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Regulamentação Jurídica da Informática no Brasil e sua


Evolução
5.1 Análise da Lei nº 7.232, de 29-10-1984
A Lei de Informática introduziu o Conselho Nacional de Informática e Automação (CONIN), órgão de assessoramento
irr.ediato do Presidente da República, constituído por representantes do Governoe do Setor Privadoincumbidos de assessorar a
Presidência da República na formulação da Política Nacional de Informática.
A antiga Secretaria Especial de Informática (SEI) ficou subordinada ao CONIN, com a atribuição de implementar as normas
citadas pelo Conselho. (A Lei nº 8.090, de 13-11-1990, em seu art. 4º, transferiu a competência da SEI para a Secretaria da
Ciência e Tecnologia, SCT).
Utilizando expressões como controle,proteção,intervenção do Estadoetc., a Lei de Informática institucionalizou, praticamente, a
Reserva de Mercado.
a. O mercado de Informática ficou submetido à SEI, que detinha poderes, conferidos por lei, de controlar as
importações de bens e serviços deformática,
in durante um período de oito anos a partir de 30-10-84 e competência
para decidir sobre projetos de c esenvolvimento e produção de bens de informática.
b. As empresas fabricantes de bens deinformático submetiam seus projetos de fabricação à aprovação da SEr para poder
obter benefícios fiscais, autorização para importação de peças ou componentes e para aquisição de tecnologia
externa.
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c. As empresas qt.e não se enquadrassem no conceito de "nacionais" prescrito pela lei, somente teriam seus projetos de
fabricação aprovados se:
I - Fossem cosiderados de "relevante interesse" para as atividades científicas produtivas internas.
II - "Não houvesse empresa nacional" capaz de atender às necessidades do mercado brasileiro, com tecnologia própria ou adquirida
no exterior.
Preenchidos esses recuisitos básicos, seria necessário, ainda, que as empresas não nacionais tivessem aprovado, perante o CONIN,
programa de efetiva capacitação de seu corpo técnico nas tecnologias de produtos e de processo de produção, bem como a
obrigatoriedade da aplicação no país de "5% de sua receita bruta anual" em atividades de pesquisa e desenvolvimento voltados para
a área de informática.
5.1.1 Art. 12: conceito de empresa nacional
''Art. 12. Paraos efeitos desta Lei, empresas nacionais são as pessoas jurídicasconstituid.is e com sede no País, cujo controle esteja, em
caráter per manente, exclusivo e incondicional, sob a titularidade, direta ou indireta, de pessoas resicetites
físicase domiciliadas no País, ou
por entidades de direito público interno."
Entende-se por contr ole:
d. Controle decisó 'io: o exercício, de direito e de fato, do poder de eleger administradores da sociedade e de dirigir o
funcionamento de seus órgãos.
e. Controle de capital: a detenção direta ou indireta, da totalidade do capital, com direto efetivo ou potencial de voto, e de, no
mínimo, 70% do capital soeis 1 .A esse respeito,' as companhias abertas tiveram tratamento um pouco diverso, sem que se
alterasse basicamente o resultado final. Nos casos das empresas abertas, o controle nacional significa que, no mínimo, 2/=
das ações ordinárias e 2/3 das preferenciais com direito a voto efetivo ou preferencial, bem como 70% do capital social
total, estejam em mãos de pessoas físicas ou jurídicas residentes ou sediadas no Brasil. Essas ações devem ter sempre a
forma nominativa.
f. Controletecnológico: (revogado pelo art. 17 da Lei nº 8.428/91): o exercício, de di-cito e de fato, do poder para desenvolver,
gerar, adquirir, transferir e variar de tecnologia de produto e de processo de produção. Esse co.iceito de controle tecnológico
causou sérias celeumas. A interpretação da SEI, extremamente rígida, foi questionada por muitos.
Direito de Informática ' Paesani
Para a SEI, em caso, por exemplo, de uma ioir.t-venture, na proporção de 70% de capital nacional e 30% de capital estrangeiro, sem
qualquer direito a voto, o sócio estrangeiro não poderia ser o fornecedor de tecnologia para qualquer produto que a sociedade
fabricasse no Brasil, sob pena de não ser ela considerada nacional.
A SEI, portanto, estendeu o conceito de controle, em relação a determinadas linhas de produtos, ao conceito de controle da própria
empresa.
Esse entendimento da SEI foi profundamente desestinulador para os investidores estrangeiros. Em geral, o que leva uma empresa
estrangeira do ramo a investir no Brasil é o fato de esta deter a tecnologia de algum bem que encontre mercado no país. Com essa
política, restaram apenas as joint- venturesfinanceiras.
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 171, incisos I e II, reitera no mesmo sentido a definição de empresa nacional.
Por ocasião da revisão constitucional efetuada no IT2S de maio de 1994, foi levantada a polêmica sobre o caráter discricionário da
definição de empresa nacional e investimento estrangeiro e aguardava-se uma redefinição da matéria.
As autoridades monetárias brasileiras convencerarr os investidores estrangeiros de que a discriminação contra seu capital, inscrita na
Constituição, seria eliminada; a Lei da Propriedade Intelectual seria votada uma reforma tributária seria referendada pelo Congresso.
Nada disso se concetizou e a recuperaçãc acabou por debilitar-se.
Com o governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso (1995) abriu-se a possibilidade de uma revisão constitucional e foram
abordados temas pc lêrnicos que impediram, na gestão anterior, o avanço e a efetiva abertura émercados para o Brasil.
Entre as primeiras emendas enviadas pelo governo, tivemos a que elimin a distinção entre empresa brasileira e empresa brasileir 3. de
capital nacional. discriminação ao capital estrangeiro perdeu sentido no contexto de elimina: da reserva de mercado.
5.1.2 Art. 23: garantia de proteção ao consumidor
"Art. 23. Os produtoresde bens e serviçosde in.crmática garantirão aos usuários a qualidade técnica adequada desses ebens servicos
competindolhes, com exclusividade, o ônus da prova dessa quaLdade.">

Um aspecto altamente positivo da Lei de Informát.ca para o usuário foi o estabelecimento de dispositivo que impõe a garantiaca
e .s~rviçosP '" .seu produtor.O CONIN decidiu sobre 1 regulamentação desse dISpOSItIVO, cnando a
qualidade técnica dos b~ns
defesa do consumidor e do usuár.o e a livre concorrência no mercado brasileiro. Basicamente as regras se resumer i no seguinte:
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g. Obrigatoriedade dos produtores de bens de informática de tornar acessível aos usuárioso conjunto de informações
operacionais que permita conhecer o c.mportamento global dos produtos de informática.
h. Fornecer as informações técnicas para a interligação ou conexão, entre equipamentos diversos.
i. Tornar possível ao usuário caracterizar inequivocamente as responsabilidades indivduais dos respectivos fabricantes, em
caso de conexão ou interligação.
j. Fornecer as informações necessárias à prestação de serviços de manu tenção técnica porum prazo de cinco anosapós a
descontinuidade da comercialização dos produtos no mercado interno.
Este último aspecto foi extremamente importante para o mercado, pois, até o advento da Lei de Informática, não havia qualquer
outro dispositivo legal que obrigasse a manutenção de peças ou acessórios no mercado, por determinado prazo após a
descontiruidade de sua fabricação.
5.2 Consideraçõesgerais
A Lei de Inforrnáti 'a deixou de regular algumas áreas específicas nesse setor, como software,presta ;ão de serviços técnicos de
informática e fluxo de dados transfronteiras.Com relação aos serviços, a lei estabelece tão-somente que os órgãos públicos deverão
dar preferênciaaos bens e serviços de informática produzidos por empresas nac ionais.
Era atribuição do =ONIN o estabelecimento de normas para o [uixo de dados transfronteiras e a cor ::essão de canais e meios de
transmissão de dados e redes ao exterior.
O art. 9º da Lei n 7.232 prevê que o Poder Executivo terá total e ilimitado poder para adotar restrições, de natureza transitória, em
relação à produção, operação, comercializaçào e importação de bens e serviços técnicos de informática, para assegurar ade juados
níveis de proteção às empresas nacionais, enquanto estas não estiverem ccnsolidadas e aptas a competir no mercado internacional.
É inquestionável c ue a Lei de Informática e a SEI, com sua política, fecharam o mercado brasileiro 20 que há de mais avançado em
ciência e tecnologia, o que certamente ampliou a defasagem entre o Brasil e os demais países.
A reserva de merccdo, além de impedir a entrada de tecnologia de última geração, limitou tambérr. a aplicação de capitais externos
que poderiam abrir novos campos de pesquisas novos mercados para os profissionais brasileiros.
Como resultado Q2SSa postura tivemos a ameaça de represálias e retaliações comerciais por parte do governo dos EUA, que, sendo
responsável por 50% das exportações brasileiras, sentia-se prejudicado pela política que o país praticava.
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Esses fatos levaram até correntes do próprio governo a passar a refletir mais seriamente sobre esse nacionalismo instalado,
prometendo rever posições já tomadas (como é o exemplo do caso Microsoft), aprovando uma Lei de Softwaree até estudando
a possibilidade de criação das chamadas zonas especiaisde exportação. Essa possibilidade já era de certa forma antecipada pela
Lei da Informática quando se previu a criação dos Distritosde exportação de Informática, onde haveria isenção de impostos na
produção e exportação de bens de informática.
5.3 Joint-ventures e transferência de tecnologia
o CONIN alterou seu posicionamento quanto à associação entre empresas nacionais e estrangeiras para a exploração de
atividades do setor de informática.
Mesmo antes da votação final da nova Lei de Informática, foram aprovadas joint-venturescom a participação de empresas
estrangeiras em até 30% do capital social, mas sem direito a voto, e permitiu-se a transferência de tecnologia pelo sócio
estrangeiro, respeitados certos critérios.
A transferência de tecnologia foi beneficiada com essa nova postura e algumas regras obsoletas foram alteradas por projetos,
leis e regulamentos.
5.3.1 Resolução n Q 22/91
A resolução simplificou o processo de averbação de contratos de transferência de tecnologia, eliminando a obrigatoriedade de
consulta prévia, dispensando as partes do formalismo rígido anteriormente imposto e permitindo maior liberdade para
contratar.
Um dos aspectos importantes da resolução está contido no parágrafo único do art. 7º, que permite a inserção, nos contratos de
fornecimento de tecnologia de cláusulas de sigilo e de indisponibilidade da tecnologic negociada.
Com a inclusão dessa cláusula, admite-se o conceito de licenciamento de tecnologia,em contraposição ao conceito de venda de
tecnologia adotado anteriormente.
Cinco meses após a edição da Resolução nº 22 e depois de muita discussão interna, o INPI expediu a Instrução Normativa nº
OOl/ç 1. Na realidade, essa resolução pouco trouxe de novidades ou esclarecimentos limitando-se a traçar as diretrizes da
Resolução nº 22.
É importante indagar como as regras de transferência de tecnologia afetam as joint-venturesna área da informática. Para iniciar
uma resposta, é necessário recordar que a Resolução nº 22, do INPI, revogou expressamente uma série de atos normativos. São
eles:
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5.3.2 Atos normativos n~ 15/75, 60/78, 55/81, 56/81, 64/83, 81/86, 93/8P
Não foi revogado, no entanto, o Ato Normativo Conjunto INPI 53/SEI 13/81 que estabelecia uma aprovação prévia da Secretária da
Ciência e Tecnologia para contratos de transferência de tecnologia. Essa posição se demonstrou incompatível com a abertura de
mercado, tão enfatizada.
Por outro lado, por meio da Lei de Informática nº 7.322 e da interpretação restrita dada pela SK, foram inviabilizadas totalmente as
joint-venturesnessa área. O que acabou prevalecendo foi um esquema de transferência de tecnologia de empresas estrangeiras a
sociedades nacionais.
Na opinião da Dra. Esther Donio, especialista em Direito de Informática do escritório Pinheiro Neto - Advogados, foram estipulados
acordos puramente financeiros, sem participação societária. Foi a forma de sobrevivência de muitas parcerias, mas, sem duvida,
afugentou inúmeras empresas que deixaram de considerar o Brasil uma opção de investimento nessa área.
5.3.3 Resolução CONIN n Q 19/90
Com o advento de governo Collor, e como parte do processo de abertura que este se propôs, surgiram as joint-venturestecnológicas.
A Resolução nº 19/90, que em princípio sugeriu um avanço, nada mais fez que mascarar o controle e perpetuar o arbítrie de um
órgão em matéria de informática. Condicionou o fornecedor de tecnolcgia a participar do capital de uma empresa brasileira, sem
direito potencial ou efetivo de voto ou de veto.
5.4 Lei de informática (Lei nº 8.248, de 23-10-1991)
A chamada novaLei de Informática é, na verdade, um diploma legal que alterou, em alguns pomos, a lei original (Lei nº 7.232, de
29-10-1984).
A Lei de Inforrnát'ca, nas duas versões, dispõe sobre a Política Nacional de Inrormática que prevê una série de incentivos de
natureza fiscal e obriga a Adrninistração Pública Federa a dar preferência às empresas nacionais nas aquisições de bens e serviços de
informática. Entretanto, os aspectos mais positivos da lei são:
k. A indicação formal do propósito de se terminar, em 29-10-1992, com a chamada reserva de mercadodo setor.
l. A nova definição de nacionalidadeda pessoa jurídica.
m. A revogação dos arts. 9º e 22 da lei original, que constituíram o centro da reserva ele mercado no âmbito da antiga lei.
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o Congresso pretendia manter o controle e, por essa razão, o § 2º do art. 1 º da lei consagrava a necessidade de aprovação do
CONII\ para as joint-ventures tecnológicas e o rol de requisitos a serem atendidos por essas empresas.
No N Seminário Internacional de Direito de Informática (1990), ressaltou-se que, numa atitude extremamente lúcida, o Presidente
da República, ao sancionar a lei, vetou esse parágrafo, possibilitando às empresas estrangeiras participarem em até 49% do capital
votante de uma empresa nacional, e esta ainda seria considerada empresa brasileira de capital nacional para os efeitos da Lei de
Informática, podendo assim usufruir dos benefícios que a lei concede e, na prática, atuar na área de reserva.
5.4.1 Divergência sobre a interpretação da lei
A lei e seus vetos causaram inúmeras discussões. A principal delas dizia respeito à necessidade ou não da aprovação das joint-
ventures tecnológicas pelo CONIN. Havia duas posições antagônicas: a primeira delas não reconhecia a eficácia da Resolução nº
19/90 do CONIN e, portanto, reputava desnecessária sua aprovação na constituição das joint-ventures tecnológicas.
Numerosas empresas têm sido contempladas com incentivos fiscais e, em contrapartida, a indústria tem realizado investimentos em
pesquisa, desenvolvimento e mão-de-obra qualificada. A Lei nº 8.248, de 23-10-1991, destina parte dos investimentos para o
atendimento de necessidades imediatas, como desenvolvimento de novos produtos ou aperfeiçoamento do processo produtivo, e as-
segura recursos para pesquisas corporativas voltadas pare projetos nacionais de curto, médio e longo prazos.
A empresa contemplada deve investir em pesquisa, desenvolvimento e formação de recursos humanos. Para qualquer benefício
obtido, a empresa terá que aplicar, anualmente, pelo menos 5% do valor de seu fatt.ramento bruto, obtido com a comercialização de
bens e serviços de informática no mercado interno. E mais: desses 5%, no mínimo 2% deverão ser direcionados, obrigatoriamente,
em projetos desenvolvidos com Universidades, Centros e Institutos de Pesquisa e outras entidades de ensino, oficiais ou
reconhecidas.
A Lei de Informática, sancionada em 1991, expirou em 29 de outubro de 1999. Desde então ela é mantida por Medidas Provisórias
O projeto da nova lei tramita no Congresso desde o prirreiro semestre de 1999. O setor de informática no País deverá conviver até J
ano que vem sem a garantia de uma lei que o regule, o que poderá manter afastados novos investimentos.
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Na posição oposta. argumentava-se que a Resolução nº 19/90 não fora revogada expressamente f admitia-se sua subsistência.
Juridicamente, esse posicionamento é altamente juestionável, mas, se esta for a orientação governamental, existem argumentos que
possibilitam a discussão na esfera judicial.
O fim da reserva ce mercadona informática foi estabelecido legalmente em 29-10-1992. Os principais resultados concentram-se na
abertura do mercado aos importadores, na maior oferta de produtos e no fim dos entraves burocráticos. Faltou derrubar a barreira dos
preços.
Com uma alíquota de imposto de importação de 45%, a mais alta em vigor no planeta, substituiu-se uma barreira legal por uma barreira
fiscal. Ao colocar alíquotas de importação estratosféricas para os computadores, o governo premiou indevidamente um dos mais indolentes
setores da economia brasileira, a indústria nacional de microcomputadores, que durante os últimos 16 anos viveu sob as asas do Estado
entregando ao consumidor final um produto mais caro e pior que o importado.
Reconsiderando esta postura, o governo, no biênio 1993/1994, concretizou determinadas metas de liberação política e efetiva abertura do
mercado brasileiro na área de bens denformática.
O Prof. Celso BaSDS observa que, entre as emendas enviadas pelo governo, em 16-2-1995, as que Jropõem a quebra do monopólio nas
telecomunicações e a eliminação da distinção entre empresa brasileira e empresa brasileira de capital nacional constituem notável avanço
nas relações econômicas e sociais do país.
No atual contexto, impõe-se a abertura de espaço para a parceria, visto que o país reclama um moderno e eficiente sistema de
telecomunicações que reverterá, positivamente, na atual política nacional de informática.
Hoje, o que perrneia a Política de Informática é a parceria, na qual a indústria, universidade, governo e sociedade compartilham
responsabilidades, propostas, objetivos e resultados,
5.4.2 A Política de informática e a Lei nº 10.176/01
A Lei de Informática é uma das poucas iniciativas importantes que foram tomadas em muitos aros, para a adoção de uma política de
desenvolvimento. A Lei foi sancionada em janeiro de 2001, para entrar em vigor no dia 1 º de janeiro de 2002.
O texto veio acorr.panhado de 194 portarias com incentivos fiscais à expansão da indústria nacional, Essa Lei concede incentivos fiscais
para empresas que investirem em projetos de expansão na área de informática. As alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) voltam para 15% para os bens finais, 10% para as peças e uma alíquota variável de 2% a 5% para os componentes.
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A medida se destina a reduzir as importações e estirrular os projetos de pesquisa e desenvolvimento no Brasil e tornar o país menos
dependente de fornecedores estrangeiros.
A Lei também concede incentivos fiscais para as emp"esas que investirem 5% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento
em engenharia não rotineira. Essa prática não se restringe aos países em desenvolvimento. As principais economias desenvolvidas
adotam incentivos nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, sendo que é uma das poucas exceções aceitas no âmbito das regras da
Organização Mundial do Comércio (OMC).
Pontos relevantes da Lei nº 10.176/01:
n. Compras realizadas pela administração pública: as entidades vinculadas à União mantêm a preferência pelos serviços e
bens produzidos com tecnologia desenvolvida no Brasil, seguidos .laqueles com processo produtivo básico PPB
aprovado pelo Poder Executivo.
o. Incentivos fiscais:a lei prevê uma redução progressiva dos incentivos fiscais concedidos pela lei anterior (8.191/91)
- IPI - a redução que em 2001 alcançou 95% :lo imposto devido, será modificada para 70% no período de 2006 at~ 2009, quando
será extinto o benefício;
- nas regiões sob influência da SUDAM, sum :N Ee da região centrooeste, a redução do IPI persiste até 31-12-20C3, para projetos
aprovados a partir da promulgação da nova lei, passando a uma redução de 95% do imposto devido em 2004, até alcança" 85% em
2009, quando será extinta;
- são asseguradas a manutenção e utilização de crédito de IPI relativo a matérias-primas, produtos intermediários e rr.ateriais de
embalagem;
- o percentual de 5% em investimentos em pesquisa e desenvolvimento, necessários para o gozo dos beneftcios em questão, no
Brasil, é reduzido progressivamente a partir de 20013.té 2009.
A aplicação e o gozo dos incentivos está condicione da à existência do PPB aprovado pelo Poder Executivo, de sistemas de
qualidade e de programas de participação dos trabalhadores nos lucros e nos resultados.
5.4,3 Prorrogação dos benefícios da Lei de Informática até 2019 e considerações finais
O projeto de Lei nº 1.332/2004 prorroga até 2019 C i incentivos fiscais concedidos pela Lei de Informática.
O texto inclui os telefones sem fio, a automação bancária, os produtores de micros, fabricantes de discos magnéticos e ópticos entr:
os beneficiários da Lei de Informática.
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As empresas terão que fazer investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico para ter o direito ao desconto no IPI que será
de 80% para produtos de informática até 31 ,e dezembro 2014. Esse percentual cai para 75% até dezembro de 2015 e se reduz para
70% até 2019, quando o incentivo será extinto.
Os efeitos da Lei de Informática sobre a cadeia produtiva do complexo eletrônico brasileiro revelam sua importância na atração de
empreendimentos de grandes empresas internacionais do setor e no apoio de algumas iniciativas locais de estabelecimento de
unidades de produção e de desenvolvimento tecnológico de empresas brasileiras. Em contrapartida, a lei tem sido insuficiente para
estimular uma política de desen-.'olvimento do complexo eletrônico e para a formação de capacitação no setor.
Constata-se que 00 mais importantes desenvolvimentos tecnológicos foram resultado de um ampo aparato institucional que foi
constituído ao longo do período anterior, e a Lei de Informática não tem sido suficiente para estimular um maior adensamento da
cadeia produtiva conforme demonstram os vultosos déficits nas contas externas do complexo eletrônico.
É preciso questionar a eficácia da Lei de Informática e a real força de atração da lei em relação aos empreendimentos internacionais.
No caso específico de equipamentos para telecomunicações, a privatização do Sistema Telebrás e a existência de um vasto potencial
de mercado poderiam ter sido atrativos suficientes para justificar ,) ingresso expressivo das grandes empresas internacionais
produtoras de equipamentos para telecomunicações e informática no Brasil.
O esforço tecnológico das empresas transnacionais para a constituição de laboratórios de pesquisa não pode ser considerado como
conseqüência exclusiva da Lei de Informática, mas também se torna necessário ponderar sobre a existência de uma tendêncianundial
de descentralização das atividades de produção e
desenvolvimento.

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