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-1Relacionamento com os consumidores

Varejo é com Miles Davis!

Estados Unidos, 1959. Enquanto a Revolução Cubana leva à Guerra Fria e a um de


seus períodos mais dramáticos, que desembocaria na invasão da Baía dos Porcos e
na Crise dos Mísseis, uma outra revolução tomava forma na música: o trompetista
Miles Davis reunia seu sexteto para criar um dos álbuns de jazz mais influentes da
história e o disco do gênero mais vendido. <i>Kind of Blue</i> é um daqueles casos
de sucesso de público e crítica que são capazes de ultrapassar os limites do tempo.
Imortal, divide a história do jazz.<br /><br />
O que torna <i>Kind of Blue</i> único é o fato de que ele rompe a hegemonia do
<i>bebop</i>, o estilo de jazz característico daquela década, que, com suas
harmonias complicadas e um virtuosismo técnico, tornou o jazz mais hermético e,
dessa forma, distante do público. Ao reunir um grupo de ases da música (John
Coltrane no sax tenor, Julian Adderley no sax alto, Bill Evans no piano, Paul
Chambers no baixo e Jimmy Cobb na bateria), Miles Davis deliberadamente ousou
ao seguir um novo rumo, em que os solos de cada instrumento são menos cheios de
volteios, mais melodiosos e baseados em escalas. Esse jazz modal devolveu uma
sonoridade lírica, com mais frescor, à música. Não à toa, <i>Kind of Blue</i> vendeu
ao longo dos anos mais de quatro milhões de cópias, um número sensacional para
um álbum desse tipo.<br /><br />
Ao ser lançado, <i>Kind of Blue</i> rapidamente estabeleceu sua reputação como
um divisor de águas na história da música. Ele abriu oportunidades para o
desenvolvimento de novas escolas, novas abordagens musicais e, por que não, de
novas maneiras de “conversar” com o público, de se relacionar com ele.<br /><br />
Exatamente o que começa a acontecer hoje no mercado varejista.<br /><br />
Atualmente, existem mais de 91 telefones celulares para cada 100 brasileiros. Por
mais que apenas 18% dessa base de mais de 170 milhões de aparelhos sejam pós-
pagos, o número de <i>smartphones</i> vem crescendo rapidamente, tendo
ultrapassado em fevereiro a casa de 7,46 milhões de dispositivos, segundo a
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Mais importante que a crueza dos
números, porém, é o impacto que a tecnologia passa a ter sobre o cotidiano das
pessoas.<br /><br />
Vá a qualquer show e, em vez dos flashes de câmeras digitais, por toda parte
aparece o tom azulado das telas dos celulares. Imagens capturadas e que,
segundos depois, estão nas redes sociais, comunicando de forma instantânea o que
acontece.<br /><br />
Vá a uma loja e capture o código de barras na tela do <i>smartphone</i> para ter
acesso a todos os detalhes sobre o produto, da tabela nutricional a promoções
envolvendo itens relacionados, tanto na loja quanto na internet. O próprio conceito
de “mundo online” e “mundo offline”, por sinal, perde o sentido quando o consumidor
age de forma multicanal, pesquisando no celular as melhores ofertas e comparando
preços, características e condições de pagamento com as outras opções no celular e
no ponto de venda físico.<br /><br />
A cada dia, mais e mais aplicativos estão disponíveis aos usuários dos aparelhos
mais sofisticados, que em pouco tempo se tornarão o padrão do mercado e
impulsionarão uma nova geração de dispositivos móveis. O celular assume um papel
de mídia convergente, reunindo televisão, rádio, MP3, agenda, email, internet,
notícias, serviços, plataforma para a leitura de livros e muito mais. Torna-se o centro
da vida digital de bilhões de pessoas em todo o mundo, permitindo conectar pessoas
em todos os cantos do planeta, de forma simples e rápida.<br /><br />
É um movimento que terá profundas implicações sociais, políticas e econômicas.
Muito ainda se escreverá sobre esse fenômeno e em não muito tempo o iPhone será
reconhecido oficialmente como o marco do início dessa nova fase. O <i>Kind of
Blue</i> das telecomunicações.<br /><br />
O varejo será profundamente impactado por isso, uma vez que o consumidor se
acostuma rapidamente com as novidades. Multicanal, por exemplo, passa a ser
obrigatório para quem já experimentou uma vez. E transversalmente. Quem já teve a
oportunidade de procurar um livro ou CD em uma loja e, ao descobrir que ele não
estava disponível, encomendá-lo na loja para entrega em casa (ou no ponto de
venda, se for mais conveniente para ele), passa a desejar o mesmo tipo de serviço
em uma loja de artigos esportivos ou em um <i>home center</i>.<br /><br />
A influência da convergência multicanal é inevitável e irreversível. E, com o
desenvolvimento de novas abordagens na esteira do <i>Kind of Blue</i> das
telecomunicações, será impensável não incluir essas ferramentas na oferta de
serviços aos consumidores.<br /><br />
Você está preparado?

Renato Müller, gerente de Publicações da GS&MD

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