Вы находитесь на странице: 1из 1

Do misticismo presuno: as representaes da rosa na passagem da Idade Mdia ao

Barroco
Lourival da Silva Burlamaqui Neto1
Este trabalho prope uma anlise comparatista de dois poemas pertencentes tradio
literria ibrica. Essa anlise averigua as conotaes que a imagem da rosa possui,
respectivamente, em Esta de loor de Santa Maria, com fremosa e ba e gran poder,
cantiga composta por Afonso X, poeta castelhano medivico, e no soneto Esse verde
horizonte, em que encarnadas de soror Madalena da Glria, escritora setecentista portuguesa.
A cena ficcional, embora no reflita contextos e organizaes sociais, mantm vnculos com
esses, reverberando os valores e as mentalidades vigentes em uma sociedade e descortinando
a postura do sujeito criador defronte o mundo no qual est inserido. Adota-se, desta forma, a
seguinte hiptese: a rosa passou de imagem sacra na Idade Mdia a figura profana no Barroco
por conta de fatores sociais. Na Idade Mdia, perodo em que o belo no possua existncia
autnoma, a beleza dessa flor era reflexo da beleza divina, convertendo-a em ndice da
perfeio celestial. No barroco, poca em que j desponta nuances da individualidade
moderna, a beleza da rosa tornou-se alegoria da transitoriedade humana. A partir dessas
constataes, averigua-se o desdobramento do leitor implcito nos dois poemas. Na cantiga,
semelhana dos sermes, o eu lrico exorta provveis interlocutores ao louvor da flor sagrada.
No soneto, as reprimendas dirigidas a essa atuam como desengano vanitas humana,
concedendo rosa a condio de leitor ficionalizado. Adotou-se como suporte terico a esse
trabalho as reflexes de Iser (1996), Lukcs (2012), Mogelli (2009) e Hansen (2002).
PALAVRAS-CHAVE: Filologia. Culturas Fechadas. Leitor ficionalizado.

1 Mestre em letras pela Universidade Federal do Piau (UFPI). Doutorando em Teoria da


Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Вам также может понравиться