Apareceu num programa de televiso, onde eram entrevistadas
pessoas idosas, convidadas a falar sobre a velhice. Tinha setenta e cinco anos, mas aparentava sessenta, epirituoso, bem disposto, dono de uma incrvel jovialidade.
- Nunca me senti velho. O corpo j no tem a mesma vitalidade;
no raro h "grilos" de sade, o que natural. Trata-se de uma mquina. Embora eu cuide bem dela, vai se desgastando... Mas o "motor" est timo, nos dois sentidos: bombeia, incansvel e eficientemente o sangue, sem "ratear", e se mantm permanentemente enamorado de encantadora donzela - a Vida ! Por isso, intimamente, sinto-me um eterno jovem. Nunca experimentei o "peso dos anos" ou a angstia de envelhecer. Cada dia uma nova aventura e eu aproveito integralmente...
- Qual a frmula para essa perene juventude emocional, essa
esfuziante alegria ? - pergunta, admirado, o entrevistador.
- Elementar, meu filho. Toda manh, quando eu desperto, digo para
mim mesmo: "Voc tem duas opes, neste dia: ser feliz ou infeliz." Como eu no sou tolo, escolho a primeira. Simples, no ?
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As pessoas felizes vivem neste mesmo mundo de expiaes e
provas. Sofrem, lutam, enfrentam problemas e dificuldades, dores e atribulaes, enfermidades e desgastes, como toda gente. No entanto, optaram pela Felicidade, superando a velha tendncia humana de autocomiserao; o masoquismo de autoflagelar-se com uma viso pessimista e desajustada da existncia, o cultivo voluptuoso da mgoa...
Felicidade, como ensina a sabedoria popular, no uma estao na
jornada humana. Trata-se de uma maneira de viajar. Independendo dos favores da existncia, subordina-se, fundamentalmente, ao que fazemos dela.