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steyle Symposium Reflex6ées sobre a contemporaneidade e sua implicagao no discurso perverso Edilene Freire de Queiroz - UNICAP APRESENTACAO ‘enho refletindo, j4 ha algum tempo, sobre @ contemporaneidade e sua implicagao com o discurso perverso. O ano passado, na Semana de Teologia promovida pelo Departamento de Teologia da UNICAP, sobre 0 tema “A Revanche do Sagrado’, abordei essa questo pelo viés da insuticiéncia da fungao paterna. A necessidade que os homens estéo sentindo de encontrar, em algum lugar ou pessoa, alguma coisa que ponha limite as agdes humanas o estdo levando a encontrare da religio uma alternativa de resposta para seus anseios. Por outro lado, o que se pode perceber numa visao macro da sociedade, observa-se também no contoxto da clinica psicanalitica de hoje. Essas inquietagdes oriundas da minha pratca clinica em psicanalise me instigam a fazer uma reflexao mais ampla articulando os discursos ouvidos na clinica com os paradigmas que norteiam a sociedade ocidental contempordnea e brasileira. O inicio da minha pratica foi marcado pela escuta de adolescentes infratores que eram recolhidos ao Juizado de Menores. As condutas desviantes desses jovens poderiam ser tomadas como expressées de uma estrutura que se organizava em diregdo a uma perversio, pois 0 que se via era um comportamento de desafio & > Universidade Catolica de Pernambuco - 32 leiimpulsionando-osa transgressdes constantes, tragos que sdo fundamentais na definigao de uma estrutura perversa. Entretanto, esses tragos que poderiam ser vistos como préprios deste grupo de menores infratores passaram a aparecer, maise mais, nos discursos ouvidos na clinica privada, nos noticiarios veiculados pela midia, nas cenas da vida cotidiana. Que implicagéo teria ontio a contemporaneidade com a perversao? Segundo Roland Chemama (2, p. 162-64), aperversao nao € uma simples aberrago de conjungao sexual em relag&o aos oritérios sociais estabelecidos. Nao se trata de uma abordagem fundada em critérios morais @ sociais embora o termo Perverséo signifique “invers4o” e afastamento da norma, algumas vezes até confundido com o temo perversidade. Ainda segundo Chemama, os estudos desenvolvidos por Kraff Ebing ( 1869) visavam a procisar a inoid&ncia médico-legal de atos delituosos e apreciar sua relaco com a nosograf, a psiquidtrica. O interesse era por definir uma estrutura clinica perversa individualizada e, porisso, a perversao foi definida como desvio em relagao 20 objetivo e ao objeto sexual. Com Freud a perversao se inscreve na propria norma, pois ele a insere nos estudos da economia psiquica relacionando-a a nogao de pulsdo; nogao central na metapsicologia freudiana. Assim a predisposigao as perversdes passou a ser uma predisposi¢ao original e universal das pulsoes sexuais. Mas, mesmo retirando a perversao do seu contexto moral, Freud nao deixou de ver o cardter excessivo de certas pulsdes bem como a sua transformagao em seu contrario (masoquismo-sadismo, voyeurismo-exibicionismo etc) como algo inerente perversao, podendo adquirir uma conotagao de anormalidade. Seguindo esse caminho, Freud chegou a isolar um mecanismo de defesa especifico da perverséio - 0 desmentido - que impulsiona 0 sujeito a comportamentos de transgressao, pois, negando seu limite ao goz0, fica submetico ao imperativo categorico de dever gozar a qualquer custo, o que justifica 0 carater inflaciondrio da pulsdo e a sua proximidade com as condutas desviantes. ‘Trabalhar o tema da perversao significa tomé-o pelo menos em trés perspectivas: na perspectiva da estrutura, na perspectiva do GOSS are sintoma e na perspectiva do discurso. Cada uma dessas perspectivas requer um certo cuidado na delimitagao conceitual do que soja estrutura, sintoma e discurso, embora sintoma e discurso possam ser considerados como a mesma coisa, como afirma Jacques Alain Miller (1), diferinda apenas & medida que o sintoma vale para um individuo enquanto que o discurso vale para muitos. Tomo entao a perspectiva do discurso perverso como uma primeira aproximacao ao ‘tema a medida que podemos relaciona-lo ao que € prdprio do discurso da contemporaneidade, Nao se trata de querer reduzir a andlise historica, cultural ¢ politica da contemporaneidade uma expressao do discurso perverso, mas de identificar uma singularidade de nossa época Todo sintoma 6, antes de tudo, social, e cada época se encarrega de produzir uma ‘manifestagao patolégica singular, pois cada época produz uma rede de saber, de poder e de subjetivagao prépria. Abordar a perversao pelo vids da sua implicagao com 0 social de hoje é escolher a via externa a psicandlise, pois nao pretendo me sustentar apenas na literatura psicanalitica sobre o assunto, mas também me respaldar em outros textos de igual importancia que servirdo de moidura ao tema. Alias Jean Ciaude Milner, citando Lacan, diz que “existem duas maneiras de se reconhecer a imagem de um objeto. Podemos partir do interior deste objeto 8, por uma lei ou um composigao do leis, gerar- lhes os contomos... Podemos também partir das lados e do exterior, levar em conta a presenca dos corpos vizinhos: estabelecer como esses corpos, por sua disposicao lateral, determinam a forma de um espago onde se aloja 0 objeto. Assim fazem os tios © as cidades, materialmente organizados pelos obstaculos que o encerram e 08 ignoram” (6, p. 09) CONTEMPORANEIDADE E DISCURSO PERVERSO Podemos dizer, concordando com Jacques Alain Miller (1),que @ contemporaneidade esta marcada por uma inquietude que nos leva a vacilar na seguinte questo: quem esté enfermo, a culture ou eu? A mudanga de paradigmas da ciéncia nos coloca a todos num carto estado de suspensao, pois 0s modelos que nortearam a modernidade comegam a nao dar conta das necossidades © demandas emergentes. ‘A modernidade se caracterizou pelo pensamento mecanicista e determinista que dominou as ciéncias. Do ponto de vista das organizagdes sociais, esse modelo mecanico predominou gerando subsistemas sociais com praticas discipiinares onde o mecanismo basico subjacent era a rapressao social. O individuo passou a ser 0 responsavel pelos seus atos nao mais o social. © homem tornou-se livre - sabe de si, € sujeito de si. Mas ser sujeito de si supde um outro, presente no préprio enderegamento ao si (pronome de terceira pessoa) e presente também no si da consciéncia de side Hegel. Esto outro (a cultura) disciplina as ages do homem, Porém, a medida que ele se tornou suleito de si, ele passou a manter uma relaco consigo, completamente diferente das que mantinha em outras épocas. Seu corpo deixou de ser algo aberto, em constantes relagdes com 0 cosmos, como na Idade Média em que prevalecia a medicina dos humores. Fechando-se ao cosmos, comega um processo de individuagao e subjetivagaéo marcado pelo pensamento mecaniscista ¢ doterminista que influenciou as grandes obras que descentraram 0 homem do seu elxo enquanto ser superior, como a obra de Darwin, ade Freud e a de Marx. ‘Com a revolugao industrial, a énfase recai nos sistomas funcionais 9 dindmicos, pois nao é mais 0 pensamento mecanico que predomina - 6 0 inicio da era da termodinamica. Do ponto de vista social, as relagdes de capital passam a dominar a cena social. O sistema capitalist, segundo Deleuze(3, p. 216-26), nao para de expandir seus préprios limites, reencontrando-se sempre numa escala ampliada, porque o limite © proprio Capital Valoriza-se a multiplicidade. Nao se repete mais 0 mesmo, produz-se o diferente, o novo. ‘Segundo o mésmo autor, 0 capitalismo ja ndo mais dirigido para a produgao e sim para o produto. Um produto que conquiste o mercado esta conquista se faz por tomada de controle @ nao por formagao de disciplinas, por tixagao de cotagdes mais do que por redugao de custos, por transformagao do produto, do que por especializagao da produgao. O marketing passou a Ser 0 instrumento de controle social embora > Vol. 37¢n* 3ejaneirojunho-98 - 33 Revista SymposiuM esse controle seja de curto prazo e de rotacao rdpida, como diz Deleuze. O homem nao é mais 0 homem confinado das sociedades disciplinares, mas o homem endividado. Ele é impelido a buscar 0 novo pela midia, que sabe 0 poder que 0 novo adquiriu na sociedade contemporanea e através dele dirige nosso gozo, fazendo-nos consumir 0 novo compulsivamente. Assim, © homem contemporéneo é livre, mas deve. A exigéncia do novo sempre foi um apelo feito por todas as culturas. “O novo é a forma sintomatica do mal estar na cultura’, (Jacques Alain Miller, 1), pois se vai ao fundo do desconhecido para encontrar algo novo. Mas novo da contemporaneidade difere do novo buscado pelos modernos. A imitacao dominou, durante séculos, as artes. Com a modernidade, libertou-se dessa imitagao. “Foi uma forma cotimista de buscar 0 novo", afirma J.A.Miller. Na contemporaneidade se busca 0 novo pelo novo estituido de qualquer contetido. Assim, cada dia, algo novo fica novo menos tempo, ha uma espécie de decadéncia de toda novidade. O mundo fica cheio de objetos obsoletos, descartaveis, assim como 0 préprio sujeito & medida que se toma velho e defasado. © goz0 pela novidade passou a ger 0 imperativo categérico que domina 0 cotidiano dos nossos dias. E a forma pela forma sem conteido. Parece que a obsessao pelo novo tao propria da moda fminina se estendeu a todas as atividades, como se estivéssemos vivendo uma espécie de feminilizagao da cultura. Do ponto de vista da subjetivacao, o singular adquire ares de universal da mesma forma que 0 contingente transtorma-se em necessidade e 0 “prego da liberdade passa a ser eterno delito” (Jorge Forbes, 1). Ha um declinio da fungao paterna. Nos estamos vivendo o fim do poder patemal e passando para a nocao de autoridade ou de responsabilidade patemal, como aponta Pierre Legendre (S; pag. 385-68). Isso poe abaixo 0 modelo de relagoes familiares calcado no patrio poder. As interacdes familiares deverao assumir uma nova dtica, pois os lagos de filiagao nao esto determinados por uma hierarquia, mas regido por direitos de ambas as partes. De um lado, temos a autoridade e a responsabilidade parental e, de outro, a protecao e os direitos da crianca. Diferente do pai terrivel da Biblia, 0 pal Pm Universidade Catslica de Pernambuco - 34 da contemporaneidade € 0 pai que explica e ‘compreensivo quando tem que demarcar limites. Ac declinio do pai se associa um outro declinio, da virllidade masculina. Todos juntos € todos iguais produzindo o diferente. Nao ha repressao patema, nao ha repressao social. Agora 0 mandamento é tudo dizer, tudo gozar. Cada um tem o direito gozar A sua maneira, a dizer ea desojar gozar. Nao tamos mais o Outro como referéncia e limite. Ha uma decadéncia do significante AMO ao qual o sujeito ficava submetido e, por conseguinte, um fracasso do recalque. O Outro somos nés. O gozo se desprende do Outro, do outro sexo, e da verdade que aponta para a diferenga. Podemos pensar entao que a perversao surge como uma nova norma social? Equivalente ao imperativo sadiano? Ao que assistimos hoje, veiculado pela midia, leva-nos a cogitar que 0 social esté-se dividindo em dois grupos: 0s que praticam atos perversos @ até perversidades 2, portanto, manifestam uma pulsao ativa, e os que assistema ele colocando numa posigao passiva. Um e outro, a meu ver, gozam com isso, da mesma forma que goza o par sadomasoquista. Nos nos acostumamos a ver essas cenas perversas € nao nos horrorizamos mais. Pelo menos, no sentido do horror que as tragédias gregas tentavam fazer os homens sentirem para poder banir essas cenas do cotidiano das cidades. Se o teatro grego era capaz de produzir catarses, era porque mostrava cenas ficticias que faziam parte das construgées fantasmaticas de cada sujeito. Ao que assistimos hoje sao cenas reais que, como tais, nos tomam de panico e nao do horror. A recente tragédia acontecida em Brasilia (sede da lei e do poder constituido) com © indio-mendingo, mostra perfeitamente os deslizamentos metonimicos pelos quais passa © significante matar para esbarrar no gozo porverso, pois a inteneao declarada daqueles que praticaram 0 ato era a de “fazer uma brincadeira’, ou seja, gozar até as ultimas consequéncias. Da mesma maneira, 0 tudo dizer nao seria 0 equivalente ao tudo fazer e portanto uma forma de discurso perverso? Se antes otudo dizer estava restrito ao confessiondrio e @ alcova, hoje © imporativo 6 falar tudo, devastar a privacidade. “Reduzir 0 nome do pai ao patrimonio do DNA” (Antonio Quinet, 1) significa dizer que estamos desprendendo-nos da rede de significantes tecida Revista Symposium a partir da metéfora paterna © entramos numa rede de informagdes que, pelo menos por enquanto, parece constituit-se pelo deslizamento e trocas continuas de informagdes que nos seduzem pela novidade. Nao ha ponto de ancoragem. A faléncia do significante Amo em torno do qual se organiza uma ética do desejo ficou substituida por Comitas de Eticas que proliferam a cada dia com o crescimento das “minorias", Nao estamos mais regidos por um sentido de bem comum definido por Platéo ou pelo sentido de bem da tradigao crista Estariamos, entao, caminhando para um estado de amoralidade? Para além do bem @ do mal? Para 0 pais do Marques de Sade? Essa pode ser uma vis4o pessimista de encarar a nova realidade e as novas demandas. Essa pode ser uma visdo decorrente da falta de significagao e de sentido para as mudangas que estdo processando-se em ritmo acelerado. Mudaram-se os referenciais e ainda nao tamos um método para lidar com eles. A historia da humanidade tem-nos dado exemplos de como sentimentos pessimistas proliferam ante a chegada do fim de século. Portanto este pessimismo pode também ser encarada como sintoma de virada de século. Mas essa pode ser também uma forma de se colocar em estado de alerta para se estudar qual a incidéncia dos imperativos sociais sobre 0 sujetto. Em que madida 0 sujeito é afetado no seu processo de subjetivagao e individuacao por esse discurso perverso da contemporaneidade. Contudo nao podemos esquecer que a Lei, enquanto principio, universal. Se a transgressao, como nos diz Georges Bataille, suspende 0 interdito sem suprimi-lo, 6 porque na uma impossibilidade de efetuar essa supressao da Lei. Sem 0 interdito, nao ha possibilidade de organizagao social - néo ha cultura, nao ha humanidade. Portanto nao se trata de ausdncia de lei no perverso. A maxima de Sade nos mostra isso. O imperativo de dever gozar até as suas ultimas conseqUéncias poe abaixo todos os interditos que organizam e poem limites ao goz0, mas, por outro, ele se sustenta por uma lei que a antecede, a lei que faz dole um imperativo, Portanto, esse principio indica a emergéncia de uma ética. Simondon (7, p. 197-247), estudando o processo de individuagao o informagao a partir de seres animados e inanimados, apontou, como saida, a possibilidade de construgao de uma ética que levasse em conta a transmissao das tradigdes. Observando seres animados € inanimados, ele verificou que nos, seres vivos, 0 proceso de individuagao do ser se faz num regime de informagao onde a fase pré-individual do ser permanece, enquanto passado do ser, para que a informagao se amplifique e se propague produzindo ressonancia. Ele parte do principio de que o individuo nao é um ser, mas um ato ¢ ser torna-se individuo a medida que agencia esse ato de individuagao pelo qual ele se manifesta @ existe. O individuo é 0 que foi individualizado e o que continua a se individualizar, por conseguinte, ele é ao mesmo tempo resultado © agente, consisténcia e coeréncia dessa atividade pela qual ole foi constituido © pela qual ele constitu. Ele transmite a atividade que recebeu passando-a através dos tempos sob forma condensada, como informacao. O individuo ¢ 0 resultado de uma formagao e sua existéncia & essa operagao de transferéncia amplificada e, por isso, ele se mantém sempre em relapao com o que Ihe precede e com o que the sucede. Ele é um ser do devir se individualizando através de um transporte continuo de informagao que se propaga e produz ressonancia, pois algo do estado anterior se mantém ao mesmo tempo que © seresta em constante processo de defasagem. ‘Se a manutencao do passado esta na genese do processo de individuagao do ser, toda Yez que quebramos essa corrente corremos 0 tisco de produzir “atos loucos” (Simondon, 7). Atos esses que nao guardam relaco com os outtos e, portanto, s@ perdem em si mesmos, destruindo as significagdes desses outros atos e introduzindo um esquema de confusaéo que impede que outros atos se estruturem em rede. © novo nao deixa de ser um ato louco enquanto bstd destituido de significagao e se desprende dos demais; dai o risco do novo pelo novo esvaziado de qualquer conteudo. Se estamos submetido ao sistema de informagao e dele néo podemos escapar, precisamos garantir uma ética que reoriente e signifique nossos atos. > Vol. 37 +n? 8 *janeirojjunho-98 - 35 GESES ae NOTAS 1. Anotagdes do VI Encontro Brasileiro do Campo Freudiano promovido pela Escola Brasileira de Psicandlise sob 0 tema: As Novas Formas do Sintoma, Clinica - Ciéncia - Sociedade. Realizado om Sao Paulo-SP no parioda de 18 a 20 de abril de 1997 2.CHEMAMA, Roiand. Dicionario de PsicanAlise. Tradugao de Francisco Franke Settiner Porto Alegre: Aites Médicas, 1995. p. 162-64. 3. DELEUZE, Guilles. Conversagées. Tradugdo de Peter Pal Pelbart. Rio de Janeiro: Ed 34,1992.Cap. 5. 4. Dicionario Enciclopédico de Psicanalise: 0 legado de Freud e Lacan (editado por Pierre Kautman: tradugao de Vera Ribeiro,Maria Luiza X. de A. Borges: consultoria de Marco Antonio Coutinho Jorge - Rio de Janeiro: Zahar, 1996. p.415-23. > Universidade Catolica de Pernambuco - 36 5. LEGENDRE, Pierre, Pouvoir Généalogique de 11Etat, (Xerox com referéncias incompletas) Notas sobre 0 autor: Professeur de ‘Sciences Economiques, Sciences Sociales et Scences Juridiques, Université Paris- ‘Sorbone (France). Direteur du Laboratoire Européen pour I'Etude de la Filiation. 6. MILNER, Jean-Claude. A Obra Clara, Lacan, a ciéncia_a filosofia. Tradugao de Procopio Abreu. Revisdo de Marco Antonio Coutinho. Riio de Janeiro: Zahar, 1996. 7. SIMONDON, Crilbert. L'individu et sa Genase Physico-Biologique. Paris: Presses Universitaires de France, 1964. Chap.ll e Conolusion, p.197-247,

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