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PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE TRAINEES

VISITA TÉCNICA AO SEBRAE/UF - Piauí


14 a 16 de julho de 2010.

RELATÓRIO DE VIAGEM

Fábio Arroyo Fávero


Panorama Geral

Esta viagem técnica foi realizada entre os dias14 e 16 de julho, sendo que me
acompanhou a trainee Talita Barros em todas as atividades realizadas. Fomos recebidos
por Marilda, da Unidade de Estratégia e Diretrizes do Sebrae Piauí, que pôde nos
acompanhar em todo o itinerário que realizamos, fornecendo informações gerais a
respeito dos locais visitados, do funcionamento do Sebrae e nos introduzindo aos
responsáveis pelos projetos visitados. Desde já cabe salientar que o acolhimento pelos
membros desta UF foi excepcional, facilitando nossa interação com todos os membros
atuantes no universo das Micro e Pequenas Empresas (MPE), especialmente se
considerarmos nossa trajetória ainda iniciante e cheia de expectativas.
Na ida chegamos a Teresina, capital do estado, porém logo em seguida fomos a
Picos, ao sul, ficando por dois dias nesta região e visitando alguns projetos locais, e
onde se concentrou a maior parte de nossa visita. Uma justificativa para este fato se
encontra na percepção relatada por diversos membros deste Sebrae/UF de que a
atuação deste se concentra nos projetos do agronegócio, que constitui um espaço
importante na economia do Piauí, e que concentra grande parte da população ocupada.
O universo de MPE no estado é de 42.355 empreendimentos (segundo dados do
MPEData de 2008), sendo que o Sebrae possuí um escritório central em Teresina, com
cinco regionais, e predomina em suas ações os projetos coletivos. Igualmente relevante,
de uma maneira geral pôde-se notar um entusiasmo com a implementação da
metodologia GEOR, seguindo as orientações do Nacional, o que demonstrou uma
alinhamento ao Direcionamento Estratégico do Sistema Sebrae.
Porém, como alguns problemas a serem objeto de atenção, pelo conjunto de
depoimentos ouvidos pode-se destacar o grande número de empreendedores informais,
o que gera a necessidade de um enfoque na questão dos Empreendedores Individuais,
e o fato do Piauí estar muito aquém no que se refere aos municípios com a Lei Geral
regulamentada (13 de 68, nas Metas Mobilizadoras).
Fora a visita aos projetos que iremos especificar, conhecemos as operações no
escritório regional de Picos, conversando de uma maneira ampla dos seus projetos com
sua diretora, Ana Mary, e com alguns colaboradores, que inclusive nos acompanharam
nos projetos visitados, Felipe e Maria das Mêrces. No escritório de Teresina apenas
fizemos um tour breve para conhecer as instalações.
Atividades realizadas

1. Central de Negócios Ouro da Terra

Em Picos, logo ao primeiro dia fomos levados a um projeto de mandiocultura, no


município de São José do Piauí, no qual os produtores rurais se articularam e formaram
associações, as quais conformaram uma Central de Negócios (Ouro da Terra), que
visitamos, e que realizava todo o processamento e ensacamento dos produtos derivados
da mandioca, como farinha e goma. Fomos apresentados ao presidente desta
associação, conhecido como Zequinha, que nos apresentou alguns dados a respeito do
funcionamento da Central, e elementos que ajudaram a entender como ela foi
estruturada, qual o papel do Sebrae neste ação, e também como os parceiros se
articularam.
A Central recebe matéria-prima do que é chamado de Casa de Farinha, locais
espalhados pela zona rural que recebem a mandioca dos produtores e fazem uma pré-
seleção e processamento da mandioca, para em seguida enviá-la para a Central de
Negócios. Nesta (que também recebe a mandioca bruta para seleção), vimos como eles
processam a mandioca, até o condicionamento em embalagens, em diferentes
modalidades. A respeito da fábrica e dos equipamentos, destaca-se a participação do
Banco do Nordeste e da Fundação do Banco do Brasil, os quais ajudaram estes
cooperados a adquiri-los, e sem os quais seria impossível a iniciativa.
Depois, em um depoimento a respeito do Sebrae, os participantes destacaram
como especial uma oficina ofertada denominada “Visão de Futuro”, a qual ajudou os
produtores a perceberem os benefícios de se associarem para extração de benefícios
coletivos. Além desta oficina, Zequinha destacou a importância das diversas
capacitações ofertadas pelo Sebrae, (inclusive em um auditório da Central), como sobre
associativismo, boas práticas de gestão e controle financeiro, e o próprio manejo da
mandiocultura.
Um aspecto importante da atuação do Sebrae foi o incentivo a formação de um
banco de sementes, onde os produtores podiam experimentar as diferentes variedades
de mandioca, de modo a encontrar a que melhor se adaptasse a região, o que gerou
ganhos de produtividade significativos. E igualmente relevante foi o incentivo constante
aos produtores a participarem de feiras e eventos relacionados a mandiocultura, que
permitiu a eles ganhos com o conhecimentos de práticas diferenciadas.

2. Casa APIS

Outro projeto visitado foi na área de apicultura, e que envolveu também uma
Central de processamento dos produtos do mel. A Casa APIS (Central de Cooperativas
Apícola do Semi Árido) é uma fábrica que recebe a produção de diversos apicultores,
participantes em diversas associações nos estados de Piauí e Ceará, englobando um
conjunto de 909 famílias, segundo dados fornecidos por eles. O primeiro destaque é a
grandiosidade do projeto, e o fato da central de processamento possuir um elevado grau
de tecnologia, que permitiu que a produção e processamento receba diversas
certificações, inclusive internacionais, as quais permitem que os produtores exportem
grande parte do produto processado.
Como no projeto anterior, a Central recebe a produção dos apicultores, que
extraem o mel nas chamadas Casas do Mel, que o enviam para a Casa APIS para
processamento e embalagem. Neste projeto em específico é relevante o fato das 32
Casas do Mel, 27 possuírem certificação orgânica (com um mecanismos de
rastreamento por GPS da produção), e algumas de comércio justo, que permitem que os
produtores atendam aos critérios exigidos por mercados externos, como os EUA e a
Europa.
O Sebrae aqui também entrou com o incentivo à cultura cooperativista, às
palestras e cursos sobre gestão e controle de qualidade, entre outros, e com a
articulação fundamental com os parceiros, que disponibilizaram os recursos para os
equipamentos e o capital de giro de toda a estrutura montada. A atenção incentivada no
controle de qualidade e nas certificações possibilitou grandes ganhos para a Casa APIS
e para os apicultores em geral, ao ponto do primeiro semestre deste ano destacar que o
Piauí é o segundo maior estado exportador de mel do país, considerando os outros
projetos da apicultura do Sebrae no estado.
Neste projeto em especial foi mais nítida a percepção da responsabilidade da
ação do Sebrae e o respeito que a instituição gera no seu público-alvo. Como exemplo
disso, destaco que membros importantes da iniciativa deixaram de atender outros
compromissos relevantes para poderem nos apresentar a estrutura montada, além de
nos fornecerem diversos produtos, para distribuirmos no Nacional. E também pude
perceber como toda a articulação envolve um esforço dos participantes, mais do que o
apoio do Sebrae, e como isso é fundamental para a sustentabilidade de um projeto.

3. PAIS Horticultura

O PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável) foi um projeto que se


destacou em especial pelo contraste que pôde ser visualizado. Ele envolve pequenos
produtores que se dispõem a produzir segundo um modelo de produção já elaborado,
com os canteiros em círculos, e um galinheiro central, e com um sistema de irrigação por
gotejamento e o uso de adubo resultante de decomposição de matéria orgânica, daí a
raiz ecológica do projeto.
O contraste foi com respeito ao terreno, pois pudemos ver como era um lugar
antes da implantação do modelo, e como ficou depois, e daí se destacar a importância
da introdução de práticas inovadoras de gestão e produção, com ganhos para os
produtores. Neste projeto em específico, houve uma articulação forte com a prefeitura
do município, que disponibilizou um espaço para os produtores venderem seus produtos
em uma feira da cidade. Este elemento político refletiu-se no fato de que um destes
agricultores, Antônio Neto, que mostrou seu projeto PAIS a nós, iria se candidatar a
vereador da cidade, demonstrando as múltiplas articulações necessárias para o
andamento de um projeto e seus efeitos sociais.

4. Cocajupi

A Cocajupi (Central de Cooperativas de Cajucultores do Estado do Piauí) foi um


projeto nos mesmos moldes dos dois primeiros apresentados, concentrando a produção
e processamento da produção de empreendimentos espalhados por todo o estado,
reunidos em cooperativas, realizando o processo de torra, salga e de condicionamento
em embalagens, sempre sob demanda (inclusive com a exportação de parte da
produção).
A participação do Sebrae foi nos mesmos moldes anteriores, com oficinas e
capacitações para a questão do associativismo, melhores práticas e controle de
qualidade, sempre com uma articulação forte com os parceiros, para a disponibilização
dos equipamentos e acompanhamento das atividades, além do incentivo a caravanas e
feiras para a divulgação do produto.
5. Piscicultura em Elesbão Veloso

Neste projeto vimos a iniciativa de pequenos produtores de peixe, que


conseguiram articulações no sentido de comprarem bolsões para a criação de alevinos,
que são as larvas de peixes, para posterior comercialização. Com a atuação coletiva,
incentivada através dos cursos de associativismo do Sebrae, eles criaram associações
de produtores, estão buscando a certificação de sua produção e tem conseguido se
mobilizar para uma negociação mais favorável de sua mercadoria.
Apesar de ser o projeto de menor dimensão, ele apresentou a importância que as
capacitações têm para a tomada de iniciativa destes produtores, além do
acompanhamento de um consultor especialista, para a gestão das práticas produtivas, o
que gera benefícios para estes associados. Tanto é que, nos mesmo moldes que as
associações anteriores, um dos requisitos para a participação nelas é a realização do
curso de associativismo ofertado pelo Sebrae.

6. Pólo artesanal de Poti Velho

Vimos, já de volta a Teresina, um centro de artesanato no bairro conhecido como


Poti Velho. Visitamos artesãos que se mobilizaram em associações, através das quais
conseguiram melhor sua infra-estrutura de produção, modernizando suas oficinas e
ambiente de trabalho, assim como melhorando e personalizando seus espaços de
comercialização de sua produção, sempre com o apoio das capacitações Sebrae e das
parcerias.
Em especial, visitamos a Cooperart-Poti, uma associação formada
exclusivamente por mulheres, e presidida por Raimundinha, que nos apresentou as
oficinas, e que mostrou como elas trabalharam pelo destaque da produção feminina no
artesanato, e como conseguiram melhor sua qualidade a ponto de conseguirem o
segundo lugar no concurso Top 100 de Artesanato, elaborado pelo Sebrae como forma
de incentivo a profissionalização do setor.

Considerações Finais

Uma síntese da viagem seria que estar na ponta é fundamental no processo de


aprendizagem sobre o Sistema Sebrae, porque permite sair da abstração das
estatísticas a respeito do universo das MPE atendidas, do direcionamento estratégico,
ou do funcionamento organizacional do sistema, para perceber que existem pessoas por
trás destes projetos, aspirações e desejos, os quais fazem parte do desenvolvimento
destas iniciativas e que são responsáveis por imprimir uma dinâmica à sua execução.
E perceber na ponta os efeitos que as capacitações, os cursos e outros métodos
de incentivo ao empreendedorismo, tudo, enfim, que o Sebrae oferece, dá uma
dimensão mais responsável ao tipo de trabalho que desenvolveremos aqui no Nacional,
fazendo com que encaremos nossas tarefas com seriedade, mas sem o risco de cairmos
na burocracia administrativa.
Em especial, estar na ponta ajudou a ver como a lógica por trás do GEOR é
operacionalizada pelo público-alvo, através de adequações às suas realidades
específicas, mas sempre conscientes de que a busca por resultados irá melhor sua
condição de trabalho. Ajudou também a entender que na ponta os gestores têm
múltiplas dificuldades operacionais que muitas vezes a elaboração estratégica não
percebe, daí a relevância do contato constante e intenso.
Igualmente importante e como apontamos acima na descrição sucinta dos
projetos, em todos eles as parcerias foram fundamentais, no sentido de serem
complementares ao enfoque de atuação do Sebrae, e sendo essenciais para a
viabilidade dos projetos. Tal lição permitiu entender na prática a lição constantemente
reiterada no Nacional que o Sistema Sebrae executa seus projetos por articulações com
parceiros, nunca sozinho.
E por fim, até pelo fato de não ter tido experiência própria com o
empreendedorismo, estar com estas pessoas, que buscam se articular e mobilizar, para
melhorar suas condições de negócios e vendas, ajudou a melhor perceber o que está
por trás da idéia de empreendedorismo, o que dá uma melhor dimensão ao trabalho que
vamos desenvolver aqui no Sebrae, daí sendo fundamental esta experiência para nossa
atuação profissional.

Observações

Anexos a este relatório estão fotos e vídeos feitos na viagem; e para maiores
informações a respeitos dos projetos Casa APIS e Cocajupi:
http://www.cocajupi.net/portal/
http://www.casaapis.net/portal/

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