamento é adquirido, geralmente o tipo de cartucho que ele
utiliza é diferente daquele que a antiga impressora usava), não há perdas de material (ou, pelo
menos, elas serão significativamente reduzidas), tendo em vista que não havia estoque do
referido produto.
Para alguns tipos de equipamentos, de que a Administração Pública necessita com uma
freqüência superior ao que pode ser considerado usual e para os quais o planejamento de
compras nem sempre acompanha essa demanda, a utilização do registro de preços também é
bastante vantajosa, pois elimina a necessidade de fazer estoque (com todas as desvantagens já
acima citadas) e permite que se disponha do material praticamente no momento em que ele se
torna necessário. Citamos como exemplo os casos dos aparelhos de ar condicionado e dos
arquivos para pastas.
Essas são algumas das inúmeras vantagens que o Sistema de Registro de Preços traz
para a Administração Pública. E qual o motivo por que ele não está sendo plenamente utilizado?
A resposta cabe àqueles que são responsáveis pelas aquisições.
Apesar de algumas interpretações divergentes, que respeitamos, mas com as quais não
concordamos, o pregão comum exige a presença dos interessados ou seus representantes legais
na sessão pública. É o único entendimento que vemos possível quando se faz uma interpretação
sistemática do texto da MP e do regulamento. Citamos como exemplo da necessidade imperiosa
da presença na sessão pública o que está disposto nos textos legais quanto ao recurso. Pressupor
que o licitante ausente da sessão estaria renunciando ao direito de recurso ou intimado a
apresentar as contra-razões, seria contrariar frontalmente o princípio constitucional do
contraditório e da ampla defesa.
Nada impede que se faça um pregão com diversos itens. Apenas, o bom senso deve
prevalecer: se pretendemos encerrar a licitação no mesmo dia, devemos limitar a quantidade de
itens ao que for viável. Essa é uma outra vantagem do pregão: como não há limite de valor para
ele, a realização de várias licitações nessa modalidade, simultâneas e sucessivas, não poderá ser
caracterizada como um parcelamento. Assim, se há, por exemplo, vinte itens para adquirir,
podemos fazer duas licitações, em dias consecutivos, e isso não constituirá qualquer tipo de
agressão ao texto legal.
Temos tido muito sucesso com o pregão. Os resultados para a nossa Administração têm
sido muito vantajosos, com aquisições ou contratações realizadas por preços inferiores aos
estimados, concluindo-se as licitações em prazos muito curtos. E, para os particulares, pelo que
temos observado, também os resultados têm sido excelentes, pois concretizam a venda em curto
prazo, pelo preço que quiseram cotar. É o pregão, sem a menor dúvida, um avanço significativo
na árdua tarefa de realizar licitações para atender às necessidades da Administração Pública
brasileira.
Para chegarmos a uma situação ainda mais satisfatória, resta, em nossa opinião, juntar
esses dois avanços, isso é, passar a permitir que as licitações para Registro de Preços possam ser
realizadas, também, por pregão. Estaríamos, dessa forma, reunindo a celeridade e a obtenção de
melhores preços às vantagens decorrentes do Registro, atendendo especialmente ao princípio da
eficiência, que sempre foi necessário para a Administração Pública e que agora é uma
determinação constitucional.