Senhores Vereadores Senhor Presidente da Assembleia Municipal Senhores deputados municipais Senhores Presidentes das Juntas de Freguesia Minhas senhoras e meus senhores
Fui criado e educado numa época em que as Famílias eram
as primeiras educadoras e era no esteio da família que se começava a forjar a personalidade dos indivíduos e com ela o perfil das sociedades. A Família defendia princípios e valores que se iam transmitindo de geração em geração.
À medida que o número de analfabetos foi diminuindo, que
a comunicação social nos trouxe novas formas de comunicar e as novas tecnologias nos fazem chegar, ao momento, os acontecimentos de qualquer parte do mundo, as nossas mentalidades foram-se modificando, em muitos casos para pior.
Pela parte que me toca não abdicarei nunca de certos
princípios e valores – que procuro incutir nos meus filhos – porque, sem eles, deixaremos de ter uma sociedade que deixa de agir com inteligência e passa a agir por instinto.
O Parlamento não pode ser o soberano que aprova ou
desaprova tudo o que os parlamentares e/ou os partidos políticos propõem. Há decisões que têm de passar pela democracia participativa, o povo tem de pronunciar-se, por forma inequívoca, se aceita ou não esta ou aquela transformação. Para tanto basta um referendo para assim se saber da sua vontade.
O senhor Presidente da República promulgou a Lei do
casamento entre pessoas do mesmo sexo. No meu ponto de vista o Parlamento errou e o Chefe de Estado deu cobertura a este erro ao promulgar a Lei. Fê-lo por Grupo Parlamentar do Partido Socialista
hipocrisia e por interesses mediáticos de um segundo
mandato à Presidência da República? Não importa agora escamotear as razões que estiveram na base da promulgação da Lei. Importa é dizer que a posição
correcta do Chefe de Estado, que diz defender a família e
valores milenares, era ter devolvido a Lei ao Parlamento e não promulga-la. Desta tribuna, afirmo convictamente: não andou bem o senhor Presidente da República.
Também não posso deixar de manifestar a minha
estranheza por o senhor Presidente da República ter ignorado a cerimónia de um dos mais conhecidos portugueses da actualidade falo de José Saramago o Nobel Português da Literatura. A sua obra ultrapassou-o a si próprio e constitui um gigantesco legado que deixou ao povo português. Foi um português, escritor com obras de diverso cariz, que fizeram dele o escritor mais traduzido dos tempos actuais.
O sr. Anibal Cavaco Silva, enquanto homem, tem o direito
de não aceitar as ideias e convicções de outros. Mas enquanto Chefe de Estado não devia ter cometido a grosseria de não participar no enterro de um dos mais ilustres portugueses da actualidade.
Também nesta tribuna, aqui e agora, faço alguns
considerandos ao momento difícil que o País atravessa.
Por razões de sazonalidade, ou não, os últimos indicadores
dão-nos conta do crescimento do PIB, considerado dos maiores da Europa, pelo aumento das exportações e do consumo interno. É evidente que não devemos embarcar em euforias. Julgamos que os últimos dois trimestres do ano é que nos irão trazer a verdade dos factos, por eles aguardamos serenamente e oxalá que as boas expectativas se mantenham.
Cabe aqui uma palavra de louvor ao Primeiro Ministro José
Sócrates pela coragem e determinação com que tem suportado críticas destrutivas de pessoas e sectores que o têm visado sobre matérias pessoais que nada têm a ver Grupo Parlamentar do Partido Socialista
com a sua governação. A sua firmeza tem-se mantido
inabalável e críticas e calúnias têm-lhe passado ao lado. A sua coragem de Homem de Estado é indiscutível. Tomou medidas de austeridade para equilibrar o País e tentar debelar a crise que, como todos sabem, não persiste só em Portugal. Ninguém desconhece que as medidas de austeridade não agradam a ninguém e, vai daí, alguma oposição concorda e depois pede desculpa ao País por o ter feito. Outra parte da oposição mobiliza às manifestações. O patronato pede mais flexibilidade nas leis laborais e, já propõe descida dos salários aos trabalhadores.
Serenamente o Primeiro Ministro vai sustentando todos os
embates e é por isso que o País ainda experimenta tranquilidade, fé e esperança.
A meu ver há aqui uma situação que se me afigura caricata:
o Governo socialista é minoritário. Se a oposição tem nas mãos outros trunfos e outras medidas, menos impopulares e melhores para o País, porque não derruba o Governo? Se fosse tempo de vacas gordas estou convicto que a oposição não teria qualquer relutância em o fazer. Apetece-me dizer que a mediocridade da oposição, mas de toda a oposição, não se remedeia com uma simples receita médica!
Falando agora a nível local, refiro o estágio da Selecção
Nacional de Futebol, que foi acontecimento marcante na Cidade não só pelo movimento que a envolveu mas pela faceta de ter dado a conhecer algumas nas nossas infra- estruturas que definem uma Cidade média que alinha ao lado das mais importantes do País. Não é por demais referir que enquanto o estágio durou, nos principais noticiários televisivos e na comunicação social escrita, a Covilhã foi levada ao País e ao mundo e ficou a ser conhecida não apenas como a cidade da Covilhã, mas sim e também como uma das principais portas de entrada para a Serra da Estrela. Localmente as pessoas agitavam-se, na cidade observava-se um movimento desusado e por tudo isto e o que de mais possa vir em futuro valeu a pena. Grupo Parlamentar do Partido Socialista
Bem hajam todos quantos tornaram possível a realização
do estágio e tragam outros eventos congéneres que possam levar mais longe a nossa Cidade.