Вы находитесь на странице: 1из 155
O motor elétrico 6 uma maquina que transforma energia elétrica em energia mecdnica, usualmente disponibilizada num eixo em rotagao, como ilustra a Figura 1.1 Energia Be cS Motor Figuta 1.1. Tansformagdo de energia no motor. Energia mecinica ‘Aagio motota é aproveitada no acionamento de diversos tipos de maquinas e equipa- mentos, que podem ser classificados nos seguintes grupos: > transporte de fluidos incompressiveis; transporte de fluidos compressiveis; processamento de materiais metélicos; processamento de materiais ndo metilicos; manipulagio de cargas; P transporte de cargas e de passageiros, As bombas-d’agua ou de 6leo sao exemplos de maquinas acionadas por motores elé- tricos dentro do grupo de transporte de fluidos incompressiveis. Ventiladores, compressores © exaustores classificam-se no grupo de transporte de fluidos compresstveis. No proces- samento de materiais metilicos, encontram-se intimeras mAquinas operatrizes, tais como. furadeiras, prensas, tomos ¢ frezas, entre oultras. Existe um niimero imenso de méquinas e eqiuipamentos acionados por motores elétricos, classificados como processamento de ma- tetiais ndo metilicos, tais como méquinas para processamento de madeiras (serras de fita e circulares, lixadeiras e furadeiras), produtos alimentfcios (extrusora de massas, moinhos e descascadoras), produtos cerdmicos (marombas e prensas), produtos quimicos (reatores ¢ misturadores), produtos plasticos (injetoras e extrusoras), produtos agricolas {picadores, ordenhadeiras ¢ trituradores), além de incontveis outros nos setores de cimento, papel celalose, vidro etc, Outra enorme aplicacao de motores elétricos no processamento de materiais néo metélicos so os aparelhos eletrodomésticos. Na manipulag3o de cargas, os motores elétricos acionam elevadores, escadas e pontes rolantes, talhas, guindastes € cor teias transportadoras, entre outros. Tidlebus, metr6, trens @ carros elétricos so exemplos de equipamentos para transporte de cargas e de passageiros que utilizam motores elétricos para tracao. Pode-se notar, do breve resumo de aplicagées, que o motor elétrico & a maquina mais fargamente utilizada na inclistria, no meio rural, no comércio, nos servicos e nas residéncias. Isso se deve as qualidadles inerentes da energia elétrica, ou soja, trata-se de uma energia timpa, de baixo custo e de fornecimento instantaneo. Pelo lado dos motores, eles sAo fabri~ cados desde poténcias minésculas de alguns watts, até poténcias gigantescas de milhares de quilowatts. Suas caracterfsticas operacionais atendem a quaisquer tipos de cargas, aliadas a um alto rendimento na transformagao de energia. A instalagio e manutengio sie razoavel- mente simples. E uma maquina extremamente segura. Sao rarfssimos os acidentes envol- vendo motores elétricos. Sob o ponto de vista econémico, so imbativeis frente a quaisquer outros tipos de motores. Estima-se que mais de 40% de toda energia efétrica consumida no pais é dlestinada ao acionamento de motores elétricas em geral. No setor industrial como um todo, pouco mais da metade da energia elétrica é consumida por motores, Os outros pontos de forte consumo S80 os processos eletroquimicos, aquecimento e iluminagSo. S40 comuns as inddstrias nas quais mais de 80% do consumo de energia elétrica é de responsabilidade dos motores Existem dliversos tipos de motores elétricos, os quais s4o divididos em duas grandes familias. A primeira € a familia dos motores acionaclos por corrente continua (motores CC). ‘A segunda € a dos motores acionados por corrente alternada (motores CA). A Figura 1.2 apresenta um quadro geral dos motores elétricos. Os motores CA podem ser dos tipos sincrono, assincrono ou especial. O motor CA as- sincrono é denominado como motor de indugao, posto que seu principio de funcionamento esté baseado na inducdo eletromagnética, a semelhanga dos transformadores, Esses motores sdo fabricados em alta tensdo (superior a 2000 volts) quando se destinam a aplicagdes de alta poténcia (centenas ou milhares de quilowatts}. Tipicamente sao utilizados em sidertir- gicas, refinarias, petroquimicas e indstrias de cimento, papel e celulose e algumas poucas outras. Também so muito aplicados em mineragio e saneamento. Motor compound CY Motor shunt Motor indlependente Mnf {lnc cA snerone Histerese | Motor série | I ' Polos salientes, Tiifésico { Polos lisos bm permanente ‘Split phase Capacitor de partkia Capacitor permanente Gaiola de Deis eapacttores cesquilo ' Monofésico CA assinerono “Tiféseo Rotor [de ans (trfésico) bobinado | de repulsao {monofésioo) Figura 1.2. Quadro geral dos motores elétricos, Os motores de indugao de baixa tensio usualmente sio fabricados para operagzio em até 440 volts, So produzidos com poténcias de fracées de quilowatts até algumas centenas de quilowatts, quando trifasicos, e até pouco mais de uma dezena de quilowatts, quando . monofisicos. Sdo motores de aplicagio geral Os motores de inducao trifasicos e monofésicos respondem por mais de 95% do total de motores instalados nos setores industrial, rural, comercial e residencial. Por outro lado, so responsdveis por aproximadamente 75% do total de poténcia instalada do universo de todos os motores. Sua enorme empregabilidade deve-se as suas caracterfsticas operacionais, | , que permitem o acionamento de praticamente todos os tipos de méquinas e equipamentos. Além disso, sua robustez garante uma vida él bastante longa. Para qualquer poténcia ¢ o motor elétrico de menor custo e de maior facilidade de instalagio e manutengao, Existem dezenas de milhdes de motores de indugéo em operacao. 1.2 A Importancia Econédmica do Motor de Indugao A Agéncia Internacional de Energia estima que os motores elétricos sdo respons veis por cerca de 46% do consumo global de energia elétrica. O grafico da Figura 1.3 mostra a participagao relativa das varias formas de uso final de energia elétrica em Am- bito global, pk hbe kaha dc cdi ddkddbbbacn kdb cach ddhinche ka dnmnmagEcEELEe uminagdo 19% Figura 1.3, Parlicipagao do uso final de enorgia etétic Dentro do setor industrial os motores respandem por cerca de 69% do consumo. Na-~ turalmente, esse perfil de consumo varia entre os diversos paises. No Brasil, estima-se que 08 sistemas mottizes respondam por quase 60% do consumo do setor, A Tabela 1.1 mostra © perfil do consumo estimado em nivel global. Tabela 1.1. Perfil do consumo setorial e motriz. Setor % do consumo % motriz setorial [7 intstia 6% ie Comercial 20% 38% Residencial 13% 22% Transports e Rural o% 3% ‘A mesma agéncia classifica os motores como de baixa, média e alta poténcia para fins estatisticos. Os de baixa poténcia so aqueles com poténcia maxima de 0,75 kW, ou 1,0 cy, também corthecidos como motores fraciondrios. A faixa dos de média poténcia co- meca acima de 0,75 kW e vai até 375 kW, ou 500 cv, Além desse valor os motores so classificados como de alta poténcia, A poputlagio de motores de baixa poténcia ¢ estimada como algo em tomo de 2 bilhbes de unidades, tipicamente utilizados em eletrodomésticos como geladeiras, ventiladores, aparelhos de ar condicionado ¢ lavadoras automaticas, entre varios outros. Todavia, embora representem cerca de 90% do universo dos motores instalados, eles so responséveis por apenas 9 % do consumo global dle energia elétrica para fins motrizes. J4 08 motores de média poténcia respondem por 68% do consumo para fins motrizes. A populagio estimada desses motores alinge cerca de 300 milhées de unidades, sendo pelo me~ os 80% motores de inducao tifésicas, ou seja, 240 milhGes de unidades instaladas. Estima-se {que sefam produzidos anualmente cerca de 30 milhies desses matores. Algumas publicagdes sugerem a existéncia de 10 milhées de motores com poténcia entre 200 cv @ 500 cv. ‘ doh ncbharhahicadhbdnchbnmanaddha cabana mann cae LLL LEEL Os motores de alta poténcia totalizam pouco mais de 600 mil unidades em termos globais, porém sio responsdveis por 23% do consumo de energia para fins motrizes, Estudos patrocinacos pelo Procel indicam uma distribuiggo do parque de motores de indugao no Brasil por faixas de poténcia, conforme ilustrado no grafico da Figura 1.4. Obser= va-se que 98% dos motores instalados apresentam poténcia maxima de 100 cv. A popullacéo dos motores de média poténcia no Brasil € estimada em pouco mais de 7 milhdes, com vendas anuais de 500 mil unidades. 10-40 ev, 18% 1-100 78% Figura 14, Estimativa da distribuigdo das falxas de poténcia dos motores de indugdo no Brasil 1.3 Indugdo Magnética Ayariagéo de fluxo magnético no interior de uma espira promove a indugio de tenséo ‘em seus terminais. Se os terminais forem curto-circuitados, haverd circulagao de uma cor- rente elétrica induzida, Considere.am ima natural aproximando-se e afastando-se de uma espira, como mos- tra a Figura 1.5. Observa-se claramente que a aproximacao do (ma natural faz com que aumente o némero de linhas de campo magnético que atravessam o interior da espira. Hé, portanto, um aumento do fluxo magnético. Em consequéncia, surge uma tensao indu- zida, A corrente que circula pela espira terd o sentido anti-horério. Uma espira percarrida por corrente também gera um campo magnético devido a lei de Ampere. O campo mag- nético gerado por essa corrente deve contrapor-se ao efeito que Ihe deu causa, segundo alei de Lenz. A aproximacao do {ma fez aumentar o fluxo magnético dirigido para baixo. A corrente reage a essa variacio, crianclo um fluxo para cima. Iss0 exige que a corrente tenha o sentido anti-hordrio. Uma regra muito simples, chamada de regra da mao direita, permite visualizar o sentido da corrente. Aponte 0 polegar no sentido do campo de reacao e os demais dedos indicardo o sentido da corrente que circula pela espira. Figura 1.5. Indugéo por aproximagao e afastamento de um im. Promovendo em seguida o afastamento do fa natural, 0 fluxo magnético diminuird. A reaciio da espira ser evitar a diminuigao do fluxo ditigido para baixo. Assim, a corrente in- duzida teré o sentido hordrio, que pode ser facilmente visualizado pela regra da mao diteita, © mesmo fenémeno poderia ser obtido por um ima em rotactio, como ilustra a Figura 1.6, Neste caso, 4 medida que o fra gira, 0 fluxo magnético varia no interior da espira, que reage igualmente pela ago da corrente induzida, Figura 1.8, Indugao por rotagio de um ima. A partir de um fma natural com um formato diferente, € possivel a obtengéo de um campo girante em tomo de um ponto a, com velocidade angular @, como thustra a Figura 1.7. Considerando que em todos os pontos da regido entre os polos Norte e Sul o valor da densidade de fluxo magnético B é o mesmo, tem-se um campo girante uniforme, que serd representado por uma Gnica linha. A Figura 1.8 mostra uma espira posicionada no interior de um campo girante. (a [sl cel ve} (ce 1: a) Fi B B B | ——>» <—— | —> <— — <__ Figura 17. lm natural girando e campo magnético girant, LET E&P L87 £997 Figura 1.6. Espira num campo magnético giranto. O fluxo magnético € 0 produto entre a densidade de fluxo magnético B e a area proje- tada da espira, Pela Figura 1.8 ¢ facil observar que o fluxo 6 maximo quando o campo est na direcao vertical, e nulo quando na posigéo horizontal. Considere o campo numa posicao qualquer, como ilustra a Figura 1.9, em que 8 é o angulo entre um eixo perpendicular 20 plano da espira e 0 eixo das linhas de campo magnético, f Figura 4.9. Espira num campe magnético girante, ae 7 . poe ee eee, eee ea ic aahd cba dabichbha dada thivcackaadbianagcbn aa Neste caso, 0 fluxo magnético ser dado por: © =8.5.cos0 an. Como 0 campo gira com velocidacle angular «a cada instante to valor de 0 sera dado por: O=0.t, substituindo em (1.1), vem: (9) = BS.cos ot 1.2, fem que S 6 a Area da espira, Observe que 0 campo girante uniforme faz com que 0 fluxo no interior da espira varie com 6 tempo, promovendo uma indugao eletromagnética, ou seja, induzindo tenséo e cor- rente na espira, Este é o principio fundamental para a operagio de um motor de indugso. Mais adiante serd visto que 0 campo girante do motor seré cbtido pelas bobinas do estator. A lei de Faraday, que rege a inducao, determina a expresséo da tensio induzida numa sinica espira: db a (1.3). O sinal negativo expressa o principio da reagio & varlacao do fluxo, Para uma bobina com N espiras tem-se: N= 1.4), de (1.4). Para o caso de uma bobina sujeita a um campo girante, a tensdo induzida seria dada por: do y--n® BORON GE dB.S.cos ct) dt e= e(t) = @N.B.S.sen ot Sabendo que @ = 2.1. ¢ substituindo na expresso anterior, ven: elt) = 2.nf,N.B.S.sen ot Como a tensdo induzida é senvidal, seu valor RMS ser dado por: A cortente induzida sera dada pela tensio dividida pela impedancia da bobina, Dy = Rb+iXb, (7). Comparando a equacao do fluxo (1.2) com a equagio da tensao induzida (1.5), observa-se que a tensio induzida esta atrasada cle 90° com relagéo ao fluxo. O fluxo fungao de cos at, enquanto a tensao é funcao de sen at. Isso significa que o fluxo € méxi- mo quando a tensao é nula e, quando o fluxo 6 nulo, a tensio 6 maxima. Esta observagio reveste-se de importincia para a compreensio do conjugide produzido pelo rotor do motor de indugao. 1.4 Transformador Ideal _ © transformador é uma maquina elétrica estatica, isto 6, nao tem partes rotativas. Sua finalidade 6 alterar os parametros elétricos tensdo ¢ corrente, Uma poténcia elétrica € fornecida sob certa tensdo alternada numa bobina primétia, ou simplesmente primario, A poténcia 6 entéo transferida a uma bobina secundaria, ou simplesmente secundétio, tornando-se disponfvel sob outra tensdo e, por consequéncia, com outra intensidade de corrente, A transformagio dos pardimetros elétricos, tenséo ¢ corrente, ocorre por indugo magnéti- ca, A bobina primaria percorrida por corrente elétrica altemada produz um flux magnético altemnado, isto €, varidvel com 0 tempo, de acordo com a lei de Ampére. Esse fluxo & “con- duzido” para a bobina secundaria por meio de um circuito magnético, Um fluxo magnético | variando no interior de uma bobina promove a inducao de uma tensao em seus terminais.. corre algo semelhante ao que foi descrito no item anterior sobre a aproximagio e afasta- mento de um {ma nas proximidades de uma espira. O circuit magnético é constituido por um nticleo de chapas de ago de pequena es- pessura. Esse tipo de montagem é exigido para minimizar as perdas por correntes parasitas que surgiriam caso 0 niicleo fosse macigo. A Figura 1.10 mostra um transformador esque- maticamente. A ihe et) ee et eg Et ee eT A clara compreensio do prinefpio de funcionamento do transformadior € cle muita im- portincia para o pleno entendimento do motor de indugéo, que é uma méquina rotativa, © campo girante, com densidade de fluxo B constante, promove indugso numa bobina, da mesma forma que um campo unidirecional, com variagao da densidacle de fluxo B com 0 tempo. A Figura 1.11 mostra tais situagdes. BD B i ry a a v ’ ij Figura 1.11, Campo unidirecional com densidade de fluxo vari Gampo girante com densidade de fluxo constante, Num motor de indugao, 0 campo girante & produzido pelas bobinas do enrolamen- to do estator, € 0 flux magnético atravessa as bobinas do rotor. Neste sentido, o estator do motor comporta-se como o primério de um transformador, e o rotor como um secunda- rio rotativo, Além da alteragao da tensdo e da corrente, hé alteragao da frequéncia devido & rotagdo. A Figura 1.12 sintetiza esta comparagio. y Campo unidirecional Primério ‘Seoundario — — — Caren Weer |r ! eon clékica i ‘Transformador incia eletrorne } Pottncie Tone antes Poencia : olica \ecanca Estator Rotor i >} vtann nd vee = |—* i Motor ‘Campo girante Figura 1.12, Diagrama de blocs - Tansformador © Motor, As caracteristicas operacionais e 0 desempenho dos transformadores podem ser verifica- dos com certa facilidade a partir de um circuito elétrico equivalente. Dada a similaridade entre ‘0 transformador e o motor de indugao, € conveniente verificar primeiramente o transforma- dor; depois dele, o circuito equivalente do motor de indugao sera faclimente desenvolvido. Uma bobina ideal, com comprimento muito maior que o diametro, sujeita a uma ten- sfo alternada, produzira um campo magnético com intensidade dada pela lei de Ampere, como mostrado na Figura 1.13 e na equagao (1.8). vit Figura 113. Bobina ideal, Nico Ht) = 1.8). L Se a bobina estiver sujeita a uma tensdo vit) = Vinge: Sen ot, a corrente que circula & itt) = Inge: $0" (t ~ 90°). Considerando que a bobina envolva um nticleo magnético, a den- sidade de fluxo sera: Be) = pheo (1.9). Se 0 ndicleo tiver uma sego S, 0 fluxo seré: (t) = BUS (t.10), Substituindo (1.8) e (1.9) em (1.10), vem: (1.1). O fluxo est4 em fase com a corrente aplicada, O sentido pode ser verificado pela regra da mao direlta No caso do transformador, um fluxo de mesma natureza seré produzido pela bobina priméria, promoyendo indugaa no secundétio, de acordo com a lei de Faraday. Assumindo um fluxo a semelhanga daquele da equagio (1.11), tem-se: @ = Opyge.sen (ot-90") (1.12), ea tensao induzida seré: No ®mniy.0608 (ot -90°) =.Np.Dyypqssen ct (1.13) Pee Ee eee ce O sinal negativo indica que a tensio induzida deve contrariar o efeito que a esta ge~ rando. A representacéo da Figura 1.8 jé leva em consideragao o sinal negative, Pode ser considerado que e,(t) = va(t, devido ao fato de o transformaclor ser ideal. Como a = 2.1. @ equacio (1.13) pode ser rescrita exatamente como a equagao (1.5), ou seja: eg(t) = 2. F,Np.B.S.sen ot (14). O valor RMS seré: F2= 444.L.N2. Pings (1.15), tal como a equacao (1.6). . © mesmo fiuxo atua na bobina priméia e induz uma tensio e,(8), que se contrapée a vj(b, tal como representado na Figura 1.8. Portanto, tem-se Vy = et) = 2IF.Ny. jn ge senot Volt) = @9(0) = 2.mf.Np, Oyj, senot wy _ el 2M vot) epit) Np (116), considerando os valores RMS, MoOBLM BN a7. Do ponto de vista de um circuito magnético ideal, a forca magnetomotriz (3) resultante deve ser nula. Isso implica que: Noch = Nala by No Ny (1.18). Conclui-se que a relagéo de espiras das bobinas do primario e do secundario determina as relagdes entre tensfo e corrente. Exemplo 1.4 Determine 0 ntimero de espiras do primério de um transformador que possui 150 es- piras no secundario e uma relagao de tensdo 120/12 volts. Aplicando (1.17), vem: vo Nt 12 150 Ny = 10 x150 = 1.500 espiras Exemplo 1.2 Calcule as correntes primaria € secundaria do wansformador do exemplo anterior, s- bendo que existe uma carga de 500 W no secundario. | | Py = Vo ily Aplicando (1.18), vem: 1.5 Transformador Real Sob 0 ponto de vista elétrico, um transformador ideal seria constiturdo por duas bobinas ideais acopladas magneticamente, como representado na Figura 1.14. NLNZ BER Figura 1.14, Transformador ideal. Na prética, as bobinas apresentam resisténcia 6hmica R, € Rp. Além disso, o fluxo ndo é inteiramente concatenado, Existe dispersao tanto na bobina do primario como na bobina do secundario, as quiais podem ser representadas pelas respectivas reatincias de dispersao X, X,. Considerando o circuito magnético como sendo ideal, porém levando em consideragéo a tealidade das bobinas, 0 circuito da Figura 1.14 passaria a ser representado pela maneira indicada na Figura 1.15. et eee ead NLNZ Figura 1.18, Transformador quase ideal Naturalmente V, ¢ E; tornam-se desiguals, da mesma forma que V2 ¢ Ey, mas conti- nuam valendo as relagbes: & LN hl Ne & oN . boON Por sua vez, 0 circuito magnético também nao é ideal. O nticleo se aquece por efeito da histerese e das correntes parasitas (correntes de Foucault), Essa energia “perdida” deve ser representada como uma resisténcia elétrica Ry, do lado do primario. De outra parte, mesmo com secundario aberto (1, = 0), serd necesséria uma corrente do primario para a magnetizagfo, ou seja, geracao do fluxo magnético, que pode ser traduzido por uma reatain- cia cle magnetizacao Xj,- Com isso, 0 circuito elétrico representativo do transformador real toma a forma da Figura 1.16. i, Ry % ° —. ny — . i vy Re. 8 3 E B ey Figura 1.16, Transformador roa. As relagdes de transformacao validas so: fo NM NL Na EN, © bhoON ‘Aandlise das caracter(sticas operacionais e de desempenho fica facilitada se o circuito for bipolar, e nao como o da Figura 1.16, que é um quadripolo. Neste sentido, a impedancia da bobina do secuncirio (Ry ++ j Xp) ¢ da propria carga Z, é transferida ao primario, Os valores das impedncias refletidas séo tais que as poténcias ativa ¢ reativa sdo iguais quando sujeltas as correntes I; ou Ip. Assim, tem-se: bib cg agbdha dace MRAM ALELEALEW Ea am cdhbca waa dk, Analogamente, tem-se: 2 2 N Ny 4 =() KX. € Zy -() Zy (1.20), ‘A Figura 1.17 mostra 0 circuito elétrico equivalente do transformador. Ry X Ry X . NWA POY nM. i i, if Figura 1.17, Circuito olético oquivalente, Para efeitos praticos é costume langar mao de um circuito elétrico equivalente aproxi- mado, em que 05 valores de Ry - @ X. , so agregados juntamente com Rj ¢ X;. Rigorosamen- te estd se cometendo um erro, porém ele nao chega a 5%, 0 que é perfeitamente aceitivel para fins de andlise, A Figura 1.18 mostra esse circuito. | nf 3 Figura 118, Cirouito olétrico equivalente aproximaco, © transformador pode ser ensaiado para a obtengio dos valores aproximados das im- pedancias das bobinas (Ry, + j Xp) € do equivalente ao niicleo magnético (Ry + j Xm) O ensaio constitui-se de dois testes: a) Teste de Circuito Aberto O transformador com o secundario aberto (Z, > «) & submetido a tensdo nominal. Pelo primério circula uma corzente que fundamentalmente € a corrente de magnetizacio soma- da & corrente necesséria para vencer as perdas do niicleo magnético. Em termos de circuito clétrico equivalente aproximado, a impedancia constitufda por Ryy @ Xm é muito maior que Ry @ X,, Neste teste, so medidos os valores da tensio nominal, da comrente e as poténcias ativa ¢ reativa (P, ¢ Q4). Utiiza-se comumente um multimedidor digital 2 2 Ry ME e Xp = Mt (1.21), a y b) Teste de Curto-Circuito O secundétio do transformador 6 curto-circuitado (Z,~» 0). O primério & submetido a uma tensio ajustavel, fornecida por fonte de tensio varidvel, até que sea atingida a corrente nominal do primério, Dado o curto-circuito no secundéiio « a baixa tensao de alimentacio, as perdas no ferro e a corrente de magnetizagio so consideradas despreztveis, Neste caso, 0 circuito fica resumido apenas 3 impedéncia representativa das bobinas agregadas, Com as mediclas clos valores de tensio, corrente © poténcias ativa e reativa, tem-se: (1.22), Desta forma, com uma margem de erro aceitivel, ficam estabelecidos os parametros do ciccuito elétrico equivalente aproximado do transformador, Com ele € possivel prever o comportamento e 0 desempenho do transformador com qualquer carga. € possivel avaliar as perdas no ferro no cobre (bobinas), o rendimento, o desempenho em sub e sobretensio e assim por diante. Posterlormente serd visto que o motor de induc, por analogia ao transformador, tam- bém pode ser representado por um citcuito elétrico equivalente. Por isso, a importancia da compreensio do circuito do transformador. Exomplo 1.3 Os testes de um transformador 440/220 volts, 1,5 kVA, 60 Hz, apresentaram os se- guintes resultados: circuito aberto (30 W, 20 VAn) e curto-circuito (15 W, 20 VAN. Estime os valores clos pardimetros do circuito equivalente aproximado referente ao primério. sarin a Teste de cicuito aberto Aplicando (1.21), vem: 440" Ry =e = 6,45 KO 30 2 Xq= AO «9,68 kee 20 Teste de curto-circuito Aplicando (1.22), vem: 8 1S a1290 (2 (3,41) 440 X= oe =1720 Gat) 1.6 Transformador Trifasico A Figura 1.10 mostra as bobinas do primirio e do secundario colocadas em cada uma das “pemnas” do nticleo magnética apenas por conveniéncia. A rigor, elas paderiam ser co- locadas em qualquer parte do ndcleo, inclusive sobrepostas, isto 6, uma sobre a outra na mesma “perna”. Um transformador trifésico nada mais 6 que trés transformadores monofésicos distintos, com os terminais do primério ¢ do secundério convenientemente ligados em triangulo (A) ou. esirela (¥). De uma forma simplista, as ligagdes possiveis seriam Y- A; A-Y; A-Ae Y=¥. Todo 0 equacionamento para o transformador monofésico continua valendo para o transformador trifasico, desde que considerados os pardimetros “por fase”. Claro que as po- téncias triffsicas devem ser divididas por trés, desde que o circuito seja equilibrado. Para evitar a utilizacdo de trés nticleos magnéticos distintos, um por fase, utiliza-se um Gnico néicleo “duplo E”, ou simplesmente um niicleo com trés “pernas”. Em cada uma delas sfio sobrepostas as bobinas priméria e secundéria de cada fase, devidamente isoladas, como mostra a Figura 1,19, hb kbbba the dhd ad babbdk aad hndabahha RARER LAAaLLEL ‘Transformador abaixador Primario: alta tensdo fios finos Secundério: baixa tensio fios grossos Figura 1.19, Transtormador trifasieo. Como as correntes trifisicas so defasadas de 120°, os fluxos produzidos por elas tam- bém terfo a mesma defasagem. A resultante do fluxo fora das “pernas” das bobinas tende a zero. Da mesma maneira que 0 transformador trifésico pode ser avaliado considerando as grandezas “por fase”, 0 motor de inducéo trifésico também pode ser tratado dessa forma, ‘Todo fio percorrido por corrente elétrica imerso num campo magnético fica su tuma forca de natureza magnética dada por: Fs B.Lisen @ (1.23), em que 8 6 0 Angulo entre a diregio do fio e as linhas de campo magnético. O sentido da forca pode ser determinado pela regra da mao esquerda, em que o polegar representa a forea, 0 indicador o sentido do campo e o dedo médio representa o sentido da corrente. A Figura 1.8 representa uma espira sujeita a um campo girante. Ficou evidenciada a defasagem de 90° entre o fluxo magnético e a tens“o induzida, Admitindo, numa primeira andlise, que a corrente pela espira esteja em fase com a tensdo (Xb = 0), 6 possivel represen- tar 0 campo e a espira percorrida por corrente conforme a Figura 1.20. Figura 4.20, Espira percorrida por corrente, vista em corte, Assumindo 0 comprimento lateral da espira igual a L, a forca de natureza magnética desenvolvida no instante representado seré Finag= Bll, 0 conjugado, também denominado torque, neste instante serd: C= 2.B.Lir (1.24), Deve-se notar que $= 2. @a drea da espira e, portanto, 2.nL.8 6 0 valor do fluxo méximo que atravessa a espira, Assim, a equagio (1.24) pode ser rescrita como: C= Ongei (1.25), Analisando detidamente a Figura 1.20, observa-se que a corrente tem o sentido anti- -horério, promovendo um fluxo direcionado para cima. 1ss0 ocorre porque sua ago deve contrariar o fluxo do campo magnético girante, que tende a aumentar para baixo, Fica claro que 0 conjugado desenvolvido na espira tende a movimenté-la no sentido do campo giran- te. Caso a espira tivesse liberdade de movimento, seria “arrastada” pelo campo girante. importante observar que o conjugado estard sempre no mesmo sentido, posto que hé uma tendéncia natural de alinhamento entre o campo girante e campo magnético produzido { pela espira percorrida pela corrente induzida. | Considerandlo que @ espira fiquee travada, num instante qualquer a forga desenvolvida [ fem cada um dos seus lados serd Fi)= B.Li(W, sen @ = B.LI(Q. sen ot rescrevendo a equagio (1.24), vem: cle 2.B.Lini(Q). sen at (1.26), combinando as equacées (1.5), (1.7) € (1.26), vem: cw Oni sen ot b Cit) = Ogg. 26 * #& sen ot. sen ot ‘b CW = So gy ser? wt a.27). O conjugado seré positivo em qualquer instante, posto que é fungéo de sen2at. E certo que | varia de zero a um méximo, mas sempre no mesmo sentido, que é 0 mesmo do campo girante. ' Se, por hipétese, a espira fosse sustentada por um eixo com liberdade de giro, ela seria arrastada pelo campo girante com velocidade angular propria m,. Diz-se que a espira esté em sincronismo com o campo girante quando a velocidade de ambos 6 igual (@ = @,). Nesse caso, nio ha indugdo na espira, posto que nao existe variagao de fluxo. Em consequéncia, Ee ea no circula covrente, pois a tenséo induzida é nula, © conjugado desenvolvido também 6 nulo, nao existindlo acio mottiz. Se a espira estiver travada (o, = 0), haverd uma tensfo induzida elevada, segundo a ‘equacio (1.7), gerando uma alta corrente e um alto conjugado, Porém, a ago motriz nao existird devido ao tavamento, Diz-se que a espira gira de forma assincrona quando sua velocidacle angular 6 menor que a velocidade do campo girante, Nesse caso, & estabelecida uma velocicade relativa entre ambos, dada por: ©, =@- Og (1.28) Para efeito de inducio magnética, tudo se passa como se a espira estivesse parada & © campo girasse com velocidacle «,. Haverd variagao de fluxo pela espira do mesmo jeito. Naturalmente a tensio induzida ser menor, pois «, ¢, consequentemente, a frequéncia da tensio na espira f, set menor que a frequéncia do campo girante f, Da mesma forma, cada um dos fados da espira desenvolverd forga de natureza magnética, que produzirs um con- jugado tal como mostra a Figura 1.20, fazendo com que a espira seja arrastadk pelo campo girante, desenvolvendo acdo mottiz. Este ¢ 0 principio bésico do functonamento do motor de indugéo. Ficou claro que a agéo mottiz, isto 6, 0 desenvolvimento simultaneo de conjugado e rotagao, somente ocorre quan- doa espira gira de forma assincrona com o campo girante, Por isso, a denominagio desse tipo como motor de inducdo assincrono, ou simplesmente motor assfncrono. Fica mais facil agora a completa compreensao da Figura 1.12, que compara o transformador com o motor de indugéo, Grosso modo, o motor de indugdo assincrono nada mais € que um transformador com 0 secundétio rotativo, no qual a tensdo ¢ a corrente induzidas esto numa frequéncia diferente do primario. Esta condigio 6 essencial para o desenvolvimento da agio motriz. Exercicios 4.1) Um transformador, 220/127 volts — 1 kVA, apresentou os seguintes resultados nos ensaios: curto-circuito (P, = 20 W e Q, = 10 VAN) e circuito aberto (P, = 30 We Q, = 60 VAr}, Admitindo que a carga aplicada no secundério seja de 0,8 kVA com fator de poténcia igual a 0,5, calcule a corrente no primério e a defasagem total entre tenséo e corrente, 1.2) Um transformador de 50 kVA apresenta 190 W de perdas a vazio. A plena carga as perclas totalizam 1350 W. Calcule: @) 0 rendimento do transformador a plena carga, supondo que ele alimente um forno a resistencia; b) opercentual das perdas no cobre e no ndcleo; ©) a energia mensal dissipada pelo transformador em kWh, sabendo que 0 forno fica desligaco durante 400 horas no més. # L E f b t 1.3) 1.4) 1.5) 1.6) 1.7) 1.8) 1.9) Rema Rhi LAB KA ka Lda hha baWeamikhcchad dbibdadddiaadhahaa A partir de uma rede de 127 volts pretende-se alimentar uma carga em 220 volts de 0,6 kVA e fator de poténcia igual a 0,8. Ao se utilizar 0 mesmo transformador do exercicio 1.1, qual 0 valor da corrente e clefasagem vistas pela rede de 127 volts, Um pequeno transformador de solda pode oferecer as correntes de 55 A, 80 A, ‘120 Ae 180 A no secundario. Em todos os casos a poténcia absorvida da rede é de 2,64 kVA. A tensio de alimentagio do primério é de 220 volts. Existem 80 espiras no secundldrio. Uma chave seletora cle espiras no primario estabelece as correntes do secundirio, Calcule o ndmero de dessas espiras para cada uma das correntes. Considere o transformador como ideal. Utilize uma planilha de cdtculo eletrénica para resolver o exercicio 1.1, Repita os cal- culos para diferentes combinagdes de carga (poténcia aparente e fator de poténcia), Habilite a fungao para caleulo com ntimeros complexos. Umma inddstria possui rede elétrica de 220 volts. Numa emergéncia, preciso ligar um equipamento trifasico de 3 kVA @ 380 volts. Existem trés transformadores monofési- cos idénticos ao do exercicio anterior, Esbocar a ligagéo desses trés transformadores para alimentar a carga adequadamente, Considerando os transformadores como ideais, estime a corrente de linha do primério. A tensao de linha da inddstria deveria ser cle 220 volts, Medidas realizadas mostram que a tensao esté em apenas 190 volts. A indlstria tem transformador proprio de 225 kVA — 13,800/220 volts - A/Y. O primério desse transformador possui “taps” que permitem alterar o seu nimero de espiras. Fstime a tensdo primaria, considerando a tensdo secundaria medida de 190 volts. Qual o percentual de espiras clo primario que deveria ser aumentado ou reduzido para resgatar a tensio secundéria de 220 volts? Um campo girante tem uma velocidade sincrona de 3600 rpm. Se a velocidace do rotor for de 3540 rpm, qual € a velocidade relativa entre eles? Qual é a frequéncia nas bobinas do secundério (rotor)? Repetir 0 exercicio anterior, considerando a velocidade sincrona de 1800 rpm e a do rotor de 1720 rpm. 7 ® ce} oa & fo} < a? Campo Girante e Enrolamentos 2.1 Circuito Magnético estator & uma patte estética do motor de indugie, constitufdo por um niicleo de chapas finas de ago magnético, tratadas termicamente para reduzir ao minimo as perdas por correntes parasitas e por histerese ou nao, no caso de agos siliciosos, Essas chapas t@m aa forma de um anel com ranhuras internas, € servem para acomodar os conjuntos de bo- binas, ou simplesmente enrolamentos, que irao criar 0 campo girante, As bobinas localiza- das nas ranhuras do estator recebem a poténcia elétrica diretamente da rede, & semelhanga do primério de um transformador. A Figura 2.1 esquematiza 0 nticleo magnético do estator. Figura 2.1. Nicleo de chapas do estator. Inserido no interior do estator encontra-se o rotor, igualmente constituide por um néicleo de chapas magnéticas quase sempre com as mesmas caracterfsticas das chapas do estator, Essas chapas séo ranhuradas externamente para acomodar as bobinas do rotor, ou mais comumente as barras que fazem 0 papel das bobinas, no caso de rotor de gaiola. O néicleo de chapas do rotor 6 suportaclo pelo eixo do motor, como mostra esquiematicamen- te a Figura 2.2. Como haverd indugao nas bobinas, ou nas barras do rotor, ele se comporta como um secundario rotativo de um transformador. oy oa. : 5 Ove : ane Figura 2.2. Nicloo de chapas do rotor, ogee O conjunto estator-rotor constitui um circuito magnético que posstbilita ao fluxo um caminho fechado de baixa relutancia, tal como no transformador. O vae livre entre o estator € 0 rotor, necessdrio para o desenvolvimento da rotacio, 6 chamado de entreferro. A Figura 2.3 mostra os niicleas do transformador e do motor para fins de comparagao. “Transformador Estator- rotor Figura 2.3, Circuito magnético do transformador e do motor. O eixo do rotor é sustentado por rolamentos alojados nas tampas do motor. A carcaga 6 a estrutura que suporta o estator e as tampas. 2.2 Campo Girante Trifasico A ideia do campo girante foi apresentada no capitulo anterior. A Figura 2.4 redesenha a Figura 1.7, procurando mostrar o campo produzido por uma estrutura girante contendo dois e quatro polos. A Figura também mostra um ndcleo magnético cilindrico representativo do rotor. Como ja foi mencionado, 0 estator do motor de indug&o triffsico é estatico, isto é, nao gira. Para que se obtenha o mesmo campo girante representado na Figura 2.4, 6 preciso arranjar conjuntos de bobinas que sejam convenientemente alojadas no estator. Quando essas bobinas forem percorridas por correntes trifésicas, iréo produzir campos magnéticos, cuja resultante sera um campo com intensidade constante, que gira exatamente como esté representado na Figura 2.4. Montando trés bobinas independentes, defasaclas de 120° no espaco, e fazendo que cada uma delas seja percorrida por correntes elétricas, defasadas de 120° no tempo, tem-se como resultante um campo magnético girante. As correntes trifasicas em circuitos equilibra- dos so defasaclas de 120° no tempo, ¢ podem ser representadas matematicamente como: i,Q=Isen at p(t) =I sen (@t-120°) iit) = I sen fat - 2409) 2.1), cuja representacio fasoxial &: Figura 25. Reprosentagéo fasorial de correntes trfésicas. Toda bobina percortida por corrente elétrica produz um campo magnético cuja forga magnetomotriz 6 dada por: FO ENO (2.2), eo sentido a qualquer tempo & estabelecido pela regra da mao direita, Nesse caso, a forga magnetomotriz produzida por cada bobina com N espiras seré: F,()= Nilsen aot fy (0) =NuL sen (ot 120°) | F(= NI. sen (ot — 240°) (2.3). AbALE OMAR RALdLE ad dLkLba awake Se as trds bobinas fossem orientadas segundo um mesmo eixo, o campo resultante seria rnulo, como mostra a Figura 2.6. Figura 2.6, Orientagio des bobinas segundo um mesmo oixo, A verificagao mateméatica seria simplesmente a composicdo da resultante dada por: F() = NLisen wt + sen (ot ~ 120%) + sen (ot— 240°) = 0 2.4). ‘A Figura 2.7 mostra outra disposico das espiras, agora com defasagem de 120°, ce a) ») be Figura 27. a) Disposicso espacial das bobinas; +) representagao dos elxos perpendiculares aos planos das bobinas. © campo magnético de cada bobina agira segundo o eixo perpendicular ao seu plano, como representado na Figura 2.7. Adatando o eixo da bobina aa’ como referéncia, € consi- derando as demais bobinas defasadas de um angulo 0 = 120° (bb) 0 = 240%cc'), tem-se como resultante do campo magnético: FQ) = Faq C08 0° + Fyjy- COS 120° + Fege C08 240° FQ) = NuLisen ot. cos 0° + sen (at ~ 120°). cos 240° + sen (at — 240°).cos 120°] = Que, apés 0 desenvolvimento trigonométrico, resulta na expresséo do movimento circular: FQ = 1,5.Ni.sen ot (2.5) ‘A fora magnetomotriz ira produzir um campo magnético girante com velocidade & intensidade constantes, tal como visto no capitulo anterior. Essa velocidade depende da frequéncia das correntes aplicadas ao conjunto de bobinas trffsicas, A Figura 2.8 mostra gyaficamente o campo girante em quatro instantes distintos. Figura 2.8, Representagdo do campo giranto. Pode-se observar que o campo girou no sentido horétio. Se houvesse a inverséio de duas fases quaisquer, como, por exemplo, a injecio da corrente i, na bobina cc’, ¢ a cor rente i, na bobina bb, o campo iria girar no sentido contrario, ou seja, anti-horério, como mostra a Figura 2.9, Lembrar a regra da mao direita © fato de a simples inversio de duas fases inverter 0 sentido de rotagao co campo girante atribui uma caracteristica singular ao motor de inducAo, Para ele, tanto faz gitar no sentido horério como no anti-hordrio. Nada impede que o motor altere sentido de sua rotacio numa operacéo; basta que uma simples chave faga a inversio de fases. Em algumas aplicacées, isso se reveste de enorme importancia. A Figura 2.10 mostra a disposigéo das bobinas representadas na Figura 2.7 de forma planificada. Cabega das bobinas 1 Estator Cabeca das 5 8 ‘obinas Essas bobinas so alojadas nas ranhuras do estator do motor. Neste caso elementar, cada um dos lados das bobinas 6 acomodado numa ranhura, Os segmentos das bobinas que estdo fora do nticleo magnético do estator sfo as chamadas cabegas das bobinas. Os senticlos dos percursos das correntes pelas bobinas esto representados, para um determi- nado Instante tg, em que a corrente i, é positiva e as correntes iy € i, séio negativas. Notar que as intensidades de corrente so diferentes, Neste instante, as correntes pelas ranhuras 1, 2 @ 6 esto “subindo” e as correntes pelas ranhuras 3, 4 € 5 estéo “descendo”. Lembrar a regra da mao direita. Os eixos dos polos magnéticos estéo representados entre as ranhu- ras que softem inversiio do sentido da corrente, que no caso estdo enire as ranhuras 2 ¢ Zeentre 5 e6, £ muito importante observar que as intensidades das correntes de fase so diferentes ‘em cada instante. Por isso, a inteinsidade do campo magnético no entreferro nao ¢ uniforme sob cada polo. A rigor, ela varia de zero a um valor maximo, segundo uma fungdo aproxima- damente senoidal. Esta situagio real 6 muito diferente daquelas mostradas nas Figuras 1.5 € 2.4. A distribuig&o espacial da intensidade do campo magnético no entreferro, segundo uma | senoide, é a base para o desenvolvimento do conjugado motor real. ‘A Figura 2.11 mostra a mesma situacao para um instante ty, no qual as correntes i, © i, io positivas, e a corrente i, é negativa. : s N s Intensidade de campo magnético no entteferro Figura 2.1, Representagao planificada das bobinas do estator no instante t, Be ee eg eee tod Comparando as Figuras 2.10 @ 2.11, é fécil observar que entre 0s instantes fy € ty, 0 campo magnético deslocou-se para a direita, isto 6, grou no sentido hordrio, considerando a planificagdo mostrada na Figura 2.10. Caso as fases b ¢ c fossem invertidas, no instante ty as correntes pefas bobinas aa’ e cc! seriam positivas, e na bobina bb’ seria negativa, Assim, © campo magnético teria se deslocado para a esquerda, ou seja, no sentido anti-horaio. XG agora cuidou-se do campo girante de dois polos. Ficou evidente que é necessério um ciclo elétrico intelro para que o campo girante realize um giro completo. Pode-se fazer um exercicio grafico a partir da Figura 2.10, entre os instantes ty € to +T, que mostre cada um dos polos realizanclo um giro completo. Isso equivale aos polos percorrerem todo 0 espago planificado, Figura 2.12. Representagio planificada das bobinas do estator no instante t,, com inverséo do fase. © campo girante basico de dois polos exigiu: uma bobina por fase, Por isso, a distncia angular entre cada um dos lados das bobinas foi de 180°. Um campo girante basico de quae tro polos exigira duas bobinas por fase. A defasagem espacial entre os inicios das bobinas deve ser de 180°. Em consequéncia, os lados de cada bobina estario defasados de 90°. A Figura 2.13 mostra arranjo espacial das bobinas da fase a para as duas situacées, fa, inicio da botina 9) 4 (Inico) a aa! ‘a; * {Inicio da bobina ay) ‘Uma bobina por fase Duas bobinas por fase Figura 2.43. Uma e duas bobinas por fase. ‘As bobinas das demais fases ndo esto representadas, mas ¢ 11 seja, as cor- da mesma forma, respeitando a defasagem de 120° elétiicos no es velocidade ‘cada uma, isto 6, 120° entre a, e by e 120” entre b; ec. Quan "a em to- gulo em graus elétricos, deve-se ter em mente que um conjunto vas de arco de 360° elétricos, Assim, quatro polos distribufdos ao longo ‘ou 360°, ocupam um arco de 720° elétricos, pois cada par de pr elétricos. No caso de duas bobinas por fase num sistema tifésico, existiiav au wane ae = ‘ou doze lads. Portanto, o estator precisaré de doze ranhuras. A Figura 2.14 mostra a dispo- sigdo desse sistema basico. | a by ga by or Figura 2.44, Reprosontagao planificada de duas bobinas por fase {As bobinas de cada fase tanto podem ser ligadas em série como em paralelo, € 0 conjunto trifésico pode estar ligado em tridngulo (A) ou estrela (Y). A Figura 2.15 mostra a distribuiggo das correntes no instante tg € ty +T/2, com ligagao série das bobinas. Também sdo esqquematizadas as intensidades de campo magnético no entreferto. Entre 0$ instantes ty ¢ ty +T/2 tem-se meio ciclo elétrico, Em tp a corrente i, 6 positiva e as correntes iy, @ i, negativas, Meio ciclo elétrico corresponde a 180° elétricos, A Figura 2.15 deixa claro que enquanto as correntes evoluiram meio ciclo elétrico, os polos deslocaram-se de 90° no espiago, isto 6, progrediram apenas um quarto do espaco planificado. Desta for- ma, fica facil verificar que serdo necessérios dots ciclos elétricos para que os polos do campo girante completem uma rotacao, Se fossem seis polos, seriam necessérios trés ciclos elétricos para uma rotagdo completa e assim por diante. ap eee EE a Comparar ‘| a planific 1 | as corr i oe Figura 2.1, Corentes nas bobinas emt t+ 2. A frequéncia padronizada para as redes elétricas brasileiras é 60 Hz, ou seja, as cor- rentes elétricas completam 60 ciclos por segundo, ou 3600 ciclos por minuto. A velocidade do campo girante € chamada de velocidade sfnerona (N,}, quase sempre indicada em ro~ tagdes por minuto (rpm). Pelo exposto, é posstvel estabelecer as velocidades s{ncronas dle ‘campos girantes, sujeitos a 60 Hz, como segue: Tabela 2.1. Velocidades sincronas. Numero de Polos Velocidade Sincrona Genericamente, a ratagao sincrona para uma dada frequéncia e um dado némero de polos é: Nj=— (2.6). Avelocidade sincrona é constante numa dada frequéncia. Atualmente existem 0s inver- sores de frequéncia, que sio equipamentos haseados em dispositivos eletrdnicos de estado s6lido, que tém a propriedade de alterar a frequancia de alimentacéo do motor. Em con- sequéncia, a velocidade sincrona pode ser alterada de acordo com a expresso (2.6). Este assunto serd tratado mais adiante. Exemplo 2.4 Quais as velocidades sincronas de um motor de seis polos com as frequéncias de 60 Hz 50 Hz? Ns = 120 x 60/6 = 1.200 rpm. Ns = 120 x 50/6 = 1.000 rpm 2.3 Nogdes de Bobinagem | Os motores de indugéo trifésicos de baixa tenséo para aplicacao geral sio fabrica~ dos com dois, quatro, seis ¢ oito polos. O némero de ranhuras do estator independe do namero de polos, Tipicamente existem motores com 24, 36, 48, 54 ou 72 ranhuras. As bobinas séo confeccionadas com fios de cobre eletrolitico esmaltados. O esmalte sobre | 6s fios nus tem a finalidade de propiciar isolamento elétrico. Também existem bobinas de barras perfiladas pré-moldadas. Geralmente as bobinas t&m um formato trapezoidal, como ilustra a Figura 2.16. Dhak dd eckbhda ma BkncbadwahbdacbahdbcdaecabaddeEeEeE Cabega da bobina Estator Cabega da bobina “Terminals Figura 2,16, Formato das bobinas. As laterais das bobinas sao acomodadas nas ranhuras do estator, devidamente isoladas € protegidas do niicleo de aco, Ao conjunto completo das bobinas das trés fases, com suas conexées, dé-se o nome de enrolamento do estator. Quando uma ranhura € ocupada por apenas um lado de bobina, tem-se 0 enrolamento de camada Gniea. Quando a ranhura for ocupacla por dois lados de bobinas distintas, tem-se o chamado enrolamento de camada du- pla. A Figura 2.77 mostra esses dois tipos por meio de uma vista em corte de uma ranhura. Os enrolamentos bdsicos vistos no item anterior eram do tipo camada inica, Fecho . Isolamento Nidleo magnético Hl @ wo i Figura 217. 2) Ranhura para enrolamento de camada iia; : i }) ranhura para enrelamento de camada dupa, i j Cada fase do enrolamento & constituda por grupos idénticos de bobinas, todas com 0 ! mesmo ntimero de espiras. As montagens dos grupos de bobinas nas trés fases devem ser | rigorosamente idénticas, guardada a defasagem correspondente a 120? entre o par de polos, ou seja, 120° elétricos. Usualmente 0s grupos tém sempre 0 mesmo nimero de bobinas, TTodavia, existem alguns poucos casos nos quiais 0s grupos podem ter diferentes néimeros de bobinas. Esses casos, assim como os de enrolamentos mistos, no sera tratados aqui. Enro~ famentos mistos tém parte em camada Gnica e parte em camada dupla, (Os grupos com mais de uma bobina sto montados na forma concéntrica ou imbricada, Num gruipo de bobinas concéntricas, uma est no interior da outra. Cada bobina tem seu proprio passo, ito 6, distancia entre ambos os lados. As cabecas das bobinas nao se cruzam. No grupo de bobinas imbricadas, todas tm o mesmo passo. As cabecas das bobinas so sobrepostas, isto é, se cruzam. A Figura 2.18 mostra os dois tipos de grupos. Dentro de um grupo, as bobinas sao ligadas em série, A ditima espira de uma bobina & ligada diretamente no infcio da bobina seguinte. Os grupos, por stia vez, podem ser ligados em série ou1 em paralelo. Pte, «itt PbS +++ (a) 3) Figura 2.18, Representagdo esquemética de grupo de bobinas. a) concéntricas (passo das bobinas diferentes); b) imbricadas (passo das bobinas constantes). Das Figuras 2.10 ¢ 2.14 ficou claro que era preciso pelo menos um grupo de bobinas por fase e por par de polos. Isso significa que para obter dois polos, é preciso pelo menos um grupo de bobinas por fase; quatro polos, dois grupos; seis polos, tr8s grupos e assim por diante, Por outro lado, néo hd nenhum impedimento que existam dis grupos de bobinas por fase e por par de polos. Neste caso, para obter dois polos, sfo necessérios dois grupos de bobinas; para quatro polos, quatro grupos e assim sucessivamente, Em resumo, para a maioria dos enrolamentos de estator de motor de inducdo existe um ou dois grupos de bobinas por fase e por par de polos, Dos enrolamentos bésicos apresentadlos no item anterior ficou evidenciado que os eixos dos polos, num dado instante, posicionavam-se nos pontos em que ocortia Inversio do sen- tido da corrente, Recorre-se a esta constatagao para melhor visualizar questéo do ntimero de grupos de bobinas por fase e por par de polos, A partir deste ponto, toda anélise serd fei para uma fase apenas para uma maior clareza de explicagao. Quando se tem um grupo de bobinas por par de polos, todos os grupos da fase deverdo ter uma ligagio de sequéncia direta, Isso significa que o fim de um grupo deverd ser ligado no comeco do grupo seguinte, Tem-se uma ligacio entre os grupos da seguinte forma: comeco ~ fim, comego ~ fim, .. Eda R ERE AREER E ha MEaE ARE LE mR bbb hE had ahE peas YVR Tart ree OI Bayh reo: YY ry? Figura 2.20. Numeragio dos conjuntos de grupos de bobinas das fases. Dependendo do tipo de enrolamento e do némero de polos, cada conjunto pode consistir de um, dois, trés ou quatro grupos de bobinas. Aiguns poucos enrolamentos nao permitem que os grupos sejam agregados em dois conjuntos, como € 0 caso do enrolamento de seis polos, do tipo um grupo de bobinas por fase e por parde polos. Neste caso, trés gru- pos de bobinas no podem dividir-se igualmente em dois conjuntos, A titulo de curiosidade, a Figura 2.21 mostra uma fase de dois enrolamentos para sels polos, do tipo dois grupos de bobinas por fase € por par de polos, montacos com um € dois conjuntos. Observar a alter nncia do sentido das correntes, hordtio e anti-hordrio, bem como o simbolo (.) indicando 0 inicio do grupo de bobinas e (x) indicando o final do grupo. Os motores de indugdo apresentam tr@s, seis, nove ou 12 terminais para conexdio a rede elétrica. Sao possfveis as seguintes combinagées tridngulo (A) e estrela {¥): 12 terminais 9 terminais 6 terminais 3 terminais A,Y, AA e YY Ae AA, ou, Ye YY AeyY Aouy Mais adiante, essas formas de ligagGes trifasicas sero vistas com maiores detalhes. Figura 2.21. Uma fase de um enrolamento de sels poios, a} dois conjuntos com trés grupos; ) um conjunto com seis grupos. SSSSSITETO TES: gee eee ete 2.4 Comutagao de Polos - Ligagao Dahlander Como foi visto na expressao (2.5), a rotagao sincrona do campo girante pode ser alte- rada, modificando o néimero de polos. Ao permitir que os terminais dos grupos de bobinas sejam acessados exleramente, tomna-se extremamente simples alterar 0 ntimero de polos, mesmo num enrolamento complexo, Essa alteragaio quase sempre ser do tipo 2/4 polos © 4/8 polos, permitindo ao motor duas velocidades sincronas, ou seja, 3600/1800 rpm ou 1800/900 «pm. A condigéo bésica para esta situacdo a possibilidade de ligagio dos grupos em sequiéncia dlreta ou em oposicao, de tal sorte que se tenha um ou dois grupos de bobinas por fase e por par de polos. Os motores que apresentam possibilidade de dupla velocidade si0 denominados motores com ligagsio Dahlander. A ligago Dahlander permite a comutagao dos conjuntos de bobinas da fase de um para dois grupos de bobinas por par de polos. Trata-se de uma ligacio simples, porém bastante ‘engenhosa. Em geral, essa ligacao baseia-se na comutacao estrela (Y) ¢ triangulo (A). A Figura 2.22 mostra esquematicamente tr8s possibilidades de ligaco 4/2 polos, para tensdo de linha V_ = 220V, O ponto (.) indica 0 infcio das bobinas. Observe cam atencio o sentido da cor- rente, indicado apenas para uma fase, na ligagao de sequéncia direta ¢ em oposicio, As li- gAG6es pare quiatro ou dois polos so executadas por chaves comutadoras externas ao motor. Dependendo da ligagio interna, ao fazer a comutagéo polar, pode ocorrer a inversio da rotagio, Neste caso, além da comutacdo, deve haver a inverséo de duas fases para ga~ rantir 0 mesmo sentido de rotacao. Na ligagio A/YY, hd um aumento de tensio nas bobinas com 0 objetivo de manter 0 conjugado constante, mesmo com a duplicagio da velocidade. Na ligagio YY/A ocorre o inverso, ou seja, hé diminuicgo da tensio nas bobinas quando a velocidade duplica, fazenclo com que o conjugado se reduza, mantendo a poténcia cons- tante. O tipo de ligagso a ser escolhido dependerd essencialmente da carga a ser acionada. © motor com ligagio Dahlander é feito para uma tensdio de rede especifica, 2.5 Relagdes Aplicadas a Bobinagem Para a maioria dos enrolamentos podem ser estabelecidas algumas relagées bésicas que auxiliam a sua visualizagao. Para a eficaz aplicagdo dessas regras utiliza-se como unidade de medida 0 némero de ranhuras. O enrolamento costuma ser esquematizado de forma planificada. As ranhuras sao numeradas em sequencia. A rigor, qualquer ranhura do estator pode servir como referéncia, isto 6, a ranhura ntimero um, Na maloria das vezes considera- -se como ranhura ndimero um aquela que acomoda o lado da primeira bobina do primeiro grupo da primeira fase, por exemplo, a fase A. Merde indigao a) AY, 4/2 polos nov 220 Begone c Ligagio - Sequeéncta diteia ‘Um grupe de bobina/ pat de polos Apolos (Germinais 45,6 -> abertos) b)YYIA, 42 polos Ligegao - Sequéncia creta Um grupo de bobina / par de polos 4 polos (terminais 4,56 curto) Ligago - Sequéncia direta Um grupo de bobina / par de polos 4 polos terminais 1,2,3 > abertos) Figura 2.22, Ligagdes Dahlander, Ligacao - Oposigao Dols grupos de bobinas/ par de polos 2 polos (terminais 4,5,6— eurto} 10 220 B2e° 5 8 GC Ligagéo - Oposigéo ois grupas de bobinas / par de polos 2 polos {lerminais 4,5,6-> abertos) 220V c Ligacio - Oposigto Dois gripes de bobinas / par de polos 2 polos {termina 1.2.3 > curto) ‘As regras que serio apresentadas nao dario indicagbes das ligagdes entre os grupos e 05 conjuntos. As ligagSes, série ou paralelo, deverao ser atentamente observadas a partir do tipo de enrolamento, ou seja, um ou dois grupos de bobinas por fase e por par de polos, Para melhor visualizacdo ¢ conveniente estabelecer o sentido das correntes tifésicas num instante em que a fase A tenha corrente positiva e as fases B e C, correntes negativas. Isso equivale a fazer a corrente “entrar” pelos terminais 1 e 7, “sair” por 4 e 10, para a fase A, Para as fases Be C as correntes devem “sair” por 2, 3, 8 € 9, @ “entrar” por 5, 6, 11, ¢ 12. Estas regras ndo se aplicam para os enrolamentos mistos, que so aqueles nos quais parte 6 em camada dinica e parte em camada dupla. Também nao se aplicam aqueles enro- iamentos nos quais os grupos nao tenham o mesmo némero de bobinas. Definem-se os seguintes pardmetros: Pp. —nGimero de polos Z — ntimero de ranhuras do estator P,, ~ paso polar P,, > passo do grupo de bobinas P, > passo das fases P,, — passo das bobinas Ny > nGmero de grupos de bobinas por fase e por par de polos (1 ou 2) Nj, — ntimero de bobinas dos grupos p= Z P 2 ma 5h Quando 0 enrolamento for de camada tinica, todos os passos terdo de resultar em nti- metos inteiros; caso contrério, nao se pode aplicar a regra para o enrolamento. Com respei- to.ao passo das bobinas existem duas situagGes, sendo uma para o arranjo imbricado e outra para 0 artanjo cancentrico. No arranjo imbricado, as bobinas sio idénticas, todas tém o mesmo passo. No arranjo concéntrico, determina-se o passo médio das bobinas, Dentro de um grupo de bobinas concéntricas, a diferenca entre 05 passos de duas bobinas consecutivas sempre sera igual a dois. Se 0 ntimero de bobinas do grupo for impar, 0 passo médio das bobinas seré aplicado a bobina central. Se o namero ce bobinas do grupo for par, a bobina central interna terd o passo médio subtraido de um, e a bobina central externa, somado de um. A Figura 2.23 sintetiza estas duas situagdes. Figura 2.23, Passo de duas bobinas concéntricas. Para enrolamento de camada Ginica o passo das bobinas é dado por: Fla P' se Ay < Pp I em que: N= (2.8). " BN, i © ideal para uma melhor distrbuigéo do fluxo magnético no interior do entreferro do i motor seria que 0 passo das bobinas fosse igual ao passo polar. O passo do grupo de bobinas 6 fixado pela geometria, e quando coincide com o passo polar, no existe outra alternativa, 1nos enrolamentos de camada ‘nica, que nao seja 0 “encurtamento” do passo da bobina | em relate ao passo polar. Seré visto mais adiante que as bobinas com passo encurtado | deverio ter um niimero maior de espiras para compensar a distorgao do fluxo magnético no entreferro, | Quando 0 enrolamento for de camada dupla, o passo polar deverd ser maltiplo de 0,5 {meio) ¢ 0s demais parametros inteiros; caso contrério, néo se aplicam as regras. A maioria dos enrolamentos de camada dupla so diametrais, isto é, 0 passo polar é igual ao passo de grupo (P= P,}, porque so enrolamentos com Ny = 2, ou seja, dois grupos de bobinas por fase e por par de polos. Pelo fato de a ranhura comportar dois lados de bobina, no ha nenhum impedimento geomeétrico para fazer o paso da bobina igual ao passo polar (P, = P). Todavia, para melhorar as condigies de partida, costuma-se “encurtar” 0 passo da bobina, Em geral, tem-se: (P,-Ny) k, = 1 para ligagio tridngulo ou ky = 1,73 para ligacdo estrela (Y) » V = tensio de linha » f= frequéncia > & = fatorde enrolamento, Tabela 2.3. Finalmente, o naimero de espiras por bobina seré: 3Ny 7 (2.13), em que Z é 0 némero de ranhuras. O valor adotado para N, deve ser o inteiro mais proximo. O valor de & 6 tabelado em funcao do namero de polos, passo polar e ntimero de ranhuras, Bade baddbddun ma hebadcabcidaihingadangegLecaebheuaagniL | | Tabola 2.3, Fator de enrolamento, 12} | 96 | 40 vs £ 84 g a7 [16 P 18 | 90] 54 | 72 632 | 735 z iso [49 [48 [47 P 2 | #8 | 7 | 98 “205 | 03 [70 | 678 | é tea [a2 [ett | 10 [19 P 3 | 6 | % of [874 | 829 | 774 | 74 § wlnl.|. ag [45 | teta | tet3 [tet [tt P. 923 | 08 | 68 | 29 | 793 | 732 g 1z [121 | 420] c19| ta [err [ae | is | 4 | P 48 | 96 - Le 937 | 993] 900 [ 904 [356 [azz [794 [757 [716 A seco do fio a ser utilizado para a confecgao das bobinas é dada por: Luk 173).ky 2.14), em que $ 6 a secéo de cobre do fio Imm), ke @ ky foram definidos anteriormente. | é a densidade de corrente (A/mm2} e pode ser: J= 7mm? motores menores que 10 cv 5,5 Mmm? motores maiores que 10 cv No Anexo deste livro existe uma tabela de fios utilizacos em bobinagem. Podle-se fazer uma verificagao final do dimensionamento pela andlise do fator de en- chimento, que é definido como: s FE = “TC (2.15), SR em que Sy 6 area total de cobre contido na ranhura e Sp a drea da propria ranhura. A Tabela 2.4 oferece valores para orientacso. Tabela 2.4. Fator de enchimento, 8p (mm?) FE 20 028 30 032 % O37 100 0,40 150 0,43 dbbakaenawdana Valores muito abaixo clos indicados deixarsio os fios muito soltos dentzo das ranhuras € valores muito acima dificultardo a insercio das bobinas nas ranhuras, 2.7 Terminais dos Enrolamentos As redles tifésicas de baixa tensio sfo de tr8s ou quatro fios, ou seja, trés fases e um neutro, que pode existir ou nd, As tensdes de linha so padronizadas em 220, 380 ¢ 440 V. Eventualmente sto encontradas outras tenses préximas as padronizadas. Os motores pro- duzidos devem atender a todos os clientes, qualquer que seja a tensdo de rede. Esta & a razio de os motores terem trés, seis, nove ou 12 terminais, como visto no item 2.3. Exemplo 2.4 Um motor de 15 ev e quatro polos opera sob tensao de 220 V com ligacdo em trignngu- lo, © didmetto intemo do estator & de 12 cm e seu comprimento € de 18 cm, Existem 48 ranhuras. O enrolamento é de camada dupla e existem dois circuitos paralelos. Determine 6 ntimero de espiras das bobinas, sabendo quie 0 passo é de 1:12. ty = 2 94,2 mm 015 94,2180 gag 40-2 Wb 10° Ne Gaal?) = 206 espiras 4,44 x 8,48 x10™x 60x 0,946 7 3.x 206 Ny = AOS 13 espiras Exemplo 2.5 Um motor de 7,5 cv e quatro polos tem corrente nominal de 20 A, sob tenséo de 220 V. Sabendo que o motor esta ligadlo em tridngulo e 0 enrolamento possui dois circuitos paralelos por fase, determine a bitola do fio esmaltado que deve ser utilizado para seu rebobinamento. 20x14 = = 2 “Tyaxran O86 mm A partir de tabelas de fios esmaltados para bobinagem, verifica-se que o fio imediata- mente superior 6 0 17 AWG (5 = 1,040 mm?), Nora | Nao se utiliza fio com bitola superior a 12 AWG nos enrafamentes clos motores, Os motores com 12 terminais podem ser ligados em qualquer rede a partir de aclequa- da intetligagdo dos terminais, como mostra a Figura 2.26, B27 56 iC “y, =380 v= 440 Figura 226. Ligagdio Aa, YY, A. Fstes 12 terminais também permitem a ligagdo Y com os conjuntos de bobinas da fase ligados em série. Costuma-se dizer que seria uma ligacdo para 760 ¥, todavia esta nao é uma tensio de linha disponivel. Essa ligagao ¢ utilizada apenas para partida estrela~ -triangulo em tenséo de linha de 440 V, que sera vista no Capftulo 6. Os motores com seis terminais permitem ligacéo em estrela ou em tidngulo, nas ten- sées de 220 V ou 380 V. A semelhanga dos motores com 12 terminais, cada conjunto de bobinas é projetado para uma tensao de 220 V. A Figura 2.27 mostra estas ligagbes. v= 2200 V, = 380 Figura 2.27. Ligagao Ye A. Os motores cam nove terminais possuem trés dos 12 terminais ligados internamente, ou seja, os terminals 10,11 e 12. Dependendo da ligacao interna desses terminais, eles poderao operar em A @ AA ou YY € Y, conforme mostra a Figura 2.28. Sao aplicados para tensGes de linha de 220 V ou 440 V. Nos dois modos de ligacdio dos motores de nove terminais, nao & possivel a alteragio de ligagao estrela para triangulo e vice-versa. Figura 2.28, Ligagdo A @ AA ou YY e Y. 2.8 Aspectos Térmicos Todo fio percortido por corrente elétrica dissipa calor devido ao efeito Joule. © calor dissipaco pode ser dado por: 2 ware = R 2.16). Tanto as bobinas do enrolamento do estator como do rotor, ou suas barras, caso se trate de um rotor de gaiola, dissipam calor, Além disso, o fluxo variével atuando no nticleo mag- nético estator - rotor induz correntes indesejaveis nas chapas de aco, posto que elas também sio material condutor, Essas correntes so chamadas de parasitas, ou correntes de Foucault. Elas também sao fonte de aquecimento por efeito Joule. Os nticleos do estator e do rotor sao laminados, isto 6, feitos de chapas muito finas, justamente para minimizar esas correntes. Por isso, as laminas s4o feitas na diregéo do fluxo para reduzir a drea sujeita & inducdo e au- mentar a resisténcia elétrica do circuito parasita. A histerese magnética, devido a altemancia do fluxo, também é uma fonte de geragéo de calor interna do motor. Todas essas formas de calor gerado no interior do motor também estao presentes no transformador. Sob o ponto de vista elétrico, so representadas na forma de resistencias elé- tricas equivalentes Ry € R,, da Figura 1.18, No caso co motor, além das perdas no "cobre’ e no “ferro”, somamse as perdas mecAnicas, como, por exemplo, aquelas geradas pelo atrito entre 0 eixo 0s rolamentos e pelo acionamento do ventilador. O calor 6 uma forma de energia que, no caso do motor elétrico, nao é aproveitada para produzir trabalho mecanico. Trata-se, pois, de consideré-ta como energia perdida. Quanto dha habacdhaaemekagdagba indugdo trifésicos para aplicagéo normal so inteiramente fechados, Assim, 0 calor geraclo internamente acaba promovendo uma elevagao ce temperatura interna. Devido a diferenga le temperatura estabelecida entre o interior do motor e o meio exterior, ocorrerd um pro i | HH ail maiores sio as perdas, menor ser 0 rendimento do motor. Normalmente os motores de : ! cesso de transferéncia de calor sua vez, a carcaca é aletada para facilitar a troca de calor com 0 ambiente. Atras da tampa traseira da carcaca existe um yentilador acionado pelo proprio eixo do motor, quie tem a finalidace de aumentar a citculagéo de ar pelas aletas. Uma tampa defletora de ago ou fer- | to fundido serve para direcionar o fluxo de ar. Esta 6 a conFiguracdo do motor totalmente | fechado com ventilacdo externa, Existem também os motores que sao abertos e com venti- : lacio interna. ' | Em rogime, todo calor grado internamente sera dissipado por meio da carcaga. Por O enrolamento canstitui-se na parte mais delicada do motor sob o ponto de vista tér- mico. Os fios das bobinas devem ser isolados, Para tanto, 0s fios s4o recobertos com esmalte sintético de natureza orginica. Apés a montagem do enrolamento hé um reforgo do isola mento pela impregnagio de vemiz, Se a temperatura das hobinas ultrapassar ceterminado valor, o material isolante de recabrimento dos fios acaba se queimando, colocando as bo- binas em curto, A rigor, dentro de certos limites de temperatura, o isolante deveria ter uma vida titi ilimitada, Se por qualquer razao houver uma elevagio da temperatura das bobinas, mesmo que insuficiente para causar a queima, ela ird contribuir para a degradacio do iso lante, até que ele seja perdido em algum ponto, Uma regra antiga diz que a cada 10 °C de sobrelevacao do limite de temperatura, a vida «ti! do motor é reduzida a metade. {A Figura 2.29 mostra o gradiente médio de temperatura entre as bobinas do estator @ ‘0 meio ambiente. | O ponto de maior temperatura localiza-se no interior da ranhura, A maior dificuldade para a transmissio do calor da ranhura para a superficie da carcaca reside no interior da , prdpria ranhura. Existe um mecanismo compiexo de condugio do calor entre os fios das i bobinas eo estator. A impregnacdo com verniz e a compactacao das bobinas devem ser i i perfeitas. O ar é um maui condutor de calor, Assim, a existéncia de espacos vazios dificulta a extracdo do calor ¢ a temperatura aumenta, prejudicando a vida atil do enrolamento. Basta apenas um ponto mais quente no interior do enrolamento para comprometer © motor, ainda F que a temperatura média do enrolamento como um todo permaneca abaixo do limite, ‘Anorma NBR 7034 estabelece classes de isolamento que dependem do tipo de ma- terial isolante empregado e dos sistemas de isolamento. Para cada classe € estabelecido um limite de temperatura que o isolamento pode suportar sem que seja afetada sua vida itil. As classes so as seguintes: Classe A Classe E Classe B Classe F Classe H Figura 2.29, Gradiente de temperatura do estator & carcaga. Como visto na Figura 2.29, interessa a elevagéo da temperatura do enrolamento em relagio ao ambiente. Pela norma, motores para aplicacao normal sao instalados em tem- peraturas ambientes maximas de 40 °C. Acima disso as condigées de trabalho so consi- deradas especiais. A maxima temperatura nas ranhuras deverd ser a admitida pela classe, subtraida a temperatura ambiente, Além disso, a temperatura nunca é uniforme no enrola- | mento. A norma considera uma diferenca entre a temperatura média do enrolamento 0 ponto de maxima temperatura para cada classe de isolamento. Para as classes B e F esse va- lor 6 de 10°C e para a classe H, 15 °C. As classes B, F e H sdio as mais comuns para motores de aplicagéo normal. A distribuicgo de temperatura para essas classes 6 dada na Tabela 2.5. Tabela 25, Temperaturas ((C) classes B, F oH. Classe de Isolamento e[riu Temperatura Arnbiente [a ae [ae Elevagao de Temperatura a0 [105 [425 | Diferenga de Temperatura Maximae Média | 10 | 10 | 15 || Temperatura Limite 130 | 155 | 180 Para uma adequada protecao dos motores utilizam-se sensores térmicos insetidos nas ca- begas das bobinas. Os mais comumente utilizados sio termorresistores, termistores, termosta- (0s e protetores térmicos, Se a temperatura do enrolamento ultrapassar um valor pré-ajustado, 05 sensores enviam sinais ao circuito de comand, e entéo, ou se desliga o motor, ou acionam- se alarmes, Este assunto sera tratado em detalhnes no capttulo sobre instalagdes de motores. ee eee tee As principais causas que contribuem para 0 sobreaquecimento dos motores so: obstrucao da ventilagao; temperatura ambiente elevada; variagiio excessiva da tensio e da frequéncia da rede; bloqueio do rotor; excesso de partidas, inversées de rotagao e frenagens; falta de fase; sobrecarga excessiva; regime de trabalho muito variavel Os fabricantes fornecem um dado muito importante sobre a resisténcia térmica de um motor. £0 chamado tempo com rotor bloqueado a quente (Ith), Esse tempo indica quantos segundos o motor pode suportar uma situagéo com 0 rotor bloqueado, considerando que ele estivesse operando em condigées nominais. Trata-se de uma situaio extremamente cri- tica, pois a corrente torna-se muito elevada e néo existe ventilagio. Tipicamente esse tempo varia de cinco a 30 segundos, dependendo do motor. Esta informacao ¢ disponibilizada nos catélogos dos fabricantes, ¢ trata-se de uma caracterfstica muito importante para a definigao do método de partida a ser utilizado, como sera visto mais adiante. Em geral, 0s catSlogos informam o tempo com rotor bloqueado a quente (Tid) para a asse B de isola mento. Para determinar esse tempo para as demais classes, podem ser utili- zadas as seguintes relacées Trb(F) = 1,384. THb(B) ‘Th(H) = 1,769. Tr(B) (2.17). Exercicios 2.1) Para um motor de quatro polos, calcule as velocidades sincronas do campo girante para as seguintes frequéncias: 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90 ¢ 100 Hz. 2.2) Considere um enrolamento trifésico de camada Gnica, quatfo polos, 24 ranhuras, € as correntes A, B e C no instante (1), Figura 2.8. Os terminais das bobinas estéo nas seguintes ranhuras: Al - 1; A2 ~ 19; BT ~ 5; B2 - 23; C1 - 9; C2-3.A tabela se- guinte mostra a distribuigao de dois enrolamentos distintos nas ranhuras, Desenhe & identifique cada um deles Bee tee >| f S14] poee = lola 40 it 2 8 14 5 16 T 8 19 20 2 2B 2B 24 fold fofe|olal=|>lahololole |e fools offs |b fefolaibi>l>le 8 =B R Esbocar um diagrama de enrolamento de camada tinica, bobinas imbricadas, 24 ranhuras e dois conjuntos de bobinas por fase, para ur motor de dois polos com seis termina. Repetir 0 exercfcio anterior, considerando bobinas concéniricas. Esbocar um diagrama de enrolamento para um motor de quatro polos, camada ‘nica, bobinas imbricadas, 36 ranhuras, dois conjuntos de bobinas por fase e 12 terminais, Repetir o exercfcio anterior, considerando enrolamento de camada dupla e quatro conjuntos de bobinas por fase. Dimensionar os fios dos enrolamentos dos exercicios 2.5 e 2.6, considerando a ten- so de linha igual a 220 volts, operacao em triangulo e poténcia do motor de 5 ev. Fazer um croqui de uma chave reversora de rotagio manual a partir de uma chave faca de duas posicées. Fazer um croqui de uma chave estrela-triéngulo manual a partir de uma chave faca de duas posigées. ee ee ae tL RE LEAL LR wn ® pe) a ao} 3° = a Componentes do Motor de Indugao Trifasico 3.1 Breve Hist O motor de inducao trifésico, tal como conhecemos hoje, “nascew” na década de 1890. Cem anos antes, James Watt tinha atingido o completo aperfeigoamento do motor a vapor, integrando & sua maquina o mecanismo biela - manivela, inventado por James Pickard em 1790, O motor a vapor de Watt foi uma das conqutistas tecnologicas que deu extraordinario suporte & Revolugao Industrial. Nascia af a motorizagio das atividades industriais. As indGstrias da época eram mindisculas se comparadas as de hoje. Em regra, inddistrias de moagem de graos, serrarias e de fiagdo e tecelagem puderam deixar as margens dos rios ese transferir para as cidades. A maquina a vapor as libertou da forca motriz obtida por rodas- -<'gua. A poténcia mecanica das rodas era transferida até os postos de trabalho por meio de uma drvore de eixos, Ao longo dessa érvore existiam tomadas de forca, quase sempre um conjunto de polias correias. Ainda assim, 0 motor a vapor transmitia sua poténcia mecini- ca para os postos de trabalho através da velha Arvore de eixos. Com o motor elétrico houve uma segunda fase de extraordindrio desenvolvimento das atividades industriais, A arvore de eixos foi abandonada, pois daf em diante a poténcia era transmitida diretamente aos postos de trabalho através de fios pela agio da eletricidade. Cada posto de trabalho tinha seu proprio motor elétrico. O principio da inducsio magnética foi estabelecido por M. Faraday, em 1831, embora tenha sido descoberto alguns anos antes por F. D. Arago, em 1824. Nessa época ja se sabia que um ima rotativo era capaz de fazer girar um disco metélico pela acio da inducdo. So- mente em 1879, a inglés U. Bailey conseguiu obter um campo magnético girante rudimen- tar, a partir de eletroimas fixos, porém sem nenhuma aplicacéo prética. Depois de sia década, por volta de 1887, 0 croata naturalizaco norte-americano Nikola Tesla e o italiano Galileo Ferraris conseguiram obter um campo girante a partir de dus bobinas dlefasadas de 90° no espago e alimentadas por correntes senoidais defasadas de 90° no tempo. Era 0 campo girante bifasico. Em 1888, Tesla apresentou trés formas de stia invencao, toclas com quatro polos salien- tes no estator, Na primeira também havia quatro polos salientes no rotor (motor de relutn- cia) girando na forma sfnerona, Na segunda havia um enrolamento no rotor que partia por si mesmo, girando abaixo da velocidade sfncrona (motor de induc}. Na terceira forma havia um enrolamento no rotor, girando na velocidade sincrona (motor sfncrono). George Westinghouse, dono da empresa que levava seu nome, comprou a patente de Tesla e 0 contratou para continuar o desenvolvimento de suas ideias. O motor de indugao para efeitos préticos 6 ficou disponivel em 1892, ainda assim em alta frequéncia e mono- fisico. Pelo lado da Europa, 0 engenheiro russo Mikhail Dolivo-Dobrovolsky entrou para tra- balhar na empresa alema AEG em 1887. Ele foi um clos pioneiros no desenvolvimento de sistemas trifésicos. Em 1888 ele jé tinha desenvolvido geradores e linhas de transmissio trifésicas. Em 1891 0 motor de indugao trifasico j4 funcionava na ponta da rede de trans- missiio. Ainda era um motor com enrolamento no rotor, Tal feito também foi obtido pela Westinghouse em 1893, quando B. G. Lamme desenvolveu a primeira linha trifasica nos EUA em 60 Hz e acionou um motor trifasico, ainda de rotor bobinado. A forma final como conhecemos hoje, com rotor gaiola de esquilo, também foi ideali- zada por Lamme por essa ocasido, Essa ideia logo foi seguida por outra grande empresa nas- cente, a General Electric - GE. Apds breve disputa judicial pela patente, ambas empresas passaram a comercializar 0 motor de indugao com rotor gaiola de esquilo em 1896, Esse motor seria o “trator” da inddstria no século XX, Qs primeiros motores eram muito grandes. Um motor de 7,5 cv da época tinha um tamanho equivalente a um motor de 100 cv de hoje. 3.2 Visdo Geral dos Motores de Indugdo Trifasicos Os motores de inducdo trifésicos, ou motores assincronos trfésicos, sto produzidos de acordo com normas estabelecidas por diversas instituigoes de diversos paises. A normaliza- do visa a garantir uma padronizaggo minima a ser respeitada pelos intimeros fabricantes. Entre as diversas instituicdes de normalizagdo merecem citagio: ABNT - Associagao Brasileira de Normas Técnicas; IEC - Intemational Electrotechnical Commission; NEMA - National Electrical Manufacturers Association; IEEE - The Institute of Electrical and Electronics Engineers; wewee DIN - Deutsches Institut fur Normung, No caso brasileiro existem algumas normas bésicas estabeleciclas pela ABNT que devem ser seguidas pelos fabricantes. Geralmente essas normas esto harmonizaclas com as normas IEC. As principais normas de interesse so a IEC 60034 - Rotating Electrical Machines e a NEMA MG 1 - Motors and Generators. Tais normas s4o compostas por diversos capitulos procuram estabelecer padres de especificagio, ensaios, formas construtivas, sistemas de resfriamento, niveis de ruido e vibracao etc. As principais normas ABNT que merecem ser destacadas so: » NBR 17094 (2008) Maquinas Elétricas Girantes - Motores de indugéo Parte 1: Trifésicos e Parte 2: Monofasicos. NBR 15623 (2008) Maquinas Elétricas Girantes - Dimensoes, Séries de Poténcias para Macuiinas Elétricas Girantes - Padronizagio. Parte 1: Designacéo de Carcagas entre 56 e 400 € Flanges 55 € 1080. Parte 3: Motores Pequenos e Flanges BF 10 a BE 50. > NBR 5031 (2008) Maquinas Elétricas Girantes - Classificacdo das Formas Constru- tivas e Montagens. NBR 15367 (2006) Maquinas Elétricas Girantes - Marcacao de Cabos Terminais, » NBR 5383 Maquinas Elétricas Girantes - Ensaios. Parte 1: Motores de Indugio Tii- fésicos (2002). Parte 2: Motores de Indugéo Monofasicos (2007). ‘Muitas outras normas so aplicadas subsidiariamente, como, por exemplo, a NBR IEC 0034-5 Graus de Protecdo (Cédigo IP) - Classificagao. Ao longo deste livro a citagéo de normas seré feita sempre que necesséria, Os motores de indugio trifisicos sao fabricados desde fragdes de cv até milhares de cx. O objetivo central deste livro @ a abordagem dos motores que a NBR 5410 - Instalagoes Elétricas de Baixa Tensdo classifica como motores para “aplicages normais”. Entende-se por motores para aplicagdes normais aqueles que acionam cargas industrials ou similares até 200 cy, alimentados em baixa tensio. A rigor, motores com poténcia superior a 50 cv ja apresentam peculiaridades construtivas que exigem tratamento mais detalhado. Usualmente esses motores so aplicados no acionamento de bombas, ventiladores, exaustores, compres- sores, unidades de refrigeracio, maquinas-ferramentas para processamento de materiais metilicos e no metdlicos, manipulacdo de cargas, processamento de produtos agricolas € assim por diante, Motores considerados como de “aplicagio normal” para os setores comercial e residen- cial s30 aqueles com poténcia até 2 cy, tipicamente encontrados nos eletrodomésticos e nos chamados equipamentos eletroprofissionais, 05 fabricantes costumam dividir os motores de inducdo trifésicos em “familias”, com caracter(sticas distintas uma das outras. A primeira grande familia € a dos motores total- mente fechados com ventilacdo externa (TFVE). Fsse tipo de resfriamento exige carcaca aletada. Sao fabricados numa faixa de poténcia de 1/6 @ 750 cv. Usualmente, acima de 200 cy, 6 preciso fazer encomenda especifica as fabricas, Geralmente so produzidos com dois, quatro, seis ou oito polos. Podem ser alimentados com as tens6es de linha de 220 V, 380 V ou 440 V, na frequéncia de 60 Hz. Por isso, apresentam trés, seis, nove ou 12 ter- minais, depencendo ca combinagio de tensa desejacta. Os projetos atendem is normas citadas, entre outras. Uma catacteristica comum dessa farntlia ¢ que todos os motores com carcaga aletada de ferro fundido apresentam a caixa de ligagio, isto 6, a caixa em que é feita a conexio da rede elétrica com os terminais do enrolamento, localizada numa das laterais da carcaga ou no topo, Quando a carcaga aletada 6 de aluminio injetado, eles séo fabricados para poténcias de até 15 ov, Esses motores so aplicados preferencialmente em ambientes que apresentam alto grau de corrosdo. © tipo mais comum dentro dessa familia s4o os chamados motores normais. $0 mo- tores TFVE, com carcaca e tampas aletadas de ferro fundido. Quando esses motores apre- sentam ligagdo Dahlandey, constituem-se num segundo tipo. Neste caso, a8 combinacées disponfveis sio para 4/2 ou 8/4 polos. A ligagao Dahlander exige tensio tnica de 220, 380 ou 440 V. A maxima poténcia usualmente disponfvel 6 de 125 cv. Os motores dessa familia ainda podem ser produzidos com um flange no lugar da tampa frontal, com 0 objetivo de oferecer mais altemnativas de montagens, particularmente para uso em redutores aplicados em talhas, guinchos, elevadores, pontes rolantes e simita- res, Usualmente a maxima poténcia disponivel 6 de 50 cy, Existe um quarto tipo de motor fabricado com flange frontal, especificamente destinado ao acionamento de bombas mono- blocas, Neste caso, sao disponiveis com apenas dois ou quatro polos, com poténcia entre Te100cy, Existem diversos tipos de motores, derivados do tipo normal, voltados para aten- der uma série de necessidades especificas. S20 motores especialmente projetacios para atender as exigéncias de ambientes agressivos e perigosos, ou de regime de operagso muito severo. Entre eles existe 0 chamado motor & prova de explosio. S40 motores para serem aplicados em ambientes com presenga virtual de gases inflamaveis, onde uma pequena fafsca pode detonar uma explosdo, Também so motores do tipo TFVE, porém a carcaca, as tampas ¢ a caixa de ligagio sio reforcadas, As vedagbes so impecdveis. O controle de produgao desses motores € muito rigido, dada sua grande responsabilidade, Quando a pre- senga de materiais inflamaveis nao for téo frequente pode-se utilizar © motor nao acendivel. Para aplicagdes em que higiene ¢ limpeza sao fundamentais, existem motores com pinturas especiais com propriedades bactericidas. Também existem motores projetados para aplica- des em mineragao e para situagées que exijam alta confiabilidade. Qs motores de indugdo séo responsaveis por uma parcela significativa do consumo global de energia elétrica, Desde a década de 1990, os fabricantes vém continuamente produzindo melhorias nos projetos, nos materiais e na fabricacao, com vistas a aumentar 0 rendimento dos motores, isto é, reduzir as perdas internas. Desde a década de 2000, os institutos de normalizacdo e as autoridaces governamentais dos varios paises vim estabe- lecendo metas de eficiéncia para motores elétricos. Assim, os fabricantes sdo obrigados a fornecer motores que atendam requisitos minimos de eficiéncia. Mais recentemente, com a edicdo da norma IEC 60034-30 (2008) esses requisitos tornaram-se mais exigentes e foram harmonizados na Europa e EUA (NEMA - MG 1). Os motores foram classificados em trés niveis de eficiéncia crescente, a saber: “Standard” —> IE 4; > “High” — 1E 2; > “Premium” — IE 3. O aumento de eficiéncia dos motores é obtido com materiais mais sofisticados, tanto no estator, como ne rotor, O sistema de ventilagéo é mais aprimorado. O projeto do motor € mais refinado, Todas essas providéneias garantem uma significativa redugao das perdlas. Por isso séo chamados de motores de alto rendimento. Quanto maior o nivel de eficiéncia, mais caros eles sd em relagio aos motores padidio, A compensacio se dé pelo menor custo operacional, devico ao maior rendimento. Em regra, esses motores si intercambiéveis com qualquer nivel de eficiéncia. Dentro de algum tempo deverd ser langado o nivel IE 4 — Super Premium. A Figura 3.1 apresenta uma ilustragao do motor normal, Extratos de catdlogos com in- formagées técnicas esto disponfveis no Anexo A. Uma outra familia agrega 05 chamados motores para aplicagées comerciais, os quais so abertos com ventilacdo interna, ou seja, o ar de resfriamento circula pelo interior do motor. A carcaga é lisa. So dispontveis apenas nas poténcias de 1/6, 1/4, 1/3, 1/2, 3/4, 1,1 1/2, 2. 3 cy, com dois, quatro ou seis polos. Apresentam trés ou seis terminais para ligacso Y ou A. Estéo dispontveis para tensbes de 220/380/440 volts. O projeto desses motores segue fundamentalmente a norma NEMA MG-1, sendo a NBR 17094 aplicada subsidiariamente. Essa familia apresenta dois tipos basicos de mo- tores, denominados “Steel Motor Trifasico” ¢ “Jet Pump". Os “Jet Pump” sao disponiveis apenas com dois polos e tém flange na tampa frontal. Séo para aplicacao especifica no acionamento de bombas, Operam em qualquer combinagao de tensdo de linha, isto é, 220, 380 ou 440 V. Olbal para Careaga, igamento aletada Ventlador Oo, es externa —- > Caixade és de ar ligagsio Figura 3.1. Motores TEVE, Motores de inducdo trfisicos Careaga aletada Extra Long Life (WELL) Totalmente fechados ‘Ambientes limjaos (WWash) Ventilagao extema A Prova de Explosso NBR 17094 e NBR 15623 P/ Bombas Monabloces OMAP) Normais (W22 “Premium” e “Plus”) Carcaga de Aluminio (W21 Aluminio) Dahlander (w22) Nessa mesma linha também existem os motores monofésicos Steel Motor Monofésico ¢ Jet Purp. As faixas de poténcias disponiveis so as mesmas dos trifasicos, com dois ou quatro polos, Para a versio Jet Pump apenas motores com dois polos so dispontveis. Po- dem operar sob tensdo de 110 ou 220 volts, Ambos modelos utilizam capacitor de partida, assunto que sera tratado no Capitulo 10. Quando o principio de funcionamento do motor Jet Pump for do tipo Split-Phase, a faixa dle poténcia fica limitada a 1,0 cy A Figura 3.2 apresenta uma ilustracao desses tipos de motor, ¢ no Anexo existem infor mages técnicas sobre eles Alojamento do capacitador de partida a Motor tifistco Motor menofésico Figura 3.2, Motores comerciais. Duas outa linhas de motores monofésicos merecem citacdo. A primeira se refere ao motor padrao IEC, mais tecomendado para aplicacbes industrials, Tiata-se de um motor TFVE, Tnuito parecido com os motores tifsices, com dofs, quatro ou sels polos; que opera sob Geko de 110 volts ou 220 volts, e so do tipo capacitor permanente. A méxima poténcle disponivel 6 de 1,5 cv. A segunda linha € a clo motor monofisioo de uso rural, também padkao IEC, TEVE, Giactor permanente, com do's, quatro ou seis polos. A faixa de poténcia vai até 12,5 en Opera em dupla tensio, isto é, 110/220 V ou 220/440 V ou 254/508 V. Na ditima década foi desenvolvido 0 motor sincrono trifésico com rotor de fmas perma- nantes de alta energia, ou seja, fms fabricados com terra raras. ses motores apresentarn rendimento mais clevado, posto que no existem perdas rotorcas, jé que nao eviste inde Ho. Eles atingem o nivel de eficiéncia IE 4 - Super Premium. Como podem ser intercambid veis com 0s motores de inducio trifésicos, eles se tornam um concorrente natural, © rimeito tipo desse motor o WQattro. Trata-se de um motor hibrido com rotor de Biola em aluminio que permite partida direta da rede ¢ fms permanentes que garantem operagio sincrona com elevadlo rendimento em regime continuo. Sao produzidos rma mee wenec id faixa de poténcia de 0,5 cv a 15 cy, com quatro ou seis polos, para tens6es de 220/380/ 440 volts. A carcaca 6 idéntica a0 do motor de indlugéo de mesma poténcia, por isso total- mente intercambiavel. (O segundo tipo € © WMagnet Drive System, um motor sfnctono puro. $40 produzidos numa faixa de poténcia de 15 cv a 200 cy, unicamente com seis polos ¢ tensio de alimen- tagdo de 380 volts, Ele néio pode ser conectado diretamente na rede. Em verdade, ele deve ser acionado por inversor de frequéncia com controle vetorial CFW 11 para permitiro acio- namento desde a velocidade nula até a nominal, com conjugado constante. Como as perdas rot6ticas sao inexistentes, operam sob menotes temperaturas. Com isso a carcaga para uma dada poténcia pode ser menor que 0 concortente motor de indugo. 3.3 Carcaga como Elemento Estrutural A carcaga é a estrutura que suporta 0 Conjunto estator-rotor, além de exercer a fungio do invélucro do conjunto, Como jé visto, as carcacas podem ser totalmente fechadas ou abertas. Quando totalmente fechadlas, as carcagas devem ser aletadas para facilitar a trans- ferdnicia do calor gerado internamente para 0 ambiente. So prodtizidas em ferro funclido, cembora existam carcagas de alminio ou de aco injetado. A carcaca 6 completada por uma tampa traseita e outra dianteira, Nessas tampas encontram-se 0s alojamentos dos rolamentos de esfera que sustentam o eixo. Algumas formas construtivas substituem a tampa dianteira por flange. Na lateral existe a caixa de ligagao com os terminais do enrolamento do estator. As carcacas abertas so de ago ou de aluminio e nao possuem aletas. Sao lisas sem caixa de ligacdo. Os fios do enrolamento saem do motor por um simples furo. As tampas cianteira e traseita tm o mesmo papel de sustentacao do eixo. As carcacas totalmente fechadas sao padronizadas pela NBR 15623-1. A padronizacao das dimens6es € feita a partir da altura do plano da base ao centro da ponta de eixo, denominada de H, como mostra o desenho da Tabela 3.1. Para cada dimensdo H existem as dimensdes Ce A, que sdo dinicas. A dimensdo B pode ter valores diferentes para um mesmo H, definindo car- cacas curtas (5), médias (M) e longas (L), posto que B é a distancia axial entre os furos dos pés. A Tabela 3.1 indica as dimenses de algumas carcagas mais comuns, segundo a NBR 15623-1, que designa carcagas de dimensdes entre 56 400. Esta norma é baseada na IEC 60072. ‘Tabela 3.1. Dimensdes de carcacas de motores tive. ABNT/ IEC A B 908 140 100 90: 140 10 28 190 2 c K 56 56 70 412M, 190 70 12 89 89 108 10 1828 216 12 132M 216 12 160M 254 18 ABNT/IEC 160 tom ia 200M 200 2268 [205% 208 250 2808 2201 200 358 316 HoM_ | 316 Coino jf foi mencionado, as tampas dianteiras podem ser substituldas por flanges, os quais pocem ser de furos passantes, cesignados flanges FE. ou furos rosqueads, que sao os flan CeFT. Asdimensbes dos flanges também so normalizadas pela NBR 15623-1 © IEC 60072, A Principal azo dos flanges ¢ ofereceraltemativas de montagens, A Figura 3.3 mostra um croqui dle motores com flanges, ¢ os catdlogos dos fabricantes fomecem as dimensoes dos flanges. © © ae furos rosqueados (FTouc) Os motores podem ser fixados de diversas formas, tanto na horizontal como na verti- cal, Na horizontal, podem ter o eixo 4 esquerda ou a direita. Na vertical, podem ter 0 eixo voltaclo para cima ou para baixo, Motores com tampas dianteiras normais s4o fixados pelos pés em subestruturas, isto & bases, placas de base, fundagées, trilhos, pedestais etc. Motores fixados pelos flanges também operam na horizontal ou na vertical, Nada impede a existén- cia de dupla fixagio, ou seja, pelos pés ¢ pelo flange. Os arranjos construtivos com relaczio A fixagio, disposigao dos rolamentos e ponta do eixo so normalizados pela NBR 5031 - Ma- quinas Elétricas Girantes - Classificagao das Formas Construtivas e Montagens. Os motores triffisicos de baixa poténcia, com careaga lisa e aberta, chamados de moto- res fracionérios, seguem a norma NEMA MG-1. Sob o ponto de vista estrutural, para cada posigo de montagem ¢ forma construtiva so estabelecidos os méximos esforgos axial ¢ radial admitidos sobre o motor. Os fabricantes fomecem tabelas e gréficos que permitem a determinacao desses esforgos. 3.4 Carcaga como Involucro de Protegao A carcaga também faz 0 papel do invélucro de protegéo do motor, ou mais precisa- mente do conjunto estator-rotor: A exigéncia do grau de protecdo (IP) depende diretamente do ambiente no qual o motor seré instalado. Um motor instalado ao tempo, sujeito a sol e chuva, deve exigir um grau de protecéo superior a um motor instalado no interior de uma sala limpa e seca, Por outro lado, motores instalados em moinhos ficam sujeitos & imensa quantidade de poeira. Eventualmente esse ambiente pode ser lavado com agua. Nesse caso, ograu de protecio deve ser maior do que naquele em que ndo ha lavage. Motores a prova de explosao sao para ambientes perigosos, sujeitos a gases e outros elementos combustiveis @ inflamavels. Nao s8o aplicagées consideradas normais, e por isso nao sero estudadas. Os ambientes considerados agressivos para motores sio aqueles com presenga de p6, poeira, fibras, particutados etc. Também os ambientes molhados ou sujeitos a jato de égua s&o considerados agressivos. Motores que operam completamente imersos constituem-se fem casos especiais. Para que ds motores possam trabalhar adequadamente nesses ambientes, devem pos- suir algumas caracteristicas construtivas especiais, tais como: > enrolamento duplamente impregnado; pintura’anticorrosiva alquidica, interna e externamente; placa de identificacao de aco inoxidével; elementos de montagem zincados; ventilador de material nao faiscante; retentores de vedaciio entre o eixo e as tampas; juntas de borracha para vedar a caixa de ligagdo; calafetagem na passagem dos cabos pela carcaga; caixa de ligagdo em ferro fundido. erat A carcaga, enquanto invélucto, deve oferecer eficaz protegao ao motor no meio em quie ele opera. A norma NBR IEC 60034-5 estabelece diversos grauts de protecéo para 0s motores em geral. Os grauis de protegto sao especificados pelas letras IP seguidas por dois algarismos. O primeito algarismo indica grati de proteao contra a penetragio de corpos s6lidos estranhos e contato acidental, © segundo algarismo indica o grau de protegio contra a penetracao de Agua no interior do motor. A Tabla 3.2 mostra a indicaggo de cada um dos algarismos. Os motores de inducao trifésicos totalmente fechados para aplicagdo normal sao fabri- cados com os seguintes graus cle protecéo: » — IPS4 - protecao completa contra toque e contra actimulo de poeiras nocivas (5). Protecao contra respingos de todas as diregées (4), Sao utilizados em ambientes muito empoeirados. IP55 - protecio completa contra toque e contra actimulo de poeiras nocivas (5). Protecéo contra jatos de dgua em todas as diregbes (5). Sao utilizados nos casos em que os € quipamentos sao lavados periodicamente com mangueiras. IP(W)55 - idéntico ao IP 55, porém so protegidos contra intempéries, chuva e maresia. $40 utilizados ao ar livre, Também so chamados de motor de uso naval, Tabela 3.2. Graus de Protegao. ‘Palgarismo ‘Sem proiegao Corpos estrantos com dimens6es acima de 50 mm | Corpos estraninos com dimenséas acim ade 12mm Corpos estantios com dimensGes acim ade 2.8 mm Corpos estanhos com diensdes acin ade 1,0 mm Protegdo conta agi de posiras projucilas eo motor Totalmente protagido contra poeira algarismo Sem prolagao Pingos de agua na vertical Fingos do Aqua até a indinagao de 16° com a vertical Agua de chuva até 2 incinagdo de 60° com a vertical Rospingos de todas as dregs Jatos dagua de todas as diregces Jatos potentos Iimersdo temporéria Imetsao permanente Os motores de inclucfo wifésicos abertos para aplicagao normal so fabricados quase sempre com grau de protegao P21. Sao protegidos contra toque com os dedos e contra ccorpos estranhos sélidos com dimensio acima de 12 mm (2). Também apresentam protegso contra pingos na vertical (1), Anorma NBR 5410 considera que 05 mototes para aplicacées normais devem operar adequadamente em temperatura ambiente de até 40 °C e em altitucles de até 1000 m. Motores que operam em ambientes com temperaturas constantemente superiores a 40°C podem ter o isolamento de seus enrolamentos prejudicado, Para compensar esta situa- cio, devem-se utilizar motores com isolago Classe H (180 °C). Também pode ser con- veniente operar 0 motor com uma poténcia reduzida em relagdo a poténcia nominal. A Tabela 3.3 oferece o fator de multiplicagéo da poténcia citil em fungao da temperatura (°C) jente ¢ da altitude (m), Tobola 3.3. Fatores de corregio. TeoyHim) 1000 4500 200 «| 30 a” ‘104 % 102 096 40 100 04 08 | 4 092 og? oe | 50 0,85, 0,80 076 5 Orr “074 070 © ont os? O64 3.5 Estator e Rotor No Capitulo 2, foi visto que tanto 0 estator como o rotor constituem 0 niicleo magné- tico do motor. Ambos sic fabricados cam finas chapas de ago sobrepostas, formando um pacote, como ilustrado pelas Figuras 2.1 e 2.2. Em todos os motores utlliza-se aco com baixo teor de carbono, ou seja, ago 1006 ou 1008, tratados termicamente. Nos motores de alto rendimento, utiliza-se ago ao silfcio para a redugo das perdlas de natureza mag- nética. Foi visto exaustivamente no Capitulo 2 que o estator, como parte do circuito magnético do motor, aloja as bobinas clo enrolamento em suas ranhuras. © rotor completa 0 circuit magnético. Nos motores para aplicagdo normal, os rotores so do tipo gaiola. As bobinas do rotor no se constituem num enrolamento parecido com o do estator. Ha uma barra em cada ranhura, O conjunto de barras é curto-circuitado em ambas as extremidades, dando uma forma muito parecida com uma gaiola cilindrica, razdo do nome desse tipo de rotor. A Figura 3.4 mostra ssa montagem de forma esqquematica, sem as chapas do nticleo magnético. Para efeito cle indugdo magnética pode-se imag nar que duas barras diametralmente opostas e curto- -citcuitadas constituem-se numa bobina com espira inica. A tensio induzida promove a circulagio de Corrente, que no caso serd uma carrente de curto- -circuito, permitindo © desenvolvimento de conjuga- do, como visto no item 1.4. Nos motores totalmente fechados, os anéis de curto-clrcuito das barras sio aletados, Isso ¢ feito para aumentar a circulago do ar intemo do motor, com o propésito de aumentar a transferéncia de calor para a carcaca, especialmente caquele gerado nas cabegas das bobinas do enrolamento do estator. Figura 3.4. Rotor de gaiola, O exo do motor atravessa 0 centro do nticleo magnético do rotor, sendo solidi 4 este. O exo apoia-se em rolamentos de esfera suportados pelas tampas traseira e dianteiza, Deve ser salientado que existe um outro tipo de rotor, chamado de rotor bobinado, no qual as barras sio substitufclas por enrolamento semelhante ao do estator. Os terminais des. se enrolamento podem ser acessados pelo exterior do motor. Para tanto, existem tris anéi lisos, solidérios ao eixo, usualmente feitos em cobre, sobre os quais existem escovas fixas de grafite, por meio dos quais os cabos externos so conectados aos trés terminais do ento. lamento fixados nos anéis, Fsses motores ndo sio considerados como de aplicacdo normal, porianto nao so tratados neste livro. Em resumo, existem dois tipos muito distintos de motor de inducéo trifésico, sendo 0 de rotor de gaiola e 0 de rotor bobinado. O rotor de gaiola é extremamente robusto e ndo tem nenhuma conexio elétrica com o exterior, Stta forma simples e barata néo oferece pro- blemas de manutengio, por isso sdo largamente utilizacios, 3.6 Conjugado Desenvolvido pelo Rotor de Gaiola__ No item 1.4, foi apresentada a equacao do conjugado desenvolvido por uma espira sujeita a um campo magnético girante uniforme. A partir da equacao 1.26, e considerando a velocidade relativa entre o campo girante e a espira, conclui-se que 0 conjugado sera: Cit) = 2.B.Lril).sen @,t an. Como visto no item anterior, 0 rotor de gaiola € constituido por intimeras barras curto- -circuitaclas nas extremidades, Numa primeita anélise pode-se considlerar cada conjunto de barras diametralmente opostas como uma espira. A Figura 3.5 mostra esquematicamente um rotor de gaiola sujeito a um campo magnético uniforme. Cada barra do rotor desenvolve uma forca com determinada intensidade, posio que a tensio induzida em cada “espira” varia com 0 fluxo. Como foi mencionado no item 1.3, quando o fluxo magnético é maximo, a tensioé nula, e quando o fluxo é nulo, a tensa é maxima, Admitindo que a tensdo e a corrente indu- zidas estejam em fase, fica fécil visualizar a intensidade da forca desenvolvida por cada barra. Observar as “espiras” xx’ e yy" do rotor. Enquanto xx” esté sujeita a0 fluxo maximo, a ten- sdo induzida é nula. O contrétio acontece na espira yy’, que tem a méxima tensio induzida com 0 fluxo nulo. Por ora, considera-se a corrente em fase com a tensio, o que nao é correto. | Figura 3.5, Forga atuante em cada barra do rotor. joa O item 2.2, mostrou que a intensidade do campo magnético e, por consequéncia, a ira. densidade de fluxo magnético B produzido pelo enrolamento do estator nao so uniformes no sob 03 polos, Na verdade, a distribuigao se aproxima de uma fungéo senoidal. Para facilitar les. essa visualizacao, é conveniente mostrar 0 conjunto estator-rotor de forma planificada, num . "els determinado instante t, como na Figura 3.6, as o- Esiator ! nal, : Barras : do rotor 2QL® B [Woltn’] a} by Figura 3.6. Num instante t; a) distribuigdo da densidad de fluxo no entroforto; b) corrente induzida nas barras. eo ie ‘A forga atuante em cada barra vai conteibuir para 0 conjugado total desenvalvido pelo rotor, Da equagdo (3.1) verifica-se que 0 conjugado desenvolvido é fungi do produto B e i, ou seja, funcdo de sen? at, cuja curva tem a forma da Figura 3.7. Sob 0 ponto de vista meciinico, interessa 0 conjugado médio desenvolvido pelo con- junto completo das barras, Genericamente pade-se assumir que o conjugado médio é pro- porcional ao flurxo magnético por polo e A cortente t.m.s. nas barras do rotor (I,), desde que fem fase com a tensfo induzida, C= Kel, (3.2), em que K 6 uma constante de proporcionalidade. Na prtica, devido & indutancia cle dispersdo do fluxo no rotor, a corrente induzida estard atrasada em relacdo a tensio de um Angulo gp, como mostra a Figura 3.8. Oo i pelo ‘Algumas barras desenvolvem conjugado resistente, pois a forca de natureza mag- Be & estabelecida no sentido contrdrio ao movimento. Com isso, 0 conjugado médio desenvolvido fica reduzido. Pode ser verificado que um atraso de 90° da corrente em con- relagao 4 tensao induzida desenvolve um conjugado resistente com a mesma intensidade pro- que 0 conjugado motor, resultando num conjugado mecanico nulo. Quando a corrente ¢ que a tenstio estdo em fase (6) = 0°), 0 conjugado é méximo, como visto na Figura 3.7. A rigor, a equagao (3.2) deveria ser rescrita, levanclo em consideracao este fato, Assim, tem-se: 1, C=K@b.cosdy 33), A percepcio do conjugado desenvolvido € de fundamental importancia para a com- preensio das caracteristicas operacionais do motor de inducio, bem como dos aspectos rida construtivos das barras do rotor. Numa anélise preliminar, pode-se afirmar que o motor enfrenta duas situagées muito distintas, ou seja, a partida e 0 funcionamento em torno da velocidade nominal. Considere como partida o instante do estabelecimento do campo girante. Neste instante, 0 rotor esté parado; costuma-se dizer bloqueado. Devido a inércia do sistema mecinico rotor-carga, haveré um tempo de alguns segundos de aceleracao, com aumento da velocidade desde zero até a nominal. Como jé visto, ainda que em curto-circuito, 0 rotor apresenta impedancia propria i Zp = Ry +] Xp. Areatincia indutiva X, 6 fungao da frequéncia atuante no rotor. No instante : da partida é a mesma do campo girante. Em plena carga é uma fracao da frequéncia do i campo gitante, devido a velocidade relativa entre este e © rotor, Pela mesma razao, a tensio induzida na partida 6 muito maior que a tensao induzida na velocidade nominal, 0 que altera substancialmente a corrente induzida. Por outro lado, a defasagem entre a tensio ea corrente se altera, Deve-se esperar uma grande defasagem na partida devido ao alto valor da reatancia indutiva. Em tomo da velocicade nominal, a defasagem 6 bem menor, Tudo isso influencia sobremaneira o desenvolvimento do conjugado, Uma das curvas caracterfsticas mais importantes do motor de indugdo 6 a do conju- i gado X rotacdo, que seré tratada em detalhes no proximo capitulo. Tanto o material como \ © formato da gaiola t8m papel relevante na forma da curva do conjugado e da corrente de : partida, : Anorma NBR 17094 classifica os motores de indug&o com rotor de gaiola em cinco categorias, a saber: categorias N e NY, categorias H e HY e categoria D. As curvas tipicas do conjugado X rotacao sao reproduzidas na Figura 3.9, ¢ serao analisadas no proximo capttulo, pede deea LEAREAALR OLA AWAERLGEAE 300 » . 4 150 | g 100 : 50, 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 % da velocidode Figura 3.9, Motores categorias N, H e D. Os motores para aplicagées normais quase sempre se enquadram nas categorias N ¢ H., £ conveniente que o motor apresente uma curva caracteristica que atenda simultaneamente 2 essas duas categorias normalizadas. Para tanto, exige-se um cuidadoso projeto das barras da gaiola, com total compromisso entre as condigdes de partida e de plena carga. Lembrar que a frequéncia da tensao e corrente induzidas no rotor 6 alta na partida e baixa em plena carga. Lembrar também que a tensdo induzica na partida é mais alta. Para que o motor atenda, por exemplo, & categoria N, deve apresentar um conjugado de partida da ordem de 1,5 vezes 0 conjugado de plena carga. Isso ¢ necessério para que se possa acelerar a carga. Na condigao de partida, a reatdncia indutiva do rotor é muito elevada devido a alta frequéncia. Em que pese a alta tensdo induzida e, por consequéncia, aalta corrente do rotor, 0 Angulo de defasagem entre elas & muito alto, fazendo 0 cos 4, ficar muito baixo. Portanto, o conjugado de partida fica baixo, segundo a equacao (3.3). Além disso, 0 efeito transformador exigiré uma elevada corrente no estator, sso exige uma elevada corrente da rede elétrica, com uma série de consequéncias negativas para a propria rede. Uma resisténcia extra no rotor, que atuasse apenas na partida, resolveria estes dois problemas, Essa resisténcia permitiria uma reducdo da corrente de partida, aliada a um au- mento do conjugado pela diminuicdo da defasagem entre a tensdo e a corrente induzidas, Em plena carga, com menor tensio induzida e menor defasagem, essa resisténcia deveria ser “retirada” para nao diminuir 0 conjugado pela diminuigao da corrente induzida. A ‘in troducao" e posterior “retirada” dessa resisténcia podem ser efetivadas naturalmente pelas proprias barras da gaiola. Essas barras, quando percorridas por correntes elétricas, ficam sujeitas a um fendmeno chamado de efeito pelicular. As correntes nas barras nao se distribuem uniformemente, Quanto maior a frequéncia da corrente, maior sua tendéncia em concentrar-se na periferia da barra. No caso do rotor de gaiola, maior serd a tendncia de @ corrente concentrar-se na superficie do rotor. Em baixa frequéncia esse efeito tende a desaparecer. 2H. nte ras bran ena {As ranhuras e as barras do rotor podem ser fabricadas com diferentes formas para um aproveltamento eficaz do efeito pelicular, de acordo com a categoria desejada, Os rotores oem ter ranhuras de grande profundidade, de grande altura, ou no formato de gaiola du- pla. Essa Gltima 6 utilizacla mais comumente nos motores para aplicagoes normals. A Figura 3-10 mostra alguns exemplos dessas ranhuras e barras. Na partida, quando a frequéncia no rotor é maior, a corrente concentra-se na gaiola externa. Como a seco das barras externas é menor, sua resisténcia elétrica 6 maior. Em tor- no da velocidade nominal, a frequencia 6 menor e 6 efeito pelicular desaparece. A corrente distribui-se uniformemente, porém a resisténcia da gaiola interna é menor, dada sua maior seco. A solucéio da gaiola dupla a mais utilizada pelos motores que atendem a categoria N porque muitos deles também atendem a categoria H. Por fim, vale observar que as gaio- las interna e externa so conectadas nos mesmos anéis de curto-circulto, e nada impede a existéncia de continuidade entre elas. Uma outa providéncia para melhorar as condigées de partida 6 evitar que as barras da gaiola fiquem paralelas &s ranhuras do estator, € usual promover o deslocamento das barras de uma ranhura, como mostra a Figura 3.11 “externa Continuidade Figura 3.10, Barra do rotor de galoladupla, Figura 3.11. Visto geral do deslocamento de barras do rotor, Exercicios 3.41) Consultar catélogos de motores, identificando as informagées contidas no Capitulo 3 3.2) Considere um motor trifésico de 7,5 cy, quatro polos, 220/380 volts, padrao IEC. Obtenha as dados no site do fabricante para os modelos W22 Premium e W22 Plus. Observe que ambos moclelas podem ser fornecidos com “carcaca padrao” ou "car- caga superior”. Compare e tire conclusdes sobre rotagdo, conjugado, rendimento fator de poténcia entre os modelos ¢ entre as carcacas. foo 3.3) Um ventilacor para tiragem de um forno ceramico deve ser acionado por um motor de 50 cv. O ambiente chega a temperatura de 50 °C e a altitude é de 500 m. Quais cuidados devem ser tomados para especificar tal motor? Qual deve ser a especifi- cacao? Elabore uma tabela comparativa com as caracteristicas de rendimento e fator de po- téncia para carregamento de 50%, 75% © 100%; corrente nominal; rotagao; fator de servigo; tempo de rotor bloqueado; Ip/ly; Cp/Cyyi CyayéCu € peso, para dois motores tifésicos de 3,0 cy, dois polos, 220/380 V. © primeiro é um motor padrdio NEMA. F5GH (uso comercial) ¢ o segundo padrio IEC L9OS (uso industrial). motor Quais secifi- fe po- cor de ntores EMA (( eT Voe! X 4.1 Circuito Equivalente Para analisar as caracteristicas operacionais do motor de inducfio trifésico e seu impacto na rede de alimentagio, é conveniente fazer sua representagdo por meio de um circuito elétrico equivalente. Embora esse circuito ndo tracluza com exatidao todos os parametros elétricos do motor, ele oferece uma boa aproximagio da realidade. Para a rede elétrica pode-se considerar 0 motor de indug&o como uma carga elétrica I trifésica equilibrada. Sendo uma carga equilibrada, basta a representacao de apenas uma fl fase, Tem-se 0 circuito equivalente “por fase” do motor de indugao trifésico. O circuito eq valente permite avaliar as perdas no “ferro” e no “cobre”, a poténcia mecanica desenvol da, 0 rendimento, a corrente do estator, o conjugado desenvolvido e assim por diante, Com 0 Circuito equivalente é possvel avaliar 0 comportamento clesses pardimetros em caso de variagao da carga mecanica, da tensdo e da frequéncia, Enfim, o circuito equivalente é uma ferramenta extremamente itil, tanto para avaliagio das caracteristicas e do desempenho do motor, como para auxiliar a compreensdo de seu funcionamento. Como visto exaustivamente no Capitulo 1, 0 motor de indugso pode ser comparado a um transformador com o secundétio rotativo, Além da transformagio da tensio e da } corrente, ocorre transformacao da frequéncia do rotor (secundaria) em relagao ao estator (primario).-O circuito equivalente do motor seré muito parecido com o circuito equivalente do transformador. Ainda no Capftulo 1, foi visto em detalhes que © motor gira numa velocidade abaixo da velocidade do campo girante {velocidad sincrona). Define-se escorregamento do mo- tor como: (100%) an, -Caracteristicas e Desempenho - dos Motores de Indugao 4.4 Cire ‘o Equivalente _ Para analisar as caracterfsticas operacionais do motor de indugao trifdsico e seu impacto na rede de alimentagao, ¢ conveniente fazer sua representacao por meio de um circuito létrico equivalente. Embora esse circuito nao traduza com exatid’io todos os parametros létricos do motor, ele oferece uma boa aproximacio da realidade. Para a rede elétrica pode-se considerar 0 motor de indugao como uma carga elétrica trifésica equilibrada, Sendo uma carga equilibrada, basta a representacéo de apenas uma fase, Tem-se 0 circuito equivalente “por fase” do motor de inducao trifésico. O circuito equi- valente permite avaliar as perdas no “ferro” e no “cobre”, a poténcia mecanica desenvolvi- a, orendimento, a corrente do estator, o conjugado desenvolvido e assim por diante, Com © circuito equivalente é possivel avaliar 0 comportamento desses parmetros em caso de vartagdo da carga mecanica, da tensdo e da frequéncia. Enfim, o circuito equivalente é uma fetramenta extremamente itil, tanto para avaliacao das caracterfsticas e do desempenho do motor, como para auxiliar a compreenséo de seu funcionamento. Como visto exaustivamente no Capitulo 1, © motor de indugao pode ser comparado a um transformador com o secunclério rotativo. Além da transformagao da tensao e da cortente, ocorre transformagio da frequéncia do rotor (secundério) em relacdo ao estator (primério}, O circuito equivalente do motor seré muito parecido com o circuito equivalente do transformador. Ainda no Capitulo 1, foi visto em detalhes que o motor gira numa velocidade abaixo da velocidade do campo girante (velocidade sincrona), Define-se escorregamento do mo- tor como: s = SEN doom (4.1), Ns fem que N, 6 a velocidade sincrona em rpm e N a velocidad do rotor, também em rpm, € comum expressar © escorregamento em termos percentuais, por isso a eventual multiplica- ao por 100%, Caso o rotor girasse na velocidade sincrona, 0 escorregamento seria igual a zero. Com 0 rotor bloqueado o escorregamento é igual a 1. Portanto, o motor de indu- Gio opera com escorregamento desde 1 até 0, Como visto anteriormente, 0 escorregamento igual a zero é impraticavel, Se @ motor girar na velocidade de sincronismo, nao ha inductio endo existe ago motriz, Na prética, a maioria dos motores operam com escorregamen- to entre 1% @ 8%, ou seja, 0,01< s < 0,08. Lembrar que a velocidade de sincronismo, em rpm, & dada por: Los (4.2), A velocidacle relativa entre 0 campo girante e o rotor (N,~ N) determina a frequéncia aluante no rotor, Da equagao (4.1) pode-se concluir que: f= sh (4.3), em que f, 6 frequéncia no rotor (secundario) e f, 6 a frequéncia do estator (primério}.. Considerando E, a tensdo induzida “por fase” quando 0 rotor esta bloqueado, X, a reatncia de dispersio "por fase” e R, a resisténcia do rotor “por fase", obtém-se a corrente “por fase” do rotor (1,) para qualquer velocidade: \ sky a3 (6X2? Notar que a tensdo induzida e a reatdincia variam com a frequéncia do rotor, e portanto com o escorregamento. A equacdo (4.4) pode ser rearranjada da seguinte forma: (4.4). Ey 2 Ry 2 —#| +x ( s 7 Tende em conta a resisténcia e a indutancia do estator, o efeito transformador do mo- tor e a impedincia do rotor, pode-se estabelecer 0 circuito equivalente “por fase’, como mostrado na Figura 4.1, em que Ry € X, sdo a resisténcia e a reatancia devido a dispersao do estator respectivamente, b (4.5). nm. plica- nento lugdo men- em (4.2), ncia 4.3), Xy a ente 4), nto. eee ee Oe eta Figura 4.1. Circutto oquivalente “par faso” do motor, A semelhanca do transformadoy, os parametros do rotor podem ser refletidos ao estator, considerando uma relagio de transformagao a, Naturalmente a frequéncia a ser considera- da neste caso é a do estator. O circuito equivalente, com todos os parmetros no prim dove ser acresciclo de uma resisténcia que traduza as perdas no ferro (R) e uma indutancia representativa da magnetizagio (X, conforme mostra a Figura 4.2. A maior parte das perdas no ferro acorre no estator. R x Roy R % Re Figura 4.2. Circuito equivalente "por fase’, refletido no estator. A poténcia desenvolvida na resisténcia varidvel com o escorregamento, Rp, /5, repre- senta toda a poténcia transferida ao rotor. Parte dessa poténcia é dissipada por efeito Joule nas harras do rotor. Qutra parte 6 dissipada por histerese e por correntes parasitas no néicleo magnético do rotor. O que resta é transformado em poténcia mecdnica, Nem toda poténcia mecanica est disponivel no eixo para acionamento de cargas. Existem ainda as chamadas perdas mecinicas, e as mais significativas entre elas s4o as perdas por atrito nos rolamentos de esfera e no acionamento do sistema de ventilacdo. Para separar as perdas de natureza elétrica da poténcia total transferida ao rotor, costuma-se utilizar a seguinte igualdade: Roy des EER, — |.R: (4.6). : (=) ar 4.6). A resisténcia Ry, ird representar todas as perdas de natureza elétrica do rotor, ¢ a par- cela restante, a poténcia mecanica total. Para obtengo da poténcia mecanica dtil devem-se subtrair as perdas por atrito e ventilagéo. Com essa niova visdo de Rp,, 0 circuito equivalente toma a forma da Figura 4.3, ; | | Deve-se observar desde ja que no caso do rater bloqueado (s=1), a resistencia variével assume 0 valor zero, ou seja, torna-se um curto-circuito. Se 0 rotor estivesse na velocidade sincrona (6=0), a resisténcia seria infinita, caracterizando um circuito aberto. Essa situacdo nao tem sentido pratico. Figura 43, Circuito elétrco equivalento (forma altemativa) 4.2 Determinagao dos Parametros do Circuito Equivalente Por analogia com os transformadiores, os parimetras elétricos do circuito da Figura 4.3 serio determinados por meio de ensaios de circuito aberto e curto-circuito. No caso de mo- tores, 0 ensaio de circuito aberto 6 0 ensaio em vazio, isto 6, sem carga mecénica aplicada a0 exo. Neste caso, 0 motor itd girar numa velocidade muito proxima a de sincronismo, com baixo escorregamento (s -» 0). O ramo direito da Figura 4.3 tende a ser um circuito aberto. A rigor, uma pequena carga mecanica esta presente devido ao acionamento do sis- tema de ventilagio e aos atritos. O ensaio de curto-circuito corresponderia ao ensaio com 0 rotor bloqueado, Neste caso, 0 escorregamento 6 igual a 1, e a resistencia varidvel equivale a um curto-cireuito. O ramo direito do circuito da Figura 4.3 passa a ter uma impedancia significativamente menor que o ramo central. Para facilitar a determinago dos pardmetros elétricos por meio das ensaios em vazio ¢ com 0 rotor bloqueado, o circuito da Figura 4.3 passa por uma simplificagdo. As resisténcias Shmicas do estator e do rotor, juntamente com as respectivas reatincias indutivas, séo agre- gadas, conforme mostra a Figura 4.4. Obviamente que essa providéncia acarreta erros, os quais so considerados aceitaveis, posto que a intengao é avaliar as condigées operacionais do motor, e ndo determind-las com exatidao. rdvel dade acéo Ensaio em Vazio Aplica-se a tensiio nominal no motor girando a vazio. Por meio de um multimedidor digital sio feitas medidas “por fase” da tenséo (V), corrente (A), poténcia ativa (kW) e potén- cia reatva (kVA). Como 0 motor gita com uma velocidad préxima 8 sincrona, 0 escorzegae mento é muito baixo (s -> 0), Desta forma o ramo direito do circuito da Figura 4,4 tende a tum valor muito alto. Considera-se entéo que toda a corrente flua pelo ramo central, isto 6, ' através de Ry ¢ X;, que podem ser determinadas como segue: ve VE +t Xpe ob 7) Ry rea (4, Ree em que P, 6a poténcia ativa medida e Q, a poténcia reativa Como 0 motor ¢ alimentado sob tensao nominal e gira préximo a velocidade nomi- ! nal, ¢ razoavel ascumir que X;inclua todo o efeito cle magnetizagao e R; todas as perdas no | “ferro. Numa primeira andlise, considera-se que R; também agroga as perdas rotacionais, | a Isto &, perdas mecanicas devido a ventilagao e ao atrito, 3 i Ensaio com Rotor Bloqueado la 0, Com 0 eixo do motor bloqueado, aplica-se uma tenséio reduzida em seus terminais to até que se atinja a corrente nominal. Com o rotor bloqueado (s=1), a resistencia varidvel . anula-se. O ramo da dlreita do circuito passa a ter uma impedancia significativamente me- o nor que © ramo central. Como a tensio é baixa, a magnetizacio e as perdas no ferro so le despreziveis. Nao existem perdas rotacionals, pois o motor esta blaqueado. Por meio de um ! a multimedidor digital sio feitas medidas “por fase" da tensdo (V), corrente (A), poténcia ativa (KW) potncia reativa (KVAN. A resistencia Shmica global (R) e a reatancia de dispersa0 slobal (X) sd determinadas como segue: x= Qb 48), a (A determinacao de R,, 6 feita de maneira indireta. Mede-se a resisténcia ohmica “por fase" da bobina do estator (R,) €, por consequéncia, obtém-se Rot i Ros R-Ry 4.9). Exemplo 4.1 Determine a velocidade de um motor de quatro polos, 60 Hz, operando com escor- I regamento de 4%. Qual 6 a velocidade relativa entre 0 campo girante e 0 rotor, e qual é a frequéncia induzida no secundario (rotor)? Aplicando a equacao (4,2), vem: N, = 120.60 800 rpm io Aplicando a equagso (4.1), vem: N = 7.800 x (1 ~ 0,04) = 1.728 rpm Velocidade relativa: Ny = 1.800 ~ 1.728 = 72 rpm Frequéncia no secundtio: fy = 0,04 x 60 = 2,4 Hz Exemplo 4.2 Um motor trifésico de 15 cy, 220 V, ly = 38 A, N=1.755 «pm, 60 Hz apresentou os SPEUINS resultaclos nos ensaios: a vazio ~ 860 W e 5.600 VAr; rotor bloqjueado.- 600 Wc 7.040 VA. A resisténcia dhmica medica nas bobinas do estator fol de 39 mbfase, Detem rigs Pagtiettos do circuito etrico equivalente aproximado, sabendo que as perdas por atrito e ventilagdo somam 300 W. Tensio / fase = 127 V Pot. / fase 5a Corrente / fase = 38 A (upondo motor em estrela) 1277 1277 = = 41.73.02 = '* (800+ 860)73 = Seon 73 864 ee 1890 104073 9 240.0 3 38? Ry, =0,139- 0,039 = 0,100.0 Com esses dois ensaios sto determina lente do motor de forma aproximada, Dev todavia © citcuito permite uma razoavel av. clos 05 parietros elétricos do circuito equiva- e-se ter em mente que foram cometidos erros, aliacao das caracteristicas do motor. Além dos ertos cometidos, existem outros mais sutis. Neste modelo, a resistencia do rotor (Ry) foi detérminada com o rotor bloqueado, portanto sujelta 3 frequéncia da rede, er Gxemplo, 60 Hz, Com 0 rotor girando a vazio, com escorregamento da orden dle 2%, § frequéncia do rotor seria de 1,2 Hz. Devido ao efeito peliculsr, comentader na Capttulo 2 2 resistencia do rotor em vazio pode ser cle duas a quatro vezes inferior 3 resstenc com ¢ rotor bloqueado. Aléi disso, a medi¢ao da resisténcia deveria ser feta "s quente”, isto Ena temperatura de operacio do motor, Estes fatos, entre outros, nao foram lenelos ko consideragio no modelo apresentado. 43 Equacées Gerais Ainda € comum a utilizagio da poténcia mecinica vapor). relacdo entre cv e kW (quilowatt) 6 dada por: itil dos motores em ev (cavalos- Lev = 0,736 kW Para fornecer a poténcia mecanica, o motor trifésico exige da rede uma poténcia elé- trica igual a: Py = ¥3.V,.l,.cos (4.10, em que V; é a tenséo de linha (V), I, a corrente de linha (A) e @ a defasagem entre a tensfio ea corrente. O cos 6 € 0 fator de poigncia do motor. A equagéo (4.10) 6 valida para ligacdo em tidngulo ou estrela, O motor de Indugdo trifésico é considerado como uma carga triff- sica equilibrada, ‘Amaior parcefa da poténcia elégrica 6 transformada em poténcia mecdnica. Uma parte j menor consumida pelas perdas naturais da conversdo da energia elétrica em mecinica, : ou seja, perdas por efeito Joule no estator ¢ rotor, perclas por correntes parasitas e por histe- rese no ndicleo magnético, perdas rotacionais devido ao atrito ¢ ventilagao e outras perdas : suplementares, Define-se como rendimento do motor a relagio entre a poténcia mecénica | fomnecida ¢ a poténcia elétrica requisitada: (4.11). Cons dada por: jerando 0 circuito equivalente “por fase” do motor, a poténcie total pode ser Pa=3.Plase (4.12), eM qUE Phase = Vj.ly.cos 6, em termos do circuito da Figura 4.4. que Prase = Val ig. A poténcia mecfinica desenvolvida por um eixo em rotagio & dada pelo produto do conjugado pela velocidade angular: Prec = C0 = C.2.m0F 4.13), No Sistema Internacional de Unidades ($1), 0 conjugado tem a unidade Num e a veloci- dade angular rad/s, resultando a poténcia em W. Do circuito da Figura 4.4 ficou claro que a poténcia mecdnica era representada pela resisténcia variavel. Assim, a poténcia mecdnica sera: 1-s Prnec= 3:Rar (=) Er (4.14), ‘em que 0 fator de multiplicacio 3 deve-se ao fato de o circuito ser “por fase”. A velocidadle angular do rotor em relacdo & velocidade sfncrona &: @ = a,,(1-s) 4.15). Peete pee a pe ee eg eee tae Substituindo (4.14) @ (4.15) em (4.13), vem: (©) 2 BR, ¥ eS cuja curva tem a forma dada na Figura 4.5. No limite, quando s -> 0, 0 conjugado C > 0. ‘A rigor, a poténcia mecanica apresenta na equacéo (4.11) indica a poténcia fornecida pelo motor (poténcia (til), enquanto a equagao (4.13) traduz a poténcia desenvolvida no rotor (poténcia teérica), Para obtengao da poténcia dtil deve-se subtrair as perdas rotacionais da poténcia teérica, 1Da Figura 4.4 pode-se notar claramente que a corrente “por fase" do estator serd dada por: (4.19), em que: € a intensidade de Ip, so dadas pela equacdo (4.17). A curva da corrente refletida do rotor € representada de forma aproximada na Figura 4.5, As equagées (4.18), (4.19) e por extensdo a (4.17) revestem-se de importancia para andlise de algumas caracterfsticas do motor de induc, Elas tratam do conjugado e da cor- rente em fungio da rotacio (escorregamento) do motor, considerando constantes a tensdo ea frequéncia. Os pardimetros Rp, Rye Xydependem do projeto do motor, e cada qual tem seus valores préprios, Outras granclezas também podem ser deduzidas, como, por exem- plo, a poténcia mecénica, a partir da equagio (4.13), cuja curva aproximada também est representada na Figura 4.5. A 5 1 0 Figura 45. Gonjugado, Corrente, Pot. Mecdnica X Escorregamento, Exemplo 4.3 Com base no circuito equivalente do exemplo anterior, estime a corrente a vazio do motor, tendo em conta apenas 0 ensaio a vazio. 12720" i, = 12720" * 8,64290° 04 L0° =14,7 2-90° 4473 20° i, =3,04—j14,70 = 15,01 2-78,3° A Exemplo 4.4 Ainda com base no circuito equivalente do exemplo 4.2, estime o fator de poténcia, corrente total ¢ conjugado desenvolvido a plena carga. Plena carga: s tee =0,025 R= 0,139 + 3,9 = 4,040 & X= 0,240 127.20" = 4,04 +) 0,24=4,04723,4° i, = qos, = 31,38 2-3,4° i, = 04+ 34,32)—j(14,70+1,86) = 34,36-j16,56 i, = 38,14 2-25,7° ttc d cig bd kagadnacbamabundwmdcaad FP = cos(-25,79) = 0,90 ‘Is Pot nag = 3X 3,9 x 31,38)" = 11.521 W 15,67 ev) 11.521 TS5X 2X0 60 Vetificagao pela equagao (4.18): 3 1.B00x2xx 60 c Pode-se afirmar, a partir da equaco (4.18), que pata um motor 0 conjugado € fungéo do quadrado da tensio. Se a tensiio cair 4 metade, 0 conjugado é reduzido a um quarto. A Figura 4.6 mostra esquematicamente esta situacéo. c, Figura 4.6. Conjugado X Escorragamento pl V, © % V,. Quando o rotor esté bloqueado (s=1), pode-se coneluir que: C=kv7P em que K é uma constante. Nesta condigao, a corrente de partida, dada pelas equagées (4.17) e (4.19), € muito elevada. Para evitar complicagbes para a rede elétrica, devido & sua alta intensidade, existem dispositivos para redugao da tenséo durante a partida e, por consequéncia, redugao da corrente. Se, por exemplo, a tenstio na partida vier a ser red a um valor igual a v3, 0 conjugado reduz-se a um tergo. Um certo cuidado é necessério quando se utiliza algum dispositivo para redugao dla tensao de partida. € preciso verificar se a redugao do conjugada permite a aceleracao ca carga. Uma outra questo que pode ser facilmente verificada a pattit da equagio (4.18) diz respeito aos pardmetros R,,, R e X. Como jé foi mencionado, cada motor, em tazao do seu projeto, especialmente da gaiola, tem valores préprios, Por consequéncia, as curvas repre- sentadas na Figura 4.5 sdo especificas para cada um. Visando alguma padronizagao, a NBR 17094 estabelece cinco categorias de motores, a saber; » Categoria N - conjugado de partida normal, corrente de partida normal ¢ baixo escoregamento, Constitui a maioria dos motores encontrados no mercado, wt zados no acionamento de cargas normais, com baixo conjugado de partida, tais como bombas, ventiladores e méquinas operatrizes. Categoria NY - 0 mesmo que a categoria N, porém é prevista para partida Y-A. Categoria H -conjugado de partida alto, corrente de partida normal e baixo escor- regamento. Usados para cargas que exigem maior conjugado de partida, tais como peneiras, transportadores carregados e moinhos. Categoria HY - 0 mesmo que-a categoria H, porém prevista para partida Y-A. Categoria D - conjugado de partida alto, corrente de partida normal e alto escor- Fegamento { >5%). Sao usados em prensas excéntricas e maquinas semelhantes, em que a carga apresenta picos periddicos. Também so usados em cargas que exigem alto conjugado de partida e corrente limitada, como os elevadores. A Figura 4.7 apresenta o aspecto das curvas das trés categorias NJH e D. 4 25 50 75 100 Figura 4.7. Conjugado X Rotagao. ee kk hk bmi aea cb hinbcag i ebb Para melhor compreender os valores estabelecidos, a Figura 4.8 indica a terminologia adotada pela NBR 17094. Conjugade maximo, Conjugado com rotor bloqueado Conjugedo minimo o8 Figura 48, Pontos importantes da curva conjugado X rotagio, Chama-se “ponto nominal” 0 conjunto de parametros para o qual 0 motor foi projeta- do para operar em regime continuo e em condigées normais. Esses parametros nominais sio tenséo, corrente, frequéncia, poténcia, conjugado e rotacdo. O “ponto nominal” também 6 chamado de “ponto de plena carga”. A equagio (4.13) pode ser rescrita, utilizando unida- des mais familiares sob o ponto de vista prético, para determinar 0 conjugado nominal (C,). Calkefm] = 716.ProclC¥} _ 974.Prrec(KW) meee Natt Naltpm) _ 7024.PeclCV) _ 9555.Prec(kW) Nit (4.21). CaN = Np Nattpm) A norma NBR 17094 e os catalogs técnicos dos fabricantes costumam estabelecer os demais pontos importantes da curva conjugado X rotag4o em fungao do conjugado nominal, como segue: Cyt Cyroar = SB Cy = Sai (4.22), re Cy mint = ~E em que Cy Cngaee Cmnine FePFesentam coeficientes de multiplicaggo indicados para cada que Coes Crnsarr Cminr iP! pa motor. Da mesma forma sio Indicadas as relac6es entre as correntes de partida (I,) € nomi- nal (In), como segue: (4.23). Quando a tensdo aplicada ao motor for diferente da nominal, tanto 0 conjugado como acorrente de particia devem ser corrigidos. Em vez das equacbes desenvolvidas para ambos, utilizam-se fatores de multiplicagao obtidos diretamente de ensaios, como mostra a Tabela 4.1, e equages (4.24), em que V,, 6a tensfio nominal e V a tensio reduzida. Tabela 4.1. Fatores de mulliplicagao. ky (Criev =ke(Cmaelvn Exemplo 45 Um motor de 40 cy; dois polos; 220 V apresenta os seguintes dados de catélogo: 1) 297 Ai Iya = 718; Cy © 8,04 kplan; CIC, =3,4. Caso a tensdo de rede seja de 198 V, estime a corrente ¢ o conjugado de partida. (pln = 7,8 x 97 = 756,60 (Ughy = 0,86 x 756,6 = 650,7 A (Cplvn = 3,4 * 8,04 = 27,3 kgf (Cyly = 0,73 x 27,3 = 19,9 kgm 4.5 Métodos de Partida Os motores de indugio trifésicos com rotor de gaiola tém corrente de partida na faixa de trés a nove vezes a corrente nominal. Trata-se de um valor elevado que acarreta significativa queda de tensio nas instalagées que alimentam os motores. A NBR 5410 aoe hewn matdmnadocagan estabelece uma queda de tensdo maxima de 4% para qualquer equipamento alimentado a partir de uma rede pablica de baixa tensdo, e 7% para equipamentos alimentados a partir de transformadores préprios, Durante a partida admite-se queda de tensao no motor de 10%, garantindo que os demais equipamentos da instalagdo mantenhan-se dentro da faixa estabelecida. Sempre que possivel, um motor de inducao trifésico com rotor de gaiola deve ter uma partida direta, isto 6, sob tensdo nominal. Em geral, o tempo de aceleragio é de cinco segun- dos. Devido a elevada corrente de partida, a instalagdo cleve ser superdimensionada para atender 4 queda de tenso preconizada. Muitas vezes & mais conveniente, sob o ponto de vista econémico, utilizar um sistema de partida indireta. Nesse caso, a tensio de alimenta- Gio é reduzida com o objetivo de reduzir a corrente de partida, evitando os aspectos nega- tivos da queda de tensao da instalagdo, Apés a aceleragio do motor restabelece-se a tensiio nominal. Os sistemas mais utilizados para partida indireta sao: chave estrela-triangulo, chave compensadora, chave série-paralelo ¢ partida eletronica (oft-starter). Qualquer que seja sistema de partida indireta, é preciso verificar se a redugao do conjugado, equagio (4.24), permite a aceleragio da carga. Uma breve descrigio de cada um desses sistemas 6 feita em seguida: Chave Estrela-Triangulo A ideia central de uma chave estrela-triangulo 6 promover uma ligag4o em estrela (¥) das bobinas do enrolamento do estator no instante da partida, Apés a aceleragao do motor, num tempo adequadamente ajustado, as bobinas s4o comutadas para uma ligagéo em tri- Angulo (A), sob a qual permanecem durante tada a operacao. Essa chave somente pode ser aplicada nos motores que tenham 6 ou 12 terminais. ‘A tenstio de fase na partida é reduzida a V3. vezes. A corrente de fase também é redur zidaa V3. Em estrela, a corrente de fase ¢ igual A corrente de linha, Em triangulo, a corrente de linha é ¥3 vezes a corrente de fase. Assim, as correntes de linha, que realmente inte- Fessam para a instalagao elétrica, sdo reduzidas a um tergo quando a ligacdo é em estrela. hon = hon = Z oa] (4.25). A Figura 4.9 mostra esquematicamente essa ligaco para uma rede de 220 V, Em estre- la, as bobinas de fase estdo sob 127 V e em tridngulo, sob 220 V. O conjugado de partida € reduzido a um tergo. “ ya ir da kbbabiabaka Partida, Figura 4.9, Chavo estrelacriangulo. A Figura 4.10 mostra as curvas da corrente e do conjugado em estrela e em tiangulo. Em toda faixa de velocidade, isto 6, de zero a rotacgo nominal, o conjugado motor deve ser superior ao conjugado da carga. Em geral, o tempo de aceleragio é de dez segundos para a partida estrela-triangulo. Da Figura 4,10 fica claro que o conjugado motor € reduzido na partida. Assim, essa chave somente 6 recomendivel para aquelas cargas com baixo conjugado de partida, caso tipico de ventiladotes e exaustores. Também é recomencvel para partidas a vazio, como no caso de bombas centrifugas com a valvula de bloqueio do recalque fechada, Muitas vezes essa chave nao é recomendavel, posto que pode ocorrer um pico de corrente dlemasiada- mente elevado na comutacao de Y para A. Figura 4.10. Conjugado e corrente X rotagdo para partida Y-A, ‘A rigor, na comutagao hé o desligamento da ligagio estrela para posterior ligagio em triangulo. Esse eventual pico de corrente contraria o objetivo da propria chave. Na pratica, 6 muito comum um descuido no ajuste do tempo de comutagio Y-4, acarrelando a inuti- lidacle da chave, Uma boa regra é garantir que 0 motor atinja pelo menos 90% da rotagao nominal para a comutacdo, desde que o conjugado motor seja suficiente. Caso contrario, certamente nfo haveré nenhuma vantagem para a rede elétrica. E bom lembrar que, além do problema da queda de tensdo, os picos de corrente au- mentam as solicitagées térmicas e mecinicas dos dispositivos de comando e controle do motor, diminuindo a vida itil de chaves, contatores ete. A aplicagio da chave estrela-trian- dont BEA RARALLARLEG WRELLAGLALLGLE gulo deve ser avaliada caso a caso. £ fargamente aplicacla quando os motores atendem & Categoria H, posto que tém alto conjugado de partida As principais vantagens das chaves estrela-tiangulo sao: > baaixo custo; > nao tem limite quanto ao nimero de manobras; > componentes ocupam pouco espaco; > acomrente de linha de partida 6 redus As pri pais desvantagens sio: > s6 so aplicaveis a motores com seis ou 12 terminais dispontveis; } a tensio de linha deve coincidir com a tensao em triangulo do motor; D ajuste correto do instante de comutagao. No Capitulo 8, essa chave sera precisamente detalhada. Chave Compensadora Acchave compensadora utiliza-se de um autotransformador trifésico para reduzir a ten sio de linha, Os terminais do estator nao sofrem qualquer manipulagao. Sao aplicadas para motores com qualquer niimero de terminais, ligados em estrela ou tridngulo, A Figura 4.11 mostra esquematicamente a ligagdo do autotransformador. Normalmente o autotransformador possui “taps” para 50, 65 e 80% da tensio no- minal. Apés 0 motor ter ganho a devida velocidade, passa a funcionar a plena tenséo, com 0 autotransformador fora do circuito. O “tap” € escolhido em fungao da carga. A Figura 4.12 ilustra a caracterfstica da corrente e do conjugado numa partida com dois niveis de tensao. Figura 4.11. Principlo basico da chave compensadora, oe Figura 412, Conjugado e corrente X rotagao numa chave compensadora. ‘As relagbes entre as correntes e os conjugados de partida e nominal séo aquelas estabe- lecidas pelas equagées (4.24) e Tabela 4.1. A reducéo do conjugado de partida cdepende do “tap” em que estiver ligado 0 autotransformador, como, por exemplo: > tap 65% - reducao para 38% do seu valor de partida direta; a > tap 85% - reducdo para 65% do seu valor de partida direta. 1 Com 0 “tap a 65% o conjugado de partida sera aproximadamente igual ao da cha- ve estrela-triangulo, A chave compensadora, especialmente trabalhando no “tap” de 80%, pode ser utilizada para partida de motores sob carga. Em geral, o tempo de aceleragio é de o 15 segundos. 0, A As principais vantagens dessa chave sao: DiS. 4 > na comutagdo de uma tensdo menor para uma tensio maior, © motor no é des- ligado, evitando picos de corrente, visto que por um curto perfodo de tempo o autotransformador mantém a corrente; » 6 possivel a variagio do “tap” de 65% para 80% da tenso de linha, a fim de que © motor possa partir sob carga. As principais desvantagens so: > limitagéo da frequéncia de manobras; » devido ao tamanho do autotransformadox, torna-se uma chave maior que uma estrela-triangulo de mesma poténcia; > ébem mais cara que uma chave estrela-triangulo equivalente. Maiores detalhes serao vistos no Capitulo 8. BAER ALbEL AER ELMAR BEERE Chave de Partida Eletrénica (Soft-Starter) : Oavango da eletrénica permitiu a criagao de dispositives de estado s6lido de poténcia. Entre eles destaca-se o tiristor, ou simplesmente SCR (Silicon Controlled Rectifien,, que nada mais é que um diodo controlado, O tiristor, 8 semelhanga do diodo, s6 conduz quando po- larizado diretamente, Além disso, exige um disparo que é um pulso de tensio no "gate", A Figura 4,13 ilustra a tensao sobre uma resisténcia apés um diodo e um tiristor. \ by Dy Gate [ Figura 4.13. Diode e tristor, : O Angulo de disparo 0 pode ser controlado de forma sofisticada a partir de micropro- : cessaclores, Ao alterar 0 Angulo de disparo do tiristor, o valor médio da tensao é alterado. Quanto mais préximo do inicio do semiciclo ocorrer o disparo, maior seré a tensiio média. A semelhanca do diodo, 0 tiristor é um retificador de meia-onda, porém com inicio de con ducao controlado pelo disparo no “gate”, Pode-se obter uma retificagao controlada de onda completa utilizando um par de tiristores em antiparalelo, como ilustra a Figura 4.14. 2 ‘Tristores em conducdo Figura 414, Tiristores em antiparalelo, CO valor RMS da tensio é controlado pelo angulo de disparo do tiristor, Para 0 aciona- mento de motor de indugao trifésico, utilizam-se trés conjuntos de pares de tirstores antipa- ralelos, como ilustra a Figura 4.15, Cireuito eletrénico de | disparo Figura 416, Esquema basico de um “soft-starter”, ‘A variagao do Angulo de disparo permite a variagéo da tenséo aplicada aos terminais do motor, promovendo a variacao cla curva do conjugado em fungao do escorregamento de forma semelhante aquela mostrada na Figura 4.6. Ao longo da aceleragio ou da desacelera- do, os disparos sao feitos controladamente por microprocessadores, permitindo um ajuste Correto do conjugado ¢ da corrente as reais necessidades da carga, suavizando suas curvas caracterfsticas, como ilustra a Figura 4.16, para 0 caso da corrente. 1 0 Figura 4.16, Curva comparativa Soft-Startor ¢ Estrola-Trangulo. i © perfodo de partida tipicamente € ajustivel entre dois e 30 segundos. Ao final da aceleracao o motor passa a operar a plena tensfo, Além da vantagem da variagio suavedo conjugado e da corrente, o soft starter, também chamado de chave de pattida estética, nao. | apresenta componentes méveis que geram arcos, como as chaves mecénicas, © que permite uma vida atil mais longa. Como desvantagem pode-se citar © niimero reduzido de particlas por hora, algo em torno de dez partidas. Ce ica pa kcaLibakakehag Chave Série - Paralelo As chaves série - paralelo aplicam-se unicamente aos motores com nove ou 12 termi- Rais. Consiste basicamente ina ligacio dos terminals des enrolamentos das fases em strie metade da tenséo) durante a partida. Em plena carga essas ligagoes sto comutadas para paralelo, Tanto se aplica para ligagGes A ~ AA, como para Y ~ YY. ‘A chave série - paralela reduz a conente de partida a 25% do seu valor para partida dic feta Essa chave s6 ¢ aplicacla em situacGes de partida em vazio, pols 0 conjugado de partida fica reduzidio a um quarto do seu valor para a tenséo nominal, enho em Servigo Vencido © processo de partida, 0 motor aproxima-se do ponto de funcionamento no. minal, como mostra a Figura 4.17. Tada a operagio do motor estaré em tormo do ponte nominal, num local chamado de regiéo de funcionamento, Em seivigo, © motor de inclugio caracteriza-se por manter a velocidade praticamente Constante. Em regra, os motores de indugéo operam com escor Tegamento entre 1% © 8%. © comportamento dos principais pardmetroselétricos, como corrente, fator de potBncia-¢ rendlimento, € representado em gréfico contra a poténcia mecdinica desenvohica, come, mostra a Figura 4.18, Sao as chamadas curvas caracteristicastfpicas do motor. Os fabricantos Costumam fomecer tabelas com valores dos parimetros para 25, 50, 75 © 100% da carga ominal para cada um dos seus modelos de motores. A titulo de exemplo, algumas dessee tabelas sao reproduzidas no Anexo. Regio de funcionamento Cha 1 Os 0,06 0,04 0.02 8 Figura 4.17, Regiao de funcionamento, Exemplo 4.6 Um motor de inclugio trifésico de 100 cv apresenta os seguintes dados de catétogo: Vi =380¥; Cy =40,3 kgm; — If, = 8,8; CYCy= 3:23 Cra’Cy = 3,2; = 92,5% (4; cos b= (*) - plena carga 1,87 (*); Calcule a corrente nominal, corrente de partida, velocidade (gpm) e conjugaco de partida. Corrente nominal: Pay = Fine ae = 79.568 W 7 5 79.568 = £194 "F300 x 0,87 bs Corrente de partida: qnee | =8,8x 139 = 1.223 A 716 x 100 Rotagio: equagio (4.21) Ny =“ =1.776 pm Ge Conjugado de partida: Cy 3,2 Cp = 129 kefm O circuito equivalente e as equagées gerais permitem uma anélise completa das carac- teristicas tipicas dos motores. none % N 4 cos 0 7 1 | > Pron 0 % 50 % 100125 Figura 4.18, Curva tipica de funcionamento. Define-se como poténcia nominal a poténcia mecdnica que 0 motor desenvolve em regime continuo, ou seja, acionando uma carga constante por um tempo indefinido, man- tendo o equillbrio térmico dentro do limite de temperatura, sob tenséo e frequéncia nomi- nais. A poténcia nominal & expressa em cv ou KW. A essa poténcia esto associadas uma velocidade nominal (rpm) e uma corrente nominal (A), definindo 0 ponto de funcionamento do motor, como mostrado na Figura 4.8. E interessante observar que motores trabalhando em vazio ou ‘com carregamento infe- rior a 40% da poténcia nominal apresentam péssimo rendimento ¢ baixo fator de potencia, © Por isso sao agentes de desperdicio de energia. Todo cuidaco deve ser tomado na especifi. H cagao da poténcia de motores, para evitar enormes gastos desnecessitios com o pagamento | da conta de energia elétrica, devido a motores superdimensionados, i ij | | Define-se como fator de servigo (FS) 0 fator que, aplicado & poténcia nominal, indica a sobrecarga que 9 motor pode suportar continuamente com uma elevagdo de temperatura de até 10°C acima da nominal. Trata-se cle uma reserva de poténcia que permite ao motor opera normalmente sob condigées desfavoraveis, O fator de servico FS=1,25 indica que © motor foi projetado para suportar uma sobrecarga continua de 25%. O fator de servigo F5=1,0 indica que o motor nio deve suportar sobrecargas. Todo motor de inducdo suporta alguns segundos com o rotor bloqueado. As tabelas das 4 Caracterfticas tpicas dos catélogos dos fabricantes costumam fomecer essa informaeao para il cada um dos motores. Por conta disso, 0s motores pociem suportar sobrecangas moment’ F nneas de alguns segundos; 60% de sobrecarga por 15 segundos é tipico, Essa sobrecarga néio \ deve ser confundida com fator de servico. Existem situagGes em que o motor, durante seu ciclo de trabalho, fica efetivamen- i te desligado. Um motor que aciona uma bomba-d’gua de um sistema de abastecimento usualmente fica ligadlo por um longo periodo sob carga constante, © mesmo ocarre com o exaustor de um galpao industrial, Um motor que aciona o sistema de elevacdo de automé- | veils para troca de dleo num posto de gasolina terd um tempo de funcionamento muito eurto em relacdo ao tempo total que fica parado. Na pratica, existem infinitos ciclos de trabalho | a0 quais o motor pode ser submetido. O regime de servigo pode ser definido como a regularidade de carga a que o motor 6 : submetido, Como jé foi exaustivamente mencionado, o principal fatorlimitante da potencia ! desenvolvida € a méxima temperatura que 0 motor atinge, A elevacdo de temperatura do : motor nao é imediata; ela acontece segundo uma fungio exponencial. Da mesma forma, : 0 desligar 0 motor, a temperatura diminui de forma exponencial. Se o regime de funciona, . mento do motor for intermitente, ou seja, for varidvel, importa saber qual serd a temperatura i maxima, posto que ela definird a poténcia nominal do motor a ser especificado, Nem sem- pre a poténcia do motor seré dada pelo “pico” de carga. I: . A norma NBR 17094 padroniza dez diferentes tipos de regime de servigo. Eviden- temente eles néo tracuzem todas as situacées reais encontiadas na pratica, Por iso, uma situagao real deve ser aproximada de uma das situagbes padronizadas que seja mais severa i que a real. Normalmente os motores sio projetados para um regime continuo, isto 6, carga Constante atuando por um tempo indefinido, igual & poténcia nominal do motor. A Figura 4.19 mostra esse regime classificado como Regime Continuo ($1). Figura 4.19. Regime de Servigo St. (Os demais regimes normalizados s4o: $2 - regime de tempo limitado; $3 - regime intermitente periddico; $4 - regime intermitente periddico com partida; $5 - regime intermitente periédico com frenagem elétrica; S6 - regime de funcionamento continuo periédico com carga intermitente; ico com frenagem elétvica; $7 « regime de funcionamento continuo per $8 - regime de funcionamento continuo periédico com muclangas corresponden- tes de carga e de velocidade; $9 - regime com variagdes ndo periddicas de carga e velocidade; S10 - regime com cargas e velocicades constantes distintas. Motores para os regimes de servigo $2 a $10 devem ser encomendados diretamente aos fabricantes, e nao sao considerados motores para aplicagao normal. O motor néo 6 um equipamento que possa ficar submetico a constantes partidas & paradas, algo do tipo liga/desliga de um pisca-pisca. Todavia, € muito comum que a car- ga mecdnica exigida do eixo seja varidvel, desde uma situagio “sem carga” até situacées de sobrecarga. Por isso, € recomendavel que haja uma pequena folge de poiéncia, além daquela estabelecida pelo fator de servico, para vencer pequenas sobrecargas. Quando a} carga mecAnica exigida do motor apresentar pequena inércia e um comportamento ciclico | bem definido, nao 6 preciso especificar o motor pela maxima potdncia. Em geral, define-se uma poténcia equivalente a um motor que gira continuamente, mas é solicitado de maneira intermitente, dada por: ron de Mela (4.26), em que P; é uma poténcia atuante no tempo t, Caso © motor fique em repouso entre os tempos de carga, isto 6, fique brevemente | desligado, a poténcia equivalente passa a ser dada pela equago (4.27), em que t, é 0 tempo de repouso. (4.27), A Figura 4.20 mostra ambas situacdes esquematicamente. 1 Poténcia Poténcia * Pr Figura 4.20, Potdncia equivatente. i Exemplo 47 i Calcular a poténcia necesséria de um motor de inducdo trifésico para acionar uma bomba de engrenagens operando a 3.490 rpm, cujo circuito hidréulico exige um ciclo da seguinte forma: > 11,7 cv por 10s; 8,5 cv por 30 5; 5,8 ev por 10 s; 1,9 cv por 30s; destigado por 15 s. 11,7? x 10+8,52 x 30+5,82 x 10 a (10.430 +10 +30 + 1573) 1,8 cv » motor padronizaclo mais préximo: 7,5 cv O estabelecimento de uma cortente equivalente para um regime intermitente tem grande importancia prética, A Figura 4.21 mostra um caso tipico, cada ciclo com partica, aceleracio, operacio normal e desligamento, em que: >t, -tempo de aceleragio; » t,,- tempo de operacao pormal; 3} t;- tempo de funcionamento do ciclo; » t,- tempo de repouso, Figura 4.24, Conceito de corrente equivalente, O valor da corrente equivalente seré dado por: By lp ae (tyes (=) oth 2 z (4.28). bas A importancia prética do fator de aquecimento do motor estabelecido pela equacéo anterior 6 a determinagéo da classe de isolamento do enrolamento, como indicado em seguida, considerando am motor com isolamento classe B: Le » se (2) $10 0 motor pode ser utilizado no regime especificaco; oe, peas Wines (leh 2 \ d se 10s (=] 1,25 utililizar motor com isolamento classe F; , 2 |, D se 425 { ) $156 utilizar motor com isolamento classe H. Ww Exemplo 4.8 Considerando que 0 motor do exemplo anterior terha as seguintes caracter(sticas: Cy = 1,53 kgfam; Cy/Cy = 2,4; Cyd Cy = 3,43 N= 3.490 rpm; trb = 6 € FS = 1,25, verifique se 0 conjugado € suficiente. pf Prec = 11,7 cv; N= 3.490 rpm; ven da equagio (4.21), _U7x71 = = 2,40 kgf mec 3.490 O kgfan Comentérios 1) Considerando que o conjugado de partida do motor (1,53 x 2,4 = 3,67 kgf.m) é superior ao exigido pela carga (2,40 kef.m), 0 motor consegue acelerar a carga. 2) _Além disso, tipicamente, é tolervel 60 % de sobrecarga durante 15 segundos 3) Paraa parte do ciclo que exige 8,5 cv (1,47 kgf:m) também nao ha problema, dado que o motor pode trabalhar normalmente corn sobrecarga de 15 9% em razdo do FS=1,25. (Cyp= 1,25 x 1,53 = 1,91 kghm) Exemplo 4.9 Caleule 0 ntimero de manobras (liga/desliga) por hora do motor do exemplo anterior. Tempo do ciclo: 10 + 30 + 10 + 30415 = 95s, Numero dé manobras: n= 20 = 38 manobras / hora Exemplo 4.10 Umma carga exige 2,0 cv a 3.400 rpm por 20 segundos, seguide de um desligamento de dez segundos, O ciclo é de 30 segundos (120 manobras/hora). Verifique se um motor de 2,0 cy; dois polos; 220 V atende a esse acionamento. Dados de catélogo mostram para esse motor: In = 5,7 A; Ip/in = 6,6 Admitindo tempo de aceleracéo de cinco segundos, a corrente equivalente sera dada pela equagao (4.28), pois: et ( GOP X5 115g og Neaugn 20+10/3 log = 18A Portanto, (lge/lx)? > 1,56. Esse motor nao pode ser especiticado, I Pe P Um motor de 7,5 cy; In = 20 Aj Ip/ly = 7,5, Com isolamento classe F seria adequado, 12,7 2 G5) x 5415 20+10/3 (cs. Considerando que a carga exige 5,7 A, vem: log, = 5,7 x [12,70 = 20,32 Portanto, (gc/ly)? = (20,32 / 20)? = 1,032 < 1,25 Exercicios 4.1) 4.2) Um motor de 20 cv operando em plena carga apresenta rendimento de 90% e fator de poténcia de 0,86. Calcule a corrente nominal para alimentacao nas tenses de 220, 380 e 440 volts, Considerando que o motor do exercicio anterior apresente um fator de servico igual 1,15, qual seria a maxima poténcia por ele desenvolvida? Neste caso, quais seriam as correntes estimadas para aquelas tensGes especificadas? Considerando a relacdo Ip/ly = 8,3, quais seriam as correntes de partida para cada uma das tenses? Considerando que o motor anterior tenha quatro polos e 0 escorregamento nomi- nal seja de 2,596, qual serd a rotagao nominal do eixo? Qual seré o conjugado nominal desenvolvido? Qual o valor do conjugado de partida sea relagdo Cy/Cy & igual a 2,22 ‘A meia carga 0 rendimento desse motor passa a ser igual a 86% e 0 fator de poténcia 0,76, Caleular a corrente absorvida de uma rede elétrica de 220 volts. Se esse motor, em 220 volts, partir com 0 auxilio de uma chave estrela-tridngulo, quais seriam os valores da corrente e do conjugado de partida? Repetir 0 exercicio acima, considerando uma chave compensadora com 0 "tap" em 85%. 4.8) 49) 4.10) 4.11) 4.12) 4.13) 4.14) Um motor triffsico - 10 cy, seis polos, 1160 rpm - opera em 380 volts ligado em estrela, As perdas por atrito e ventilagéo somam 0,4 KW, As perdas no ferro sao esti- madas em 0,3 KW e no cobre em 0,54 kW. Calcular o rendimento desse motor, Para 0 motor do exercicio anterior, a corrente medida a vazio ¢ igual a 4 A. A corrente com rotor bloqueado 6 17,3 A sob tensao de 55 volts entre fases. Calcular os parame~ tros do circuito elétrico equivalente aproximado, Figura 4.4, Calcular a corrente eo fator de potancia dese motor para escorregamentos iguais a 1,5%, 2,0%, 2,5%, 3,0% e 3,5%. Considere uma resisténcia de 33 mOAase para as bobinas do estator. Discutir 0 exercicio anterior, considerando © motor ligado em triangulo sob tenséo de 440 volts, Com relagdo ao exercicio 4.8, calcular o conjugado motor Ifquido disponfvel nas condigdes nominais. Supondo que a tensio de alimentagéo do motor do exercicio 4.8 tenha uma reducio de 5% (360 volts) e as pardmetras elétricos do circuito equivalente aproximado perma- nagam constantes, estimar a corrente e o fator de poténcia exigidos pelo motor. Estime a nova rolagio, supondo que o conjugado da carga seja constante com a velocidad, Um motor W 22 - Plus, 5 cy, quatro polos, 60 Hz, 220/380 volts, carcaga IEC 100 L, ‘est ligado numa rede trifasica de 220 volts. A folha de dados do motor indica as seguintes informagOes a plena carga: 1, = 13,7 Aj N= 1725 rpm, 1 = 85%; fp = 0,80; Cy = 20,5 Nm. Também 6 informado que Ip/ly = 8,0; Cp = 300% do Cy © Cmax = 360% do Cy. Da curva caracteristica do motor é possivel saber que a cor- rente a vazio 6 igual a 7,95 A, com fp = 0,095. Com esses dados, ¢ tendo em conta o Circuito equivalente por fase aproximado da Figura 4.4, estime: a) as perdas independentes do carregamento (atrito, ventilagao € no niicleo); b)_ as perdas dependentes do carregamento (cobre e suplementares); ©) o percentual dessas perdas em relagao a perda total; d) ovalor da corrente de partida e dos conjugados de partida e maximo; ©) 0 escorregamento; fo valor dos parametros do circuito equivalente por fase aproximado; §) a rotacdo quando 0 motor operar a meia carga, considerando que o escorrega- mento varie linearmente com a carga; hy accorrente de linha, o rendimento € 0 fator de poténcia a mela carga através do circuito equivalente aproximado; i) 05 mesmos pardimetros do iter anterior diretamente da curva caracteristica do motor no site do fabricante; j)_ ocomentétio dos resultados do item i, 4.15) 4.16) 417) 4.18) 4.19) 4.20) 421) Utilize uma planilha eletrénica de céleulo e desenvolva uma rotina para solugio do exer- cicio anterior. Habilite a fungio para operacées com néimeros complexos. Um motor de quatro polos opera segundo um ciclo bem definido: 1) Sev por 3 minutos; 2) 0,5 cv por 1 minuto; 3) 15 ev por 0,5 minuto; 4) 1,0 cv por 2 minutos. Na terceira etapa do ciclo, 0 conjugado exigido 6 de 6,0 kgm. Especificar a poténcia do motor. Verifique se um motor de 5 cy, com isolamento classe H, atenderia ao acionamento do exemplo 4.16. Um motor de 10 cy, 220 volts, quatro polos, categoria “Premium apresenta as se~ guintes caracter(sticas: carregamento 10% | 25% | 50% | 75% | 100% rendimento 0,70 085 } 0,908 | 0,916 | 0,92 fatordepoténcia =| 9,22 | 042 | 066 | 078 | 084 O ciclo de trabalho anual tem o seguinte regime: 2400 horas desligado, 800 horas a 10% de carga, 1200 horas a 25% de carga, 1800 horas a 50% de carga, 2560 horas a 75% de carga. Calcule o consumo de energia anual em kWh. Calcule a corrente para 0 carregamento de 10% no exercicio anterior. Considere trés bombas centrifugas acionadas pelos seguintes motores W22-Plus: 10 cy, dois polos, 220 volts; 30 cv, quatro polos, 380 volts € 50 cy, seis polos, 440 volts. Selecione um soft-starter SSW 05 para cada urn deles, Consulte o site do fabricante, Utilizando o circuito equivalente da Figura 4.3 pode-se demonstrar que a curva do conjugado x rotacao da Figura 4.8 é dada por: Smax s © fabricante informa, para cada motor, os valores do escorregamento nominal, con- jugado nominal ¢ maximo, portanto o escorregamento méximo (para o ponto de conjugado maximo} pode ser determinado rearranjando a equago anterior: Cie ( } Snxdx = SN + oN Gy Elabore uma rotina para calcular conjugado para escorregamentos entre 0,00 0,95 em intervalos de 0,05 com auxilio de uma planilha de cAlculo eletrénica. O con- jugado de partida (5 = 1,0) também é forecido pelo fabricante. Construa um grafico Cx para os seguintes motores W22 - Premium: 5,0 cy, dois polos, 220/380 volts; 10 cy, quatro polos, 220/380 volts; 20 cy, seis polos, 220/380 volts; 30 cy, oito polos, 20/380 volts. Repita 0 procedimento para um motor comercial trifésico de 3,0 ev, quatro polos, 220/380 voits. as es 10 © cone fico Variagao e Controle de Velocidade los, Os motores de indusio com rotor de gaiola mantém a velocidade praticamente cons- fante dentro da regiéo de funcionamento, como visto na Figura 4.18. A rigor, hé uma minima variacdo em funcao da carga, Esta caracterfstica de velocidade constante constitu uma das poucas desvantagens desses motores, Motores de inducdo com rotor bobinado permitem variagio de velocidade pela variacao da resistencia rot6rica Fara os motores de inducao com rotor de gaiota existem apenas trés possibilidades de variagao de velocidade, sendo uma indireta e duas diretas. A primeira delas 6 a utilizagao de dispositivos meciinicos que alterem a velocidade da carga sem que haja variacao da velocidacle do motor, Sao os chamados variadores mecanicos. Esses dispostivos S80 posicio. nados entre 0 motor e a carga, como ilustra a Figura 5.1, Por isso so indiretos, % vem | PE PES om L______f Variador i Figura 5.1, lustragao de variador mecainieo.. | As outras duas possibilidades de variacio sio tratadas nos préximos itens, mas pode-se adiantar que ambas alteram diretamente a velocidade do motor, por alteragao do ntimero de polos ou pela variacio da frequéncia. 1 polos ou pel a Os variadores mecanicos atuam na verdade como um acoplamento entre o motor ea | Garga. O acoplamento mais simples posstvel é o direto, no qual o eixo do motor é acoplado ditetamente ao eixo da carga por meio de uma luva eldstica. Nesse caso, nao existe pos- Sibilidade de variagio da velocidade, como ilustra a Figura 5.2. Um método muito utilizado para acoplamento entre motor e carga & 0 conjunto poliae -correia, A Figura 5.3 ilustra um conjunto denominado de polia fixa. Luva eléstica oy Oy Motor { t Carga 0,70, S Figura 5.2. Acoplamento direto, Polia motora, Figura 6.3, Polia fia, A velocidade de rotagao da carga @y, acionada pela polia movida, pode ser diferente da yelocidade de rotagao do motor, que € a mesma da polia motora @;. A velocidade linear da correia é a mesma em qualquer ponto do conjunto; com isso tem-se: V=Vy = Va, que implica na seguinte igualdade: (yr, = @fy, OU entao: 1 6.1). Da equagio (5.1) fica evidenciado que a relagao entre as velocidades angulares do mo- tor e da carga é dada pela relacdo dos raios das polias movida € motora. Com isso € posstvel obter uma ampla gama de velocidade de carga para um dado motor. Uma vez definida a rotacao de operaao da carga, por meio da rela¢do entre os raios das polias, nao é possfvel a variagao de velocidade, a menos que sejam trocadas as polias. Para agilizar as trocas de polias, existe o sistema de s de varios estagios, como representado na Figura 5.4, Nesse caso, é possivel obter alguns estagios discretos de velaci- dade, sempre alterando as relagbes entre os raios das polias. dlia- Figura 54, Sistema de polias de varios estagios. Uma pequena evolucao do sistema de polias de varios estigios 6 o sistema de variagao de polias cOnicas, conforme mostra esqjuernaticamente a Figura 5.5. Garfo [ Polia Polia a je LY Are. aa dla Figura 5.5. Sistema de pollas cbnicas, | ear ! A grande diferenga entre os dois sistemas anteriores reside no fato de o sistema de polias ! cOnicas permitir uma variagio continua da velocidade da carga por meio do acionamento i do garfo. Isso implica que a variagdo de velocidade & obtida com 0 motor em movimento, : enquianto no sistema de polias de varios estagios 0 motor deve ser desligaco para que se possa posicionar a correia noutro jogo de polias. Uma altima possibilidade de variagio de velocidade pelo conjunto polia-correia 6 0 1). sistema de polias variadoras, mostrado esquematicamente na Figura 5.6. Nesse caso, a polia 6 constitufda por duas flanges que podem movimentar-se axialmente ao eixo, afastando-se | ou aproximando-se, forgando a correla a movimentar-se, aumentando ou diminuindo o raio : 10 da polta, vel a vel mo Ki Figura 5.6, Sistema de polies varladoras. Existem outros dispositivos muito parecidos com 0s citaclos anteriormente, como polias em Ve roda dentada, No caso da roda dentada, o elemento de transmissao 6 uma correia dentada ou mesmo uma corrente Devido ao atrito entre a correla ¢ as polias, 0 rendimento dos acoplamentos nao chega a 100%, mas quase sempre 6 superior a 95%, € importante observar que a poténcia meca- nica transmitida 6 praticamente a mesma da polia motora, Assim, tem-se: Prmect = Cray @ Prroea = C22 » desprezando as perdas, vem: Go 8 5.2), & % ou seja, 2 relacio dos conjugados entre as polias 6 dada pela relagio dos raios das polias, Exemplo 5.1 Determine a relacao de raios entre as polias movida e motora para atender as exi- géncias do exemplo 4.8 a partir de um motor de quatro polos. Verifique os conjugados desenvolvides. Motor: 7,5 cy; 4 polos; N = 1.730 rpm; Cy = 3,10 kgm Bomba: N = 3.490 rpm; Cnec-= 2,40 kgfim "bomba ', ‘motor Noomba Nimotor Uma outra forma muito comum de acoplamento entre motores de inducéo e as cargas 6 a utilizagéo de jogos de engrenagens, mais conhecides como motorredutores. Existem motorredutores que permitem variagao de velocidade de forma discreta ou continua, de- pendendo do projeto. Apresentam rendimentos da mesma ordem de grandeza que os con- juntos polia-correia, A Figura 5.7 mostra esquematicamente um acoplamento simples por meio de engrenagens. Carga Figura 5,7. Acoplamento entre duas engrenagons, No ponto de contato entre as duas engrenagens, a velocidade deve ser a mesma, 0 que implica em: ify = Opfy, OU entdo: 1k 5.3), 4 As relagoes de velocidade © conjugado entre as engrenagens motora e movida sio as mesmas que existiam para 0 conjunto polia-correia, Na prética, 0s motorredutores apresentam um trem de engrenagens, ou seja, diversos jogos de engrenagens, permitin- do significativa alteracéio do conjugado e da rotaco. A Figura 5.8 apresenta um trem m simples com quatro engrenagens de diferentes diametros. Deve-se observar com muita clareza que as engrenagens E © E estiio no mesmo eixo intermediério e, portanto, a mesma rotagio @,. Assim, a velocidade do eixo intermedidrio seré dada por: * a ws Ue F z 3 Ay os é Figura 5.8. Trem de ongrenagens. er O4-F = 02.1 @, mort (5.4), A velocidad entre o eixo da carga ¢ 0 exo intermedi 009.13 = guts 63) Substituindo (5.4) em (5.5), conclui-se que: 4 =}. Desprezando as perdas mecdnicas do acoplamento, tem-se que as poténcias mecin cas do motor € da carga s4o as mesmas, Assim: portant; (5.7). O mesmo desenvolvimento pode ser feito para qualquer combinacao de trens de en- sgrenagens. Pela utilizacéo de engrenagens cOnicas pode-se alterar a diregae da rotagio, como ilus- tra a Figura 5.9, em que um eixo na horizontal aciona um eixo na vertical, Por meio da utilizagao de jogos de engrenagens convenientemente arranjados, € pos~ sfvel muitas montagens diferentes de motorredutores, inclusive pela assoclagio de engre- hagens, fusos e mesmo conjuntos polia-correia, Os motorredutores devem sor lubrificadlos (5.4), devido ao atrito desenvolvido nos pontos de contato entre os dentes das engrenagens. Por fim, vale mencionar a existéncia de outros variadores mecdnicos de velocidade, es- ecialmente do variador hidréulico que permite uma variagéo continua de velocidade, ba- seado no principio hidrocinético. Nesse variador, existe um eixo de entrada glrando a uma 6.5). yelocidade praticamente constante, que é 0 eixo motor. No eixo de saida, a velocidade pode variar desde zero até praticamente a velocidade do proprio motor. O variador hidrau- lico de velocidade nao pode ser considerado de aplicagio normal, como é o caso da luva eléstica para acoplamento direto, conjuntos polia-correia e motorredutores, Por isso ndo serd tratado neste livro, assim como outras formas mais sofisticadas de acoplamentos, como a embreagem eletromagnética. 5.2 Motores de Dupla Velocidade A rotagao sincrona de um campo girante ¢ dada por: 120. P Ns (5.8). A variagio de velocidade sincrona do campo girante e, por consequéncia, do motor s6 é possivel pela alteragio do nimero de polos ou da frequéncia, conforme a equacao (5.8). Em quaisquer destes casos, a velocidade do motor sera diretamente alterada, bem como a da carga por ele acionada. Mesmo utilizando dispositivos de variagio direta de velocicade do motor, é obrigatério um acoplamento mecanico entre o motor e a carga, como luva elés- tica, polia-corteia ou motorredutor. Como visto no Capftulo 2, motores com ligacdo Dahlander permitem a comutagéo de / polos. Em geral, existe a possibilidade de comutagao 2/4 polos ou 4/8 polos. Por isso, os 5] motores com ligacéo Dahlander so denominados motores de dupla polaridade, ou dupla : velocidade, sempre com relagio 1:2. Permitem apenas a variagio de velocidade, ndo sendo possivel o seu controle. Como estudado no Capitulo 2, existem trés tipos de ligaciio Dahlander, cada uma com suas préprias caracteristicas aplicadas de acordo com as exigencias da carga. Ligagao A/YY - Para Cargas com Conjugado Constante | Em baixa rotagao (dobro de polos) as bobinas das fases sd ligadas em série e 0 motor em triangulo. Em alta rotacio as bobinas das fases esto em paralelo e o motor em duplo-estrela, como mostra a Figura 5.10. A tensio em cada conjunto de bobina em ligacéo YY é maior que na ligagdo A, aumentanclo 0 fluxo magnético no entreferro e, por consequéncia, 0 conjugado. Desta forma, h4 uma certa compensagio da reduco do conjugado causaca pelo aumento da velocidade, mantendo o conjugado aproximadamente constante nas duas velocidades. SPCCCCCCSCESEUGESESE060000630606606060666664650604 A poténcia desenvolvida em baixa rotagio serd menor que em alta, A rigor, a poténcia serd um pouco maior que a metade da poténcia em alta, pois o conjugado ndo é precisa- mente igual. 4 4 kz 3 cs 35 vel. ‘Aa otagdo Conhugedo x otagao Figura 5.10, Ligagdo AVY, Ligagdo YY/A - Para Cargas com Poténcia Constante Em baixa rotagéo (dobro de polos) as bobinas das fases sao ligadas em paralelo eo motor em duplo-estrela, Em alta rotagéio as bobinas das fases esto em série e 9 motor em triangulo, como mostra a Figura 5.11, O conjugado desenvolvido em baixa rotacdo é maior, posto que a tensdo em cada bobina é maior. Em consequéncia, a poténcia mecfnica desen- volvida em cada ligacdo 6 aproximadamente a mesma. Conjugado x Rotaglio Bava rotagso Alta rotagso Figura 5.11, Ligago YYIA. Ligagao-Y/YY - Para Cargas com Conjugado Variavel Em baixa rotagao (dobro de polos} as bobinas das fases sao ligadas em série e o motor em estrela, Em alta rotacéo as bobinas das fases esto em paralelo e o motor em duplo- -estrela, como mostra a Figura 5.12. A tenséo da bobina em baixa rotagéo é metade da tensdo em alta. O conjugaclo desenvolvide em baixa rotagdo é menor, em consequéncia a poténcia desenvolvida também 6 menor. Geralmente a poténcia em baixa é um quarto da poténcia em alta rotacdo. éncia acisa~ ee ee eee 8 Q 4 c 1 4 we Seton § 3 3 2 c “eB 6 3° Baixa rotacio Alta rotagio Confugacio x Rotagéo Figura 5.12. igagao VIVY, vel. 5.3 Inversores de Frequéncia - Principios Basicos A outra possibilidade dle variagao de velocidade 6 pela variagio da frequéncia. O avan- co da eletrOnica permitiu o desenvolvimento de conversores de frequéncia com dispositivos de estado sélido, tais como tiristores (SCRs) e transistores de poténcia. Existem dois tipos bésicos de conversores de frequéncia, sendo os cicloconversores e os inversores. Os cicloconversores convertem a frequéncia de rede de 60 Hz numa frequéncia mais baixa. Trata-se de uma conversao direta de corrente alternada em corrente alternada {CA-CA). Os inversores promovem uma conversao indireta da frequéncia, ou seja, a corren- te alternada ¢ retificada para corrente continua (CA-CC). A partir da retificagao, controlada ‘ou nao, a tensdo continua é chaveada para obter um tem de pulsos que alimenta 0 motor, Devido 3 natureza indutiva do motor, a corrente que citcula tem um aspecto de corrente alterada, Em resumo, os inversores convertem CA em CC e novamente em CA, Os inversores de frequéncia podem ser construfdos com as técnicas de corrente ou tensio impostas no citcuito intermediério (CC). Quando se tratar de tensio imposta, esta pode ser constante ou varidvel. A tensio constante no circuito intermedisrio 6 obtida pela retificacéo com diodos, enquanto a tensio varidvel 6 obtida pela retificago controtada com tiristores (SCRs). © chaveamenio da tenséio continua (CC-CA) constitu o inversor propriamente dito. Tradicionalmente so utilizaclos tristores para essa tarefa, porém o desenvolvimento de tran- sistores de poténcia (BJT, IGBT ou MOSFET) tem permitide sua maior aplicacao em subs- tituicdo aos tiristores. Isso se deve ao fato de que o transistor pode chavear apenas com a existéncia ou nao de um sinal na base, evitando os circuitos de comutacao exigidos pelos tiristores, Atualmente © conversor de frequéncia indireto com circuito intermedidrio a ten= sio constante € muito utilizado para variar ¢ controlar a velocidade de motores de indu- Gao trifasicos com rotor de gaiola. O mais comum deles 6 o inversor PWM (Pulse Width Modulation), Alguns modelos incorporam o inversor PWM na carcaga do proprio motor, porém o mais usual € acomodar o inversor num gabinete. Os inversores so compactos, apresentam excelente relagio custo-beneficio e sao silenciosos. Podem ser utilizados nas mais diversas aplicagSes que exijam variagio e controle de velocidade, Geralmente 0 pr6- i prio inversor agrega a protecao do motor contra curto-circuito, sobrecarge, sobretensio subtensdo, além de permit inversio de rotagdo e programacao para operacGes automati- cas. Dada sua enorme utilidade e sta ampla aplicagio, torna-se necessétio explicar mais detalhadamente 0 seu funcionamento, comutar a chave para a posigio 1, vai circular corrente pelo circuito de tal modo que, apés um certo tempo chamado transit6rio, o indutor apresenta-se como um curto-circuito, Nesse caso, 0 circuito estaré em regime permanente. Durante o transit6rio o indutor se carrega e havers tensao sobre ele, Em qualquer instante, a lei de Kirchoff para tensdes deve valer, ou seja, 0 somatério das tensdes numa malha deve ser nulo. i | Considere um circuito RL alimentado por uma fonte CC, como indica a Figura 5.13, Ao | A equagio que rege 0 circulto com a chave em 1 6: E=Vp tM di E=Ri(t}+ L—— (5.9), rt Vaba ' : Figura 5.13, Circuito RL.» chave em 1. i cuja solugao para a corrente que circula pelo circuito é: 6.10). Num circuito RL, a corrente pelo indutor nao pode variar instantaneamente, Define-se a constante de tempo do circuito RL como sendo: (5.11). \ transitério é vencido num tempo aproximado de quatro a cinco vezes a constante de : tempo do circuito +. A Figura 5.14 mostra, sob a forma de grafico, © que acontece quando i num tempo ty, stiperior ao transitério, a chave do circuito for comutada para a posigio 2. foe nati- mais Ao. pds esse, ae ou Figura 5.14, Circuito RL- chave em 2 Neste caso, ocorre um novo transitério com o descarregamento do indutor. Observe com muita atencao a inversio da polaridade no indutor em ty. 1ss0 ocorre devido a lei de Kirchofi, que diz que o somat6rio das tensées numa malha deve ser nulo em qualquer instante. Num tempo infinitesimal menor que ty, a tens80 Vag é igual aE, e num tempo infinitesimal maior que t, a tensdo Vay é igual a zero. Como a corrente pelo indutor nao ode vatiar instantaneamente, a tensio no resistor também ndo pode variar bruscamente (VAU=Ri(0), posto que se trata de um circuito série, Assim, todo “salto” de tenséo aplicado a0 circuito deve ser suportado pelo indutor, como mostra a Figura 5.15. Mi 2 + 1B Chave +1 Figura 5.15. Carga e descarga do Indutor. Caso houvesse uma comutagio continuada da chave, as formas de onda setiam as re- resentadas na Figura 5.16, supondo T, T, maiores que St. As formas dle onda teriam aspectos um pouco diferente caso Ty e T, fossem menores que 5e. on = Figura 5.16, Formas de onda com comutagdo continuada, Para executar esse circuito na pratica, costumna-se usar um transistor como chave, ou sej@, 0 transistor conduz quando saturado e nao conduz quando cortado. Os estados de saturagdo e corte séo obtidos pela aplicacdo ou no da tensio Vipe: Essa aplicacao é feita a Parti de um circuit oscilador. Para completar 0 circuto, utiliza-se um diodo de circulagdo para fazer o papel da chave na posigio 2. O diodo passa a conduzir quando ficar direta, mente polarizado, por consequiéncia da inverséo da tensio no indutor. A Figura 5.17 mostra essa montagem. wut | gh. dog To b Dt Figura 5.47. Chaveamento com transistor, Disparando convenientemente o transistor, 6 possivel obter pulsos modulados de tal sorte quea corrente que circula pelo conjunto RL tena o aspecto apresentado na Fipura 5.18, Se o ndmeto de pulsos for muito grande e, além disso, houver uma conveniente inver= S80 de polaridace dos pulsos, pode-se obter uma corrente aproximadamente senoidal pela carga RL, como indica esquematicamente a Figura 5.19. Vab 4 Pertodo bu * He Figura §.18. Corrente pelo circuto RL Figura 5.19. Corrente aproximadamento ' b devido a tensio pulsada. sertoldal sobre uma carga RL, £ facil concluir que a alteragao dos tempos de chaveamento da inversdo de polarida- de implica na variagao da frequéncia. Da mesma forma, vatiando a largura de cada pulso, obtém-se a variagao da tenso média aplicada a carga RL. Este é 0 principio bsico do in- versor PWM, A Figura 5.20 mostra a variagio da largura do pulso e sua implicacéo no valor da tensio média, a 1 axial ¢ v + i Veet Eb --=f=f= p= t > ; ve i Vast f=-P foo] t > Figura 5.20, Variagao da tenso média pela largura do pulso, ate e Figura 5.21, Variagdo da frequéncla num inversor PWM. diagrama de blocos da Figura 5.22 apresenta o inversor PWM trifasico para aciona- mento de um motor de indugao. Retificador Figura 5.22. Diagrama de blocos de inversor PW, So utilizados diodos retificadores no bloco retificador e transistores de poténcia |GBT (Insulated-Gate Bipolar Transistor) no bloco inversor. Os transistores so chaveados pela apli- cago de pequena tenséo na base, gerada por um circuito eletrénico. A frequéncia de ope- racao desse transistor pode ser de até 20 KHz, com faixa de poténcia entre 1 kVA 100 kVA. Nao necessitam de circuitos de comutagio. A Figura 5.23 mostra os blocos em maiores detalhes. rat f atleast Citeuito Eletrénico de Chaveamento Figura 6.23. Detalhes dos blocos do inversor PWM. Os tiristores T1 e T2 constituem o crossbar, ou seja, servem como dispositivos de pro- tegdo. Sao disparados quando existe uma alta corrente, promoyendo um curto-circuito que queima os fusiveis de protecao FI ¢ F2, O circuito eletr6nico € constituido basicamente por mictocontroladores, memérias EPROM, EEPROM e RAM, entradas ¢ safdas digitais e analégicas, interface de comunicacaa ¢ interface homem-miiquina. O circuito eletronico executa todas as fungbes opera- cionais do inversor, tais como geracio dos pulsos de disparo dos transistores, monitoracdo ¢ protecao dos componentes de poténcia, interpretaco dos comandos e implementagao das fungGes especiais de controle. 5.4 Inversores - Caracteristicas Operacionais A tensdo aplicada na bobina de um estator 6 dada por: £ = 4,44.4.N,.0 (5.12). Portanto, 0 fluxo no entreferro 6 diretamente proporcional a relagdo entre tensdo & frequéncia, como mostra a equacao (5.13). By O=k (5.13). Para um desempenho adequado do motor de inducao, especialmente com respeito ao Conjugado desenvolvido, o fluxo no entreferro deve ser mantido 0 mais constante posstvel, em tomo de 0,5 7, como visto no Capitulo 2. Assim, ao vatiar a frequéncia, a tensao aplicada também deve variar para manter 0 fluxo magnético constante. Os inversores deve manter uma relagio linear entre tenso e frequéncia até o ponto de tenséo e frequéncia nominais, como na Figura 5.24. Para frequéncias mais altas que a nominal, ndo 6 possivel continuar aumentando a tensdo proporcionalmente, por limitacdo da propria fonte, © que implica num enfraquecimento do fluxo e, por consequéncia, do conjugado, Nessa regio a poténcia tende a se manter constante, Coe oO He f 60 He t Figura 5.24, Tensdo aplicada na bobina do enrolamento X frequéncia @ Conjugado nominal desenvoNido X froquencia Appoténcia mecénica desenvolvida pelo motor é dada pelo produto do conjugado pela ! rotagdo. Assim, a poténcia varia proporcionalmente com a frequéncia, conforme indica a Figura 5.25. 60 He f Figura 5.25, Variagdo da poténcia com a frequéncia. Em muitos textos sobre inversores 6 comum a apresentacao de curvas sobrepostas dos conjugados para diversas frequéncias, como ilustra a Figura 5.26, fae, Figura 5.26. Conjugados para diferentes frequéncias. Os inversores devem garantir que a variagao da tensao aplicada seja proporcional & frequéncia, ¢ iss0 6 feito pelo ajuste auttomstico dos disparos dos transistores, por meio de sistemas microprocessados, Para motores para aplicacdo normal néo é necessério um ajus- te muito preciso da velocidade ou de controle do conjugaclo. Para esses casos é bastante razodvel uma precisdo de velocidade de 0,5% da rotagdo nominal, sem variagao de carga, ede 3. a 5% com variacéo de carga de até 100% do conjugado nominal. Usualmente a faixa de variacdo da frequéncia é pequena, algo entre 6 e 100 Hz. Por tudo isso é comum a utilizagdo do chamado controle escalar do inversor, em matha aberta, isto 6, sem nenhu- ma retroalimentacéo, obtida, por exemplo, por um tacogerador acoplado ao motor. Em casos especiais, em que 6 necessaria uma grande precisio, utiliza-se 0 chamado controle yetorial, no qual séo avaliados os parmetros elétricos do motor para fins de regulacao. Deve-se tomar um cuidado especial quando da aplicagdo de inversores para aciona- mento de motores em baixa rotacao. Os motores para aplicagéio normal sfio do tipo TFVE {totalmente fechados com ventilacéo externa}, ou seja, sd0 autoventilados. Em baixas rota- es, tipicamente abaixo de 50% da rotagio nominal, o fluxo de ar pela carcaga serd defi- Giente. O aquecimento interno do motor resulta da corrente que circula por ele, gerando as perdas por efeito Joule. Se a carga em baixa rotagio exigir @ mesmo conjugado da rotac&o nominal, id circular uma corrente aproximadamente igual & nominal, gerando o mesmo ca- lor interno. O motor tende a se aquecer devido a dificuldade de resfriamento. Nesses casos, deve-se especificar 0 motor com um fator de servico (FS) maior, ou entéo, aumentar a classe de isolamento para que as bobinas resistam a uma maior temperatura. Outra possfvel solugdo para o problema seria a especificacdo de um motor com carcaga maior para que se tenha uma maior érea para troca térmica, ou entdo, a simples especifica~ ‘do de um motor com maior poténcia. A Figura 5.27 mostra a redugiio tipica do conjugado desenvolvide por motores alimentados por inversores. 4 Conlugado 10 09 08 07 06 05 oa 03 02 oa L v t 1 i , v i T 1 i £(H) 10 20 30 40 50 60 7 80 90 100 Figura $.27, Redugdo do conjugado. Por outro lado, muitas cargas exigem menores conjugados em baixa rotacdo. Nesses casos, a corrente pelo motor também diminui, nao trazendo maiores complicagbes de sobreaquecimento, Nos catalogos dos fabricantes de inversores, é muito comum encon- trar informacées precisas sobre as maximas corrente e poténcia do motor suportadas por um determinado inversor, tanto em situagées de _cargas com conjugado constante, como catgas que reduzem 0 conjugade com a redugao da rotagao. No Anexo sé0 reproduzidos extratos de catélogos dos inversores CFW que esclarecem esta situagio. Em geral, 0s inversores apresentam um rendimento elétrico da ordem de 95%. As perdas internas dever-se, sobretudo, aos dispositivos semicondutores de retificacio e chaveamento. Além disso, existem as perdas nos capacitores, fusiveis e no circuito eletronico de controle. Os inversores agregam uma série de fungbes especiais, os quais podem se constituir ‘em um completo sistema de acionamento. A interface homem-maquina ustalmente ¢ feita por um display ¢ um teclado. Por esse conjiinto feita toda a progiamacao operacional do inversor. O display pode fazer a indicagao da rotagao, frequéncia, corrente, tensio e moni- torago de fungbes. O display pode ser de cristal liquido (LCD) ou de LEDs. inversor agrega um sistema de protegio contra curto-circuito na safda, tanto contra curtos fase-fase como fase-terra, Também existe proteco contra sobre e subtensio no cir Cuito intermedidrio, além de protecéo contra sobrecarga, sendo possivel limitar a corrente na aceleragao, no regime e na desaceleragio. O proprio inversor cuida da partida e da parada do motor por meio da aceleragao & desaceleracdo, Alguns inversores podem apresentar 0 recurso da chamada rampa "S", que impoe maior suavidade de partida, parada e aproximagao da velocidade ajustada, como mostra a Figura 5.28. Além disso, a rampa linear esté sempre disponivel. ‘Aceleragéo Desaceleracéo Figura 5.28, Rampas linear @ "8". Muitos sistemas podem entrar em ressondncia em determinadas velocidades criticas, cau- cando fortes vibragoes mectinicas ¢ muito ruldo, Os inversores podem ser programados para evitar'a operacio nessas frequencies. Essa fungio chamada de rejeigio de frequiéncias criticas, Da mesma forma pode ser estabelecida uma frequéncia minima e outra maxima de operagio. Normalmente 0s inversores possuem entradas e safdas digitais que podem ser acio- nadas para operacées autométicas. Alguns modelos também apresentam entradas e safcas analdgicas. As entradas digitais podem ser acionadas por botbes, chaves fin de curso, relés, fotocélulas ou por outros dispositives e, por consequéncia de programagao, a velocidade ode ser alteraca, Essa funcao de programacao de velocidades 6 chamada de “multi-speed”. Asentradas anal6gicas destinam-se, sobretudo, a controles PID {Proporcional - Integral - De~ rivativo) que nao sao tratados neste livro, 3 Alguns inversores também apresentam a possibilidade de programacao para execucéio de um ciclo automatico, isto 6, executam repetidamente tarefas predefinidas, como acele- ragbes © desaceleragbes clentro de certos tempos, operacdes em diferentes velocidades por tempos definidos e assim por diante, Por fim, vale chamar atengio para a existéncia de inversores destinados a motores de baixa poténcia, tipicamente até 3 cy, nos quais a alimentagSo pode ser monofésica. Apds a retificagao, pouco importa ao inversor se a origem da alimentagio era mono ou trifasica, Com iss0, € possivel 0 acionamento de motores trifésicos a partir dle redes monotésicas, Exercicios 5.1) Um motor de quatro polos com velocidade nominal de 1730 rpm deve acionar uma carga a 600 rpm. Determinar a relagéo dos raios entre as polias motora e movida. 5.2) Qual 0 conjugado dispontvel na polia movida, sabendo que 0 conjugado motor & igual a 2,0 kgfim? Esbogar um sistema de polias de dois estgios que permita acionar uma carga em 400 0u 800 tpm, sabendo que o motor apresenta velocidade nominal de 1760 rpm. Esbogar um conjunto redutor, de tal modo que tenha-se na safda uma rotagao de 60 rpm, perpendicularmente ao eixo motor, que apresenta rotagio nominal de 1160 pm. Considere 0 trem de engrenagens da Figura 5.8. Observe que a rotagao da carga ©, 6 a mesina rotacao do eixo terminal @s. Determine o raio da engrenagem E, para uma rotago da carga igual a 60 rpm. A rotacao do motor é de 1800 rpm ea engrenagem E, tem 100 mm de raio. A relagio ry/ty é igual a 30. Determine r, e r, para uma ro- tagio de 600 rpm para 0 eixo intermediacio. Qual a poténcia que um motor de quatro polos, 60 Hz, deve ter para acionar uma carga com conjugado de 4 kgf.m e rotacao igual a 1120 rpm, sendo 0 acoplamento por correla dentada? Repetir 0 exercicio 5.3 utilizando uma polia simples e um motor com ligagéo Dahlander. Discutir sobre o tipo de ligacéo. Quais a5 frequéncias que devem ser estabelecidas num PWM para que um motor de_dois polos (3460 rpm) desenvolva as seguintes velocidades: 500, 700, 900, 1320, 1680, 2400, 3000 ¢ 3820 rpm? Considerar sempre o mesmo escorregamento nominal. Considere tr@s ventiladores centrifugos (carga com conjugado varidvel) acionados pelos seguintes motores W22-Plus: 10 cv, dois polos, 220 volts; 30 cv, quatro polos, 380 volts e 50 cy, seis polos, 440 volts. Selecione um inversor de frequéncia CFW 09 para cada um deles. Consulte o site do fabricante, \ Aplicagdes de Motores i.1 Aspectos Mecanicos das Cargas Para selecionar um motor de inducio, é preciso conhecer a carga que ele ird acionan, S primeiras informacées, e as mais importantes, sio a poténcia mecanica e a rotacéo exigi- as pela carga. Com isso € possivel saber quais devem ser a poténcia e a rotagio do motor, embrar que a rotagio da carga pode ser bastante diferente da rotagdo do motor, se houver ntre ambos algum dlispositivo de acoplamento que varie a velocidade. Os motores sio plicados essencialmente para tr@s finalidades bésicas, ou seja, deslocamento de fluidos, lanipulagdo de cargas e processamento de materiais, © deslocamento de fluidos € feito por bombas, ventiladores e compressores. Basica- lente a poténcia dessas cargas serd proporcional ao produto da vazao do flufdo pela dife- anga de presséo entre a saida e a entrada da maquina. No caso de compressores, a tempe- iwura também tem um papel importante na determinacdo da potdncia, A manipulagao de cargas 6 feita por talhas, guinchos, guindastes, escadas e pontes ro- nies, ansportadores de correia ¢ elevadores, Nesses casos, a poténcia mecdnica exigida Jase sempre ser proporcional ao produto de uma forca pela velocidade, sendo muito amum a utilizagao do peso como a forga envolvida. © processamento de materiais costuma ser divididlo entre processamento de materiais etélicos e nao metélicos. Existe um némero imenso de maquinas destinadas ao proc mento de materiais. Alguns poucos exemplos sio méquinas operatrizes, reatores, mi 10s, maquinas agricolas, misturadores etc. Em geral, a poténcia mecdnica exigida seré dada ‘lo produto da forge exigida pelo processamento e a velocidade de processamento, No movimento circular, ou rotativo, o conjugado mecdnico tem uma correspondéncia a carga como para 0 motor, a potncla mecénica é dada pelo produto do conjugado pela fotagao, como mostra a equacéo (6.1). Petce = Coe Puece Mac =Cy.oy (6.1), em que aac € 0 rendimento mecfnico do acoplamento. A Tabela 6.1 apresenta alguns va- lores tipicos de rendimentos, ‘Tabela 6:1, Rendimentos de acoplamentos mecanicos. Tipo de Acoplamento Rendimento (%) Diato 100 ~_| | Poli corla plana 95.08) Poka-corela om V 9799 Roda dentada 97-98 Engrenagem | 96.99 Cada 26-100 ‘coplament hidaulioo 10 Erbreagem megnética 87-98 Um motor aciona uma carga adequadamente quando 0 conjugado por ele desenvol- vido for igual ao conjugado exigido pela carga, também chamado de conjugado resistente. Como visto no capitulo anterior, © conjugado resistente que se apresenta a0 motor pode ser diferente do conjugado da carga em razo das relagdes do sistema de acoplamento, A Figura 6.1 mostra © ponto de funcionamento do motor, ampliando a chamada regido de funclonamento, Regiéo de Regiao de funcionamento funcionamento —+ «— ‘ Conjugado resistente Conjugado x rotagao (Motor) G ponto de funcionamento (P) estabelece as condig6es nominais de operacéio do mo- r. Dentro dessa regio, se 0 conjugado resistente aumentar, o motor responde aumen- ndo © conjugado desenvolvido, e por consequéncia reduz ligeiramente a rotagio. Caso mntrario, se o conjugado resistente diminuis, o motor reduz 0 conjugado desenvolvido, imentando ligeiramente a velocidade de rotacéo. Lembrar que 0 motor de indugéo man- ma velocidade praticamente constante, mesmo com variagéio da carga, isto 6, vatiagio do mnjugado resistente, Se nao houver um conjugado resistente apresentado ao motor, diz-se que o motor esté derando em vazio. Nesse caso, © motor precisa vencer apenas 0 conjugado resistente pré- io, devido as suas proprias perdas mecdnicas, sobretudo abrito e ventilacao, Diz-se que 0 otor estd numa situagao de sobrecarga quando 0 conjugado resistente supera o maior con- gado da regio de funcionamento. Em capitulos anteriores, ficou muito claro que, quanto aior 0 conjugado desenvolvido pelo motor, maior é a corrente exigida da rede. Assim, na brecarga a corrente aumenta e aciona dispositivos de protegao elétrica que desligam o otor. Alguns motores suportam picos momentéineos de sobrecarga por alguns segundos. Até agora houve preocupagéo exclusiva com as condigdes operacionais na regiéo de ncionamento, em tomo do ponto nominal. Embora esta andlise seja necesséria, ela néo é ficiente para garantir 0 bom desempenho do motor. Dois outros aspectos importantes se ipdem. O primeiro deles diz respeito a partida. € necesséria uma cuidadosa andlise para rrificar se o motor é capaz de acelerar a carga até o ponto de funcionamento, Muitas vezes desta andlise que se determina o método de partida mais adequado, O segundo aspecto iportante € a possibilidade de variagao de velocidade da carga, tanto de maneira indireta imo pela variacao direta da velocidade do motor. Na regio em tomo do ponto de funcionamento nominal, a rotaco praticamente no ria. Assim, conhecendo a poténcia mecanica e a rotagSo, 0 conjugado é prontamente de- mminado. J4 no proceso de partida, que envolve aceleragio, e mesmo em situagées de va~ \cao de velocidade, é imprescindivel conhecer a variagio do conjugado resistente da carga im a rotagio. © motor s6 vai conseguir acelerar a carga se em todos os pontos do processo u conjugado for maior; caso conirério, 0 motor néo consegue levar a carga ao ponto de neionamento, 2 Aceleragao As diversas cargas mecénicas apresentam basicamente cinco formas de variagso do njugado com a rotacdo, como ilustra a Figura 6.2, Um. motor somente consegue acelerar uma carga se apresentar um conjugado su- rrior ao da carga em toda faixa de rotagao. A Figura 6.3 ilustra esquematicamente duas wages distintas para uma carga com conjugado constante em funcao da rotacdo, No so da Figura 6.3a, 0 conjugado motor é superior ao conjugado da carga em toda faixa de tacao, inclusive na partida (# = 0). Neste caso, haverd uma aceleragio segura. No caso Figura 6,3b, 0 motor nao consegue acelerar a carga, pois a partir do ponto A o conju- rrr perde rotacao, aumenta a corrente e atuam os dispositivos de protegio que desligam 0 motor. Em resumo, 0 motor nao consegue levar a carga ao ponto de funcionamento. Em- bora o motor atenda as condligées de funcionamento normal, ele ndo pode ser aplicado, pois ndo consegue efetivar a partida, Constante Ct G N Figura 62. Variagao do conjugado da carga com a rotagéo, 4 conjugado c motor A B P P cconjugacio da carga N N Figura 6.3.2) Cy, > Ge (acoferagao possivel); b) Cy, J, 60 momento de inércia da carga } Jc €0 momento de inércia da carga referida ao eixo motor DN, Garotagio da carga , N 6a rotagio do motor dN Figura 6.5. Acoplamente motoricarga. AA rigor, os préprios elementos de acoplamento, tais como engrenagens e polias, tm suas proprias inércias que devem ser consideradas. Em certos casos, 0 momento de inércia de uma carga referida ao eixo do motor pode ser determinado pelo principio da conserva- go de energia, caso tipico de maquinas de manipulagao de cargas. Uma massa em movi- mento tem uma certa energia que pode ser representada como um momento de inércia ao. motor, de acordo com a equacao (6.7). 1 ym = hee 67), em que Jye € 0 Momento de inércla, referido ao eixo do motor, da massa m deslocando-se com velocidade v, © @, é a rotacdio do motor. Este mesmo prinefpio cle conservagao de cenergia cinética se aplica a sistemas de acoplamento mais complexos, envolvendlo conjuntos de polias e trens de engrenagens. Voltando ao caso simples da Figura 6.5 e desprezando as inércias das engrenagens, tem-se 0 momento de inércia total apresentado ao motor de acordo com a equacao (6.8): I= hn +k (6.8). Este momento de inércia deve ser levado & equagio (6.3) para a determinaggo da aceleragéo. O conjugado disponivel para acelerar a carga deve ser a diferenga entre conjugado desenvolvido pelo motor e o conjugado resistente, guardado que em toclos 08 pontos da faixa de rotacao 0 conjugado motor seja superior a0 conjugado resistente. Numa primeira aproximacio, aceita-se a determinagio de um conjugado médio de ace- leragéo como resultante da diferenga dos conjugados médios motor e resistente, como ilustra a Figura 6.6. CA Conjugado motor Coe N No Figura 6.8, Conjugadas méstios. A equacio (6.9) indica esse conjugado de aceleraci Crna = Cram “Cine 6.9). Rescrevendo a equagao (6.3), vem: (6.10). ee a:

Вам также может понравиться